Por Marcolino Jeremias | 11/04/2022
Em outubro de 1910, uma grandiosa e imponente passeata, organizada pelo Comitê Pró-Escola Moderna de São Paulo, reuniu cerca de 8 mil pessoas. Por volta das 18:30 horas, começaram a chegar no Largo de São Francisco, diversos grupos com seus respectivos estandartes, entre eles o Grupo Libertário de Jovens Polacos, a Sociedade Fluvial e Transportadora de Tijolos e o Centro Feminino de Educação Moderna com uma coluna de quase 2 mil pessoas, entre elas, muitas professoras e alunas de escolas racionalistas e operárias.
Na frente do préstito, carros conduziam uma bandeira de A Lanterna, e um painel do mesmo periódico, iluminado internamente, que retratava um jesuíta em forma de morcego que abria suas asas ao redor do mundo. Um grupo de senhoras levavam um artístico ramalhete de flores, entre elas as meninas Amélia Moreira e Angelina Paciullo. Seguia-se uma bandeira de cor negra com os dizeres “Glória ao Nosso Mártir”. Muitas pessoas carregavam lanternas venezianas e gritavam vivas à Escola Moderna e morte aos frades.
Uma banda tocava canções como o Hino do Trabalho, A Internacional, e outras. Usaram a palavra: Benjamim Mota, Oreste Ristori, Flor Cyrillo, Passos Cunha, Homem Christo Filho, Leão Aymoré, Bolivar Barbosa e outros. A segurança policial foi reforçada diante das igrejas e dos conventos locais, entretanto, a passeata terminou por volta das 22 horas, na frente da sede da Associação do Livre Pensamento, na rua José Bonifácio, número 17, sem maiores distúrbios.
Curiosidade aleatória
Guy-Manuel de Homem-Christo, bisneto do intelectual e escritor português Homem Christo Filho — que discursou nessa manifestação em memória à Francisco Ferrer (e depois, pelas incoerências da vida, tornou-se amigo pessoal de Mussolini e apoiador de suas ideias) — fez parte da dupla francesa de música eletrônica Daft Punk, que o tio cringe aqui até hoje não escutou, mas, que por pura curiosidade de pesquisador vai procurar conhecer.
agência de notícias anarquistas-ana
Lua cheia.
Me dá, me dá!
Chora a criança.
Issa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!