[Itália] Anarquia – uma ideia sempre nova. Carrara, 80° Federação Anarquista Italiana


14 de Outubro de 2025

Realizou-se no sábado, 11, e no domingo, 12 de outubro, no auditório do Teatro Animosi, em Carrara, o congresso de estudos organizado em ocasião do 80° aniversário da constituição da Federação Anarquista Italiana, que aconteceu em Carrara durante o Congresso realizado de 15 a 19 de setembro de 1945.

O Congresso, intitulado “Anarquismo. Uma história global e italiana 1945-2025”, reuniu cerca de vinte estudiosos, pesquisadores e militantes que apresentaram palestras sobre diversos temas: desde o papel do anarquismo na Itália republicana até as geográficas transnacionais do anarquismo italiano, passando pela relação entre anarquismo e movimentos sociais, e também o vínculo com o sindicalismo e os conflitos sociais.

As discussões abrangeram desde temas mais especificamente históricos até questões mais atuais, apresentando assim a complexa história do anarquismo italiano, com os momentos de crise e desenvolvimento ligados ao crescimento da consciência social e ao desenvolvimento dos movimentos de massa. Esse tema foi abordado no primeiro dia, enquanto o segundo dia focou em questões relacionadas às novas tecnologias digitais, às escolhas militaristas e belicistas dos governos, à crise ambiental e ao desenvolvimento dos movimentos transfeministas. Na tarde de domingo, foi discutido o relacionamento com o movimento operário, explorado tanto do ponto de vista histórico quanto no contexto do sindicalismo de base, anarcossindicalismo e as lutas da chamada nova classe operária.

O evento, portanto, preencheu uma lacuna na historiografia italiana, que, ao revisar os conflitos sociais, sistematicamente ignorou o papel do anarquismo, e especialmente do anarquismo organizado. Da mesma forma, a parte dedicada à atualidade confirmou o papel do anarquismo, tanto como referência para práticas de luta e organização dos movimentos de base, quanto como crítica ao governo – não a este ou aquele governo específico, mas uma crítica ao modelo social baseado no domínio, ou seja, uma crítica ao governo enquanto tal.

Durante os dois dias, várias centenas de pessoas assistiram ao congresso, sendo necessário equipar o Teatro de Terra com uma conexão especial para acomodar aqueles que não encontraram lugar na sala e permitir que acompanhassem as discussões. Estiveram presentes delegações da Federação Anarquista Ibérica e da Federação Anarquista Francófona, enquanto o secretariado da Internacional das Federações Anarquistas, impossibilitado de participar, enviou seu caloroso cumprimento.

No sábado, ao final da sessão, ocorreu uma manifestação que seguiu do Teatro Animosi até a Praça Matteotti, onde está localizada a sede histórica do grupo “Germinal”, no auditório do Teatro Politeama, fechado desde 2008 devido a um colapso estrutural que afetou todo o edifício e, consequentemente, a sede do Germinal, por causa de uma especulação imobiliária. Na cerca que envolve o prédio e impede o acesso, um grupo de jovens artistas de Carrara fez um mural com a inscrição: “Federação Anarquista Italiana – Nossa pátria é o mundo inteiro, nossa lei é a liberdade”.

Na noite do mesmo dia, aconteceu o concerto “Acordes Libertários” no ARCI Fuori Luogo, gentilmente cedido. Alessio Lega, Riccardo Dodi, Marchi Marletti, Avanzi di Galera e a Orquestra Filarmônica Fatica e Sudore realizaram uma noite que envolveu e encantou o numeroso público.

Um agradecimento especial aos palestrantes e coordenadores das sessões, que não solicitaram qualquer reembolso de deslocamento.

Um sincero agradecimento, finalmente, às companheiras e companheiros do grupo Germinal, que permitiram o perfeito sucesso do Congresso.

Em resumo, Carrara teve, mais uma vez, a confirmação de que a anarquia é harmonia, enquanto o caos é o produto das instituições e da propriedade privada.

Tiziano Antonelli

Fonte: https://umanitanova.org/anarchia-unidea-sempre-nuova-carrara-80-federazione-anarchica-italiana/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

No terreno baldio
Ainda cheias de orvalho,
Campânulas!

Paulo Franchetti

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