GUERRA À GUERRA. FODA-SE A OTAN
CÚPULA DA OTAN EM MADRID EM 29 E 30 DE JUNHO
Nos próximos 29 e 30 de junho acontecerá em Madrid uma nova cúpula da OTAN. Esta organização militar foi criada depois da II Guerra Mundial como arma de defesa dos interesses do vencedor da mesma: o capitalismo. Durante estes dois dias se reunirão em Madrid para planejar, projetar, desenvolver novos cenários de guerra, novas colonizações, novos centros nevrálgicos, novas “armas inteligentes”, enfim, preparar-se para todas as dificuldades e cenários adversos que possa encontrar o projeto tecno capitalista e ao mesmo tempo desenvolver novos projetos bélicos com o fim de apropriar-se de novos territórios e os cada vez mais escassos, os mal chamados, “recursos naturais”. A cidade se encherá de altos chefes militares, espiões, soldados, os donos das empresas armamentistas, mercadores da morte buscando novos objetivos, buscando impor a forma de vida tecno capitalista a todo ser vivo sobre o planeta.
Vivemos em um mundo no qual o dia a dia de milhões de pessoas é a catástrofe, a miséria, a fome e o terror, no qual as catástrofes (econômicas, ecológicas, sanitárias) provocadas pela forma de vida imposta pelo capitalismo, pela industrialização e tecnificação de todos os aspectos da vida, tornando-se cada dia mais cotidianas. Por isso, se aceleram as necessidades do sistema de controle social e engenharização da vida, uma aceleração traduzida em uma militarização das ruas e espaços urbanos, como temos visto durante a chamada ‘emergência sanitária’ na qual as nada pacíficas unidades da UME (Unidade Militar de Emergências) saíam para “limpar” as ruas. Na realidade, sua presença criava no imaginário social a ideia de uma guerra, a ideia de terror, ao mesmo tempo de controle social e um sinal de força por parte daqueles que gestionam nossa vida. A sucessão de catástrofes em um mundo que se dirige para o abismo suporá a gestão delas por forças militares como a OTAN. Uma militarização, uma força de choque que está a anos desenvolvendo projetos de guerra urbana contra os refratários ao capitalismo. A OTAN não só defende os projetos geoestratégicos do capitalismo e impõe sua forma de vida em todo o planeta, mas será a principal força de choque contra as revoltas que se sucedam. Um destes conflitos geoestratégicos é o que está ocorrendo agora mesmo entre Rússia e a OTAN, com a Ucrânia como cenário. Essa região está sendo desestabilizada em um estado de guerra de baixa intensidade permanente e com elementos da chamada “guerra híbrida” entre as potências imperialistas desde 2014. Neste aumento das hostilidades, como em toda tensão bélica, é subjacente um interesse econômico, como a causa da próxima abertura do gasoduto ‘norstream 2’ que suporá o aumento da dependência energética europeia com relação à Rússia que já está terminando um novo gasoduto que abastecerá também a China de gás. Este suporia uma importante dependência energética tanto da Europa como da China, ambas abastecidas pela Rússia, o que motivou movimentos de exércitos em ambos os lados da fronteira russa. O papel de novo da OTAN, como fez na Síria, é defender os interesses do capitalismo na luta pelos recursos energéticos.
Desde o poder se potencializa a ideia da OTAN como um exército da paz, exército? E paz? São duas palavras que jamais poderão se entendidas juntas, nos venderam os famosos capacetes azuis como agentes da paz na guerra dos Balcãs e a quantidade de crimes, assassinatos, violações cometidas por estes são incontáveis. O mesmo poderíamos dizer de suas intervenções nas guerras no continente africano, as sequelas produzidas neste continente pelos capacetes azuis da OTAN são terrivelmente recordadas por seus habitantes ou recordar suas atuações criminosas na Líbia ou Síria com pretexto de manter a ordem capitalista e suas necessidades de recursos e/ou territórios que explorar e saquear. Obviamente nenhum exército persegue a paz, persegue a aniquilação do inimigo, sua submissão e colonização. A guerra foi e será um dos paradigmas do capitalismo e as diferentes formas de guerra serão necessárias para manter a ordem capitalista e muitos de seus projetos como a Agenda 2030 e o futuro trans-humanista que prepara o Foro Econômico mundial, a OTAN, a ONU e as elites tecno financeiras. O capitalismo se refunda constantemente com base nas mesmas premissas: novas formas de exploração e novas formas de assegurar a ordem vigente.
As novas formas de guerra
Faz pouco tempo, a OTAN havia dividido as práticas de guerra em cinco domínios operativos diferentes: aéreo, terrestre, marítimo, espacial e cibernético. Mas com seu novo desenvolvimento de estratégias de guerra cognitiva, a aliança militar está preparando um novo domínio operativo, “o domínio humano”. Em seu informe ‘Cognitive warfare’, a OTAN persegue o controle do cérebro humano e converter a cada humano em uma “arma”. Em uma estarrecedora declaração, o informe diz explicitamente que “o objetivo da guerra cognitiva é prejudicar as sociedades e não só as forças armadas”.
Com populações civis inteiras no ponto de mira da OTAN, o informe enfatizou que os exércitos ocidentais devem trabalhar mais perto do mundo acadêmico para transformar as ciências sociais e as ciências humanas em armas e ajudar a aliança a desenvolver suas capacidades de guerra cognitiva. O estudo descreveu este fenômeno como “a militarização das ciências do cérebro”. Mas parece claro que o desenvolvimento da guerra cognitiva da OTAN conduzirá a uma militarização de todos os aspectos da sociedade humana e a psicologia, desde as relações sociais mais íntimas até a mente mesma (1).
O crescente interesse das elites tecno financeiras em criar um totalitarismo “doce”, onde não sejam necessárias as antigas batalhas épicas ou o uso da força para o controle e repressão da sociedade, onde os cidadãos se sintam cada vez mais livres e nunca vejam suas correntes tornam-se cada vez mais necessárias estas formas de guerra cognitiva e de controle do comportamento das formas mais sutis possíveis. São as próprias correntes as que te conduzem para onde eles querem sem que tu sequer percebas sua existência. Correntes que tomam a forma de próteses tecnológicas que modelam teu comportamento, sem a necessidade de lhe apontarem uma arma.
Junto às novas guerras cognitivas que buscam o controle absoluto da população, a OTAN está desenvolvendo numerosos projetos das chamadas armas inteligentes. O que supõe uma extensão do projeto tecno capitalista de robotização da vida desta vez dará lugar à robotização da guerra, desde os soldados-robô com exoesqueletos, sensorizados, armas inteligentes etc. até os veículos de guerra não tripulados: drones, embarcações, tanques etc. manejados por robôe soldados desde cômodos edifícios acondicionados, o que desumaniza ainda mais a guerra e facilita o assassinato e a barbárie que supõe lançar bombas a milhares de quilômetros de distância. Já vimos a devastação humana que supõem os chamados ‘ataques seletivos’ ocasionando milhares de mortes entre a população civil, nesta nova versão da guerra, as decisões são tomadas por máquinas algorítmicas.
A OTAN não é nenhum exército da paz, é a guerra em estado puro, é a polícia dos interesses capitalistas. Imporá a ordem e a forma de vida capitalista ali onde seja necessário ao mesmo tempo em que seu objetivo é eliminar qualquer revolta que ponha em dúvida o sistema tecno capitalista. Por isso como diziam aqueles estadunidenses que se opunham à Guerra do Vietnã: “Vamos trazer a guerra para casa”, ataquemos o capitalismo, e seus exércitos e seus defensores aqui e agora. Estendamos o conflito e mostremos nossa solidariedade com aqueles que sofrem as guerras e colonizações do capitalismo. Por que nem somos, nem seremos mercadorias para suas guerras.
Nossa guerra é a guerra social.
Contra todos os dirigentes, contra todas as opressões.
FODA-SE A OTAN.
guerraalaguerrafuckotan.noblogs.org
[1] //www.innovationhub-act.org/content/cognitive-warfare
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Caneta gira
ao reflexo do sol
gira gira girassol
Lucas Eduardo
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!