
Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) | 10/11/2025
Hoje, 10 de Novembro de 2025, em Belém do Pará foi sediado o primeiro dia da 30ª edição da Conferência das Partes (COP30), encontro sobre mudanças climáticas promovido pela ONU, que até então conta com a participação de 148 países.
Será a quarta vez que esse evento chega a América do Sul, primeira vez no Brasil. Alardeado com grande pompa pelo governo Lula(PT)/Alckmin(PSB) e Helder Barbalho (MDB), a “conquista” de trazer a COP para região amazônica (para o Brasil) tem sido vendida pela garantia de muitos legados que deixará.
GOVERNANDO PARA A MINERAÇÃO
O governo federal/estadual sustenta uma imagem de enfrentamento a crise ambiental, entretanto no primeiro meandro de rio, os fatos desflorestam essa imagem, vejamos alguns legados.
Em 2021, Helder Barbalho assinou um “protocolo de intenções” com seis mineradoras, incluindo a canadense Belo Sun, que comprou terras da reforma agrária de forma irregular no município de Senador José Porfírio, no estado do Pará, para o controverso “Projeto Volta Grande”, que pode se tornar a maior mina de exploração de ouro a céu aberto do país.
MARCO TEMPORAL E O GARIMPO
As políticas neoliberais adotadas por governos estaduais, federal e o congresso só tem agravado a questão ambiental.
O marco temporal das terras dos povos originários é exemplo explicito disso, que culmina agora no projeto que regulamenta a pesquisa e o garimpo nessas terras (PL 1.331/2022), plano associado a uma mão de obra abundante, pois o desemprego e a baixa renda que afetam os municípios, incentivam os jovens a buscar sustento nos garimpos e nas madeireiras na região.
A privatização dos serviços de água e esgoto em todo o Brasil via o marco do saneamento, especialmente na região amazônica que vem experimentando em várias cidades, resulta em grandes concessões foram ou estão sendo realizadas para empresas privadas, principalmente a Aegea Saneamento.
A privatização dos rios da Amazônia (Madeira, Tocantins e Tapajós) no Programa Nacional de Desestatização (PND) para a concessão do uso para a construção de hidrovias ameaça a vida e os territórios dos povos originários, quilombolas e tradicionais que dependem dos rios para sua subsistência.
QUEIMADAS E SECA
Exemplo mais perto de começar é a detonação do Pedral do Lourenço para a implantação da hidrovia Tocantins-Araguaia que prevê pelo menos dois anos e meio de explosões, acabando com habitar de várias espécies de peixes, consequência letal para várias comunidades.
Durante 2023, cidades do Norte e algumas do Centro-Oeste sofreram com a fumaça decorrente de queimadas na Amazônia. Manaus registrou a segunda pior qualidade do ar do mundo, além de enfrentar uma severa seca que afetou diversos municípios de toda a região amazônica.
FOME, SEDE E AR INSALUBRE
Tal seca causou insegurança alimentar e problemas de saúde devido ao consumo de água não potável por comunidades ribeirinhas, quilombolas e povos originários da região. Esse cenário se repetiu com maior força em 2024.
Orquestrado pelo AGRO-BUSINESS-POP, principalmente em municípios do chamado arco do desmatamento, a região registrou números recordes de focos de queimadas, a fumaça gerada chegou até cidades do centro sul e sul do país, intensificando o processo de poluição do ar, causando várias doenças respiratórias na população.
AMAZÔNIA EXPLORADA PELA ELITE
Agora mais recentemente a liberação para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas custará a existência de ecossistemas únicos e essenciais para o planeta, como os manguezais e recifes que ali estão.
O risco de vazamento de óleo é muito alto, os impactos na segurança alimentar e econômica de comunidades pesqueiras e tradicionais só reafirmará a posição da Amazônia como uma região de exploração de comanditeis pelas elites nacionais subservientes ao capitalismo fóssil, aprofundará o cenário de fome e miséria da região, agravando a crise ambiental global.
ANTICAPITALISMO, ANTES QUE OS RICOS QUEIMEM O MUNDO!
Não nos deixemos enganar pelo conto do capitalismo verde amplamente defendido pelos líderes dos Estados-nação, sabemos bem que catástrofe climática é um fenômeno político e econômico, pois é graças ao sistema capitalista internacional, aliado aos interesses econômicos dos Estados nacionais e suas elites locais, que o extrativismo predatório e o agronegócio fincam suas garras nos territórios para sugar até o último tostão que possam arrancar da terra.
Por isso gritamos QUE OS RICOS PAGUEM PELA CRISE CLIMÁTICA, já que são suas as empresas que invadem e exploram a terra, devastam florestas e poluem as águas.
Que os ricos paguem pela destruição impulsionada para manter seu parasitismo, seus caprichos, a concentração de poder, bens e capital em suas mãos. Que possamos arrancá-los de seu conforto diante do fim de mundo que nos impuseram!
cabanarquista.com.br
agência de notícias anarquistas-ana
de manhã: mia, mia, mia
só depois de comer,
mia um bom dia
Alonso Alvarez
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?