
Uma homenagem ao “ladrão cavalheiro” de Maurice Leblanc, um ícone cultural anarquista
~ Maurice Schuhmann ~
Em 15 de julho de 1905, foi publicada na revista francesa de divulgação científica Je sais tout a primeira história protagonizada pelo ladrão cavalheiro Arsène Lupin. Escrita por Maurice Leblanc e inspirada na famosa Strand Magazine e nas histórias de Sherlock Holmes, A prisão de Arsène Lupin introduziu um novo herói pulp francês. Como homenagem à inspiração britânica, Lupin enfrenta repetidamente o mestre detetive Herlock Sholmes e, fiel ao seu lema, sempre consegue escapar: “Você não pode prender um Arsène Lupin!”
Arsène Lupin é uma das figuras mais conhecidas da cultura pop originadas na França. Durante sua vida, Maurice Leblanc escreveu 20 romances, duas peças de teatro e mais de 30 contos com seu brilhante ladrão. Adaptações para o cinema, séries de televisão e versões em quadrinhos surgiram desde cedo. Hoje, as histórias existem também no mangá de Takashi Morita, e a juventude de Lupin foi adaptada para livros e HQs infantis.
Mas Arsène Lupin foi além de fundar um novo gênero dentro do romance policial francês. Por meio de seu personagem, cujo nome seria uma provocação ao vereador parisiense Arsène Lopin, que Leblanc desprezava, o autor também expressou sua simpatia pelo anarquismo. Lupin desafia constantemente as instituições do Estado e rouba membros da elite, isto é, aqueles que lucram com a sociedade capitalista, escapando repetidamente das mãos da lei. É quase uma forma de luta de classes, uma postura especialmente evidente em histórias como A Agulha Oca (L’Aiguille creuse) e 813.
Contudo, ao contrário da prática comum entre os ilegalistas anarquistas da época, que doavam parte de seus saques para as famílias de companheiros presos ou para causas anarquistas, Lupin guarda seus espólios. Segundo A Agulha Oca, ele os esconde nas falésias de Étretat.
Durante muito tempo, circularam rumores de que o personagem de Leblanc teria sido inspirado na vida do ilegalista francês Marius Jacob, o chamado travailleur de nuit (“trabalhador noturno”). Pouco antes da primeira história de Lupin ser publicada, Jacob havia sido julgado em Paris. Embora pesquisas mais recentes tenham em grande parte refutado essa teoria, há muitas semelhanças marcantes entre o herói pulp e as práticas dos ilegalistas franceses da época.
Hoje, a fama de Arsène Lupin foi comercializada sem pudor. A antiga casa de Maurice Leblanc em Étretat foi transformada em museu dedicado a ele, e fãs podem seguir os passos do mestre ladrão usando um aplicativo no estilo Pokémon Go. Mas embora as aventuras de Lupin tenham gerado inúmeros derivados, suas implicações anarquistas são frequentemente ignoradas.
Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/07/15/you-cannot-arrest-an-arsene-lupin/
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o fio da aranha.
Tânia Diniz
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Parabéns, camarada Liberto! O pessoal da Ana poderia informar como adquirir a obra. Obrigada!
Obrigado pela traduçao
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