Ontem (23/07) assistimos a novas eleições políticas na Espanha e, como sempre, não estava no script mudar a situação da classe trabalhadora. Os resultados dessas eleições nos levam a uma continuação das políticas europeístas estabelecidas pela troika europeia em Bruxelas.
Não nos esqueçamos de que, mais uma vez, grande parte da sociedade convocada para as urnas decidiu se abster e, apesar do aumento da participação, mais de dez milhões de pessoas decidiram não exercer seu direito de voto.
Esses números de abstenção reforçam a posição que a CGT e o anarcossindicalismo vêm expressando há décadas: a necessidade de criar uma sociedade baseada na auto-organização, no apoio mútuo e na solidariedade é mais necessária do que nunca. Seria um erro grave pensar que a ultradireita foi detida porque não conseguirá formar um governo, porque o que é realmente preocupante e o que realmente precisa ser detido é a mensagem de ódio que vem permeando parte da sociedade há algum tempo, que ataca diretamente nossas liberdades e os direitos de grupos como o movimento LGTBI+ ou o movimento de migrantes.
Os resultados das eleições de ontem podem estar fadados à reeleição do atual governo de coalizão, algo que, apesar de ser a única opção real possível contra a extrema direita, não nos oferece nenhuma tranquilidade, pois basta olhar para trás para lembrar as inúmeras ocasiões em que esse governo deu as costas à classe trabalhadora ao tomar certas medidas, ficando mais do lado dos patrões e dos interesses do capitalismo do que daqueles que diz representar.
A Lei Mordaça ainda está em vigor, a Reforma Trabalhista do PP-PSOE ainda não foi revogada, embora seja verdade que a última reforma foi diluída a ponto de os próprios patrões a apoiarem, o que é surpreendente. A Reforma da Previdência leva à privatização das aposentadorias com o reforço e a implementação de planos de previdência privada, a privatização gradual de serviços públicos básicos como educação, saúde, transporte e um longo etc… Sem falar na Lei dos Estrangeiros, que deixa grande parte da população migrante sem direitos, enquanto os mantemos em vilarejos trabalhando em situações muitas vezes de semiescravidão, em condições terríveis.
Diante disso, desde a CGT temos ainda mais clareza sobre a necessidade de construir espaços de auto-organização como modelo de pressão para forçar mudanças legislativas, e em que o papel dos sindicatos classistas e combativos, apoiados pelos movimentos sociais, é fundamental para continuar lutando contra a extrema direita e construir o caminho para uma sociedade mais justa e feminista.
Essas mudanças na sociedade que buscamos não virão sozinhas, e a mobilização que realizarmos nos próximos anos será fundamental para alcançá-las. Os cidadãos não podem e não devem se contentar em votar a cada quatro anos e deixar o futuro de todos nas mãos de poucos; a classe trabalhadora precisa entender que, sem uma forte mobilização social, quem quer que esteja no governo fará políticas de acordo com a vontade e o ditado dos poderes econômicos.
A luta é o único caminho!
Fonte: Secretaria Permanente do Comitê Confederal da CGT
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