Esta é uma biografia muito estranha, pois o assunto é muito difícil. Como assinala Jacques Rougerie, a dificuldade reside na falta de fontes diretas e na brevidade da vida política de Eugène Varlin (1839-1871) de 1865 a 1871.
Nascido em uma família de camponeses, ele frequentou a escola até os treze anos de idade, depois ingressou na Société civile des ouvriers relieurs em Paris em 1852. Ele pertencia à aristocracia dos trabalhadores da arte parisiense, os trabalhadores alfabetizados. Jacques Rougerie insiste no fato de que a vida de Varlin só pode ser abordada com referência ao período histórico e social. Ele segue, portanto, os caminhos que marcam o início da história do movimento operário. Embora evitando mitologizá-lo, ele o torna um ator no surgimento do movimento cooperativo com a criação do Ménagère, no final de 1865.
Jacques Rougerie coloca Eugène Varlin em uma tradição Fourierista em vez de Proudhoniana, em referência a suas posições igualitárias sobre o trabalho das mulheres. Como não mencionar a ação de Varlin na Primeira Internacional, as questões do direito à greve, o direito à sindicalização, sua participação em reuniões públicas, sua ação dentro da Comuna como membro da Comissão de Finanças, depois a Comissão de Subsistência, e finalmente a Comissão Militar, onde foi nomeado Diretor Geral de Manuseio e Suprimentos Militares.
No final da Comuna, ele era um dos oponentes do Comitê de Segurança Pública. Ele acabou sendo vaiado pela multidão e executado em Montmartre.
Um livro a ser lido e relido que está cheio de informações sobre Eugène Varlin, mas também sobre o movimento dos trabalhadores que ele serviu. Um livro sobre o homem que Jules Vallès descreveu como “a personalidade mais notável da Comuna”.
Dominique Sureau (UCL Angers)
Jacques Rougerie, Eugène Varlin. Aux origines du mouvement ouvrier, éditions du Détour, 2019, 256 páginas, 19,90 euros.
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
folhas escuras
tremem na brisa
à contra-lua
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!