
Há poucos dias, a cúpula da ONU sobre as mudanças climáticas e as soluções para enfrentar os problemas gerados pela aceleração dessas mudanças foi encerrada com um “acordo mínimo” muito aquém das expectativas dos observadores mais pessimistas.
De fato, enquanto anarquistas e libertáries, não podíamos, até antes de ela começar, esperar muito de um encontro que ao longo dos anos não soube frear minimamente a ganância capitalista e só trouxe como única “solução” concreta ao desregulamento climático a mercantilização de um suposto direito a poluir: o tal de mercado de carbono.
Portanto, havíamos cuidadosamente preparado nosso Centro de Cultura para acolher as mais variadas formas de protesto vindo da Amazônia brasileira (começando por Belém e sua metrópole), da América do Sul e do resto do mundo. Todos os dias, durante aquele circo de vai e vem de delegações oficiais gangrenadas por lobistas do petróleo, propomos atividades culturais, debates e rodas de conversa, refeições solidárias, preparação das marchas populares de protesto, etc.
Apesar dessa preparação e desse planejamento, tivemos a felicidade de conhecer momentos imprevistos e pessoas desconhecidas e de conviver com outras até então frequentadas apenas por meio da internet: assim pudemos participar da ocupação por parte dos povos indígenas da Zona Azul da COP, receber visitantes vindo de muito longe e dialogar com eles, Dràgàn Macko (França), Mário Rui Pinto (Portugal) ou Peter Gelderloos (EUA)… e isso não é tudo: foram momentos lindíssimos, cheios de aprendizagens em termos de práticas de resistência, de trocas de pontos de vista sobre as crises geradas pelos de cima e de compartilhamento de soluções para a gente sair dessas desde a nossa posição periférica.
Para finalizar essas jornadas anarquistas anti-COP30, queríamos deixar a vocês a nossa avaliação sobre essa farsa que foi esta COP, trigésima ocasião perdida para salvar a nossa Mãe Terra (Mother Earth como a chamava Emma Goldman) e as populações que nela sobrevivem, presas a mazelas e tormentos evitáveis.
Já o sabíamos, a coragem para sair dessa trilha de destruição só será a nossa e, quando conseguirmos reverter essa situação desesperadora pelas nossas lutas, deixaremos apenas às elites as roupas de vergonha de quem podia e não tentou para se vestir e andar sob as vaias da humanidade e de todas as criaturas do planeta, finalmente livrado da exploração capitalista e das desigualdades e opressões.
>> Para ler a Carta das Jornadas Anarquistas Anti-COP na íntegra, clique aqui: https://cclamazonia.noblogs.org/files/2025/11/Carta-das-Jornadas-Anarquistas-Anti-COP-CCLA.pdf
Boa leitura!
Centro de Cultura Libertária da Amazônia – CCLA
Rua Bruno de Menezes (antiga Gen. Gurjão), 301. Campina. Belém, Pará, Brasil.
Site: https://cclamazonia.noblogs.org/
Instagram: @cclabelem
agência de notícias anarquistas-ana
Se equilibra
nas variações do vento
o bem-te-vi
Harley Meirelles
Obrigada por compartilhar! Tmj!
opa, vacilo, vamos corrigir... :^)
compas, ollas populares se referem a panelas populares, e não a ondas populares, é o termo usado pra quando se…
Nossas armas, são letras! Gratidão liberto!
boa reflexão do que sempre fizemos no passado e devemos, urgentemente, voltar a fazer!