[Porto Alegre-RS] Troca de ideia na Feira Anarquista da Praça do Aeromóvel: Inteligência Artificial

Era compas! Como sempre buscamos fazer nas feiras anarquistas, rolou uma leitura e conversa sobre um tema atual e relevante pra nós. A partir da tradução de um artigo intitulado “Contra a Máquina”, falamos sobre Inteligência Artificial e como nos impacta e acelera o processo tecnocrata na sociedade. Passamos pela estratégia das grandes empresas de tecnologia de apresentar a IA como recurso, “apoio” ou até brincadeira, um filtro, uma foto modificada, e como isso resulta numa aceitação quase irrestrita do seu uso. Mas somos anarquistas, se não fazemos uma oposição ao atropelo tecnológico o que estamos fazendo?

Precisamos fazer a crítica contundente ao que vem por trás dessa faceta amiga, que escreve o texto pra ti, que faz o desenho que tu achas que não consegue fazer. Por trás disso tem a brutal exploração de pessoas e da natureza, o extrativismo pra retirar os minerais necessários pra manter os servidores funcionando, pois, esse sistema não é uma nuvem, são computadores gigantes, que consomem absurdas quantidades de água e diversos outros recursos cada vez que alguém envia uma foto, uma pergunta, um texto. Também acelera o processo de emburrecimento, o isolamento, a falta de confiança em cada indivíduo, a máquina quer te fazer acreditar que é uma companheira, ao invés de conviver com pessoas tu conversa com a coisa, sim, coisa, nunca vai ser “ela”, “ele” ou “elu”. Tenta eliminar a beleza que é a diversidade de saberes e fazeres, ao invés de trocar com alguém que tem a manha de desenhar, de compor uma música, tu te jogas na solidão e na máquina.

Diante de tudo isso não podemos deixar passar, não podemos ajudar esse processo, cada uso que se faz da IA mais afiada a coisa fica, não basta ser cientes das explorações desde as quais nasce a IA precisamos ser cientes de que cada vez que a usamos a alimentamos com informações valiosas sobre o que é ser humano, e essa informação só joga contra nós. Precisamos fortalecer o que é nossa base, o faz tu mesmx, a tentativa, o erro, o original.

A IA não é uma ferramenta pra nós, é uma armadilha, precisamos firmar posição contra esse processo, já que sabemos que o que conhecemos dessa tecnologia não é nada comparado ao uso que o capital e os estados fazem realmente, é um catalisador de guerras e perseguição. Não colaborar com a exploração, devastação e controle da IA é o passo básico, e significa não usá-la. Passar para a luta, como segundo passo é tentar sabotá-la.

Viva a Inteligência Anarquista! Foda-se a Burrice Artificial!

(A)

agência de notícias anarquistas-ana

Vendaval. Nas nuvens,
veloz desfila o falcão:
um surfista no ar.

Ronaldo Bomfim

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