O encontro da CRIFA (Comitê de Relações da Internacional de Federações Anarquistas) de 4-5 de fevereiro de 2023 em Livorno (Itália) expressa sua solidariedade com a APO e com os camaradas da okupação Mundo Nuevo em Tessalônica (Grécia), que foi despejada em novembro passado. Na Grécia, a escalada do terrorismo de Estado incluiu uma série de processos: a ascensão do fascismo/nazismo, a existência de campos de concentração para imigrantes e seu assassinato nas fronteiras, a desvalorização total da vida dos trabalhadores, o desmantelamento da saúde pública, a aprovação de leis restringindo manifestações e greves, o controle da vida nas universidades, e muito mais. Na vanguarda da ação repressiva do Estado está também o ataque aos espaços okupados e o movimento anarquista. O governo atual continua e aperfeiçoa o trabalho de todos os governos anteriores para atacar todos os espaços okupados. Quando perceberam que a estratégia de um único ataque produziu muito mais resistência do que medo, abandonaram esse plano, mudaram o chefe do Ministério da Repressão e participaram de incursões graduais por todo o país. Parte deste ataque foi o despejo da okupa Mundo Nuevo no início da manhã de segunda-feira, 28 de novembro, alguns dias após o sétimo aniversário de sua criação e também alguns dias antes do aniversário da revolta de 6 de dezembro. O Estado ataca as okupas porque são estruturas de luta que apoiam ativa e dinamicamente a luta de classes e a resistência social, formam consciências, dão espaço a setores jovens e outros grupos sociais para se expressar, socializar e lutar. Eles são um enorme problema político para qualquer governo, uma ferida aberta para a instituição da propriedade na qual o Estado e o mundo capitalista atual se baseiam.
O poder do movimento anarquista e de okupação está no que já foi criado e entrou no vasto rio de liberdade em fúria que chamamos de Anarquia. Camaradas jovens e velhos continuam a luta incessantemente e isso é o que sem dúvida continuaremos a fazer. O que foi semeado por tantos anos na Mundo Nuevo já criou raízes. Todas as manifestações o comprovam: por Pavlos Fissas e Alexis, pela revolta de 17 de novembro e pela libertação das mulheres, pelas greves dos trabalhadores, pela luta dos estudantes. Os líderes do Estado e os apologistas do governo sabem tudo isso muito bem, sabem que são os movimentos anarquistas e radicais, as resistências populares que têm colocado sérios obstáculos no processo de destruição e saque de nossas vidas, pois nenhum partido político, nenhuma oposição, oficial ou não, o fez. Pedimos às Federações que expressem sua solidariedade e tomem iniciativas em torno da data de 1º de abril, quando haverá uma manifestação solidária com a Mundo Nuevo e para a defesa da okupação.
Tradução > Liberto
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