CHAMADA PARA COLOCAR A PLATAFORMA GOFUNDME SOB PRESSÃO
Sábado, 01 de julho de 2023
Jean Messiha é fascista, assessor e propagandista. Ele também apoia assassinos adolescentes. O Médiapart revelou que este ativista pró-Zemmour, que há anos passa quase diariamente nas antenas de Bolloré para espalhar ideias de extrema-direita, recebia 6.000 euros mensais do Ministério das Forças Armadas, enquanto não trabalhava lá desde 2017. Este Jean Messiha lançou uma “angariação de fundos de apoio [vaquinha]” ao policial que matou Nahel.
Sim, você leu certo: um polemista de extrema-direita organiza o apoio financeiro de um policial indiciado por homicídio voluntário, após a execução filmada de Nahel, cujas imagens são avassaladoras e sem apelação. Na sequência desta angariação de fundos, os sindicatos da polícia Aliança e UNSA ameaçaram abertamente o governo após o encarceramento do atirador da polícia. Fascistas, policiais, sindicatos de policiais, mídia bilionária: é o mesmo clã que está unido.
Voltemos àquela angariação de fundos. Graças aos retransmissores policiais e às redes de extrema-direita, explode. Em dois dias, o assassino já arrecadou mais de 153 mil euros de 7800 doadores, com donativos até de 1000 euros! É uma verdadeira mobilização silenciosa para apoiar um criminoso fardado.
Em comparação, a arrecadação de fundos criada para apoiar a mãe de Nahel, para ajudá-la a superar as muitas dificuldades que a aguardam, incluindo funerais, processos legais, etc. arrecadou 55 mil euros. Uma bela soma, uma demonstração de solidariedade, mas três vezes menos do que para o policial!
Essas vaquinhas têm valores simbólicos e políticos. Em 5 de janeiro de 2019, o boxeador Christophe Dettinger retirou com as próprias mãos uma linha de gendarmes [polícia] para proteger uma mulher que havia caído no chão durante uma carga [repressão] em Paris. As imagens, épicas, circularam pelas redes sociais. Dettinger foi rapidamente preso e jogado na prisão. Uma vaquinha destinada a apoiar a família deste “herói” dos Coletes Amarelos tinha despertado um vasto apoio popular: foram arrecadados 130 mil euros em 24 horas na plataforma online de donativos Leetchi. Um tapa na cara do poder que esperava demonizar aquele que teve a ousadia de devolver os golpes após semanas de repressão. Por vingança, o governo fechou a vaquinha, cujas doações nunca foram devolvidas à família. As autoridades chegaram a pedir à plataforma os nomes dos doadores, o Ministério Público abriu uma investigação e convocou dezenas de colaboradores… Ao mesmo tempo, uma vaquinha de “apoio policial” recebeu ampla publicidade da mídia.
Após o espancamento racista do produtor negro Michel Zecler pela polícia parisiense, o sindicato Alliance denunciou no BFM o “tumulto” de que a polícia seria vítima, e criou uma vaquinha de apoio aos espancadores: “no contexto da presunção de inocência, nossos colegas precisam mais do que nunca de nossa ajuda para o aspecto judicial (custas judiciais, advogado)”. Poucas horas depois, a vaquinha já contava com dezenas de doações e milhares de euros.
É disso que se trata: a batalha do jackpot revela uma competição de popularidade.
O dinheiro obtido pelo policial responsável pela morte de Nahel será capaz de lhe oferecer os melhores advogados e até mesmo um acordo confortável. Isso é um bônus para o assassinato racista! O policial já pediu sua soltura, que será ouvida na próxima semana. A Justiça está mostrando uma grande reatividade sobre o destino desse agente.
A vaquinha desprezível para o atirador foi lançada na plataforma americana Gofundme, liderada pelo CEO Rob Solomon. É a principal plataforma de doação do mundo.
Você pode entrar em contato com esta empresa em massa para encerrar esta vaquinha da vergonha em seu site: https://www.gofundme.com/fr-fr
Por e-mail: legal@gofundme.com
E por qualquer meio que você julgar apropriado.
>> Atualizando: até esta terça-feira (04/07), a vaquinha já arrecadou quase 1,6 milhão de euros (cerca de R$ 8,44 milhões).
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agência de notícias anarquistas-ana
trigo dourado
pelas mão do vento
é penteado
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!