[Espanha] O sindicato CNT se concentra na Plaza Mayor de Ciudad Real em apoio a “Las 6 de La Suiza”

Por volta de cem pessoas se reuniram neste domingo (20/07) para mostrar sua solidariedade com as seis ativistas que foram condenadas a prisão por exercer a ação sindical em Gijón. Solidariedade que se estendeu ao povo Palestino já desde a primeira intervenção, assim como aos companheiros do metal de Cádiz, aos 6 de Zaragoza…
 
“Nos congratulamos pela concessão do terceiro grau às companheiras, mas não é a solução. Não cometeram nenhum delito, e castigar a ação sindical restringe um direito fundamental que é a base para não nos condenarem a um futuro de escravidão laboral” – assinalou Juan Carrascosa, secretário geral do sindicato.
 
O ato se desenvolveu com várias intervenções nas quais se mostrou o apoio às indiciadas e foi pedida sua saída imediata da prisão, cantando lemas como “Algo terão feito, lutar por teus direitos”. “A história do sindicalismo está cheia de repressão por parte do Estado. Mas isso jamais nos deteve e jamais o fará” – explicou Andrés Sánchez, secretário de Organização. “Faz mais de cem anos, milhares de pessoas foram condenadas a prisão na Greve da Canadiense, mas ao final a solidariedade obreira conseguiu que se implantassem as oito horas de trabalho”.
 
A todo o momento se ofereceu o microfone para que qualquer pessoa pudesse mostrar seu apoio, o que aproveitou um companheiro da CGT para solidarizar-se. Esther Serrano, secretária geral de CCOO Ciudad Real, também interveio para mostrar sua indignação. “É a primeira vez que acontece isto na democracia e abre um precedente muito perigoso” – advertiu.
 
“Até que não se dê solução a esta injustiça, seguiremos defendendo na rua o direito à las 6 de La Suiza a serem tão livres como nós” – concluiu Laura Barriga, secretária de Ação Sindical da CNT Ciudad Real.
 
Fonte: https://ciudadreal.cnt.es/2025/07/21/el-sindicato-cnt-se-concentra-en-la-plaza-mayor-de-ciudad-real-en-apoyo-a-las-6-de-la-suiza/
 
Tradução > Sol de Abril
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/07/10/espanha-las-6-de-la-suiza-sao-mandadas-para-a-prisao/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
a volta ao lar
inquieta serenidade
parece que foi ontem
 
Seadog

[Espanha] Little Durruti; Um livro para salvar uma livraria, de Alejandro Bárzano Such

Um conto sobre livrarias, histórias em quadrinhos, ideias… e o que é importante para defendê-las. Um livro infantil para salvar a Delirio.

Little Durruti é um menino um pouco levado e desobediente que vai descobrir a importância das ideias e como elas se escondem dentro dos livros. Nesta aventura, ele aprenderá que, com a ajuda de quem está ao seu redor, tudo é possível. Nosso protagonista não é Buenaventura Durruti – nosso pequeno herói é uma criança de hoje, curiosa e aventureira, que respira rebeldia e ares de liberdade, assim como o personagem que lhe dá nome. Nesta aventura, tanto nós quanto ele “carregamos um mundo novo em nossos corações”. Uma história sobre apoio mútuo e a importância das livrarias.

Little Durruti; Un libro para salvar una librería

Preço: €15,00

Editora: Delirio

Site: delirioenlaweb.wordpress.com

agência de notícias anarquistas-ana

Nenhum mestre escreve
o verso do malmequer
na terra sem dono.

Liberto Herrera

[Alemanha] Dias Anarquistas em Freiburg

Finalmente, os Dias Anarquistas chegaram à bela Freiburg, no sul de Baden — a cidade e a Floresta Negra ao redor estão verdes e floridas. Mas, por trás da fachada verde, a lógica da exploração capitalista também reina suprema; as pessoas não são livres e a repressão prevalece. Então, rumo a Freiburg, de 24 a 28 de julho de 2025.

Os Dias Anarquistas acontecerão em Freiburg de 24 a 28 de julho de 2025. Haverá várias oficinas, incluindo uma sobre cultura de segurança em grupos políticos, uma análise queer-anarquista do patriarcado e do feminismo de Estado, e discussões sobre como escrever cartas para pessoas na prisão, bem como sobre a abolição das prisões — e muito mais.

>> Mais infoshttps://tacker.fr/node/16072

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Algo de dança
nas algas,
quase canção dos corais.

Yeda Prates Bernis

Capitalismo e o Colapso Ecológico Anunciado

Os dados alarmantes divulgados neste ano de 2025 pela Organização Meteorológica Mundial – o mar em superaquecimento, 1,4 milhão de deslocados por eventos climáticos extremos no Pacífico, 10% dos oceanos sufocados por ondas de calor – não são meros acidentes naturais. São o resultado palpável, o sintoma terminal, de uma máquina de morte chamada capitalismo. Este sistema, fundado na acumulação infinita de lucro, é intrinsecamente predatório. Ele transforma tudo – florestas, oceanos, a própria atmosfera – em mercadoria a ser explorada até o esgotamento. A lógica do crescimento perpétuo, indispensável ao capital, é biologicamente impossível num planeta finito. As emissões descontroladas, a extração insana de recursos, a poluição industrial desenfreada, são não falhas do sistema, mas seu modus operandi essencial. O recorde de temperatura do mar é o termômetro calibrado pela ganância corporativa.

A tragédia no Pacífico, com milhões forçados a abandonar suas terras por ciclones intensificados e elevação dos mares, expõe o rosto brutal do colonialismo ambiental inerente ao capitalismo globalizado. As nações insulares e comunidades costeiras, que menos contribuíram historicamente para as emissões de carbono, são as primeiras e mais violentamente atingidas. Enquanto isso, as megacorporações de combustíveis fósseis e os Estados industrializados, principais responsáveis pelo caos climático, continuam a lucrar obscenamente e a financiar novas explorações. O sistema protege seus agentes e transfere o custo humano e ecológico para os mais vulneráveis, os “descartáveis” do Sul Global. O deslocamento em massa não é um efeito colateral; é a externalização planejada do custo da acumulação capitalista.

A ilusão perigosa do “capitalismo verde” ou do “desenvolvimento sustentável” é apenas mais uma engrenagem na máquina de destruição. São falsas soluções de mercado – créditos de carbono, energias “limpas” controladas por monopólios, tecnologias mirabolantes – que servem para manter intactas as estruturas de poder e acumulação. Elas não questionam a necessidade fundamental de expansão infinita e consumo desenfreado; apenas tentam pintar de verde o mesmo modelo insustentável, criando novas fontes de lucro enquanto o planeta continua a arder. Os ciclones que devastam o Sudoeste da Ásia não serão contidos por painéis solares vendidos por megacorporações. Esta é uma cortina de fumaça para perpetuar o controle e adiar a ação radical necessária.

Diante dessa realidade, é uma insanidade acreditar que reformas dentro do sistema capitalista podem deter a catástrofe. A ação climática significativa exige o desmantelamento imediato da indústria de combustíveis fósseis, o fim da produção desnecessária de mercadorias, uma profunda redistribuição de riqueza e uma reorganização radical da vida em torno das necessidades comunitárias e ecológicas, não do lucro. O capitalismo, por sua própria natureza, é incapaz de realizar isso. Ele só compreende a linguagem do crescimento e da exploração. Portanto, a luta ecológica verdadeira é, inevitavelmente, uma luta revolucionária anticapitalista. Defender a Terra significa atacar as raízes do poder que a destrói: o Estado que a protege e o capital que a devora.

A única esperança reside na ação direta, na organização autônoma das comunidades, na desobediência massiva e na construção de alternativas horizontais e libertárias agora. Devemos sabotar as máquinas da destruição – dos gasodutos às mineradoras – e criar zonas de resistência e autonomia onde a vida, não o lucro, seja o valor supremo.

A destruição do capitalismo não é um desejo vingativo; é uma necessidade ecológica absoluta, o pré-requisito para qualquer chance de sobrevivência coletiva neste planeta. Os 1,4 milhões de deslocados no Pacífico são as vítimas de hoje. Se não destruirmos a máquina que os esmaga, seremos todos as vítimas de amanhã. A Terra não negocia; ela se rebela. Ou nos rebelamos com ela, abolindo o capitalismo, ou perecemos com ele.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

finda viagem
meus sonhos rodopiam
pelo seco descampado

Bashô

[Uruguai] Marcha a 54 anos do assassinato de Hebert Nieto

Quinta-feira, 24/07, 18h30, Callejón de Udelar (18 de Julio y Eduardo Acevedo), Montevidéu

Estudante da Escola de Indústrias Navais da UTU, militante da Resistência Obreiro Estudantil e da Federação Anarquista do Uruguai. Foi assassinado por um franco atirador na Escola de Construção IEC, no marco da repressão policial, em 24 de julho de 1971. Tinha 16 anos.

Hebert Nieto, anarquista assassinado por um franco atirador estatal é um dos tantos companheiros que deixaram seu sangue combatendo o capitalismo. Sua pouca idade e sua solidariedade se converteram em seguida em um símbolo para um bairro que tem memória. Em Cordón, nem esquecimento nem perdão!

A seguir construindo outros mundos, nem um passo atrás.

agência de notícias anarquistas-ana

inverno frio
corpos soltos ao luar
ondas quentes

Manu Hawk

[Alemanha] Punks Contra o Apartheid (PAA): Junte-se ao nosso movimento!

Estamos muito orgulhosos do trabalho que realizamos no último ano para chegar onde estamos hoje. Agora que nossa solidariedade cresce exponencialmente ao redor do mundo, achamos que é o momento certo para lembrar a todos que somos mais fortes JUNTOS!

Então, quer você tenha muito tempo para se organizar conosco ou apenas o suficiente para expressar sua solidariedade de maneiras menores, você pode, e DEVE, fazer parte da virada global contra o genocídio colonialista de ocupação e rumo à liberdade e à libertação. Sua voz importa mais do que você imagina, e sua participação pode inspirar outras pessoas a fazer o mesmo. E juntos vamos garantir que o punk não apenas rejeite o sionismo em nossas comunidades, mas que se torne uma parte ativa do movimento global de BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções)!

As cenas musicais ao redor do mundo estão passando por reestruturações produtivas à medida que a classe proprietária exploradora entra em conflito com os artistas-trabalhadores que produzem toda a riqueza para selos e festivais que não se importam nem um pouco com a dignidade humana ou a sobrevivência. Nossa cena não é diferente, e mesmo que muitas vezes seja mais “de base” e faça-você-mesmo (DIY), fazemos parte do ecossistema musical tanto quanto qualquer outra subcultura, por isso, nosso objetivo não é apenas organizar ações para levantar fundos para nossos camaradas e parentes na Palestina, mas também FAZER BARULHO por eles!

Já estamos nesse caminho, mobilizando nossa rede internacional para apoiar campanhas em andamento como Desmilitarizar o Estaleiro Naval do Brooklyn, Dançarinos Pela Palestina e Boicote à Room. Temos imenso orgulho da arrecadação de fundos que conseguimos realizar com nossos parceiros Plastic Wound Records, Sound of Chaos Records, EastRev Records e A World Divided Tapes, com a série UNDER THE BLADE OF A ZIONIST NIGHTMARE (sob a lâmina de um pesadelo sionista), beneficiando organizações como Heal Palestine, Gaza Sunbirds, Gaza Soup Kitchen e Doctors Against Genocide até agora. Também somos gratos a todos que contribuíram e colaboraram com o lançamento do nosso próximo zine, com participações de The Palestine Music Space (PalMS), The Dissidents, Big Big Things, Takeshi Evolstak e outros, com arte de Shutopia e Otheroath. Sentimos realmente que começamos bem o ano, e estamos só começando!

Tem alguma ideia do que mais poderíamos fazer? ENTÃO BORA COLAR JUNTO LOGO, PORRA!!!!

Up the punx / Palestina livre,

PAA

Fonte: https://anarchists4palestine.noblogs.org/post/2025/07/16/punks-against-apartheid-paa-join-our-movement/

Tradução > Contrafatual

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Gotas ao chão
Tudo escurece
Solidão

Silvia Avila

[Alemanha] Contra o clima de merda – Por mais travessuras e revoltas: Schanzenfest 6.9.2025

Movimentos de diversidade, emancipatórios e sociais estão sendo atacados de forma generalizada, e questões sociais como as consequências socioecológicas das mudanças climáticas estão sendo deixadas de lado. Não deixaremos que isso nos paralise e permaneceremos nas ruas para mudar o campo do debate com o Schanzenfest em 6 de setembro e dar espaço justamente às questões que estão sendo atacadas atualmente. Temos os prisioneiros e aqueles que enfrentam extradição nos processos de Budapeste e todos os outros ativistas afetados pela repressão em nossas mentes e corações. A solidariedade é importante em todas as situações, especialmente em momentos difíceis, porque ela sempre envolve a todos nós.

Quando nos deparamos com a escolha entre preferir o protecionismo nacionalista ou o comércio mundial neoliberal e as zonas de livre comércio, tudo o que podemos dizer é: grande besteira. É o capitalismo criado pelo homem que está destruindo o planeta e a base social da nossa coexistência. Os sucessos eleitorais de partidos de direita e fascistas, a repressão social, as políticas neocoloniais, o fechamento de fronteiras externas e a intensidade dos ataques a qualquer pessoa e coisa que se desvie da normalidade são assustadores, mas não nos deixaremos intimidar ou frustrar nossas esperanças.

Não somos nós que devemos ter medo, mas todos aqueles que estão trabalhando para destruir os fundamentos de um mundo que valha a pena viver, que querem manter tudo no caminho da exploração e da pilhagem dos recursos naturais, que acham que seus privilégios e prosperidade são merecidos e justificam regimes de fronteira, injustiças e condições miseráveis. Eles acreditam que sua ideia de ordem mundial foi criada para a eternidade e legitimaria qualquer autoridade e força para mantê-la ou restaurá-la de forma retrospectiva.

Em vez disso, defendemos a ideia de um outro mundo no qual cabem muitos outros mundos, de sonhar e lutar, de errar e de buscar novos caminhos. Por mais proteção ambiental, Antifa e resistência!

6 de setembro de 2025
Schanzenfest
Contra o clima de merda
Por mais travessuras e revoltas

Mais infos: https://schanzenfest.blackblogs.org
Contato: antifaschanzenfest ( at ) nadir.org

agência de notícias anarquistas-ana

Tronco esburacado –
pica-pau busca alimento
com muitas bicadas

Madô Martins

Nova página de contrainformação: Invasão Sonora “Pela Terra Contra o Capital”

Semanalmente, e já fazem alguns anos, ecoa a intervenção de rádio Invasão Sonora Pela Terra Contra o Capital, agindo através da oralidade, como canal de propaganda da Anarquia, compartilhando uma leitura dos acontecimentos desde um olhar antiautoritário e fomentando a ação anarquista. É um grito de luta, subversão e solidariedade.

Aos sábados às 19h30 vai ao ar na Rádiocom 104.5 fm na cidade de Pelotas (RS) podendo ser ouvido também no www.radiocom.org, às 15h00 dos sábados toca na Web Rádio Insubmissa de Natal no Rio Grande do Norte em www.radioinsubmissa.org, reverberando ainda nas segundas-feiras às 19h00 na Web Rádio Periferia Resiste em periferiaresiste.site.radio.br.

Não estimulamos a lobotomização da internet, o cotidiano on-line, redes sociais e todo ralo tecnológico que tem sugado sistematicamente a atenção, a vida, de meio mundo, paralisando e banalizando. Para nós a realidade se destrói e constrói com os pés no chão, a mão na massa e o horizonte para além das telas. Nesse sentido, a página que se abre é apenas um meio de incitar práticas antiautoritárias para impulsionar que o pensamento e ideias virem ação.  

É precisamente, a necessidade de expandir o olhar e ação anárquica diante das lutas que nos atravessam permanentemente o que impulsiona a continuidade desse programa. Ampliando sua difusão acaba de nascer a página invasaosonora.noblogs.org onde estão sendo subidos os programas semanalmente. Já estão no ar as intervenções de 2025 e as últimas de 2024.

Pela expansão da luta anárquica!

invasaosonora.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

bateu o vento
perfume nas mãos
jasmim no chão

Bashô

[Itália] Gênova: centenas de pessoas na Praça Alimonda em memória de Carlo

Vinte e quatro anos atrás, em Gênova, aconteciam nestes dias os protestos contra a cúpula do G8. Centenas de milhares de pessoas de toda a Europa e do mundo, reunidas no “movimento dos movimentos”, para contestar a gestão neoliberal da globalização e reafirmar que “um outro mundo é possível” – sem exploração, opressão, racismo ou patriarcado.
 
O G8 de Gênova entrou para a história pela dimensão e radicalidade dos protestos, além de sua capacidade de antecipar questões, mas também, infelizmente, pelo nível “chileno” de repressão, considerada pela Anistia Internacional como “a maior violação de direitos humanos em um país ocidental desde a Segunda Guerra Mundial”.
 
Além dos ataques violentos, dos carros em alta velocidade, dos gases lacrimogêneos, das caçadas humanas e de tudo de pior que a ciência policial e militar podem oferecer, aquela repressão foi responsável pelo massacre da escola Diaz, pelas torturas no quartel de Bolzaneto e pelo assassinato de Carlo Giuliani, morto no dia 20 de julho de 2001 às 17h27 na Praça Alimonda – primeiro atingido por um tiro disparado de dentro de um veículo blindado dos carabineiros pelo agente Mario Placanica e depois esmagado várias vezes pelo mesmo veículo, que manobrava para fugir do local.
 
Ontem, como em todo 20 de julho desde 2001, centenas de companheiros e companheiras se reuniram na Praça Alimonda, em Gênova, para lembrar Carlo e os dias do G8 de 2001.
 
Tradução > Liberto
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Vento na cortina:
Na tarde de inverno
melancólicos haicais.
 
Rogério Togashi

[Itália] Anarquismo. Uma história global e italiana (1945-2025). Pelos 80 anos da Federação Anarquista Italiana.

Congresso de estudos em memória de Italino Rossi | Carrara, 11–12 de outubro de 2025

Em nome de Bakunin, de Malatesta, de Berneri, mas também de Gino Lucetti e do antifascismo…

A FAI, organização estruturada, federalista e autogerida, nasceu como herdeira da UAI (União Anarquista Italiana de 1919–1920) e de variadas experiências associativas do exílio antifascista, da Guerra Civil Espanhola, do confinamento e da Resistência armada. Constituiu-se em setembro de 1945 em Carrara, onde realizou seu primeiro congresso nacional com a participação de numerosos delegados de toda a Itália. Na mesma época, renascia como semanário o «Umanità Nova» — periódico que ainda hoje é publicado —, glorioso jornal diário silenciado pelos fascistas. O clima de “estado nascente” era eufórico e suscitava grandes esperanças. Os pontos centrais da luta política libertária da época envolviam os problemas da reconstrução, a ação sindical e a organização do movimento. Especificamente sobre a reconstrução, indicavam-se os seguintes objetivos: neutralidade da Itália e recusa aos gastos militares; igualdade para as mulheres; ação direta contra os proprietários de terras; estudo para aplicação de novos sistemas produtivos de gestão coletiva; financiamentos para reconstrução habitacional geridos localmente; escola livre e gratuita. Para o movimento, contudo, era uma transição traumática do protagonismo de massa do período pré-fascista para um novo cenário nacional e global: o advento da democracia e da república na Itália, e a Guerra Fria desdobrada nos continentes, que exigia dos libertários um renovado compromisso antitotalitário, além de anticapitalista e antimilitarista.

Hoje, 80 anos depois, um grupo de pesquisadoras e pesquisadores, com apoio de arquivos e centros de estudos altamente especializados, promove um congresso científico em dois dias intensos, com o objetivo de destacar, no longo período transcorrido, elementos de continuidade e “ruptura”, periodizações e trajetórias militantes, “culturais” e geracionais, de um anarquismo que, desde o imediato pós-guerra, atravessou — contaminando e sendo contaminado pelos movimentos — o final do século XX e já o primeiro quarto do século atual. As perspectivas propostas são ao mesmo tempo “italianas” e globais, territoriais e “de baixo”. A abordagem será multidisciplinar e transnacional, privilegiando redes relacionais, histórias de vida e biografias de militantes, identificando as conexões entre o anarquismo e o pensamento radical contemporâneo.

O congresso se articula em quatro sessões temáticas:

1.            Geografias transnacionais do anarquismo italiano;

2.            Anarquistas e partidos políticos na Itália republicana (1946–1977);

3.            Anarquismo e novos movimentos (anarcofeminismo, antiespecismo, LGBTQIA+, …);

4.            Anarquismo, sindicato e conflitos sociais.

Os dias de evento são dedicados à memória de Italino Rossi (1940–2024), estudioso e militante da Federação Anarquista Italiana.

Giorgio Sacchetti
Coordenador do Comitê Científico
sacchetti.giorgio@gmail.com

Carrara, junho de 2025

P.S.: Programa e informações seguirão.

Fonte: https://umanitanova.org/anarchismo-una-storia-globale-e-italiana-1945-2025-nell80-della-federazione-anarchica-italiana-2/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Pra que respirar?
posso ouvi-la, fremindo,
maciez de noite.

Soares Feitosa

Grupos anti-repressão de diferentes partes do mundo criam nova rede de solidariedade

Os níveis de repressão contra anarquistas & outros antiautoritários têm sido altos há muitos anos. Em muitas partes do mundo, juntamente com o crescimento de tendências fascistas, mais e mais pessoas terminam na prisão nas lutas por sociedades justas e igualitárias.

Como internacionalistas, acreditamos que o apoio às pessoas submetidas à repressão estatal não é uma responsabilidade exclusiva de grupos locais. Por outro lado, podemos disseminar & aprofundar a resistência à repressão em nível global, criando redes mais fortes de solidariedade & análises compartilhadas dos aparatos estatais. Por isso, criamos a Solidarity International [Solidariedade Internacional] – uma rede de grupos de apoio anarquistas e antiautoritários de diferentes partes do planeta. Por meio da conexão & da cooperação, observamos como o estado reage a diferentes lutas, se adapta & reprime aqueles que lutam contra o poder centralizado.

Acreditamos que nossa cooperação pode e irá fortalecer nossos movimentos em nível local & ajudar diferentes grupos & coletivos a obter o apoio necessário da comunidade internacional antiautoritária.

Visite nosso novo site para saber mais & entrar em contato conosco!

Para entrar em contato com a Network International Solidarity, escreva-nos para contact@solidarity.international.

Fonte: https://solidarity.international/index.php/2025/07/06/anti-repression-groups-from-different-parts-of-the-world-create-new-solidarity-network/

Tradução > transanark/acervo trans-anarquista

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folhas voando —
minha avó sempre fazia
previsões de chuvas

Rosa S. Clement

[França] Lançamento: Spirus Gay, o acrobata anarquista

Quem conhece, ou simplesmente já ouviu falar de Joseph Jean Auguste Gay (1865-1938), também conhecido como Spirus Gay?

Poucas pessoas conseguem responder a essa pergunta.

Normal. Porque ele é uma daquelas inúmeras criaturas invisíveis do movimento anarquista que fervilham na sombra de figuras de destaque como Bakunin, Kropotkin, Malatesta, Durruti, Makhno…

E, no entanto, está no coração da alma do anarquismo social, sempre e para sempre.

Melhor ainda, sua abordagem à vida, ao ativismo e à revolução social é, hoje, em 2025, surpreendentemente moderna e relevante. Você leu certo. Impressionante.

Ao mesmo tempo acrobata, anarcossindicalista, naturista, panfletário, ateu, anticlerical, livre-pensador, maçom, ecologista, pedagogo, educador, antirracista, antissexista, amigo dos animais e de todos os seres vivos…, ele compreendeu que a revolta, a esperança e uma alternativa política, econômica e social só faziam sentido quando vistas de forma global, sem frentes principais ou secundárias de luta. E que dizer, para ser crível, tinha que andar de mãos dadas com fazer. Imediatamente, aqui e agora.

Este livro de Sylvain Wagnon nos conta tudo sobre isso. Sua vida como sujeito invisível no anarquismo de ontem, talvez porque prefigura o que o anarquismo de hoje poderia e deveria ser.

Como nossos camaradas da Éditions Libertaires gostam de dizer: “Diante do passado respeito, diante do futuro mãos à obra!”.

Spirus Gay – L’acrobate anarchiste

Sylvain Wagnon

Les Éditions du Monde Libertaire, format 11 x 17 cm, 156 pages

10 euros

editions.federation-anarchiste.org

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vento na mata
pica-pau se abriga
madeira forte

Manu Hawk

[Espanha] CGT ante a concessão do terceiro grau para Las 6 de la Suiza

A CNT comunicou que as companheiras de Las Seis de la Suiza foram classificadas em terceiro grau penitenciário, em aplicação do artigo 72 da LOGP e 102.4 do RP, pelo que realizarão o cumprimento da pena em regime aberto. Como CGT, mostramos nossa satisfação por este avanço, mas não esquecemos que a causa geral contra estas companheiras é um despropósito. Foi aplicada uma condenação que vai muito além deste caso concreto e que visualiza um autêntico ataque à ação sindical e a liberdade de expressão. Um ataque completo contra o sindicalismo, o que é uma prova a mais de como o judiciário encarcera um direito básico em qualquer democracia.
 
A concessão do terceiro grau penitenciário não vai conseguir que baixemos os braços. O caso de Las 6 de la Suiza visibilizou a situação de desamparo na qual nos encontramos, a classe obreira, onde a ultradireita faz o que lhe dá vontade com o aplauso da classe política. Las 6 de la Suiza, os antifascistas encarcerados de Zaragoza, a repressão contra qualquer forma de dissidência, são a soma e continuação de uma estratégia que tem por costume reprimir qualquer contestação ao sistema.
 
Tocam-nos a uma, tocam-nos a todas
Solidariedade com Las 6 de la Suiza!!!
 
cgt.es
 
Tradução > Sol de Abril
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Rebelião íntima:
quem doma o próprio medo
derruba impérios.
 
Liberto Herrera

Cineclube em Mimoso do Sul, 21/07: Viver a Utopia

No dia 21 de julho de 2025, às 19 horas, em Mimoso do Sul/ES, o cineclube UAF/FACA exibe o documentário Viver a Utopia, em memória de mais um aniversário da Revolução Social Espanhola de 1936. Um tributo à coragem e à organização das trabalhadoras e trabalhadores que ousaram construir uma nova sociedade, baseada na autogestão, solidariedade e liberdade.

Convidamos todas e todos para este momento de celebração, memória e luta. Inscrições pelo e-mail: fedca@riseup.net.

¡Viva la Revolución Social!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

federacaocapixaba.noblogs.org

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na noite, o vento
vindo cheiroso de ver
madressilvas.

Alaor Chaves

O PL da Morte e a Máquina Capitalista de Destruição

Irmãs e irmãos, abram os olhos: esse tal “PL da Devastação”, não é um simples projeto de lei – é mais uma legalização do ecocídio. Aprovado na calada da noite por um Congresso obviamente fascista, ele não existe para “agilizar processos”, mas para abrir caminho livre à pilhagem capitalista, com um alvo claro: o petróleo da Foz do Amazonas.

O capitalismo não erra, não vacila – ele avança com precisão assassina. Enquanto o planeta sangra, as corporações esfregam as mãos. A Amazônia, uma das últimas fronteiras de resistência, está na mira. A Licença Ambiental Especial (LAE) é a arma perfeita: um carimbo verde para que a Petrobrás e suas sócias internacionais transformem manguezais e territórios sagrados em poços de petróleo. Doze meses para decidir o destino de um ecossistema milenar? Isso não é eficiência – é um tiro na nuca da natureza.

E não se iludam com a farsa da “regulação”. O Estado não é mediador, é cúmplice. O licenciamento virou uma piada macabra: agora, os próprios destruidores podem autodeclarar que seu projeto é “seguro”. O agronegócio, a mineração, as petrolíferas – todos ganham carta branca para saquear, enquanto órgãos como o ICMBio e a Funai são amarrados e amordaçados. Terras indígenas não homologadas? Áreas de proteção? Tudo vira zona de sacrifício no altar do lucro.

Eles sabem que o petróleo na Foz do Amazonas é a gota d’água. Sabem que um vazamento ali seria uma sentença de morte para ecossistemas inteiros. Mas não importa. O capitalismo não tem ética, não tem futuro – só tem sede infinita de acumulação. E quando o colapso vier, quem pagará? Os povos da floresta, os pobres das periferias, os que sempre foram tratados como descartáveis.

Mas nós não somos descartáveis. E não vamos assistir de braços cruzados. Se o Estado entrega a Amazônia de bandeja, nossa resposta tem que ser direta e sem perdão: ocupação, resistência, sabotagem. Não há mais tempo para petições ou diálogo com esse sistema podre. Eles declararam guerra – e guerra não se vence com discursos.

A hora é agora. Ou matamos o capitalismo, ou ele mata tudo.
Pela Terra Livre – até a última consequência.

Liberto Herrera

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agência de notícias anarquistas-ana

Passeio poético —
As sombras alongadas
caminham à frente

Carol Ribeiro

Amazônia livre de petróleo e gás!

• “Se o grande criador deixou esse óleo com o gás nas profundezas, distante do nosso alcance, é porque não é coisa boa, é coisa que só traz destruição, poluição, pobreza, ganância, doenças e discórdias. Trazer essa massa podre e poluente das profundezas é trazer tudo que é ruim para os nossos territórios. Amazônia livre de petróleo e gás!”
 
• “Hoje, estamos enfrentando um grande problema dentro do nosso território. Já estamos sendo diretamente atingidos pela exploração de gás. Nossa floresta, nossa fauna, nossos peixes, nossos animais estão desaparecendo. As grandes mineradoras estão ganhando espaço dentro do nosso território, invadindo, destruindo. E ainda temos um presidente [Lula] que continua vendendo blocos dentro do nosso Brasil. Ele não pensa nas dificuldades dos povos indígenas, não considera que vivemos nesses territórios há décadas”
 
• “Sem a população indígena no mundo, não há proteção, não há mudança climática. Se acabarem com os povos indígenas, acabam com as chances de reverter a crise cilimática. Vamos somar forças e dizer não ao petróleo, não à mineração, não ao garimpo e vamos gritar juntos: demarcação, demarcação!”
 
Cacique Jonas Mura, aldeia Gavião Real, Silves, Amazonas
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Nesta manhã fria
o outro lado da rua
A neblina encobriu
 
Rodrigo Vieira Ribeiro