As notícias sobre os recentes ataques israelenses, explodindo pagers e walkie-talkies, elevando a tensão entre Israel, Hamas e Hezbollah evidenciam, mais uma vez, como os conflitos armados entre Estados perpetuam ciclos de violência e destruição. A escalada de ações militares, seja por meio de ataques com drones ou manobras secretas, expõe a total incapacidade dos Estados de promover a paz e o bem-estar das populações envolvidas. Pelo contrário, o que se vê são decisões tomadas por elites políticas e militares que, sob a justificativa de segurança nacional, ignoram as vidas de milhões de pessoas comuns, mergulhando-as no caos e na insegurança. Esse ciclo de violência estatal demonstra que a paz, dentro da lógica do poder capitalista-centralizado- militarizado, é uma impossibilidade estrutural.
Esses conflitos são mantidos por interesses econômicos, políticos e territoriais que visam fortalecer o controle estatal sobre os povos e territórios, enquanto as populações civis sofrem com bombardeios, deslocamentos forçados e mortes. A forma como os Estados manipulam a guerra em seu próprio benefício deixa claro que não se trata de proteger vidas, mas de garantir a manutenção de um sistema baseado na dominação e exploração. A perpetuação da violência estatal, em última análise, serve para consolidar as estruturas de poder que beneficiam uma pequena elite, enquanto o povo permanece subjugado e à mercê de decisões que não controla.
Para romper com essa dinâmica de opressão e guerra, é imperativo que o povo construa sua própria autonomia fora dos mecanismos estatais. A autogestão, o apoio mútuo e o federalismo são caminhos viáveis para uma sociedade que rejeita a lógica do poder centralizado e militarizado. Quando as comunidades são organizadas a partir de uma base anticapitalista e horizontal, onde todas as decisões são tomadas de forma coletiva e igualitária, sem hierarquias, os interesses da população passam a ser, de fato, o centro das decisões políticas. O federalismo, enquanto princípio organizativo, permite que diferentes comunidades se associem livremente, de acordo com suas necessidades e interesses, sem a imposição de um poder central.
Além disso, a rejeição do capitalismo é fundamental para a construção de uma paz verdadeira. O sistema capitalista, ao concentrar a riqueza nas mãos de poucos e explorar a maioria, é intrinsecamente violento e injusto. Ele alimenta tanto os conflitos internos quanto os externos, pois o controle dos recursos naturais e a maximização dos lucros são um dos motores que impulsionam guerras e intervenções militares. Apenas uma sociedade organizada de forma anticapitalista, baseada na solidariedade e na justiça social, pode superar esses ciclos de exploração e violência, criando as condições para uma paz duradoura e real.
O Estado, em todas as suas formas, seja na versão puramente capitalista ou na versão militarizada, é incapaz de promover uma existência pacífica. A verdadeira paz só será possível quando as comunidades se organizarem de maneira autônoma, sem a interferência de elites políticas ou econômicas, e quando o povo assumir o controle de sua própria vida, por meio da autogestão, do apoio mútuo e da construção de uma sociedade livre do capitalismo e da opressão estatal. Somente assim será possível romper com a lógica da guerra e construir um mundo onde a justiça social e a paz sejam uma realidade concreta e cotidiana.
Larissa S.
Fonte: https://uafbr.noblogs.org/post/2024/09/20/rompamos-o-ciclo-de-violencia-sem-fim/
agência de notícias anarquistas-ana
sabiá quieto
o silêncio da tarde
pousa na antena
Camila Jabur
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!