[A fala do anarquista Ian Bone, convidado pelo partido “Left Caucus”, foi cancelada após a polícia pedir por milhares de libras em custos de segurança.]
por Jack Prescott
A controvérsia desceu a Rua Broad na última semana, quando o discurso de um preeminente militante anarquista foi cancelado em meio a preocupações de segurança levantadas pela polícia de Thames Valley.
Ian Bone, um blogueiro anarquista proeminente e fundador do movimento de extrema esquerda “Guerra de Classes” (Class War), foi convidado para falar num evento organizado pelo partido Left Caucus no Balliol [instituição de ensino superior que constitui a Universidade de Oxford]. Ele havia planejado discutir a perspectiva de que, “A maior contribuição que poderíamos fazer pela igualdade neste país seria queimar a Universidade de Oxford”.
Entretanto, as preparações para o evento foram interrompidas quando a polícia enviou uma carta para o Left Caucus e para as autoridades da faculdade alertando sobre os riscos de segurança. O discurso foi cancelado como consequência.
Thames Valley Police alegou que haveriam de administrar segurança apropriada para tal evento e que os custos para isso iriam ser de responsabilidade da Universidade ou do Left Caucus. Alegaram também que as despesas chegariam a 4 dígitos ao invés de 3, e poderiam muito bem se estender para 10.000 libras. Balliol estava indisposta a pagar tais custos e o Left Caucus não possuía fundos suficientes.
Restrições já foram feitas pela faculdade acerca da natureza da fala de Ian Bone. Com o objetivo de limitar qualquer problema em potencial, os Decanos de Balliol ordenaram que o evento fosse aberto apenas para membros da Universidade que adquirissem um ingresso previamente e que não poderia ir além das 19h30 ou exceder o horário que fosse concedido.
Subsequentemente, foram levantadas questões sobre a legitimidade dos temores da polícia, e Ian Bone se exaltou ao comentar a questão. Ele disse a Cherwell que as táticas da Thames Valley Police eram “diabólicas pra porra… maliciosas e dissimuladas!”.
Bone enfatizou o fato de que ele estava disposto a adequar-se às restrições que a Balliol impôs sobre o discurso, insinuou que a polícia agiu de modo coercivo e persecutório. Ele decidiu ofertar o mesmo discurso no 1º de Maio, fora de Balliol, e protegido pelo direito à protestar.
Bone disse que a polícia estava exagerando o perigo potencial. Contudo, visto que movimentos controversos da extrema direita – como marchas da EDL (English Defense League – Liga Inglesa de Defesa, movimento de protesto de ruas islamofóbico) – com frequência causam grandes despesas públicas, Bone insistiu que uma discussão de uma hora em um lugar fechado não era nem remotamente comparável.
Claudia Blake, Presidente do Left Caucus em Balliol, concordou com os sentimentos de Bone e expressou dúvidas em relação aos custos de segurança requisitados pela polícia. Ela chamou a cifra de 10.000 libras de “ridiculamente alta” e disse, “eu não sei qual a procedência da cifra – eles foram bastante vagos sobre isso, apesar de reafirmarem que seria este o custo”.
Blake ainda incrementou sua declaração e articulou preocupações sobre as implicações políticas do envolvimento da polícia. Ela comentou, “Eu acho que existe um problema aqui tanto no que diz respeito à liberdade de expressão quanto a liberdade de associação. A polícia parece ter o poder de decidir se um evento “precisa” de policiamento (e eles não quiseram justificar esta decisão para mim), e também, ao que parece, o poder de nomear arbitrariamente um preço alto.
“Juntos, estes dois poderes significam que eles podem efetivamente proibir eventos como este, o que significa que qualquer orador ou palestrante ligeiramente controverso pode ser impedido de manifestar seu ponto de vista”.
Thames Valley Police liberou uma declaração a respeito da razão para suas estimativas. Dizia que, “A Thames Valley Police avalia os perigos de qualquer evento utilizando um procedimento padrão que leva em consideração alguns fatores. Esta é uma prática padrão – a não ser que haja um número acordado de policiamento disponível, nós somos incapazes de realizar uma estimativa precisa do montante de dinheiro necessário”.
O presidente do JCR (Junior Common Room, centro de vivências) de Balliol , Alex Bartram, que estava trabalhando conjuntamente com o Left Caucus para facilitar a realização do discurso, acentuou que as autoridades da faculdade não estão de fora e disse que a Balliol foi bastante complacente durante o processo.
No entanto, Bartram também aludiu à postura impassível da polícia sobre o caso. Ele disse, “Visto que a polícia teve envolvimento, não havia muito que eu pudesse fazer, mas eu tentei: argumentos de todas as formas que era muito improvável que o evento representasse qualquer tipo de risco de segurança, que as comparações trazidas acerca de protestos antigos de Ian Bone não eram precisos, que as comparações trazidas por Tommy Robinson no sindicato também eram desligadas da questão, e que poucas pessoas na realidade se importariam sobre o discurso que não aquelas interessadas em ouvir a voz de Ian Bone em suas opiniões”.
Bartram também notou que ele foi ultimamente desqualificado a desafiar a autoridade da polícia sobre o caso.
Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana
Céu de primavera.
Nas açucenas floridas
dura mais o orvalho.
Anibal Beça
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...