Espanha] 20N Huesca: Memória Viva, Antifascismo Ativo

ENCONTRO ANTIFASCISTA 20N, 19h, PLAZA ZARAGOZA (Huesca)

Diversas organizações antifascistas e antirracistas de Huesca convocam um ato público por ocasião do Dia da Memória Antifascista e do Dia da Memória Trans, que acontecerá na quinta-feira, 20 de novembro, das 19 às 20 horas, na Plaza Zaragoza. O objetivo desta convocatória é criar um espaço de memória, denúncia e reflexão que visibilize as violências que ainda hoje afetam diversas comunidades, assim como reivindicar a vigência da luta antifascista e a defesa dos direitos das pessoas trans. O ato começará com a leitura de um manifesto conjunto elaborado pelas organizações convocantes e continuará com a leitura de testemunhos pessoais ou próximos que mostrarão como diferentes expressões de violência fascista seguem presentes na vida cotidiana.

As organizações convocantes são Secretariado Gitano, Kayleen Jóvenes Senegaleses, Asociación de Mujeres Africanas, Huesca con Palestina, Asociación 28J, Asociación Boira Preta e os sindicatos anarcossindicalistas CNT e CGT. Ditos coletivos denunciam a violência institucional que surge quando o Estado e o sistema capitalista sustentam uma visão hierárquica da sociedade que estabelece que vidas valem mais e quais podem ser descartadas. Esta desigualdade, que recai sobre pessoas pobres, migrantes, mulheres, pessoas trans, ciganas, dissidentes e trabalhadores, não é uma falha do sistema, mas uma ferramenta de ordem que o fascismo herdou e sistematizou. O texto assinala que estas violências seguem presentes hoje em feminicídios, mortes em fronteiras ou CIE, criminalização da comunidade cigana, negação de assistência de saúde a pessoas sem permissão de residência, agressões LGTBIfóbicas e na tendência a apresentar estas situações como problemas individuais ao invés de reconhecer sua dimensão política e estrutural. 

Esta violência institucional distribui privilégios e castigos, definindo quem pode viver com dignidade. Por isso, defende um antifascismo interseccional, combativo e baseado no apoio mútuo, em aliança com o feminismo, o antirracismo, a defesa das pessoas trans, o anticapacitismo, a solidariedade de classe e a justiça para com as pessoas migrantes.

As organizações alertam também sobre o preocupante auge da ultradireita tanto a nível estatal como internacional. Assinalam que este crescimento não só põe em risco direitos conquistados, mas que normaliza discursos de ódio e exclusão que tratam de fraturar a sociedade. Para lutar contra o fascismo deve-se criar comunidade, organizar-se, solidarizar-se e rechaçar a intolerância. É urgente seguir combatendo em cada âmbito da vida cotidiana, nas ruas, nos centros de estudo, nos espaços laborais e nos bairros, porque a defesa da dignidade e dos direitos humanos não pode retroceder.

As organizações convocantes chamam à participação cidadã para converter este ato em um espaço de memória, reivindicação e compromisso coletivo. O encontro é na quinta-feira, 20 de novembro, às 19 horas, na Plaza Zaragoza, sob o lema compartilhado de Memória Viva, Antifascismo Ativo.

Fonte: https://aragon-rioja.cnt.es/20n-huesca-memoria-viva-antifascismo-activo/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

flor amarela,
no vaso, vê o mundo
pela janela

Carlos Seabra

Leave a Reply