A luta contra a aberração racista

Dealbar foi um jornal anarquista publicado em São Paulo entre 1965 e 1969.

“Todo o mundo seguiu com singular simpatia a grande campanha contra a segregação racial realizada nos Estados Unidos, onde as demonstrações e marchas , de milhares de manifestantes negros e brancos alcançaram vastas projeções. A decisão do governo de Washington de proteger a marcha sobre Alabama evitou a ação violenta dos elementos racistas. Porém, a seita cavernícola da Ku Klux Klan não deixou de consumar um assassinato e vários atentados. Esta organização tem uma larga história de crimes e tem contestado, com sua conhecida linguagem provocativa, altaneira e ultrapatriótica, ao anúncio de que será combatida com a máxima energia. Porém alguns objetivos e matizes da cruzada encabeçada por Luther King são pela reivindicação de uma integral igualdade de direitos para todos os homens e mulheres, sem distinção de raça, credo ou cor.

Quando se fala da luta contra a aberração racista, vem-nos à memória a situação imperante na África do Sul, onde vigoram monstruosas regras de “apartheid” em um país “civilizado’ governado pelos herdeiros dos bóeres. Nada têm conseguido as reiteradas manifestações de repúdio e os protestos contra semelhante vergonha. A infâmia continua castigando a população negra, que representa uma grande maioria, pela “raça” privilegiada dos brancos. Por outra parte, a morbonazi deixou herança em muitos países.

Não repetiremos o que já foi dito tantas vazes sobre a natureza psicótica dos que são possuídos pela obsessão racista. No nosso tempo dos voos espaciais, a xenofobia, a discriminação e segregação segundo a cor da pele, são anacronismos bárbaros que não podemos, que não devemos tolerar. Em qualquer lugar e com qualquer denominação que se manifestem, constituem um fator de perturbação da convivência, e afetam direitos essenciais do ser humano.

Diante de um fenómeno que envergonha a todos os que pensam e sentem como indivíduos normais, só cabe uma atitude — a repulsa.”

A.L.

Fonte: Biblioteca Emma Goldman

agência de notícias anarquistas-ana

sementes de algodão
agora são de vento
as minhas mãos

Nenpuku Sato