[EUA] Dia nacional americano contra a brutalidade policial

Todos os anos, em 22 de outubro, comunidades nos Estados Unidos observam o Dia Nacional de Protesto pelo fim da Brutalidade Policial, da Repressão e da Criminalização de uma Geração. Estabelecido em 1996 pela Coalizão 22 de Outubro, o dia chama a atenção para a violência policial sistêmica e a contínua falta de responsabilização por má conduta da polícia.

As estatísticas se mantêm alarmantes. Dados do Mapping Police Violence mostram que, em 2024, a polícia dos EUA matou 1365 pessoas, maior número já registrado. Além disso, negros americanos continuam a ser mortos pela polícia quase três vezes mais do que americanos brancos. Apesar de décadas de esforços para reformas, a frequência da força letal não diminuiu e as disparidades estruturais na aplicação da lei entre as jurisdições persistem.

Os eventos de 22 de outubro incluem vigílias, passeatas, palestras e ações de coleta de dados que documentam a violência do Estado e defendem as famílias afetadas. O dia também reforça a importância do trabalho jurídico e comunitário de base sustentado e de abordagens equitativas para a segurança pública que vão além de respostas militarizadas.

O Centro de Defesa das Liberdades Civis reconhece o dia como um momento essencial para examinar os padrões de repressão e apoiar as demandas nacionais americanas por transparência, responsabilidade e libertação; além de lutar contra a repressão do Estado em todas as formas. O nosso cliente preso, Malik Muhammad, exemplifica por que esse trabalho é tão crítico.

Para quem está começando a conhecer o CLDC, Malik foi submetido a uma transferência retaliatória da Prisão Estadual de Oregon em Salem, para a Instituição Correcional de Snake River em Ontário, Oregon (extremo leste de Oregon; mais perto de Idaho do que Portland ou Eugene). Antes da transferência, Malik foi submetido a torturas cruéis e incomuns na prisão; alojado em confinamento solitário por mais de 250 dias, às vezes forçado a dormir no chão sem suprimentos de higiene ou qualquer pertence, nem mesmo livros. Esse abuso e negligência por parte do O.D.O.C. foi feito apesar de Malik ser veterano de guerra com síndrome de estresse pós-traumático.

Malik lutou contra a repressão do Estado, dentro ou fora da prisão, e foi forçado a se envolver com o sistema por meio de greves de fome; não só para protestar a própria punição cruel e incomum, mas também melhorar a vida e as condições dos companheiros de prisão. Malik continua a lutar, sem máscaras, pelos direitos e dignidade das pessoas. Infelizmente, esse movimento do Departamento de Correções somente piorou a situação, e foi arrancado da família e do sistema de apoio e enviado para as fronteiras entre Oregon e Idaho.

Para ler mais sobre Malik, veja a página de blog (malikspeaks.noblogs.org). Se tiver interesse em escrever, certifique-se de ler estas instruções sobre como se comunicar com um prisioneiro em Snake River primeiro (penmateapp.com).

Malik Muhammad #23935744

Snake River Correctional Institution

777 Stanton Blvd

Ontario, OR 97914-8335

EUA

“Meu nome é Malik Farrad Muhammad. Eu sou muçulmano, pansexual, preto e palestino, tenho 26 anos (sim, muito confuso). Sou anarquista antifascista, abolicionista antirracista (sim, policiais e prisões) pelo meu amor à liberdade! Meu primeiro protesto foi no ensino médio: uma greve apresentada após o assassinato de Treyvon Martin. A partir daí, nunca mais me tornei ativo até ‘Bernie or Bust’ e, é claro, a revolta de George Floyd. Viajei pelo país, organizei, lutei e acabei sendo sequestrado, resgatado e, agora, mantido prisioneiro aqui no OSP.

Tenho um filho lindo e uma família amorosa em casa no Centro-Oeste. Também sou veterano de guerra, no exército era tripulante de tanque; e não, eu não tenho orgulho de ter feito parte da máquina assassina, portanto, não me agradeça pelo meu serviço [N.T.: os americanos, em geral, agradecem ao serviço de qualquer pessoa que afirme ter servido]. Eu amo música mais do que qualquer coisa, sou guitarrista e aspirante a pianista, de todos os gêneros.

Não há muito mais a dizer, exceto que sou amante da liberdade, da equidade e da igualdade, e que lutarei por elas até o último suspiro. Ao contrário daqueles que podem se arrepender de algo que fizeram para serem condenados ou daqueles que moderaram as ações por medo das consequências, eu não me arrependo de nada, mesmo de não ter feito mais antes de ser pego. Vou viver para o povo e vou morrer pelo povo porque amo o povo, nós, que amamos a liberdade, não podemos descansar até que ela chegue.”

Fonte: https://cldc.org/national-day-against-police-brutality/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

No telhado ao lado,
Sinfonia de pardais —
Ah… chuva vernal!

Teruko Oda

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