
Nos dias 12 e 13 de julho, acontecerá a Feira do Livro Anarquista da Corunha, com a participação de mais de vinte editoras galegas, portuguesas e espanholas, tendo como tema central o anarcofeminismo.
Este ano, a Feira do Livro Anarquista da Corunha (FLAC) celebra sua quarta edição. As três anteriores, realizadas entre 2021 e 2023, estabeleceram as bases do que é hoje a feira: um espaço de encontro, debate e visibilidade do pensamento anarquista a partir de uma perspectiva plural. Na primeira edição, a FLAC focou na relação entre o anarquismo galego e o português. Na segunda, o tema central foi o ecologismo social, com mesas-redondas sobre crise climática, extrativismo e alternativas comunitárias. A terceira edição foi dedicada ao anarquismo e à organização, abordando debates sobre modelos organizativos e estratégias do anarquismo no século XXI.
Diferentemente dos encontros anteriores, realizados em setembro, este ano a feira acontecerá em julho, servindo como encerramento do Seminário de Estudos Libertários Galegos (SELG) e conectando-se com a celebração do Dia das Papoulas Libertárias. O tema desta edição é o anarcofeminismo, abordado por meio de uma rota, uma exposição, uma oficina de fanzines, uma peça de teatro e, claro, diversas apresentações de livros, conferências e mesas-redondas.
O evento ocorrerá no bairro do Orzán, em A Corunha, um local central para a memória da cultura libertária galega, pois foi sede das principais editoras e jornais anarquistas galegos desde o final do século XIX. Os stands de venda de livros ficarão na praça de San Andrés, e as apresentações acontecerão no Circo de Artesáns, instituição centenária que abrigou as primeiras sociedades operárias da cidade. Como nas edições anteriores, a FLAC se estenderá pelos bares e cafés do bairro, que receberão algumas apresentações e peças de uma exposição descentralizada sobre mulheres anarquistas na história, organizada pelo Ateneu Libertário A Engranaxe, de Lugo.
Os stands de venda e as apresentações de livros ocorrerão durante todo o sábado, 12 de julho, e na manhã de domingo, 13 de julho. Os títulos apresentados abrangerão desde histórias de militância anarcofeminista até ensaios de teoria política. Destaque para a publicação do anuário do SELG, que reúne as palestras do curso atual, abordando o anarcofeminismo de forma ampla e profunda. O anuário começa com uma introdução aos fundamentos teóricos e à evolução histórica do movimento, desde suas origens nos movimentos operários até as lutas contemporâneas contra o patriarcado, o Estado e o capitalismo. Em seguida, recupera a memória das mulheres anarquistas galegas, destacando seu papel no movimento operário e na resistência antifranquista, além das dificuldades em documentar suas histórias devido à escassez de fontes. A publicação também explora dissidências silenciadas, dando voz a experiências de mulheres migrantes, trabalhadoras sexuais e ativistas, e promovendo reflexões coletivas sobre suas trajetórias. Por fim, o anuário aborda os desafios atuais do ativismo libertário, especialmente em relação aos cuidados, à diversidade, ao antipunitivismo e à gestão de conflitos, defendendo a construção de espaços mais abertos, seguros e transformadores.
Além do ensaio histórico e político, haverá espaço para a apresentação de quadrinhos e antologias de poetas libertárias. Junto às apresentações, ocorrerão mesas-redondas e conversas sobre temas como as estratégias de resistência das mulheres rurais galegas durante o franquismo. Também haverá formatos interativos, como uma oficina de fanzines feministas, organizada pelo coletivo Autobán, que realiza anualmente um festival de autoedição.
Como novidade, no domingo ao meio-dia, haverá uma sessão musical aberta, destacando o papel das mulheres na tradição musical popular da Galiza. Esta foliada libertária contará com cantoras e percussionistas que resgatam a memória oral da dissidência e da rebeldia por meio do canto coletivo.
As celebrações começarão dois dias antes da feira, em 10 de julho, com o Dia das Papoulas Libertárias. Organizado pelo coletivo Refuxios da Memoria, esta data homenageia as mulheres anarquistas do bairro de Atochas, que teceram uma rede de resistência contra o nacional-catolicismo nos primeiros anos do franquismo. Essas mulheres foram protagonistas da resistência antifranquista em A Corunha, arriscando suas vidas e usando suas casas como refúgios para militantes perseguidos. Em 10 de julho de 1937, muitas delas foram assassinadas após a infiltração de um espião da Guarda Civil. Desde 2017, o coletivo Refuxios da Memoria celebra sua memória com palestras, rotas e festas no bairro.
Este ano, o Dia das Papoulas incluirá uma rota pelos locais que foram refúgios dessas mulheres, além de espaços de socialização libertária e patrimônio operário ainda existentes no bairro, contrastando com a atual especulação imobiliária. Na sexta-feira, 11 de julho, como ponte entre os eventos, será encenada no Circo de Artesáns a peça Casas-Refúgio: Uma história das mulheres libertárias, de Helena Salgueiro, seguida de uma festa de inauguração da exposição sobre mulheres anarquistas na história.
As inscrições para editoras e autoras que desejem participar com stands ou apresentações estão abertas até 15 de junho. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail flac@refuxiosdamemoria.org. A feira busca ser um espaço de encontro, aprendizado mútuo e celebração da criatividade e da resistência.
Assim, por meio de livros, palavras, cantos e imagens, a IV Feira do Livro Anarquista de A Corunha aspira não apenas a difundir o pensamento libertário, mas também a construir, junto àqueles que lutaram no passado, novos espaços de liberdade e organização.
Instagram: @refuxios_da_memoria
Twitter: @refuxios
Fonte: https://www.todoporhacer.org/feira-libro-anarquista-corunha/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Imersa em neblina
a cidade se reveste
de um tom de nostalgia…
Delores Pires
entra neste site: www.imprimaanarquia.com.br
Parabéns, camarada Liberto! O pessoal da Ana poderia informar como adquirir a obra. Obrigada!
Obrigado pela traduçao
Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO CARTA DE REPÚDIO…
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