Por Alguns colocolinxs.
Ano de 2014 e no Estádio Nacional – ocupado durante os primeiros anos da ditadura civil-militar chilena como um centro de extermínio – Colo-Colo e Barnechea estavam se enfrentando. Durante o jogo, ocorreram confrontos no setor norte do estádio entre a Garra Blanca (Garra Branca) e a sempre miserável polícia, que espancou os torcedores e simpatizantes que escaparam da briga pulando para o conhecido Local de Memória dos Detidos Desaparecidos. A imprensa inimiga teve um dia de alegria com os eventos, criminalizando e marcando os torcedores e simpatizantes como delinquentes.
Diante do preconceito, da morbidez, da criminalização da imprensa e das opiniões nas mídias sociais que a repercutiram, a torcida organizada Garra Blanca reagiu de forma digna, visitando o Memorial do Estádio Nacional e suas instalações, conhecendo o panorama político-social dos anos 70-80 e as humilhações ali ocorridas, gerando vínculos e abertura para trabalhar em conjunto para continuar fortalecendo e alimentando o barrismo social.
Da mesma forma que em 2014 – e como em tantos outros eventos que poderiam ser descritos – a imprensa está mais uma vez apontando o dedo e a polícia e os poderes constituídos estão cobrando novamente após os atos legítimos de violência desencadeados ontem, domingo, 11 de fevereiro, na partida entre Colo-Colo e Huachipato na “Super Copa”.
Nos dias em que erigem o novo “herói nacional”, o novo “Padre Hurtado”, esquecendo todo o seu legado de violência estatal com mortes, desaparecimentos, mutilações, agressões sexuais desde os protestos de 2011 até a revolta de 2019. Além de todos os escândalos financeiros em que ele se envolveu com seu privilégio flagrante. Piñera, o novo “santo” da sociedade chilena: ELE ESTÁ MORTO! E foi isso que grande parte da torcida disse. No campo, na rua e em todos os lugares, a memória é mantida viva.
Vale a pena mencionar o papel da imprensa, de seus jornalistas e dos poderes constituídos, que sempre difamaram os torcedores – como descrevemos nos eventos de 2014 – desta vez, alguns dos adjetivos usados foram: “delinquentes, burros, analfabetos, a escória da sociedade” (Danilo Díaz, rádio ADN). Durante anos, esses mercenários tiveram liberdade para falar livremente.
Diante da violência policial, da difamação da imprensa, das acusações e ameaças dos detentores do poder: a opção que temos sempre será a defesa e a extensão da violência legítima contra toda autoridade.
POR ESSÊNCIA SOMOS REBELDES!
MEMÓRIA E LUTA PELOS COLOCOLINXS ASSASSINADXS PELAS MÃOS DA POLÍCIA/MILITAR/PRESIDIÁRIA!
Fonte: Buskando La Kalle
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agência de notícias anarquistas-ana
na folha orvalhada,
gota engole gota,
engorda, desliza e cai
Alaor Chaves
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!