[Chile] Reivindicação de ação realizada em Juan Gómez Milla, Ñuñoa. Santiago, Maio Negro 2025.

16 anos após a morte em ação do companheiro anarquista Mauricio Morales, que faleceu após a detonação acidental do artefato explosivo que levava em direção à escola de administração penitenciária, a luta antagônica contra a prisão continua, e o companheiro segue vivo na memória combativa, presente no aprofundamento do conflito.
 
Durante a tarde, reunidos por afinidade, protagonizamos uma prolongada jornada de combate, acendendo barricadas em uma das principais vias da cidade, somado ao enfrentamento contra a polícia, com o uso de mais de uma centena de coquetéis molotov e artefatos, que responderam de forma eficiente às investidas dos carros policiais e colocaram em fuga os covardes COP que tentavam se aproximar a pé.
 
Durante a ação, houve um cuidado especial com a disseminação de propaganda que expressasse as ideias que, naturalmente, caminham lado a lado com nossas ações. Assim, não houve cadeado ou barreira de proteção que não pudéssemos romper ou cortar para colocar nossas faixas. Da mesma forma, conseguimos neutralizar todos os “protocolos” da “segurança” interna do campus para aproveitar ao máximo o território, incluindo telhados, varandas e portões, tudo a nosso favor em prol do combate e da segurança da ação.
 
Em pleno confronto, diante dos espectadores da ação e estudantes que se encontravam no local, foi realizada a leitura de um discurso; ao mesmo tempo, foi distribuída aos mesmos espectadores uma edição intitulada “Façamos das ideias uma ameaça real”, publicação impressa durante o mês pela autodenominada “cooperativa de antagonistas”, a qual é um convite à reflexão sobre o sistema carcerário. E, como foi dito no momento, longe de querer reunir massas para esperar eternamente atrás de uma mesa pelo tão falado poder popular, propõe nutrir e construir a luta anárquica a partir da tensão permanente e do conflito contra o poder.
 
Apostamos em encher nossa luta de força e conteúdo significativo, rejeitando completamente o conformismo, o reformismo e o escapismo, para nos lançar à luta auto-organizada, à ação direta, às ruas, à sabotagem das fontes do capital, mas, acima de tudo, à coerência entre palavra e ação.
 
“Aqui, na ofensiva, encontramos o desenvolvimento, a expansão e a generalização do conflito, combinando a crítica tanto às estruturas específicas quanto ao Estado, à sua repressão e à sua violência.”
 
Desde esta trincheira, também queremos enviar uma saudação cúmplice aos companheiros Francisco Solar, Aldo e Lucas Hernández, aos/as companheiros/as do caso 6 de julho, aos PPM do caso Quilleco e a cada preso/a anarquista, subversivo/a e mapuche.
 
O chamado é sempre a seguir multiplicando a auto-organização em cada espaço e território, afirmando a autonomia e tornando a liberdade uma realidade palpável, construída com nossas próprias mãos e com nossa inquebrantável vontade de resistir. A continuar multiplicando a solidariedade, o combate e a ação contra o poder, suas prisões e quem as sustenta.
 
Até que tudo exploda, morte ao Estado e viva a anarquia!

Afinidades em conflito.
 
Tradução > Liberto
 
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Voo rasante
no espelho do lago —
Uma libélula.
 
Eber Mingardi