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[Portugal] Porto: Saiu o Nº 1 da revista libertária “Erva Rebelde”

By A.N.A. on 6 de Junho de 2017

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A seguir, reproduzimos o conteúdo e o editorial da revista “Erva Daninha” Nº 1, que já está inteiramente disponível para leitura online e download.

Índice

3. Editorial – GERA

4. Algumas notas sobre uma geração de esquerdistas arrependidos “Incendiário aos 20, bombeiro aos 40” – M. Ricardo de Sousa

8. O país a caminho do “progresso” – Luís Chambel

13. Lutar contra o aniquilamento do papel das mulheres na história: as mulheres curdas contra o Estado, o Patriarcado e o Capitalismo – Ceren Akyos

16. Brasil eleições 2016: crise representativa e avanço liberal conservador ou algozes e vítimas do próprio mecanismo que criaram – Heitor dos Rios

19. Liquidação do socialismo libertário em Cuba: fim de uma utopia? – Carlos M. Estefanía

26. A Criança e os seus Inimigos – Emma Goldman

30. L’Homme Nu – Excertos de “Google m’a tué”, in “L’Homme Nu. La dictature invisible du numérique” – Marc Dugain e Christophe Lablé – Desenho: Ana Kennerly

32. Educação Anarquista hoje: perspectivas e possibilidades – Paulo L.A. Marques

38. O Banquete – Jorge Delmar

39. Sobre “Anarquismo e mudança social” de Gaetano Manfredonia – René Berthier

44. O CCL não é nem o anarquismo atual será o baldio da esquerda política: recordando José Correia Pires – Carlos Gordilho

46. Greve Selvagem – Luís Chambel

47. Resumos de leitura – “La Revolución Ignorada. Liberación de la mujer, democracia direta, y pluralismo radical en Oriente Medio” – “Para Destruir a Escolarização”, de Jan D. Mathews – “La Sociedad Implosiva”, de Corsino Vela

51. Moinho (fotografia) – Ursula Zangger

Editorial

“(…) não se pode matar a liberdade de pensar. É certo que pode ser silenciada, mas ela oferece seguramente a sua oposição perpétua e indomável aos ditames da autoridade tal como uma erva cresce sem ruído.” (Voltairine de Cleyre)

“… para que o dinheiro entre, ele tem que sair.” (uma mulher na mercearia)

“… passo a vida a mijar e dói-me a piça.” (sentados no chão ao sol durante uma pausa, um operário para o outro)

Um dia, o mundo adormece com a morte de Fidel, no outro, acorda com a eleição de Trump e de uma ponta à outra das notícias e dos artigos de opinião, que percorrem o planeta, estamos sempre em conflito ideológico, ou resolutamente perplexas, com o mundo que nos rodeia. Este conflito cresce-nos nas entranhas e ramifica-se quer pela percepção que temos da importância dada a certos assuntos e o silenciamento de outros, quer pelas palavras assépticas que nos querem inculcar, mas também pela profusão intencionalmente caótica e dispersa. Se há coisas que nem apetece referir, porque soam a heresia política, como falar do mundo em que vivemos e que queremos construir sem referir o massacre da linguagem e do humano?

Enquanto continuamos a nos organizar a um ritmo que será sempre demasiado lento, mas necessariamente lento, um desconforto, uma amargura e um desassossego se instalam. Entre companheiros que partem, como Júlio Carrapato, e outras que chegam, criam espaços – como a livraria anti-autoritária em Lisboa, ou a livraria Amarcord em Berlin – abrem portas e organizam momentos de partilha e discussão, nesta finisterra, os espaços do pensar anarquista permanecem à imagem do contexto social, político e econômico que vivemos com as características próprias das nossas circunstancias geográficas, hist&o acute;ricas e do nosso ser. O ritmo de eleições e os seus dispositivos, que confirmam as suas contradições e declarações perigosas e bélicas, como o recente ruído nuclear de diri gentes no twitter – que, en passant, já fora assunto de discussão estival no seio da NATO – encaminham-nos para um espaço cada vez mais pequeno, onde muros, ora legais ora de betão armado e arame farpado, são erigidos pelas chamadas democracias. Em nome da segurança e liberdade submetem-nos à pequenez e mesquinhez dos governos e à prepotência violenta do braço armado dos estados, as forças policiais e militares, que matam, violam e encarceram de Ferguson à Palestina, de Paris ao México.

A queda do muro de Berlim em 1989 deu lugar a uma economia militar lucrativa e a técnicas aperfeiçoadas de controlo e separação, porque afinal as vedações não foram derrubadas, apenas se deslocaram para as fronteiras do mundo ocidental, um espaço economicamente protegido e favorecido, um espaço definitivamente branco e judaico-cristão. Os países da Europa, um a um, consolidam dispositivos de repressão que nos apresentam como benéficos para a nossa liberdade e cimentam políticas econômicas definidas a longo prazo nos corredores calcorreados pelas elites dos estados. S&a tilde;o políticas acima de qualquer partidarismo político, daí a profusão de candidatos sem partido aos mais elevados postos dos estados (como Macron em França) confirmando a natureza ilusória das democracias representativas, e que desfrutam de uma panóplia de máscaras democráticas imiscuídas nas engrenagens dos estados. Isto confirma-nos que sem perder de vista a nossa posição contra os estados e seus mecanismos, há uma luta premente que passa por todo o tipo de educação contra-capitalista e boicote ao capitalismo, quer pela destruição, quer pela organização de circuitos desviantes do consumismo (troca, respigagem, hortas comunitárias, apropriação, ocupação, roubo organizado para redistribuição). Entretanto, como se a confusão não fosse suficiente, a ação humanit&aacu te;ria é separada do ativismo político e criminalizada pelos tribunais em França. Respiramos um ar povoado de drones que vigiam e matam, alimentando um desejo de controlo totalitário capitalista, mas curios amente, democratizado, porque cada qual pode comprar o seu drone pessoal, o seu pequeno circuito de vigilância. A malta segue assistindo e participando na gamificação da vida, as nossas vidas.

GERA – Grupo Erva Rebelde

> Para ler-baixar a revista, clique aqui:

https://archive.org/details/ErvaRebeldeNumeroUM

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Boneca se aquece
com o meu chapéu de lã.
Eu visto saudades.

Teruko Oda

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