
Em 4 de julho de 1905, o anarquista francês Élisée Reclus morreu em Torhout, próximo a Bruges (Bélgica).
~ Maurice Schuhmann ~
Reclus, que dá nome a uma rua de Paris que conduz à Torre Eiffel, foi um dos propagandistas anarquistas mais conhecidos da França e, simultaneamente, um dos geógrafos mais importantes do país. Sua [Nouvelle] Géographie Universelle, escrita entre 1876 e 1894, é considerada um clássico fundacional da área, assim como sua obra póstuma L’Homme et la Terre.
Nascido em 15 de março de 1830 em Sainte-Foy-la-Grande (França), Jacques Élisée Reclus estudou em diversos lugares, incluindo Berlim no início da década de 1850, onde conheceu a obra de Max Stirner e estudou geologia. Foi também nesse período que entrou em contato pela primeira vez com ideias anarquistas, que moldariam profundamente seu pensamento e às quais ele contribuiria significativamente. Mais tarde, tornou-se cofundador da seção francesa da Primeira Internacional e manteve contatos com figuras como Mikhail Bakunin.
Quando a Comuna de Paris eclodiu, recusou um cargo político que lhe foi oferecido e participou ativamente na defesa militar do experimento social. Após o esmagamento da Comuna, foi exilado para a Nova Caledônia, como muitos de seus camaradas – incluindo Louise Michel, com quem mais tarde daria palestras. O exílio não o quebrou; pelo contrário.
Após retornar à Europa, cofundou na Suíça o jornal anarquista Le Révolté (1879–1885). Entre seus colaboradores estavam Piotr Kropotkin, que escreveu artigos importantes para a publicação, e Jean Grave. O jornal foi uma das publicações anarquistas mais influentes da Europa da época.
Foi também nesse período que Reclus tornou-se vegetariano por razões éticas. A partir de então, defendeu esse modo de vida – uma tarefa nada fácil, especialmente na França, onde estilos de vida vegetarianos ou veganos permaneceram marginalizados, mesmo em círculos anarquistas. Suas observações geográficas e sua afinidade com o naturismo fazem com que, às vezes, seja considerado – ao lado de Kropotkin – precursor do ecoanarquismo moderno.
Devido a suas pesquisas e postura decididamente antinacionalista, o pedagogo espanhol Francisco Ferrer entrou em contato com ele. Ferrer pediu que Reclus escrevesse livros de geografia para suas recém-fundadas Escolas Modernas. Eram manuais explicitamente antinacionalistas, livres do veneno chauvinista que caracterizava a maioria dos livros didáticos da época.
Por fim, Reclus estabeleceu-se na Bélgica. Em 1894, participou da fundação de uma universidade livre, a Université Nouvelle. Viveu e trabalhou no país vizinho da França até sua morte.
Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/07/04/elisee-reclus-communard-geographer-vegetarian/
Tradução > Liberto
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Manhã gelada —
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Parabéns, camarada Liberto! O pessoal da Ana poderia informar como adquirir a obra. Obrigada!
Obrigado pela traduçao
Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO CARTA DE REPÚDIO…
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