O 18 de outubro de 2019 foi uma data histórica e existencial que perturbou a circulação normal das mercadorias, alterou nossas relações sociais e colocou o Estado e aqueles que governam contra as cordas durante vários meses de maneira contínua. As semanas que se seguiram foram raivosas, criativas, selvagens e de confronto, e entre barricadas, assembleias, cacerolazos [panelaços] e apoio mútuo, a comunidade apareceu em seu estado mais enigmático e original, onde diante da adversidade torna-se necessário fortalecer laços de solidariedade e apoio mútuo para enfrentar esta realidade que não cessa de nos atingir todos os dias, em todas as dimensões de nossas vidas.
Não podemos esquecer esses dias de alegria e terror. Por um lado, pudemos experimentar a organização territorial, de vizinhança, direta e assemblearia como semente e potencia de uma maneira diferente de viver e resolver nossos problemas. Por outro lado, o Estado, através da polícia, dos militares e do PDI (Polícia de Investigações do Chile) empregou toda sua força para reprimir a dignidade da resistência do povo que tomou as ruas em insurreição, assassinando nossos companheiros e companheiras, prendendo nossos irmãos e irmãs, mutilando, torturando e espancando nossos amigos e vizinhos.
Três anos depois desse acontecimento histórico, o maior depois do “retorno à democracia”, recuperamos o elemento sensível da luta e jamais perdoaremos ou esqueceremos a violência vivida e como tudo começou: com evasões maciças de transporte público, com saques de grandes empresas, entregas coletivas, ataques a delegacias de polícia, propriedade privada e bancos em todo o país.
Três anos após a revolta, reivindicamos esta data como parte da história da resistência e acreditamos que é necessário continuar projetando a luta para além de qualquer tentativa de salvaguardar esta ordem social, além de qualquer governo, por fora e contra o Estado. Chamamos a fortalecer e criar organização e comunidades de luta até transformar radicalmente nossa vida cotidiana e destruir este mundo cheio de contradições e misérias.
Vamos toma tudo!
Vamos criar comunidades de luta!
Guerra social contra o Estado, o patriarcado e o capital!
Liberdade para os presos e presas!
18 de outubro de memória combativa.
agência de notícias anarquistas-ana
A ipoméia
Tomou-me o balde do poço –
Busco água no vizinho.
Kaga no Chiyoni
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!