
Levantes populares nas Filipinas, no Nepal e na Indonésia não precisam de ajuda para não terem líderes
~ Simoun Magsalin ~
Setembro de 2025 se tornou um mês de Primavera Asiática. Depois da Indonésia, o povo do Nepal se levantou em protestos espontâneos em massa, seguidos por tumultos anticorrupção nas Filipinas. Na esteira dessas revoltas, os governos iniciaram uma “onda de pânico” com o objetivo de perseguir “anarquistas”, independente da real orientação política ou “antipolítica”. Configurado por Trump, Prabowo e muitos outros, o espectro da anarquia causa medo nos corações de todos os governantes.
Embora houve anarquistas realmente participando dos protestos e ações violentas nesses países, continuamos sendo minorias. Não surpreende a ninguém que a grande maioria dos jovens detidos em Manila não tenha essa convicção anarquista. O objetivo do medo negro é simples: suprimir a amok massa (as massas em fúria). Intimidar a nossa classe, quebrar a solidariedade. Não se pode negar, contudo, que o medo desproporcional da invocação da anarquia atinja aos soberanos do mundo. A bandeira negra voa novamente na forma da bandeira pirata de palha do anime *One Piece*.
No Nepal, o repúdio popular à corrupção e decadência das coalizões governamentais maoístas e marxistas-leninistas que se sucederam só poderia significar que a orientação “antipolítica” incluiria a rejeição completa dos partidos comunistas. O Nepal é o país com mais “partidos comunistas” per capita, com partidos marxistas-leninistas e maoístas se alternando regularmente na liderança do governo. Anarquistas e comunistas não partidários começaram a se organizar de forma espontânea, com o objetivo de intensificar a insurreição. Os insurrectos nepaleses levaram as ações além dos incêndios em massa, apreendendo armas e causando o rápido colapso do governo. Quando os militares nepaleses assumiram o controle, começaram a culpar os “anarquistas” pela insurreição. A democracia liberal foi finalmente restaurada por meio da infame eleição Discord, quando outra onda de amok masa diminuiu.
Na Indonésia, onde as massas protestavam contra o regime cada vez mais corrupto e militarizado de Prabowo Subianto, o assassinato de Affan Kurniawan por uma viatura blindada da polícia desencadeou uma onda de amok masa. As insurreições na Indonésia foram marcadas por saques e incêndios de prédios governamentais, delegacias de polícia e mansões de políticos. Sendo o país do sul global com o maior meio anarquista, eles prontamente participaram e intensificaram as insurreições. No final de agosto e início de setembro, Prabowo condenou os “anarquistas”, ordenando uma temporada de caça aberta: uma onda de repressões e prisões de “anarquistas”, fossem quem fossem. Prabowo e as forças de segurança começaram a ver “anarquistas” em todos os lugares, detendo mais de três mil pessoas até meados de setembro, acusando os anarquistas de serem dalang (“mestre de marionetes”) orquestrando as insurreições. Espelhando o genocídio indonésio de 1965-66, o novo “medo negro” teve como alvo livremente anarquistas, insurrectos, estudantes, socialistas e progressistas.
Nas Filipinas, após décadas de desmoralização, a esquerda atingiu um grau quase histórico de baixa popularidade. Embora os atos de vandalismo amplamente divulgados e os confrontos de rua delimitados não tenham provocado uma onda de violência em massa no início de setembro, a insurreição indonésia e a revolução política no Nepal inspiraram muitas facções de esquerda, progressistas, liberais e de direita a programar vários protestos anticorrupção em todo o país, sendo o maior deles a Marcha do Trilhão de Pesos no último domingo (21 de setembro). Como de costume, os comícios contaram com a delimitação básica, policiamento pacífico e autoconfinamento de todas as facções da esquerda. Após o término dos programas de vários grupos, principalmente o BAYAN, de orientação democrática nacional, jovens não afiliados usando máscaras aparentemente começaram brigas de rua com a polícia na ponte Ayala e em Mendiola, historicamente a estrada literalmente disputada para Malacañan, o palácio presidencial. Essa ação direta resultou em uma segunda batalha de Mendiola, que se transformou em tumulto, resultando na prisão de centenas de jovens e transeuntes, sendo mais de noventa menores. Após repressão violenta, o secretário do Interior denunciou os supostos insurrectos como “anarquistas” e descreveu uma história fantasiosa de conspiração de financiadores estrangeiros e sabotadores locais, enquanto os advogados compilavam evidências de tortura.
Mesmo com esses agentes de engodo de vermelhos (ou de negros?) do Estado ou aliados da polícia da esquerda buscando sabotar a solidariedade entre os proletarizados para deslegitimar a insurreição, os asiáticos não se deixam levar. Hoje, o símbolo da rebelião é o pirata de chapéu de palha. Independente de onde sinais e símbolos específicos venham, o seu poder é inspirar, e invocar a anarquia, instilando medo nos corações da classe dominante. Esse medo de amok massa, o medo da anarquia ela mesma, declara ao mundo que a insurreição e a revolução continuam possíveis.
Tradução > CF Puig
agência de notícias anarquistas-ana
Canção sem letra:
assobio nos becos
desafia hinos de Estado.
Liberto Herrera
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?