
Brisbane tem uma longa história de cultura de zine radical/punk que remonta a décadas. Pode-se dizer que remonta aos anos 1970, com a banda “The Saints”, a rádio 4ZzZfm e toda uma cultura de publicações faça-você-mesmo (DIY).
Foi nesse espírito que a Feira Anarquista de Livros de Kurilpa foi organizada. Sempre houve muitos eventos de zines e publicações independentes na cidade, mas esta é uma das primeiras em muito tempo a se autodefinir como “anarquista”.
Kurilpa é uma palavra aborígine que significa “rato-d’água” e passou a designar a península do rio Brisbane que abrange os bairros centrais de West End e South Brisbane. O evento aconteceu no Kurilpa Hall, dentro do Parque Musgrave. Quando Brisbane foi colonizada pelos ingleses, eles frequentemente transformavam acampamentos/vilas aborígines em parques públicos. O Parque Musgrave era um desses acampamentos, e se tornou um símbolo da resistência aborígine à colonização inglesa, embora hoje seja um parque público oficial.
Havia cerca de uma dúzia de mesas montadas para que diferentes grupos e pessoas compartilhassem seu material. Ninguém vendia ingressos ou contava os visitantes, então é difícil saber exatamente, mas estimamos que pelo menos 120 pessoas passaram por lá ao longo do dia. Consideramos isso um ótimo número.
Queremos agradecer especialmente à equipe da Jura Books, que veio de Sydney. Eles sempre trazem muito conteúdo de qualidade e são pessoas firmes e comprometidas. O grupo SEQLD IWW (Trabalhadores Industriais do Mundo do Sudeste de Queensland) montou sua mesa ao lado deles e de Barbra Hart. Barbra está ativa desde os anos 1970 e participou do Grupo de Autogestão (Self-Management Group). [http://radicaltimes.info/PDF/SMG.pdf](http://radicaltimes.info/PDF/SMG.pdf) Ela é firme, e temos muito respeito pelo seu trabalho.
Nós, da SEQLD IWW, não fizemos um registro formal das “vendas” no dia, então não podemos dizer exatamente quantos zines diferentes levamos ou quantos foram levados… mas foi bastante. Mais de 30 títulos diferentes, com mais de 200 exemplares no total. Alguns novos, outros antigos, alguns apenas para exposição. Nossas caixas estavam cerca de 33% mais leves ao fim do dia. Um dos zines de “exposição apenas” era um exemplar da “Direct Action”, edição 12, número 170, do inverno de 1999. Outro era o “Guide to Water”, publicado em Oakland, EUA, em 18 de abril de 2001.
Sim, somos nerds de zines e quadrinhos mesmo.
Nosso conteúdo favorito na mesa era um monte de patches e bolsas caseiras costuradas por Margret, de Melbourne. Margret é uma velha amiga de Barbra Hart e também ex-participante do Grupo de Autogestão de Brisbane dos anos 1970. Temos que dizer: todo mundo adorou também. Margret, por favor, faz mais pra gente!
Veja isto > https://seqldiww.org/how-good-are-diy-patches/ O clima foi ótimo o dia todo, com muitas conversas boas. A oficina de Elina sobre a História Anarquista (das Mulheres) de Brisbane foi especialmente interessante. Os efeitos de continuidade dessas ideias e ações dos anos 1970 e 1980 ainda influenciam, mesmo que de forma invisível, a cultura da cidade, sendo talvez mais visível na trajetória de formação e sucesso do Partido Verde (“Greens”).
Foi muito bom poder passar um tempo conversando com Jock Palfreeman. Quem diria que o cara também é jardineiro e permacultor? Ele é um homem gentil que defendeu pessoas que estavam sendo espancadas/mortas por neonazistas. Vale a reflexão: Queensland agora teve dois presos políticos internacionais retornando: Julian Assange. E, já que estamos no assunto, vale mencionar que Cieron O’Reilly conseguiu novamente seu Cartão Vermelho sindical (“Red Card”). Uma pena que a Aus-ROC se recuse a reconhecer ou processar filiações vindas de Queensland.
Um grande obrigado às pessoas que organizaram tudo hoje. Vocês mandaram muito bem. O SEQLD IWW vai montar mesa de novo na feira de zines PaperBark, em julho. Esperamos levar pelo menos uma nova publicação local sobre o Qlder Cottage, habitação, classe e colonialismo.
Anarquismo = criar uma sociedade sem dominação nem hierarquia.
As estruturas sociais/políticas/econômicas de dominação e hierarquia geram relações de exploração e alienação.
IWW = organizar o “Um Grande Sindicato” (One Big Union) para possibilitar a Greve Geral que permita à classe trabalhadora assumir democraticamente o controle dos meios de produção.
E abolir o sistema de salários.
Fonte: https://seqldiww.org/kurilpa-anarchist-bookfair/
Tradução > Contrafatual
agência de notícias anarquistas-ana
Amanhece em flor
e anoitece pelo chão
— efêmero ipê
Marba Furtado
Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO CARTA DE REPÚDIO…
A carta não ta disponível
UM ÓTIMO TEXTO!
COMO FAZ FALTA ESSE TIPO DE ESPAÇO NO BRASIL. O MAIS PRÓXIMO É O CCS DE SP!
ESSE CASO É O CÚMULO DO ABSURDO! A JUSTIÇA ESPANHOLA NÃO TENTA NEM DISSIMULAR SEU APOIO AO PATRONATO, AO FASCISMO!