Cada dia dizemos NÃO à violência contra a mulher. Cada dia em todo o mundo maltratam, abusam, violam, matam e assediam as mulheres. A violência exercida contra as mulheres é algo que não podemos negar, tanto a nível institucional como social com o sistema patriarcal e o capitalista imposto.
E por isso para conseguir uma verdadeira liberação da mulher lutamos pela abolição do patriarcado, do Estado, do capitalismo e do racismo. E contra as máfias, que utilizam as mulheres para seus negócios, onde 94% de vítimas da exploração sexual são mulheres e meninas.
Devemos lutar contra o patriarcado, não queremos nem uma morta mais. Um sistema patriarcal onde 137 mulheres são assassinadas a cada dia no mundo em mãos de um homem próximo, e 1 de cada 3 mulheres sofreram violência sexual. Não vamos parar de lutar por todas elas e para que não tenha nenhuma mais.
Para poder lutar temos que fazê-lo desde a ação direta, com ações políticas, boicote, greves e autodefesa. Mas também desde a educação, posto que é o meio que permite o reconhecimento social da mulher. Educar desde a igualdade, sem sexismo, autoritarismo, nem racismo. Onde exista o respeito e a liberdade de sentir-se livre para ser como queira e como decida ser. Lutando contra uns papéis de gênero impostos pelos nossos sexos, assim que temos que basear no respeito de que cada pessoa se sinta livre de escolher seu gênero, e um mundo sem gênero.
Cada luta contra a repressão do patriarcado e por ser respeitada. Uma luta anticapitalista e disposta a construir desde a autogestão, e assim trabalhar na satisfação de nossas necessidades e da necessária transformação radical da sociedade com o fim de conseguir uma sociedade horizontal e verdadeiramente livre. Seguindo o exemplo da Revolução das mulheres no Curdistão, Mujeres Libres ou as Mujeres Zapatistas. No território zapatista não morreu nem uma mulher em muitos anos.
Buscamos a liberdade que as nossas avós e mães lutaram, não queremos um bom chefe e um bom salário, queremos que nenhuma mulher no mundo tenha medo de ser mulher. E também queremos uma luta interseccional, não queremos uma luta que oprima. Não queremos uma luta que não dê voz às mulheres racializadas, que neste sistema patriarcal e racista são as mais discriminadas. Queremos uma luta que dê mais voz às que são discriminadas além de por ser mulher, por sua procedência ou cor de pele.
Não queremos uma luta que invisibilize, queremos uma luta de cooperação. Uma luta feminista que visibilize a todas as mulheres nos espaços públicos, e que não nos oprima em nenhum encontro de lutas. Assim como as ruas são nossas, defenderemos nossa liberdade nelas e não duvidaremos em utilizar a autodefesa. Queremos caminhar tranquilas pelas ruas.
Não nos vestimos para ninguém, nos vestimos com o que gostamos e crer que tens o direito de fazer um comentário a sua mulher por sua vestimenta ou simplesmente porque te apetece a uma mulher é assédio, não liberdade de expressão. Nossa liberdade acaba quando começa sua falsa “liberdade de expressão” (de macho), que é violência. Assim como não queremos que nos associe com os cuidados da família e da casa. Não é nossa responsabilidade limpar (a merda é de todos), nem o cuidado dos filhos, são dos dois. Acabemos com esta imposição de papéis de gênero que associa a mulher aos cuidados, e que se decide não tê-los, é uma má mulher ou má mãe. E que se quer fazê-lo, sinta essa liberdade, mas não uma imposição.
E recordamos que nós mulheres não necessitamos nenhum macho nem que fale por nós, nem nos defenda. Nós mulheres podemos nos defender sós desde o apoio mútuo. Queremos gente a nosso lado que nos apoie, não que se creiam nossos salvadores. Queremos que deixem de nos matar, de violar, de assediar, de explorar-nos, de nos impor.
Desde Spirou Trikoupi 17 lutaremos sempre para acabar com a violência contra a mulher. Por um mundo livre do patriarcalismo, capitalismo, autoritarismo, colonialismo e racismo!
Mulheres em luta!
Spirou Trikoupi 17
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Lá na cerca
coruja imóvel e atenta
só mexe os olhos.
Maria Fernanda dos Santos
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!