Levamos em nossa história um passado digno de ser aclamado como a maior façanha do povo e do anarquismo no México. Durante o período da oficialmente chamada “Revolução Mexicana”, as intenções democráticas burguesas enfrentaram uma ditadura que estabeleceu um progresso macroeconômico sobre a exploração e a miséria de milhões de pessoas, apenas para adaptar o governo a seus interesses. Entre todas as figuras destacadas pela história convencional deste período, um nome se levantaria, talvez o maior em nossa memória: Ricardo Flores Magón, e junto com ele seu irmão Enrique Flores Magón, Práxedis Gilberto Guerrero, Anselmo Figueroa, Librado Rivera, entre outros lutadores em ideias ou empunhando uma carabina. Da mesma forma, eles formaram o agrupamento que representava o espírito autêntico daquilo que em todas as suas letras pode ser chamado de revolução: o Partido Liberal Mexicano.
Desde sua primeira aparição como manifestantes em 1982, a criação do jornal Regeneración em 1900 e a fundação do Partido Liberal Mexicano em 1906, suas ideias, à frente do contexto nacional, foram um elemento que contrastava com o simples fato do “Sufrágio Efetivo, Sem Reeleição” de Francisco I. Madero. O que hoje conhecemos como “Magonismo” quebrou com todos os esquemas estabelecidos na política mexicana, logo se consolidará como uma força desligada dos interesses burgueses e destinada à emancipação do povo através da abolição do Estado e do capital. Essa razão fez com que se concentrasse em um movimento armado abrangente, que rejeitou meias-medidas, traições e causas incompletas.
As insurreições magonistas no norte e nordeste do país foram as primeiras do mundo cujas fundações anarquistas estavam postas sem dúvida, sempre se opondo, desde o início das atividades de Flores Magón, o Porfiriato, Maderismo, o regime Huerta e Carranza e, consequentemente, todas as formas de governo. Por esta razão, e com todo o acúmulo de ideias libertárias, ele recebeu apoio e reconhecimento de anarquistas americanos e catalães e mais tarde de muitos outros no mundo, observando nele o fato irrefutável de que Ricardo Flores Magón, seus companheiros, milicianos e simpatizantes foram a autêntica revolução, aquela que os livros de história reservam para uma pequena caixa com algumas breves linhas.
As ofertas de Madero para se juntar a suas fileiras e lhe dar um posto de vice-presidência não conseguiram apaziguar Ricardo e o PLM. Nem as prisões nos Estados Unidos o impediram. Enquanto isso, a luta pelo poder, mesmo após a queda de Díaz, sublinhou o aspecto anti-revolucionário de um movimento que não concedia liberdade ao povo e só mudava a carruagem sem mudar o motorista, ou seja, o capitalismo se moldando às suas necessidades. Dentro desta “Revolução Mexicana”, não há outro movimento autenticamente revolucionário com a ideia de destruir o poder e dar igualdade e dignidade a homens e mulheres como era o Magonismo. O fato de que todas as forças hostis à emancipação e ao estabelecimento de um regime favorável aos interesses americanos e capitalistas, como o de Carranza, sublinham uma revolução que, por ser estritamente um movimento de liberdade, foi perseguida e dizimada; é, naturalmente, uma verdadeira revolução. E hoje a passagem do tempo não tirou as ideias de Ricardo Flores Magón, de seus companheiros Pelemistas e de todo combatente que, na linha de frente da luta, nunca hesitou em sacrificar suas vidas pela causa da liberdade para o povo mexicano.
Bloque Negro México
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Chuva de primavera —
Todas as coisas
Parecem mais bonitas.
Chiyo-jo
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!