“Em 1914 aconteceu outro típico exemplo de montagem incriminadora contra o movimento obreiro com o caso de Joe Hill em Utah”. A greve contra a Utah Construction Company em Bingham Canyon tinha sido, como quase todas as preparadas pelos ‘wobblies’, um êxito para os trabalhadores.
O cantautor Joe Hill, principal encarregado dos trabalhos de agitação e organização da mesma, foi detido em Salt Lake City, acusado de assassinar um lojista do qual nem sequer tinha ouvido falar antes. Foi julgado e condenado. Apelou e perdeu. Começou então um período de intensa atividade propagandística em sua defesa, não muito diferente do que mais tarde acontecerá com o caso de Sacco e Vanzetti. As cartas e telegramas inundavam a residência do governador, embaixadores estrangeiros e inclusive o mesmo presidente Wilson interviram no caso pedindo clemência. As manifestações de protesto se sucediam por todo o mundo, mas nenhum destes esforços serviu para nada. Em 19 de novembro de 1915, Joe Hill enfrentou o pelotão de fuzilamento no pátio da penitenciária de Utah. “Seu corpo foi enviado a Chicago e o funeral foi quase tão concorrido, ainda que talvez não tão impressionante, como o dos anarquistas de Haymarket“.
Fragmento do livro “Dinamita. Historia de la violencia de clases en Estados Unidos“, do famoso jornalista Louis Adamic. La linterna sorda.
Em destaque, fotografia da ficha policial de Joe Hill (1879-1915), compositor e cantor de protesto obreiro. Ativista do sindicato Industrial Workers of de World, conhecido como os “wobblies”. Sua música deu origem à canção de protesto norteamericana da década de 1970. Pete Seeger, Utah Phillips, Phil Ochs, Ani Di Franco, fizeram versão de seus temas: (Therebel girl, The white slave, Workers of the world, awaken…) e cantaram para ele, junto com Ry Cooder, Woody Guthrie, Paul Robeson, Bruce Springsteen ou Joan Baez que lhe dedicou o tema “Joe Hill” em Woodstock,1969.
Solidariedade sempre!
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