Apesar de ser uma revista semestral, infelizmente, a chamada guerra de Gaza continua a ser um assunto atual. Ela é erroneamente chamada de guerra porque em uma guerra são exércitos que se enfrentam, e nesse caso ela se tornou mais uma escalada da violência exercida pelo Estado sionista de Israel contra a população palestina, que começou em 1948 com o impulso dos países colonizadores.
Há vários meses estamos testemunhando a exaltação da barbárie e a demonstração de que o jogo do poder está acima do respeito aos direitos humanos. Não podemos ficar impassíveis enquanto a violência é exercida contra os povos.
A sociedade civil vem organizando manifestações e comícios desde o início desses novos ataques israelenses a Gaza. No entanto, a atitude dos governos permanece inalterada e eles continuam a apoiar o governo israelense, apesar de reconhecerem que os ataques israelenses são uma atrocidade e estão matando pessoas inocentes. Nas últimas semanas, houve acampamentos em universidades de todo o mundo, e também na Espanha, denunciando o genocídio e pedindo o fim da cooperação com o Estado de Israel.
Seja bombardeando cidades, hospitais ou campos de concentração, o governo israelense dá ordens ao exército sem se submeter a nenhuma das exigências do direito internacional para proteger a população civil. Os EUA e outros países vendem armas a Israel, com as quais continuarão a matar palestinos até o extermínio.
Não devemos assistir a essa guerra ou a qualquer outra. Porque há muitas outras guerras no mundo, desde a guerra na Ucrânia até as várias guerras sofridas pelas populações africanas, como a violência provocada em diferentes partes da América. E tudo isso está envolvido em um conflito de interesses mercantilistas das empresas de armamentos. Por princípio, o movimento libertário não pode aceitar a violência contra a população civil e, além disso, considera os exércitos desnecessários.
Nossa indignação é tão grande que escolhemos a ilustração de Carlota Ribs sobre a Palestina para a capa da edição número 1 da Redes Libertárias. Seus traços marcam a dor e o sofrimento das vítimas palestinas. Assim, com essa denúncia, abordamos nossa edição 1 com as mesmas seções que lançamos na edição número 0. Nesta nova edição, refletimos sobre a visão do anarquismo em relação à guerra, analisando a relação do ser humano com a violência desde os primórdios da humanidade. Também nos informamos sobre a situação em outros países, como Argentina e Brasil, e falamos sobre um exemplo de escola rural e as dificuldades para levar adiante o projeto de educação pública e alternativa adaptada ao meio ambiente.
A edição 1 explica os primórdios do anarquismo na Espanha e como ele era vivenciado naquela época. Em outro artigo, falamos sobre como o Conselho de Aragão se desenvolveu durante a guerra da Espanha. Além disso, como resultado de estudo e pesquisa, nos é apresentada uma demonstração da participação de outras mulheres na revista Mujeres Libres que não são conhecidas ou reconhecidas.
A seção Cultura abrange todas as artes. Poesia, escultura, exposições e histórias em quadrinhos. Demonstrando que, por meio da arte, é possível exigir direitos e revolução.
Continuamos a apresentar resenhas de livros e filmes que consideramos interessantes para se conhecer, e por isso, as compartilhamos. Na seção Pensamento, reunimos uma reflexão sobre os mitos do anarquismo, uma bela história sobre a avó anarquista que não sabia que era anarquista e um chamado à filosofia para crianças com linhas libertárias como referência.
O tema do feminismo nesta edição inclui uma análise do feminismo e do anarquismo no Brasil com uma visão histórica e analítica de como o mundo anarcofeminista é entendido do outro lado do oceano. Continuando com os princípios do anarquismo, outro artigo reflete sobre a ineficácia do direito penal como solução e defende o direito restitutivo em vez do punitivo para acabar com a violência masculina, e em uma reflexão sobre a luta feminista damos uma olhada nos diferentes conceitos que compõem o ABC da vida cotidiana das mulheres.
Esperamos que esta nova edição seja interessante e que gere ideias para debate entre nossos leitores e nossas leitoras.
>> Baixe a edição número 1 da Redes Libertárias aqui:
https://redeslibertarias.com/wp-content/uploads/2024/06/redes-libertarias-01.pdf
Fonte: https://acracia.org/redes-libertarias-num-1-editorial/
Tradução > anarcademia
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o armador da rede
range devagar.
Luiz Bacellar
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!