A peça de teatro “Les Solidàries”, que está rodando a Espanha, tem mais uma apresentação marcada para o dia 26 de novembro de 2017, às 19 horas, na Casa de Cultura de Sant Joan Calle del Mar s/n, San Juan de Alicante. A obra “Les Solidàries” se constrói a partir de discursos, poemas e testemunhos de Sara Berenguer, Yolanda Besteiro, María Cambrils, Clara Campoamor, Soledad Estorach, Julia Hermosilla, Victoria Kent, Concha Liaño, Pura López, Mingorance, Frederica Montseny, Pura Pére Benavent, Conxa Pérez Collado, Lucía Sánchez Saornil, Vicotira Santa Cruz e Gràcia Ventura.
Por Rocío García
Sem medos de criar polêmica, chegando ao extremo da provocação, pondo o espectador cara a cara com temas dos quais não se falam por um esquecimento, em ocasiões, intencionado. Com o teatro como ferramenta artística, a dramaturga e bailarina Carla Chillida (Valência, 1985) não duvida em mexer nas feridas, romper os silêncios, com o claro objetivo de despertar mentes e provocar debate. Com uma curta mas intensa trajetória de teatro político e combativo, a diretora e atriz estreou no festival de artes cênicas “Tercera Setmana”, de Valência, “Les Solidàries” (As Solidárias), a última produção de sua companhia, na qual põe o foco na luta das mulheres libertárias durante a Segunda República espanhola e a Guerra Civil. Acompanhada no cenário por Margarida Mateos, Paula Romero e Yarima Osuna, todas elas procedentes da dança ou de um teatro muito físico, Carla Chillida dirige um poderoso e contundente espetáculo de duas horas, no qual não há um momento de descanso, com música ao vivo, movimentos coreográficos e uma estudada encenação com o grafismo artesanal muito presente. Utilizando testemunhos, discursos e poemas de mulheres que fizeram do movimento libertário um grito de luta, “Les Solidàries”, escrito por Patricia Pardo, entra de cheio no mundo feminino.
Este é a sexta montagem da companhia “A Tiro Hecho”, criada em 2011 em Valência pela própria Carla Chillida junto ao grafista Elías Taño. Estrearam aquele ano com “No te salves”. Homenagem a Mario Benedetti, um espetáculo “combativo mas amável”, e desde então seu discurso se foi radicalizando de maneira deliberada. “Se nos fecham muitas portas, mas nos abrem outras interessantes como praças públicas, centros sociais ou agrupações. Tudo é mais precário, mas nos move a gratificação de fazer o teatro no qual acreditamos”, assegura Chillida, que a temporada passada apresentou com muito êxito de público seu anterior trabalho, “La sección”, no “Teatro del Barrio de Madrid”.
“As novas mulheres livres não terão que começar de novo”. “Les Solidàries” é uma bela recordação a todas aquelas mulheres que lutaram durante a República e a Guerra Civil para conquistar direitos no marco pessoal, social e profissional. Temas como a maternidade, o amor romântico, a violência de gênero ou as violações vão aparecendo ao longo desta função. A primeira parte está centrada no relato mais pessoal das quatro atrizes protagonistas, -“partimos de nós mesmas e de nosso relato como mulheres. Temos refletido sobre o que acontece conosco no papel que nos atribuíram, da raiva e as dificuldades de ser no dia de hoje uma mulher e de que te reconheçam em teu trabalho, de como a violência de gênero está cada dia mais presente”, explica Carla Chillida-, para pôr o foco, na segunda parte, nas mulheres do movimento libertário, naquelas que “nunca deveríamos esquecer pelo que lutaram pelas gerações posteriores”. “O que conseguiram em muito poucos anos foi enorme. Graças a elas se aprovou a lei do aborto e muitas coisas mais”, acrescenta a diretora, enormemente agradecida.
Em um grande exercício de memória histórica e após uma exaustiva pesquisa sobre a realidade destas mulheres livres, “Les Solidàries” tira a cena, em uns cavaletes com fotos e nome, a muitas daquelas revolucionárias, Sara Berenguer, Yolanda Besteiro, Maria Cambrils e outras, cujo lema ‘A revolução será feminista ou não será’, umas serigrafias que se realizam manualmente ao final da função.
Tradução > Sol de Abril
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Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
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