Nos dias 14 e 15 de outubro de 2023, a comunidade de remanescentes quilombolas de Nova Vista, município de Mateus, Espírito Santo, se reuniu para fazer um ato afirmativo, pela luta e resistência de seu território ancestral, território este do histórico e lendário aquilombado do Sapê do Norte, onde Mestre Teodorinho Trinca Ferro resistiu desde a chegada das empresas plantadoras de eucaliptos. A história desse importante líder inspirou muitos aquilombados, na época da escravidão, a se refugiar e permanecer fixados neste território
Para essa atividade de mutirão de dois dias, a convite da COMISSÃO QUILOMBOLA SAPÊ DO NORTE, se convidou a via campesina e os movimentos urbanos organizados, para somar a esse momento. Se fez presente a comissão quilombola de articuladores (as), da comunidade de Nova Vista, Córrego do Chiado, Dilô Barbosa, Coxí, Nossa Senhora da Penha, Córrego Santaninha, Angelim 1, São Domingos, Angelim 2, Angelim Disa, Córrego da Angélica, Morro da Onça e as demais representações de outras comunidades quilombolas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Federação Anarquista Capixaba (FACA), Coordenação Estadual Quilombola – Zacimba Gaba, Coordenação de Articulação Nacional das Comunidades Negra Rurais Quilombolas (CONAC), retomando uma parte significativa do seu território, usurpado pela indústria de celulose atual Suzano ddesde a década de 1970, e com apoio do governo militar brasileiro da época.
A comunidade quilombola de Nova Vista hoje vive uma grave falta de recursos hídricos e contaminação do solo pelo uso excessivo de agrotóxicos, causando inúmeras doenças, onde as mulheres quilombolas sofrem ataques por parte da empresa Suzano, com violações de direitos humanos, tais como ameaças, destruição de plantações e destruição de suas casas e moradias. A retomada aconteceu sobre sol e muito forte chuva onde foi plantado feijão, mudas de bananeira, cana, coco…
O povo quilombola de Nova Vista continuará com várias famílias trabalhando a agricultura e recuperando as áreas degradas, destruídas pela poluidora Aracruz Celulose, pertencente ao grupo Fibria S.A, e desde 2018 nas mãos dos capitalistas da Suzano Papel e Celulose S.A. Essa mesma empresa que comete vários crimes de destruição da fauna, flora e dos mananciais hídricos, rios e córregos que hoje são contaminados pelo veneno e pelos plantios de eucaliptos. Ela já vem respondendo diversos processos judiciais e denúncias pelo Ministério Publico Federal, Direitos Humanos e Defensoria Pública, diante das violações e crimes cometidos desde os tempos da ditadura militar.
No âmbito internacional, denunciamos a multinacional poluidora Suzano Papel e Celulose S.A, denúncia esta que vem sendo amplificada através de redes de movimentos que lutam por justiça ambiental.
O povo quilombola do município de São Mateus e em Nova Vista vem defendendo o seu território, desde as lutas de Teodorinho Trica Ferro, há mais de 100 anos, para garantir que as novas gerações tenham direito a vida no seu quilombo com áreas livres de capitalistas poluidores.
Lutas pelo território é lutar pela vida!
Federação Anarquista Capixaba – FACA
agência de notícias anarquistas-ana
a luz do poente
escala a alta montanha;
no cume será a noite.
Alaor Chaves
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!