Morreu Octavio Alberola (1928 – 2025)

Você tem 80, 85, 90 anos de idade. Você já está olhando para baixo, do alto do edifício que vem construindo ao longo dos anos. Não há mais andares para fazer porque você já fez o telhado. Você está sentado olhando para o horizonte e vê os edifícios como o seu que estão sendo construídos ou foram construídos ao seu redor.
 
Alguns edifícios dessa imensa cidade que é a humanidade, a maioria deles, são desconhecidos para você. Mas você certamente conhece alguns dos construtores. Eles são os que pensam da mesma forma. Do seu telhado, você percebe que alguns edifícios não têm mais ninguém sentado, como você lá em cima, olhando ao redor. Eles estão vazios; não há ninguém lá porque a pessoa que construiu o edifício não está mais lá. Alguns são belos, com apreciações estéticas de uma originalidade ímpar, ou com prodígios de design estrutural de habilidade leonardesca. É o que resta da pessoa que viveu neles.
 
Alguns prédios são baixos, muito baixos e sem telhado, meio acabados porque, tragicamente, o construtor saiu depois do expediente. Outros foram atingidos por um projétil que os deixou prematuramente em ruínas. Esses são os que foram destruídos por forças externas.
 
A vida é finita e, quando se constrói um edifício tão alto quanto o de Octavio, é comum ver como os arquitetos que pensam da mesma forma deixam o edifício vazio.
 
Hoje é a vez de Octavio Alberola deixar o edifício. Cansado, Octavio havia me dito que iria embora há dez dias.
 
Nós nos despedimos e ele me contou algo de nossas intermináveis conversas sobre o universo. Agora, disse ele, devolverei a matéria à sua origem. E assim, sem mais nem menos, o último anarquista histórico que conheço se foi.
 
Octavio Alberola era um ser diferente, com uma maneira única de pensar e um otimismo louvável em relação à espécie humana. Tive a sorte de conhecê-lo e de biografá-lo. Conversamos sobre aspectos impensáveis de sua vida e do ser humano, porque Octavio era um homem curioso e fascinado por vários aspectos, como a física quântica, a lógica absoluta do universo e do ser humano, ou a justiça e a paridade entre iguais. Esse conceito o levou a lutar pela justiça como anarquista durante toda a sua vida. No México, país onde sua família se refugiou, exilado após a guerra na Espanha, e também na França, país onde viveu a maior parte de sua vida.
 
Não vou me estender mais nessas linhas porque sua biografia é enorme. Direi apenas que Octavio Alberola, uma das pessoas mais extraordinárias que já conheci, nos deixou, deixando para trás um enorme edifício, generoso em conhecimento e formas de entender essa espécie complicada que é a humanidade.
 
Hoje, o mundo está um pouco mais vazio.
Por sua vez, Octavio, o universo está um pouco mais cheio.
 
Agustín Comotto, 24 de julho de 2025
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Navalha na seda:
a delicadeza corta
o nó da autoridade.
 
Liberto Herrera

[Alemanha] Ação Direta: ativistas contra o genocídio atacam escritórios de associação de seguros em Berlim

Berlim, 20 de julho de 2025

• “SEGUROS, SUA CUMPLICIDADE ESTÁ NO SEU DINHEIRO”

• ATIVISTAS CONTRA O GENOCÍDIO ATACAM OS ESCRITÓRIOS DA ASSOCIAÇÃO DE SEGUROS EM BERLIM DURANTE A NOITE

Nesta noite, cobrimos com tinta vermelha como sangue os escritórios da Associação Geral de Seguradoras Alemãs, na Leipziger Strasse, em Berlim. Deixamos mensagens nas paredes do edifício denunciando o papel que as seguradoras alemãs desempenham no atual genocídio na Palestina. A ação faz parte de uma campanha internacional que visa pressionar a Allianz a encerrar seu apoio à Elbit Systems, a maior empresa de armamentos de Israel. No fim de semana, diversos grupos independentes atacaram prédios pertencentes a companhias de seguros por toda a cidade.

A Associação Alemã de Seguros representa os interesses de toda a indústria de seguros da Alemanha, o segundo maior mercado de seguros da União Europeia, com um fluxo de mais de 240 bilhões de euros em 2024. Um mercado alimentado por apelos à militarização, por crimes de guerra e genocídio. O mais recente relatório da Relatora Especial da ONU, Francesca Albanese, destacou que a seguradora alemã Allianz comprou US$ 960 milhões em títulos do Tesouro israelense, contribuindo diretamente para o orçamento militar da ocupação.

A Allianz detém pelo menos US$ 7,3 bilhões em empresas listadas no relatório da ONU sobre a economia do genocídio. Suas apólices de seguro cobrem os riscos que outras empresas assumem ao operar nos territórios palestinos ocupados, viabilizando assim abusos de direitos humanos e um ambiente operacional “sem risco”. Além disso, a Allianz é uma importante investidora institucional da Elbit Systems e fornece os seguros necessários para que a fabricante de armas opere na Europa e no Reino Unido. A Elbit Systems é a maior fabricante de armamentos de Israel e produz armas comercializadas como “testadas em combate” contra o povo palestino. Ela fornece 85% da frota de drones militares de Israel e equipamentos terrestres.

“Enquanto palestinos estão sendo bombardeados, famintos e assassinados em pontos de distribuição de alimentos, nenhuma pessoa de consciência pode ignorar seu sofrimento e seu direito à liberdade da ocupação”, declarou uma porta-voz do nosso grupo. “As armas da Elbit foram repetidamente usadas contra civis palestinos. Em menos de dois anos, Israel assassinou centenas de milhares de palestinos, bombardeou hospitais e destruiu todo tipo de infraestrutura civil, incluindo escolas, sistemas de água e energia. Por toda a Europa, nossa mensagem para as companhias de seguro é clara: é hora de parar de lucrar com assassinatos em massa. Abandonem a Elbit. Abandonem a economia do genocídio. Não vamos parar até que vocês parem.”

Um grupo anônimo de ativistas

Fonte: https://kontrapolis.info/16171/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

A utopia é fruta
que amadurece nas mãos
dos que ousam colher.

Liberto Herrera

[Grécia] Impedido o desembarque de um navio de cruzeiro israelense na Ilha de Syros

Uma manifestação em massa em apoio à Palestina aconteceu na terça-feira, 22 de julho, na ilha de Syros, na Grécia, por ocasião da chegada do navio de cruzeiro MS Crown Iris, que transportava passageiros israelenses.

A Grécia é um dos destinos turísticos preferidos pelos israelenses, com cruzeiros e excursões organizadas inclusive para membros das Forças de Defesa de Israel (IDF), que costumam passar férias no país para “descansar entre um massacre e outro”. Há tempos, moradores e visitantes da ilha afirmam que “soldados da IDF, colonos e apoiadores da guerra e da ocupação da Palestina não são bem-vindos em sua ilha”. Eles também denunciam o comportamento provocador de turistas israelenses que apoiam o genocídio.

Os manifestantes se reuniram às 11h da manhã no porto de Ermoupolis e marcharam até a área de Nissaki, onde o atracamento do navio estava previsto, entoando palavras de ordem em apoio ao povo palestino, com o objetivo de impedir o desembarque dos turistas e soldados da IDF.

Alguns passageiros tentaram desembarcar, provocando a multidão, mas foram repelidos. Após duas tentativas frustradas de desembarque em Syros, o navio de cruzeiro MS Crown Iris deixou o porto e retornou ao Chipre.

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Sussurros… Sussurros…
Prenúncio de um namoro
na festa da lua

Clara Sznifer

[Itália] Milão: manifestação em frente ao Consulado da Alemanha pela libertação de Maja T.

Na segunda-feira, 21 de julho, foi realizada uma manifestação em Milão, em frente ao consulado alemão, para protestar contra a prisão de Maja T., pessoa antifascista não binária alemã detida na Hungria por ter participado, em fevereiro de 2023, das manifestações antifascistas contra o encontro neonazista do “Dia da Honra”, realizado em Budapeste.
 
O regime de Orbán, por causa dessas mobilizações, está perseguindo antifascistas de toda a Europa. A manifestação e as várias mobilizações em curso sobre o mesmo tema têm como objetivo pressionar o governo alemão para que atue em prol da libertação de Maja. Também foi denunciada a cumplicidade das instituições europeias nessa espiral repressiva contra os/às antifa, e foram lidas as palavras de Maja escritas na prisão.
 
Tradução > Liberto
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Entre os fios elétricos
o brilho entrelaçado —
Lua desta noite.
 
Mahelen Madureira

Live: “Capitalismo e Colapso Climático”, com Luís Marques

O IEL (Instituto de Estudos Libertários) convida Luís Marques, professor aposentado da Unicamp e autor do livro Capitalismo e Colapso Ambiental, para uma conversa profunda sobre o colapso climático em curso. Vamos discutir o que revelam os modelos científicos, os limites das soluções tecnológicas, o papel do sistema econômico na devastação ambiental e por que falar em “crise” talvez já não seja suficiente — estamos diante de um verdadeiro colapso.
 
Quando? Segunda, 28 de julho de 2025
Horário? 20h00
Onde? Canal do YouTube do IEL (Instituto de Estudos Libertários)
 
>> Acesse o canal do IEL aqui:
 
https://www.youtube.com/live/IC8MtPi-LJ8
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
selva de pedra
condor solitário
vôo triste
 
Manu Hawk

[Grécia] Reportagem fotográfica do 7º Festival Libertário de Solidariedade Social, de Classe e Internacionalista

O 7º Festival Libertário de Solidariedade Social, de Classe e Internacionalista da Organização Política Anarquista – Federação de Coletivos ocorreu em Atenas, no parque de Lampidona em Byron, nos dias 4, 5 e 6 de julho de 2025. O objetivo do festival era “criar um espaço político e cultural público e aberto para o encontro, a comunicação e a fermentação entre as lutas sociais e de classe que se desenvolvem de baixo para cima e a intervenção de projetos anarquistas-libertários dentro delas”.
 
Durante o festival, foram realizados eventos políticos e culturais, além de apresentar uma abundância de material político impresso, livros de publicações do movimento, pôsteres, mas também uma exposição de esboços e uma exposição de fotos sobre a luta palestina ao longo de uma jornada de décadas, desde a ocupação da terra palestina por Israel até hoje, quando o povo palestino enfrenta o horror genocida e continua a resistir com dignidade.
 
>> Mais fotos aquihttps://apo.squathost.com/enimerosi-ke-fotoreportaz-apo-to-7o-eleftheriako-festival-kinonikis-taxikis-diethnistikis-allilengiis  
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Sertão nordestino —
mandacaru solitário
enfeita a paisagem.
 
Renata Paccola

PLUMA NEGRA – Zine Anarquista Anticolonialista

As edições nº 1 (julho) e nº 2 (agosto) já estão nas ruas, carregadas de ideias anarquistas contra o colonialismo, o autoritarismo e as prisões do pensamento.

No nº 1, você encontra:

— ecos de Bakunin e Frantz Fanon

— críticas à esquerda colonizadora

— reflexões sobre a rebelião zapatista

No nº 2:

— textos sobre anarquismo e anticolonialismo

— o anarquismo afoindígena de Karlos JR

— poesia viva de André

— “A estética do capital”, de Mauricio Remígio

— e os pensamentos insurgentes de Rocío Nahir Seguí

Distribuição em Campina Grande/PB e por trocas solidárias.

Quer ler, trocar ou distribuir?

Chama no email: carlosfajunior@gmail.com

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Sementes na terra
Lutam pela sobrevivência
Pássaros e homens.

Mary

Autoridades russas consideram qualquer grupo anarquista da Cruz Negra uma “Organização Indesejável”

No começo de 2024, o Ministério da Justiça Russo adicionou a Federação Americana Anarquista Cruz Negra à sua lista de “organizações indesejáveis”. Naquele momento, a Cruz Negra Anarquista Moscou (Anarchist Black Cross – ABC Moscow) anunciou publicamente que não possuía vínculos organizacionais com a federação americana: grupos ABC mundiais são autônomos, e grupos russos nunca foram parte da federação americana.
 
Todavia, em 2025, tornou-se evidente que as autoridades russas consideram não apenas a federação americana “indesejável” – eles estão visando todos os grupos ABC.
 
O Pretexto: Um Livro do Anarquista Bielorrusso Igor Olinevich
 
Em dezembro de 2024, o livro “I’m Going to Magadan” (Vou para Magadan) do anarquista bielorruso Igor Olinevich foi comprado em operações de espionagem nas livrarias “Falanster” em Moscou e “Podpisnye Izdaniya” em São Petersburgo. Na primavera de 2025, ambas as lojas foram processadas sob o artigo sobre participação em atividades de uma “organização indesejável”. A base para as acusações? Um pós-escrito no livro, assinado pelo coletivo ABC-Belarus.
 
O livro em si foi publicado pela cooperativa russa Radical Theory and Practice (Teoria e Prática Radical), que não possui filiação com a federação americana ABC – mas isso não importou para as autoridades.
 
O que isso significa na prática?
 
Já em 2025, até mesmo o repost, a doação ou a publicação de conteúdo com símbolos ou filiações da ABC pode ser motivo de processo na Rússia.
 
Isso pode resultar em acusações administrativas e criminais, incluindo:
 
• Contravenção: Participação na atividade de uma “organização indesejável” (de acordo com a lei administrativa).
• Crime (de acordo com o direito penal)
– Até quatro anos de prisão por participação.
– Até quatro anos por financiamento,
– Até seis anos por organização de tais atividades.
 
Ações que podem levar à perseguição na Rússia:
 
– Participação em atividades grupais do ABC
– Repost ou menções públicas do ABC
– Envio de doações ao ABC
– Distribuição de publicações associadas ao ABC (incluindo o livro de Olinevich)
 
Mesmo a continuidade histórica dos anarquistas no Império Russo é agora um motivo de perseguição. A Cruz Negra Anarquista (ABC) foi fundada na Rússia em 1906, originalmente como Cruz Vermelha Anarquista, posteriormente renomeada. Desde então, anarquistas têm apoiado prisioneiros políticos – e eles continuarão a fazê-lo, independentemente da repressão.
 
ABC Moscou Hoje
 
Todos os membros da ABC-Moscou deixaram o território da Federação Russa. Nós continuamos a ajudar aqueles que as autoridades russas perseguem por suas crenças anarquistas e antifascistas: com evacuação, adaptação à vida no exterior, apoio legal e material.
 
Apoie nosso trabalho (se você estiver fora da Rússia):
 
• PayPal: abc-msk@riseup.net
Cryptocurrency:
• Bitcoin: bc1qhu02jedtulqw5tw8nnktf6d0ujn8dyx3gk556e
• Monero: 492K8eQY7zHA1pWnHJnrmN9FnesxNpgsxN5kXhyuEwn7T8TRnxnLHVG3ErsituEEYQgxWNH2j1kYrQbjeRNF42vqJgQCX9x
• Ethereum: 0xe8438E88226FA15Df11FA55E68e5092194818615
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Nos contate: abc-msk@riseup.net
 
Solidariedade é nossa arma!
 
Fonte: https://avtonom.org/en/news/russian-authorities-consider-any-anarchist-black-cross-groups-undesirable-organization
 
Tradução > Lagarto Azul / acervo trans-anarquista
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
A prisão é um mito –
Quem tem asas de vento
Não cabe em grades.
 
Liberto Herrera

[Portugal] Feira Anarquista do Livro de Lisboa 2025

“negras tormentas agitam os ares…”

Em tempo de incerteza, onde diversas crises causadas pela acumulação do capital, pela pobreza e pela deterioração ambiental se entrecruzam, potencializadas por guerras e genocídios que fazem parte do nosso quotidiano, soluções autoritárias despontam como a melhor alternativa. O crescimento da extrema direita em todos os territórios do globo é a estratégia das elites para colocar povo contra povo, enquanto mantém intactos os açambarcadores de recursos que sacrificam toda a vida da terra em nome dos seus lucros obscenos. Por outro lado, a esquerda tradicional falha em oferecer novos horizontes para a população, que se vê constantemente entre o tacho e o fogo. Cada vez mais conservadora e amante da ordem, esta esquerda tradicional definha.

O anarquismo, como corpo de teoria e de práticas forjadas nas lutas de libertação das classes oprimidas, torna-se mais relevante do que nunca. Com uma crítica feroz e transversal ao poder, ele tem a capacidade de formular e articular a resistência, encarando frontalmente a complexidade da opressão. Para isto, a circulação da teoria e do pensamento anarquista, na forma da palavra impressa e de debates, torna-se essencial.

Com isto em mente, convidamos todes para participarem na Feira Anarquista do Livro de Lisboa, onde durante dois dias promoveremos conversas, lançamentos de livros, intervenções artísticas, além de bancas de livros e materiais subversivos.

O período para propor atividades e requisitar espaço para bancas vai até 15 de agosto, pelo qual pedimos que enviem suas propostas através do formulário https://cloud.coletivos.org/apps/forms/s/Nc8ZTExHrRStgNAT5QR9gd6x

Abrimos também a chamada para cartazes para feira! Quem quiser e puder, pode enviar a sua proposta de cartaz para a Feira Anarquista do Livro de 2025. Os cartazes serão publicados online e impressos para exposição nos dias de Feira.

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é só um instante:
o beija-flor no ar, sugando
flor de laranjeira

Otávio Coral

[São Paulo-SP] Evento no CCS, 26/07: “Kropotkin e a literatura russa”

Kropotkin foi um dos principais militantes anarquistas do século XIX e XX. Sua contribuição para o pensamento socialista é inegável, mas seus interesses foram muito além da crítica ao Estado e ao capitalismo. Particularmente na virada do século, dedicou-se a um estudo aprofundado da arte e cultura russa, dando especial enfoque à influência comunitária na literatura, poesia e teatro russo. Seus escritos sobre o tema permaneceram distantes do debate sobre a cultura russa no Brasil por quase 120 anos, até o ano passado, quando a Biblioteca Terra Livre publicou a célebre obra “Literatura Russa: ideais e realidades”. O livro foi traduzido por Dinah de Abreu Azevedo e conta com a apresentação de Adriano Skoda e o prefácio de Christina Roquette Lopreato.

Para conversar sobre a obra de Kropotkin, a Biblioteca Terra Livre, em parceria com o Centro de Cultura Social (CCS), convidam a todos para a palestra Kropotkin e a Literatura Russa, com Christina Lopreato e Adriano Skoda, que ocorrerá no próximo sábado, às 16h no CCS.

Estamos buscando viabilizar a transmissão do evento online. Caso seja possível divulgaremos o link.

Quando: 26/07/2025, sábado, às 16h

Onde: Centro de Cultura Social – rua General Jardim, 253 – sala 22 – Vila Buarque – SP

agência de notícias anarquistas-ana

Árvore seca
na floresta úmida
que amor lhe faltou?

David Rodrigues

[Espanha] O sindicato CNT se concentra na Plaza Mayor de Ciudad Real em apoio a “Las 6 de La Suiza”

Por volta de cem pessoas se reuniram neste domingo (20/07) para mostrar sua solidariedade com as seis ativistas que foram condenadas a prisão por exercer a ação sindical em Gijón. Solidariedade que se estendeu ao povo Palestino já desde a primeira intervenção, assim como aos companheiros do metal de Cádiz, aos 6 de Zaragoza…
 
“Nos congratulamos pela concessão do terceiro grau às companheiras, mas não é a solução. Não cometeram nenhum delito, e castigar a ação sindical restringe um direito fundamental que é a base para não nos condenarem a um futuro de escravidão laboral” – assinalou Juan Carrascosa, secretário geral do sindicato.
 
O ato se desenvolveu com várias intervenções nas quais se mostrou o apoio às indiciadas e foi pedida sua saída imediata da prisão, cantando lemas como “Algo terão feito, lutar por teus direitos”. “A história do sindicalismo está cheia de repressão por parte do Estado. Mas isso jamais nos deteve e jamais o fará” – explicou Andrés Sánchez, secretário de Organização. “Faz mais de cem anos, milhares de pessoas foram condenadas a prisão na Greve da Canadiense, mas ao final a solidariedade obreira conseguiu que se implantassem as oito horas de trabalho”.
 
A todo o momento se ofereceu o microfone para que qualquer pessoa pudesse mostrar seu apoio, o que aproveitou um companheiro da CGT para solidarizar-se. Esther Serrano, secretária geral de CCOO Ciudad Real, também interveio para mostrar sua indignação. “É a primeira vez que acontece isto na democracia e abre um precedente muito perigoso” – advertiu.
 
“Até que não se dê solução a esta injustiça, seguiremos defendendo na rua o direito à las 6 de La Suiza a serem tão livres como nós” – concluiu Laura Barriga, secretária de Ação Sindical da CNT Ciudad Real.
 
Fonte: https://ciudadreal.cnt.es/2025/07/21/el-sindicato-cnt-se-concentra-en-la-plaza-mayor-de-ciudad-real-en-apoyo-a-las-6-de-la-suiza/
 
Tradução > Sol de Abril
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
a volta ao lar
inquieta serenidade
parece que foi ontem
 
Seadog

[Espanha] Little Durruti; Um livro para salvar uma livraria, de Alejandro Bárzano Such

Um conto sobre livrarias, histórias em quadrinhos, ideias… e o que é importante para defendê-las. Um livro infantil para salvar a Delirio.

Little Durruti é um menino um pouco levado e desobediente que vai descobrir a importância das ideias e como elas se escondem dentro dos livros. Nesta aventura, ele aprenderá que, com a ajuda de quem está ao seu redor, tudo é possível. Nosso protagonista não é Buenaventura Durruti – nosso pequeno herói é uma criança de hoje, curiosa e aventureira, que respira rebeldia e ares de liberdade, assim como o personagem que lhe dá nome. Nesta aventura, tanto nós quanto ele “carregamos um mundo novo em nossos corações”. Uma história sobre apoio mútuo e a importância das livrarias.

Little Durruti; Un libro para salvar una librería

Preço: €15,00

Editora: Delirio

Site: delirioenlaweb.wordpress.com

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Nenhum mestre escreve
o verso do malmequer
na terra sem dono.

Liberto Herrera

[Alemanha] Dias Anarquistas em Freiburg

Finalmente, os Dias Anarquistas chegaram à bela Freiburg, no sul de Baden — a cidade e a Floresta Negra ao redor estão verdes e floridas. Mas, por trás da fachada verde, a lógica da exploração capitalista também reina suprema; as pessoas não são livres e a repressão prevalece. Então, rumo a Freiburg, de 24 a 28 de julho de 2025.

Os Dias Anarquistas acontecerão em Freiburg de 24 a 28 de julho de 2025. Haverá várias oficinas, incluindo uma sobre cultura de segurança em grupos políticos, uma análise queer-anarquista do patriarcado e do feminismo de Estado, e discussões sobre como escrever cartas para pessoas na prisão, bem como sobre a abolição das prisões — e muito mais.

>> Mais infoshttps://tacker.fr/node/16072

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Algo de dança
nas algas,
quase canção dos corais.

Yeda Prates Bernis

Capitalismo e o Colapso Ecológico Anunciado

Os dados alarmantes divulgados neste ano de 2025 pela Organização Meteorológica Mundial – o mar em superaquecimento, 1,4 milhão de deslocados por eventos climáticos extremos no Pacífico, 10% dos oceanos sufocados por ondas de calor – não são meros acidentes naturais. São o resultado palpável, o sintoma terminal, de uma máquina de morte chamada capitalismo. Este sistema, fundado na acumulação infinita de lucro, é intrinsecamente predatório. Ele transforma tudo – florestas, oceanos, a própria atmosfera – em mercadoria a ser explorada até o esgotamento. A lógica do crescimento perpétuo, indispensável ao capital, é biologicamente impossível num planeta finito. As emissões descontroladas, a extração insana de recursos, a poluição industrial desenfreada, são não falhas do sistema, mas seu modus operandi essencial. O recorde de temperatura do mar é o termômetro calibrado pela ganância corporativa.

A tragédia no Pacífico, com milhões forçados a abandonar suas terras por ciclones intensificados e elevação dos mares, expõe o rosto brutal do colonialismo ambiental inerente ao capitalismo globalizado. As nações insulares e comunidades costeiras, que menos contribuíram historicamente para as emissões de carbono, são as primeiras e mais violentamente atingidas. Enquanto isso, as megacorporações de combustíveis fósseis e os Estados industrializados, principais responsáveis pelo caos climático, continuam a lucrar obscenamente e a financiar novas explorações. O sistema protege seus agentes e transfere o custo humano e ecológico para os mais vulneráveis, os “descartáveis” do Sul Global. O deslocamento em massa não é um efeito colateral; é a externalização planejada do custo da acumulação capitalista.

A ilusão perigosa do “capitalismo verde” ou do “desenvolvimento sustentável” é apenas mais uma engrenagem na máquina de destruição. São falsas soluções de mercado – créditos de carbono, energias “limpas” controladas por monopólios, tecnologias mirabolantes – que servem para manter intactas as estruturas de poder e acumulação. Elas não questionam a necessidade fundamental de expansão infinita e consumo desenfreado; apenas tentam pintar de verde o mesmo modelo insustentável, criando novas fontes de lucro enquanto o planeta continua a arder. Os ciclones que devastam o Sudoeste da Ásia não serão contidos por painéis solares vendidos por megacorporações. Esta é uma cortina de fumaça para perpetuar o controle e adiar a ação radical necessária.

Diante dessa realidade, é uma insanidade acreditar que reformas dentro do sistema capitalista podem deter a catástrofe. A ação climática significativa exige o desmantelamento imediato da indústria de combustíveis fósseis, o fim da produção desnecessária de mercadorias, uma profunda redistribuição de riqueza e uma reorganização radical da vida em torno das necessidades comunitárias e ecológicas, não do lucro. O capitalismo, por sua própria natureza, é incapaz de realizar isso. Ele só compreende a linguagem do crescimento e da exploração. Portanto, a luta ecológica verdadeira é, inevitavelmente, uma luta revolucionária anticapitalista. Defender a Terra significa atacar as raízes do poder que a destrói: o Estado que a protege e o capital que a devora.

A única esperança reside na ação direta, na organização autônoma das comunidades, na desobediência massiva e na construção de alternativas horizontais e libertárias agora. Devemos sabotar as máquinas da destruição – dos gasodutos às mineradoras – e criar zonas de resistência e autonomia onde a vida, não o lucro, seja o valor supremo.

A destruição do capitalismo não é um desejo vingativo; é uma necessidade ecológica absoluta, o pré-requisito para qualquer chance de sobrevivência coletiva neste planeta. Os 1,4 milhões de deslocados no Pacífico são as vítimas de hoje. Se não destruirmos a máquina que os esmaga, seremos todos as vítimas de amanhã. A Terra não negocia; ela se rebela. Ou nos rebelamos com ela, abolindo o capitalismo, ou perecemos com ele.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

finda viagem
meus sonhos rodopiam
pelo seco descampado

Bashô

[Uruguai] Marcha a 54 anos do assassinato de Hebert Nieto

Quinta-feira, 24/07, 18h30, Callejón de Udelar (18 de Julio y Eduardo Acevedo), Montevidéu

Estudante da Escola de Indústrias Navais da UTU, militante da Resistência Obreiro Estudantil e da Federação Anarquista do Uruguai. Foi assassinado por um franco atirador na Escola de Construção IEC, no marco da repressão policial, em 24 de julho de 1971. Tinha 16 anos.

Hebert Nieto, anarquista assassinado por um franco atirador estatal é um dos tantos companheiros que deixaram seu sangue combatendo o capitalismo. Sua pouca idade e sua solidariedade se converteram em seguida em um símbolo para um bairro que tem memória. Em Cordón, nem esquecimento nem perdão!

A seguir construindo outros mundos, nem um passo atrás.

agência de notícias anarquistas-ana

inverno frio
corpos soltos ao luar
ondas quentes

Manu Hawk

[Alemanha] Punks Contra o Apartheid (PAA): Junte-se ao nosso movimento!

Estamos muito orgulhosos do trabalho que realizamos no último ano para chegar onde estamos hoje. Agora que nossa solidariedade cresce exponencialmente ao redor do mundo, achamos que é o momento certo para lembrar a todos que somos mais fortes JUNTOS!

Então, quer você tenha muito tempo para se organizar conosco ou apenas o suficiente para expressar sua solidariedade de maneiras menores, você pode, e DEVE, fazer parte da virada global contra o genocídio colonialista de ocupação e rumo à liberdade e à libertação. Sua voz importa mais do que você imagina, e sua participação pode inspirar outras pessoas a fazer o mesmo. E juntos vamos garantir que o punk não apenas rejeite o sionismo em nossas comunidades, mas que se torne uma parte ativa do movimento global de BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções)!

As cenas musicais ao redor do mundo estão passando por reestruturações produtivas à medida que a classe proprietária exploradora entra em conflito com os artistas-trabalhadores que produzem toda a riqueza para selos e festivais que não se importam nem um pouco com a dignidade humana ou a sobrevivência. Nossa cena não é diferente, e mesmo que muitas vezes seja mais “de base” e faça-você-mesmo (DIY), fazemos parte do ecossistema musical tanto quanto qualquer outra subcultura, por isso, nosso objetivo não é apenas organizar ações para levantar fundos para nossos camaradas e parentes na Palestina, mas também FAZER BARULHO por eles!

Já estamos nesse caminho, mobilizando nossa rede internacional para apoiar campanhas em andamento como Desmilitarizar o Estaleiro Naval do Brooklyn, Dançarinos Pela Palestina e Boicote à Room. Temos imenso orgulho da arrecadação de fundos que conseguimos realizar com nossos parceiros Plastic Wound Records, Sound of Chaos Records, EastRev Records e A World Divided Tapes, com a série UNDER THE BLADE OF A ZIONIST NIGHTMARE (sob a lâmina de um pesadelo sionista), beneficiando organizações como Heal Palestine, Gaza Sunbirds, Gaza Soup Kitchen e Doctors Against Genocide até agora. Também somos gratos a todos que contribuíram e colaboraram com o lançamento do nosso próximo zine, com participações de The Palestine Music Space (PalMS), The Dissidents, Big Big Things, Takeshi Evolstak e outros, com arte de Shutopia e Otheroath. Sentimos realmente que começamos bem o ano, e estamos só começando!

Tem alguma ideia do que mais poderíamos fazer? ENTÃO BORA COLAR JUNTO LOGO, PORRA!!!!

Up the punx / Palestina livre,

PAA

Fonte: https://anarchists4palestine.noblogs.org/post/2025/07/16/punks-against-apartheid-paa-join-our-movement/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Gotas ao chão
Tudo escurece
Solidão

Silvia Avila