[País Basco] 20 anos de prisão e 56.000 euros por acampar em Aroztegia

Sete participantes da acampada enfrentam essa pena após serem acusados de formar um grupo criminoso

Por Maite Uriarte | 16/07/2024

Cerca de 270 pessoas se reuniram nesta terça-feira à tarde em frente ao Palácio de Aroztegia, em Lekaroz, para mostrar sua solidariedade com as sete pessoas acusadas pela acampada realizada em 2021.

O objetivo desse acampamento, organizado pelo coletivo Aroztak, era paralisar o projeto promovido pelo Palácio de Arozteguía S.L., que contemplava a construção de 228 moradias, um hotel e um campo de golfe em Lekaroz.

Agora, segundo informaram, a esses sete acusados estão sendo pedidos um total de 20 anos de prisão e multas que somam 56.000 euros.

Na primavera de 2021, quando as máquinas apareceram para iniciar as obras em Aroztegia, um grupo de cidadãos decidiu acampar para impedir o avanço dos trabalhos. Como lembraram na coletiva de imprensa, por meio dessa acampada “colorida e desobediente” conseguiram paralisar uma obra que qualificam como uma “barbaridade”. “Enviamos o Palácio de Arozteguia SL, TEX e QUEIPO SL de volta para casa”.

Após contextualizar os eventos, os manifestantes denunciaram o “assédio judicial, policial e econômico” que sofreram “sistematicamente durante todos esses anos de luta, cruzando desta vez todas as linhas vermelhas”.

“Querem silenciar o povo”

“Agora nos coube a sete pessoas fazer parte desse circo de mau gosto. Querem silenciar o povo com 20 anos de prisão e multas de 56.000 euros. Nos acusam de ser uma organização criminosa e nos imputam um delito de coação por participar de um acampamento em Aroztegia”, explicaram, qualificando os acontecimentos como “vergonhosos”.

Com o apoio de uma multidão de baztandarras, os presentes continuaram sublinhando que, “por trás desse julgamento político” existe a intenção de “punir o compromisso que a cidadania tem com a defesa de sua terra”.

Além disso, destacaram que “essa é uma situação criada pelo próprio Governo de Navarra, que fez ouvidos surdos à população baztandarra e que a luta ainda não acabou: O abandono do PSIS e a devolução das terras roubadas aos agricultores e à Assembleia Geral do Vale de Baztan são responsabilidade deles”.

“Repressão”

Por fim, concluíram deixando claro que não vão aceitar essa tentativa de “criminalizar o direito à desobediência”. “Respondem com repressão aos movimentos que praticaram a desobediência civil na defesa da terra, da cultura, do idioma e da vida, mas não vamos permitir isso”.

Assim, fizeram um apelo “aos agentes e indivíduos dos sete territórios de Euskal Herria para responderem de forma solidária à repressão econômica que sofremos”, para o qual criaram o e-mail aroztegia_elkartasuna@ni.eus.

Fonte: https://www.noticiasdenavarra.com/navarra/2024/07/16/20-anos-carcel-56-000-8489015.html

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

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Claudia Chermikoski