[Alemanha] Antimilitaristas reivindicam incêndio de veículos da Amazon e da Deutsche Telekom

Amazon é alvo por cumplicidade no genocídio em Gaza; Telekom, por cooperação com os militares alemães e com a Starlink de Elon Musk, comunicado

Juju Alerta

Um grupo antimilitarista reivindicou a responsabilidade por incendiar um total de 35 veículos comerciais da Amazon e da Deutsche Telekom em Berlim, nas primeiras horas da terça-feira. As vans da Amazon foram incendiadas em um terreno na Koppelweg, no sul da capital alemã, enquanto os veículos da Telekom estavam estacionados em Lichtenberg, no leste da cidade, segundo a imprensa alemã. Ninguém ficou ferido.

Em um comunicado, o grupo, não identificado, afirmou estar “celebrando” a inauguração da nova Torre da Amazon em Berlim, expressando repulsa pelo envolvimento da empresa no fornecimento de poder computacional ao exército israelense (juntamente com Google e Microsoft). “A destruição e o extermínio em Gaza que se desenrolam diante de nossos olhos, a planejada remoção completa da população e o massacre e mutilação baseados em inteligência artificial de centenas de milhares de pessoas, incluindo muitas crianças, estão sendo calculados e armazenados nos servidores da Amazon Web Services”, afirmou o grupo. A Amazon também foi nomeada como contratante chave das forças armadas dos EUA e como “generosa patrocinadora do desfile militar do Rei Trump… Estado e capital marchando juntos rumo ao fascismo”.

A Telekom foi alvo por seu “apoio à Bundeswehr” (forças armadas alemãs) e por ser “fornecedora de TI para autoridades de fronteira, polícia e serviços de inteligência”, segundo o comunicado. Os ativistas também citaram a T-Systems, que colabora com a rede de satélites Starlink de Elon Musk. Mencionando o projeto concorrente da Amazon, o Project Kuiper, o texto afirmou que “Musk e Bezos, com suas redes corporativas, são tecnocratas que não apenas lucram com guerras, mas agora podem influenciar seu curso”.

“Exigir a vida contra o militarismo e as tecnologias da morte é justo, assim como é justo reivindicar e defender o antimilitarismo contra o nacionalismo”, conclui o comunicado. “É justo libertar a vida de todo o militarismo e da guerra, do Estado e do patriarcado.”

A Amazon condenou o ato, informou um porta-voz à Reuters, enquanto a Deutsche Telekom afirmou que não poderia comentar devido às investigações em andamento. Esses ataques não são incomuns, observaram analistas. Em 2020 e 2021, mais de 400 carros foram incendiados em Berlim. Em 2021, o número total de carros incendiados, incluindo os atingidos por fogo em veículos próximos, ultrapassou 700.

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/06/18/anti-militarists-claim-arson-of-amazon-and-deutsche-telekom-vehicles/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Mosca de inverno
O papel muito branco
Ela muito negra.

Teruo Hamada

[Espanha] Quarta-feira, 25 de junho – Marcha pela Paz – Não à OTAN – Não ao Rearmamento

Saída às 19:00 HORAS da Glorieta de Santa Barbara, (Esquina ruas Severo Ochoa e Santa Barbara na Barriada Juan XXIII (Gamonal). Desde ali nos dirigiremos à entrada do complexo de Atapuerca.

Faz pouco mais de um mês nos manifestamos contra o Plano de Rearmamento Europeu, pela pretensão de destinar 800.00 milhões de € ao mesmo. Esta proposta suporia aceitar que nosso país dedicará mais de 3% de seu PIB a Gastos Militares.

Na próxima cúpula da OTAN, que acontecerá em Haia nos próximos 24 e 25 de junho, esta organização vai propor que os gastos militares de cada um dos países membros se incrementem até alcançar 5% de seus respectivos PIBs. O impacto que semelhante aumento poderia ter em gastos sociais essenciais poderia ser devastador.

Profundamente preocupados por estes anúncios e considerando, também, que a Aliança Atlântica faz parte de um sistema de segurança que transgrediu de forma reiterada a Carta das Nações Unidas gerando mais insegurança em diversas zonas geográficas do mundo, manifestamos que:

– Nos opomos ao atual destacamento militar estadunidense de 750 bases militares em mais de 80 países, com ao menos 275 bases e localizações em solo europeu.

– Consideramos totalmente inaceitável a existência de um arsenal de armas de destruição massiva, especialmente as armas nucleares, que põe em risco a existência da humanidade e da vida no planeta.

– Nos rebelamos ante as guerras comerciais impostas pelas elites econômicas em benefício próprio e contra os interesses das maiorias sociais em escala global.

– Continuamos insistindo na imperiosa necessidade de pôr fim à guerra da Ucrânia desde o respeito pelos Direitos Humanos e sobre a base da aplicação do Direito Internacional Humanitário em geral, como eixos articuladores de uma solução justa e advogamos por um cessar fogo imediato e negociações de paz entre todas as partes implicadas.

– Nos move a indignação ante a impassibilidade da comunidade internacional frente ao genocídio que perpetra o Governo de Israel contra o povo palestino.

Consideramos urgente, portanto, avançar para um sistema de segurança baseado no fomento da confiança e da cooperação entre países que se centre em dar resposta às ameaças globais: a fome, a desnutrição, a pobreza, a desigualdade, a enfermidade, o desemprego, a emergência climática, as armas de destruição em massa, a falta de respeito para os direitos humanos e o descumprimento sistemático do Direito Internacional.

Por todo isso, queremos construir coletivamente uma alternativa à segurança militarizada e para isso, convocamos os cidadãos e todas as organizações sociais, políticas e sindicais a manifestar seu rechaço ao incremento dos gastos militares, participando na Marcha e Concentração que acontecerão em Burgos na próxima quarta-feira, 25 de junho e em qualquer das ações que com este mesmo propósito se realizem no futuro. Vá vestido com roupas brancas.

Fonte: https://cgtburgos.org/2025/06/24/miercoles-25-de-junio-marcha-por-la-paz-no-a-la-otan-no-al-rearme/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Imersa em neblina
a cidade se reveste
de um tom de nostalgia…

Delores Pires

“Mulheres, Vida, Liberdade” contra a guerra

Uma declaração de um coletivo composto por feministas internacionalistas iranianas, curdas e afegãs que defende que devemos opor-nos ao ataque assassino que as forças armadas de Israel e dos Estados Unidos estão a levar a cabo contra as pessoas no Iran, recusando-nos ao mesmo tempo a tolerar a opressão perpetrada pelo governo iraniano.
 
“Mulheres, Vida, Liberdade” contra a guerra
 
Estamos contra as duas potências coloniais, patriarcais e belicistas. Mas isto não é passividade. É o ponto de partida da nossa luta ativa pela vida.
 
Se Israel conduz as crianças de Gaza para a matança com uma bandeira queer do arco-íris, a República Islâmica do Iran encharca a Síria de sangue sob um pretexto anti-imperialista. Um comete genocídio contra os árabes na Palestina, o outro subjuga as etnias não persas dentro das suas fronteiras. Netanyahu procura usurpar o significado de “Mulheres, Vida, Liberdade” para vestir o seu expansionismo colonial e a sua agressão militar com roupas de “liberdade”, enquanto Khamenei investiu todos os recursos na construção de um império xiita, supostamente para combater o ISIS e defender a Palestina.
 
De fato, estes dois inimigos de longa data espelham-se um no outro em termos de matança e malevolência. Não devemos equiparar estes dois regimes capitalistas em termos das suas posições na ordem mundial: a capacidade de agressão militar da República Islâmica é, sem dúvida, muito inferior à capacidade de Israel e do seu apoiante imperialista ocidental. No entanto, o sofrimento que infligiu é tão absoluto como a violência do fascismo sionista. Qualquer tentativa de relativizar esse sofrimento, quantitativa ou qualitativamente, é redutora e enganadora. Esse sofrimento abrange múltiplas formas de opressão, incluindo os custos exorbitantes do seu projeto nuclear e a tomada da dignidade humana como refém.
 
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
 
https://www.jornalmapa.pt/2025/06/24/mulheres-vida-liberdade-contra-a-guerra/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Surge da neblina
fatasmagoricamente
uma vela acesa.
 
Roberto Saito

Teerã sob as bombas: relato de um companheiro anarquista

14/06/2025

[Desde Teerã, um militante anarquista testemunha os ataques israelenses, o caos cotidiano e o papel que os anarquistas tentam desempenhar entre a guerra, a repressão e a sobrevivência. Um relato comovente que traduzi com lágrimas nos olhos. Meus pensamentos estão com todos que, em ambos os lados, lutam pela paz e liberdade! Desertores: os únicos heróis das guerras!]

Uma noite de fogo e confusão

Ontem à noite, enquanto dormíamos, Israel atacou o Irã. Os ataques atingiram Teerã e outras cidades. Ouvi estrondos, vi relâmpagos… Pensei que fosse uma tempestade. Nada anunciava guerra, ainda mais com as conversas entre Irã e Estados Unidos.

Só soubemos da verdade pela manhã, através de nosso sindicato anarquista (a Frente Anarquista): múltiplos ataques, mortes de civis. Saí para investigar. A cidade estava cercada. O exército e a polícia bloqueavam o acesso às áreas atingidas. Ainda havia bombas não detonadas nos prédios. No hospital, barraram minha entrada e a polícia apagou todas as fotos do meu celular. Segundo um jornalista presente, pelo menos sete crianças morreram.

Alguns choravam. Outros, como era de se esperar, celebravam a morte de figuras do regime.

O dia seguinte: um inferno sem alarme

Nas horas seguintes, vi cenas apocalípticas. O céu era riscado por mísseis. Fogo caía sobre as estradas. Pessoas fugiam de Teerã: famílias inteiras, jovens trabalhadores, idosos. Esperavam ajuda nas calçadas. Feridos, queimados, dois mortos diante dos meus olhos. Sem alarme. Sem abrigo. Nada.

Telões espalhavam a versão oficial: “A República Islâmica atacou Tel Aviv, Israel promete retaliar”. Tenho companheiros lá. Anarquistas, pacifistas, insubmissos. Não queremos esta guerra.

Uma população em modo de sobrevivência

O ar está contaminado: instalações nucleares foram atingidas. As pessoas fazem conservas, estocam comida, fogem das grandes cidades… e depois voltam, por falta de alternativas. As estradas estão congestionadas. A mídia estatal entoa hinos e espalha mentiras. A única fonte confiável: Telegram e canais de satélite.

Os protestos ainda são raros. Polícia demais, medo demais. Ontem, em frente aos hospitais, famílias procuravam desaparecidos. Gritavam. Choravam. Resistiam.

Sem abrigo, sem evacuação

As instituições funcionam como se nada tivesse acontecido. Não há orientações de segurança, nem sirenes, nem centros de acolhimento. Vazamentos químicos são prováveis, mas não há protocolo.

Então as pessoas fogem por conta própria: comércios fecham, estudantes boicotam provas, funcionários públicos ficam em casa. Só os serviços de emergência seguem operando.

Às vezes sinto que ainda estou vivo só porque Israel (ainda) não ataca áreas residenciais. Mas incêndios, chuva radioativa e tiros perdidos matam mesmo assim.

E não há ajuda. Nada. Nem ajuda humanitária, nem organizações externas, nem remédios… e as sanções já matam há anos.

Quatro “Irãs”, uma mesma terra sob bombas

É preciso entender: o povo iraniano está fragmentado:

  1. Uma maioria silenciosa, que odeia o regime mas rejeita a guerra. Sobrevive, foge, chora os mortos e amaldiçoa os líderes.
  2. Os islamistas, fiéis ao poder, que falam em martírio e querem retaliar.
  3. Monarquistas e liberais, muitas vezes pró-Israel, que aplaudem ataques contra os Guardiães da Revolução.
  4. Anarquistas e militantes de esquerda, como nós: contra a República Islâmica, mas também contra Israel, contra todos os Estados. Pela sobrevivência, ajuda mútua, autonomia.

O lugar dos anarquistas nesta guerra

Não estamos armados. Não participamos dos combates. Nossa tarefa é outra: informar, socorrer, criar laços, combater a propaganda. Ajudamos como podemos: primeiros socorros, transmissão de informações, alertas sobre riscos químicos. Cuidamos dos nossos e de quem não tem ninguém.

Rejeitamos discursos simplistas. Nem “todos os israelenses devem morrer”, nem “os sionistas são nossos salvadores”. Estamos entre dois fogos: fundamentalismo religioso de um lado, militarismo sionista do outro.

Nosso papel é ser pontes. Transmissores de ideias. Abrir fendas no fatalismo. Manter a firmeza, mesmo sem armas, mesmo com medo.

O luto do movimento pela paz


Admito: estou triste. Profundamente triste. Dez anos atrás, conversava com pacifistas israelenses. Recusavam-se a servir. Curdos, árabes, armênios, anarquistas. Sonhávamos juntos com um Oriente Médio livre, sem exércitos, sem Estado.

Mas perdemos. Não fomos fortes o suficiente para impedir a guerra. Não tivemos apoio suficiente. Hoje, as pessoas têm medo de falar em paz. Acham que seria traição. Que pedir o fim dos ataques é render-se ao inimigo.

E, no entanto, todos querem paz. Mas ninguém ousa pedi-la.

Uma voz no meio do tumulto

Não sei quanto tempo aguentaremos. Ontem à noite, aviões rugiam no céu como uma rodovia. Mas sei uma coisa: enquanto houver gente cuidando, resistindo e se organizando sem esperar pelo Estado, haverá sementes de anarquia, mesmo entre os escombros.

Conclusão: não normalizemos o insuportável

Antes de tudo, agradeço sinceramente a todos os companheiros que nos ouviram. Num mundo em que forças políticas, econômicas e policiais nos esmagam constantemente, é raro termos espaço para falar. Mesmo sem bombas, a violência nos cerca: aluguéis impagáveis, burocracia sem fim, discriminação, cansaço, isolamento. Uma violência surda, apresentada como “normal”, à qual não deveríamos nos acostumar.

Mas quando a guerra explode, essa violência irrompe à luz do dia. O que era tolerado torna-se insuportável. E então, paradoxalmente, podemos falar. Pude escrever a vocês porque tudo desmoronou. Porque, no caos, as verdades mais simples voltam a ser audíveis.

O que quero dizer é isto: não deixem estas palavras caírem no silêncio. Não deixem nossa dor, aqui no Irã como em outros lugares, ser marginalizada como algo “local”, “específico”, “cultural” ou “excepcional”.

Na realidade, compartilhamos a mesma guerra: a que os Estados travam contra nossas vidas. Então lhes imploro, companheiros: não aceitem a violência cotidiana como natural. Rejeitem a ideia de que só misseis nos fazem reagir. Não esperem que nosso sofrimento vire espetáculo para merecer sua atenção.

Falemos agora. Nos organizemos. Criemos espaços reais de ação e ajuda mútua. Para que a guerra aqui não vire ruído de fundo. Para que não sejam “salvadores” diante de nosso sofrimento, mas cúmplices na luta.

Apelo à solidariedade internacional

Hoje a situação é instável, crítica, talvez à beira de uma catástrofe humanitária. Se o Irã está isolado do mundo, seja por bombas ou pela censura da República Islâmica, divulguem nossa mensagem. Contem o que acontece. Dêem voz a quem não a tem.

Não temos proteção internacional. ONGs praticamente não existem aqui. Sanções agravam nosso sofrimento.

Se tiverem contatos, influência, canais em coletivos, sindicatos, associações ou redes de saúde: mobilizem-nos. Peçam ajuda médica urgente, monitoramento de violações, mediação internacional fora da lógica estatal.

Mas acima de tudo, rejeitem narrativas simplistas. Não somos peões de Israel nem do regime islâmico. Não acreditamos em bombas “libertadoras” nem em mulás “de resistência”. Estamos presos entre duas máquinas de morte, e seguimos tentando, sempre, construir outra coisa.

Ainda não há êxodo em massa. Mas se a guerra se alastrar, as consequências serão terríveis. Então, camaradas, levantemo-nos juntos. Não para apoiar um lado contra outro, mas para fazer ouvir outra voz: a da vida, da liberdade, da solidariedade, contra todos os Estados, todas as fronteiras, todas as guerras.

Fonte: https://panfletossubversivos.blogspot.com/2025/06/teheran-bajo-las-bombas-testimonio-de.html

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Noite já bem alta —
Piscam estrelas de inverno
na lagoa mansa.

Estela Bonini

Feministas iranianas se manifestam

20 de junho de 2025


Publicado originalmente no Anarchist Communist Group

Publicamos abaixo declarações de feministas iranianas. A primeira é do Grupo de Libertação Feminista do Irã.

7 lembretes cruciais para nossos aliados internacionais sobre o conflito no Irã

  1. Priorize a desescalada
    Evite contas ou narrativas que comecem com slogans como “O Irã tem direito à legítima defesa” (muitas vezes propaganda estatal) ou “Israel libertará o Irã e não atacará civis” (muitas vezes propaganda sionista). Tais declarações frequentemente encobrem ou justificam a violência estatal. Em vez disso, devemos sempre nos concentrar nos civis, não nos Estados.
  2. Verifique novamente suas fontes
    Há uma quantidade avassaladora de desinformação online. Antes de compartilhar algo, verifique com veículos de mídia confiáveis ou jornalistas de credibilidade. Publicações virais nem sempre são precisas, mesmo que sejam emocionalmente convincentes. Algumas contas para seguir: @middleeastmatters e @centerforhumanrights.
  3. Não se esqueça dos presos políticos
    À medida que os ciclos de notícias evoluem, muitas pessoas são esquecidas. No Irã, inúmeros presos políticos, incluindo condenados à morte, correm grave perigo diariamente. Durante a guerra Irã-Iraque, milhares foram executados em 1988 sob o pretexto do conflito. Não permitamos que a história se repita.
  4. Evitemos idealizar qualquer forma de poder estatal
    A oposição a um regime opressor não implica apoio a outro. Todos os governos devem prestar contas, seja Israel, EUA, Irã ou qualquer outro Estado. O verdadeiro anti-imperialismo exige questionar constantemente todas as formas de opressão.
  5. Foque nas vozes dos diretamente afetados
    Dê poder a quem está na linha de frente, não a influencers que se apropriam da narrativa. Encontre e apoie ativistas de base, jornalistas independentes e pessoas que falam a partir de suas próprias experiências.
  6. As mulheres e os homens iranianos estão presos entre duas formas de violência
    Muitas pessoas no Irã se opõem ao regime islâmico e, ao mesmo tempo, temem a intervenção militar estrangeira. Elas não querem ser usadas como peões em jogos geopolíticos. A verdadeira solidariedade significa apoiar suas demandas por liberdade, sem intervenção militar.
  7. Não ignoremos as outras lutas em curso, especialmente contra o genocídio na Palestina


Em solidariedade às mulheres e homens iranianos, continuem a levantar suas vozes contra as atrocidades na Palestina, Sudão, Ucrânia e injustiças globais. Essas lutas não competem entre si, mas estão entrelaçadas por sistemas comuns de opressão, militarismo e violência estatal. A solidariedade deve ser interseccional.

A segunda e a terceira declarações vêm de mulheres na terrível prisão de Evin. Ambas exigem o fim da guerra, condenam o ataque do Estado de Israel contra o Irã e, ao mesmo tempo, rejeitam o regime teocrático e autoritário do Irã, responsável pela morte de milhares de dissidentes. Ambas enfatizam a necessidade de uma luta popular para derrubar o regime, enquanto rejeitam a intervenção estrangeira. Embora possamos criticar o uso de certos termos como “democracia”, apoiamos o antimilitarismo e o internacionalismo dessas mulheres corajosas.

Em uma dessas declarações, quatro presas políticas — Reyhanna Ansari, Sakineh Parvaneh, Verisheh Moradi e Golrokh Irai — afirmaram que a verdadeira liberdade do Irã só será alcançada através da resistência generalizada e do poder dos movimentos sociais. Elas rejeitaram firmemente qualquer esperança de depender de governos estrangeiros para trazer liberdade ou democracia ao povo iraniano e condenaram vigorosamente os recentes ataques israelenses em solo iraniano, que resultaram na morte de civis e destruição de infraestrutura. Escreveram:

“Nossa libertação, a libertação do povo do Irã da ditadura que governa o país, só é possível através da luta das massas e recorrendo às forças sociais, não se agarrando a potências estrangeiras nem depositando esperanças nelas… As potências que sempre trouxeram destruição aos países da região através da explotação e da colonização, incitando guerras e assassinatos em busca de maiores benefícios, não terão outro resultado para nós senão nova destruição e explotação.”

Em uma mensagem separada, as presas políticas Anisha Asadollahi, Nahid Khodabakhashi e Nasrin Javadi escreveram uma carta diretamente ao povo do Irã. Começaram sua carta saudando o povo oprimido e justo e declararam: “As guerras nunca beneficiarão o povo.”

É o povo, que não teve nenhum papel no início dessas guerras, quem sempre paga o preço.

Essas presas políticas se autodenominam “reféns do governo”, mantidas indefesas atrás de portas de ferro. No entanto, mesmo de dentro da prisão, expressaram profunda preocupação com as pessoas que estão fora, convocando para a resistência coletiva contra a guerra.

Fonte: https://panfletossubversivos.blogspot.com/2025/06/las-feministas-iranies-se-pronuncian.html

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Na banca da feira
Tudo a preço de banana:
morangos maduros.

Alberto Murata

[Reino Unido] De Ryan Roberts para o 11 de junho, dia internacional de solidariedade com prisioneiras/os Anarquistas em regime de longa duração.

O dia 11 de junho é o dia Internacional de solidariedade com presas/os Anarquistas em regime de longa duração. Neste dia, fazemos um apelo à solidariedade e que se mantenha viva a chama da revolução. O apoio mútuo, o cuidado e a unidade são as nossas forças para derrubar o capitalismo e manter as nossas comunidades organizadas. A solidariedade com as presas/os não é apenas um dia ou uma semana no calendário, é todos os dias, todas as horas, e todos os minutos importam.
 
Torne a solidariedade para com as pessoas presas parte da sua vida cotidiana. Escreva cartas para suas amigas e amigos que estão na prisão. Não conhece ninguém? Escolha alguns nomes locais e internacionais e comece a escrever para eles. As prisões são construídas para isolar as pessoas, quebre essa barreira e não deixe ninguém ser esquecido.
 
Estamos juntas e juntos nessa luta contra o mesmo sistema injusto e podre. Ninguém fica para trás. Ninguém é livre até que todas e todos sejamos livres. (A)
 
———–
 
Escreva para Ryan neste endereço:
 
Ryan Roberts
A5155EM
HMP Lowdham Grange,
Old Epperstone Road,
Lowdham,
Nottingham,
NG14 7DA
Reino Unido
 
Fonte: https://actforfree.noblogs.org/2025/06/15/uk-from-ryan-roberts-for-the-the-11th-of-june-international-day-of-solidarity-with-long-term-anarchist-prisoners/
 
Tradução > acervo trans-anarquista
 
Conteúdos relacionados:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/04/eua-dia-11-de-junho-de-2025-a-paisagem-se-transforma-dia-internacional-de-solidariedade-a-marius-mason-e-aos-prisioneiros-anarquistas-de-longa-duracao/
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/06/eua-declaracao-de-marius-mason-para-11-de-junho-de-2025/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
A solitária
mosca de inverno
voa sobre haicais.
 
Tânia Alves

[Holanda] Encontro Internacional de Libertação Animal em Appelscha

O QUÊ: Encontro Internacional de Libertação Animal
QUANDO: De 7 a 10 de agosto
ONDE: Camping tot Vrijheidsbezinning, Appelscha, Países Baixos

A BiteBack NL está organizando um encontro pela libertação animal no terreno de acampamento anarquista de Appelscha.

Em sua segunda edição, o evento internacional contará com oficinas, palestras, comida vegana, comunidade, descanso, filmes, bandas e barracas. Todo o evento será realizado em inglês.

Curiosamente, o local do evento tem grande importância histórica para o anarquismo. O camping “Tot Vrijheidsbezinning” era originalmente um campo de batatas, comprado por anarquistas em 1933 e transformado em um espaço de encontros e acampamentos, onde desde então diversos eventos ativistas vêm sendo organizados. O local possui vários espaços, além de alguns banheiros e chuveiros, mas é necessário levar sua própria barraca para dormir!

A comida será fornecida pelo Le Sabot, uma cozinha política ativista administrada por anarquistas. Toda a alimentação é vegana e orgânica. A organização sugere uma doação de 8,50 euros por dia para a alimentação, que inclui café da manhã, almoço e jantar. No entanto, se você não puder pagar esse valor, doe menos, e, se puder doar mais, isso ajudará a cobrir os custos de quem não pode contribuir.

O evento pede que as pessoas se inscrevam com antecedência, para que possam estimar o número de participantes, e solicita uma contribuição de 30 euros para os três dias. Se você não puder pagar, entre em contato com a organização, ninguém será impedido de participar por falta de dinheiro.

Eles também estão em busca de colaboradores! Você tem algo a compartilhar? Alguma oficina, filme ou barraca para montar? Escreva para eles por e-mail, ainda há vagas!

Mais informações sobre o evento: www.animalliberationgathering.org

Tradução > Contrafatual

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/06/03/encontro-de-libertacao-animal-na-holanda/

agência de notícias anarquistas-ana

Ah, lua de outono –
Caminhei a noite inteira
Em torno do lago.

Bashô

[Itália] Santa Anarquia? Não, obrigada!

Intrigada pelo título — Santa Anarquia! Demolir o domínio, dar corpo à comunidade, amar o estrangeiro — comprei e li o livro de Graham Adams (Bologna, EDB, 2025). Sinto-me no dever de desaconselhá-lo veementemente e alertar companheirxs para que não cometam o mesmo erro duplo que eu cometi. Ou, pelo menos, que o façam com plena consciência.

O livro revelou-se uma leitura objetivamente cansativa, sobrecarregada por reflexões desconexas, fragmentadas, pouco sistemáticas e, ao mesmo tempo, redundantes. Cada capítulo — oito no total — abre com uma passagem bíblica (às vezes duas, para não deixar faltar nada). Mas é todo o texto que transborda de linguagem bíblica, referências escriturais e imagens de catecismo ilustrado. Este é o mundo conceitual monocórdico em que o autor se move, pensa e se expressa: um universo teológico onde a “anarquia” prometida no título se dissolve entre salmos e invocações. Para piorar, há 17 hinos intercalados — sim, hinos mesmo: orações, cânticos de louvor, súplicas — todos rigorosamente compostos pelo autor. O resultado? Um livro profundamente religioso, teológico e bíblico. Mas pouquíssimo anarquista.

O que falta? Toda a tradição anarquista!

Nenhum dos clássicos teóricos do anarquismo é citado: nada de Bakunin, Proudhon, Malatesta, Goldman, Kropotkin, Reclus. Ninguém. Nem Tolstói! Zero. O único que faz uma aparição fugaz — relegado a quatro notas de rodapé — é Jacques Ellul. Os verdadeiros referenciais teóricos do autor? Dois teólogos contemporâneos: seu mentor direto, o anglicano britânico Andrew Shanks, e John Caputo, estadunidense de formação católica e fundador da chamada “teologia fraca”. Em suma, falta qualquer diálogo com a tradição filosófica anarquista. Durante a leitura cansativa, tive a impressão de ter sido enganada e sequestrada, obrigada a assistir a contragosto a um seminário de teologia pós-moderna. Nas quase trezentas páginas, não há o mínimo esforço de engajamento com o pensamento libertário. Só o título é, infelizmente, uma isca eficaz. Aliás, a expressão “Santa Anarquia!” — com seu ponto de exclamação específico — é inspirada, como o autor declara abertamente, no Robin, o ajudante do Batman (p. 19 do livro). Esses são os “sólidos referenciais teóricos” do autor.

Rebranding teológico, não anarquismo

O autor faz um makeover teológico, apropriando-se do termo “anarquia” para renovar a expressão “Reino de Deus”. Evidentemente, termos como “rei” e “reino”, com conotações hierárquicas e patriarcais, não têm muito apelo hoje, então parte-se em busca de sinônimos mais atraentes. Afinal, “a linguagem da soberania, do controle e do governo é completamente inadequada”, escreve Adams (p. 32).

O cerne da proposta é, basicamente, um rebranding: fora “Reino de Deus”, entrem “Santa Anarquia!” — porque até a proposta anterior de substituí-lo por “família de Deus” já soa ultrapassada, coisa de boletim paroquial. O importante é atualizar a embalagem. Mas a substância permanece a mesma: fala-se ainda de adesão e obediência a Deus. Nada de anarquia. (Veja-se: “Seja sagrada ou santa, o ponto é que a verdadeira anarquia é divina: é uma condição, um estado de coisas onde se cumpre a vontade de Deus”, p. 32). Em certo momento, o autor chega a identificar a “Santa Anarquia” com a ressurreição de Jesus (pp. 257-258).

Um Deus “fracote” e uma anarquia sem luta

Adams tenta reformular até a imagem de Deus, descrevendo-o como uma divindade que age por meio de uma “extraordinária fraqueza” (Capítulo IV). Ele também busca conciliar essa visão com o evolucionismo darwinista, apresentando Deus como um ser inacabado, em constante devir. Paralelamente, esforça-se para lidar com o histórico do cristianismo como cúmplice ativo de estruturas de poder, dominação e opressão (como no colonialismo).

Mas o pior é que, no livro, “anarquia” frequentemente vira sinônimo de desordem, incompletude, confusão e até impureza (p. 25). Ignora-se totalmente que, para Proudhon, “a anarquia é a ordem sem poder”, e para Reclus, “a ausência de governo é a mais alta expressão da ordem”. Suspeito fortemente que o autor nem conheça essas formulações — que são o ABC do pensamento anarquista.

Solidariedade sem confronto: a armadilha

Adams, pastor de uma igreja congregacionalista inglesa, fala de solidariedade, hospitalidade mútua, “infância espiritual” e empatia. Defende um “espaço onde se possam ouvir os lamentos das pessoas” (p. 182). Tudo muito bonito. O problema é que ele evita totalmente abordar questões práticas como propriedade, gestão de recursos ou meios de produção. Propõe vagamente conceitos como “a mão aberta”, “a verdade em devir”, “a escolha da fraqueza”, mas nunca defende a luta ou o conflito. Pelo contrário, prega o “amor aos inimigos” (p. 242). Não surpreende que, de modo coerente (mas pouco eficaz), ele recorra à preghiera (oração), esperando que seus desejos para o mundo se realizem por milagre (p. 208).

FT.

Fonte: https://umanitanova.org/santa-anarchia-no-grazie

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Tão pequena
E desbotada de chuva
A casa da infância!…

Paulo Franchetti

[Espanha] Luciano Allende. Há que cultivar nosso jardim

O homem que carrega em suas costas com um companheiro exausto se chama Luciano Allende (foto) e nasceu faz 120 anos em Santander. O chamavam Toto. Teve uma infância pobre e complicada, e com 15 anos emigrou à Lyon, na França, para trabalhar de vidreiro. Um ofício fodido o de vidreiro. O fogo te queima os olhos e a mistura de certos minerais empregados como corantes te queima os pulmões. Ainda assim nunca baixou os olhos nem deixou de aspirar a vida a baforadas.
 
Vidreiro também nas cercanias de Paris, travou amizade com o insubmisso Gaston Rolland, a quem condenaram a trabalhos forçados por condenar as guerras; e com Charles Louis Anderson, libertário que na guerra espanhola moveria céus e terra apesar de não acreditar no primeiro para evacuar meninos e meninas a zona segura e condições dignas. Também fez boa amizade com dois exilados espanhóis que iam avisando do fascismo que viria, Buenaventura Durruti e Francisco Ascaso.
 
Após o golpe fascista de julho de 36, Allende regressou à Espanha para engajar-se no Exército Popular. Foi sugado pela guerra até cruzar à pé a fronteira para ser jogado em Argelès e Saint Cyprien. Sua única saída foi engajar-se em uma companhia de trabalhadores estrangeiros. Não teve vontade de render-se após a ocupação alemã e se integrou na Resistência.
 
Luciano Allende participou em diversas ações armadas contra as tropas alemãs até ser detido pela Gestapo em março de 1944. Não puderam tirar-lhe nada e o deportaram a Neuengamme, uma antiga fábrica de ladrilho utilizada como fábrica de horror pela SS. 106 mil pessoas, homens e mulheres, passaram por ali. Pereceram mais da metade. Luciano sobreviveu. Em 4 de maio de 1945 é esse homem que olha a câmera carregando um companheiro em suas costas, porque sempre arcou com sua responsabilidade em um mundo que sem tipos como ele seria pior, nos faria piores.
 
Militante até o final da CNT e da Federação Espanhola dos Deportados e Internados Políticos (FEDIP), Luciano Allende foi com sua companheira Mariette trabalhar de apicultor perto do Mediterrâneo, esse vidro azul no qual podia perder o olhar e recordar essas vidas que lhe davam sentido a tudo. Luciano Allende morreu em 23 de janeiro de 1983, na paz de um zumbido de abelha, espalhando suas cinzas no jardim de um bom amigo, o libertário Paul Ferrare. Há que cultivar nosso jardim.

Tradução > Sol de Abril
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2018/12/24/pais-basco-a-cnt-ante-o-horror-do-nazismo/
 
agência de notícias anarquistas-ana
  
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
 
Guilherme de Almeida

[Espanha] Pelas 6 de La Suiza em Xixón: Pare a Repressão Antissindical!

MANIFESTAÇÃO PELA LIBERDADE DAS 6 DE LA SUIZA
XIXÓN 29 JUNHO 12.30 H

Desde Valladolid, reserve teu lugar em valladolid@cnt.es

Em 2017, a denúncia de um empresário, a cumplicidade da brigada de informação da polícia, a imprensa, promotores e juízes, abriram um tortuoso processo contra uma trabalhadora dessa panificadora e quarenta companheiras da CNT que a apoiaram.

Em junho de 2024 o Tribunal Supremo converteu em jurisprudência a repressão da ação sindical, confirmando duas injustas sentenças de três anos e meio para 6 companheiras. E o fez equiparando a negociação e as concentrações pacíficas com os delitos de coações e obstrução de justiça.

A confluência de interesses entre o mais retrógado da casta empresarial e judicial provoca que qualquer pessoa e qualquer sindicato que aspirem a defender seus direitos laborais, possam ser processados e condenados por isso.

O nível de repressão é tal que o próprio juiz, Lino Rubio Mayo, acaba de negar às seis condenadas a suspensão da pena de ingresso na prisão, apesar de que inclusive a Promotoria o solicitava.

Se no dia de hoje as 6 de La Suiza ainda não estão reclusas no cárcere, o estarão em breve. Só por serem solidárias com uma trabalhadora explorada, que chegou a ver como as condições laborais puseram em risco sua gravidez. Só por exercer o direito à negociação e à denúncia pública, ferramentas irrenunciáveis do sindicalismo em liberdade que defendemos.

Esgotadas as vias para não entrar na prisão, fazemos um chamado para que através da mobilização, da luta e da pressão na rua impeçam esta injustiça.

Também demandamos ao governo a tramitação urgente de um indulto que ponha fim ao absurdo.

6 DE LA SUIZA LIBERDADE!
FAZER SINDICALISMO NÃO É DELITO

cntvalladolid.es

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/09/espanha-concentracao-de-apoio-a-las-6-de-la-suiza/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/06/espanha-solidariedade-com-lxs-6-de-la-suiza-basta-de-perseguicao-fazer-sindicalismo-nao-e-crime/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/04/espanha-comunicado-contra-a-revogacao-da-suspensao-da-pena-de-las-6-de-la-suiza/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

as peninhas
tão leves, flutuam
no ar

Akemi Yamamoto Amorim

[Vila Velha-ES] Pela rua livre! O som que esfola os ouvidos da ordem!

Irmãs e Irmãos de luta! A velha máquina do capital rangente e a podridão do Estado não terão trégua nas ruas de Vila Velha! O OLDSKULL BAR se transforma em trincheira sonora no sábado, 28/06/2025, ecoando o grito de revolta das ruas com puro PUNK ROCK, HARDCORE e as facadas sonoras cortando o ar!

Das ruínas do conformismo nos ergueremos como um soco no estômago do sistema: cada acorde é um tijolo arrancado dos muros da opressão, cada letra um manifesto incendiário contra a domesticação! Não é show, é ação direta em forma de ruído!

Compareça na AV. CARLOS LINDENBERG, 5.126, PLANALTO, VILA VELHA/ES. Este não é um endereço, é um território livre marcado para o encontro das feras insubmissas! Contra a pacificação burguesa, erguemos a barricada do som cru! Contra o silêncio imposto, o rugido coletivo! ROMPA as correntes do tédio, INCENDE os ouvidos com a fúria libertária! Apareçam, ocupem, façam ecoar a nossa recusa em ser governados!

SEM DEUS, SEM PATRÃO!

AÇÃO DIRETA EM ONDAS SONORAS!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

Coruja voa
Espreitando o rato
Que passeia só.

Ze de Bonifácio

[Itália] E eles chamam isso de segurança. Guerra Irã-Israel

E assim, mais um passo rumo à guerra mundial foi dado.
 
A agressão decidida pelo governo de Israel contra o Irã começou na noite entre os dias 12 e 13 de junho. A justificativa: impedir que o Irã tenha a bomba atômica. Chamaram a operação de “Leão que Surge – Rising Lion”, uma referência clara ao símbolo da monarquia Pahlavi que governou o Irã até 1979. No domingo, 15 de junho, estava prevista uma nova reunião entre delegados do governo iraniano e do governo dos EUA para tentar chegar a um acordo sobre o programa nuclear do Irã; o que aconteceu foi um ataque às negociações, contra as quais o primeiro-ministro israelense sempre se posicionou.
 
Esse ataque não teria sido possível sem o apoio das forças armadas dos EUA: Israel se confirma como o executor ao qual a administração americana arma a mão.
 
O Irã respondeu prontamente. Às centenas de civis mortos no Irã somam-se agora outras mortes civis em Israel. Esta guerra foi feita em nome da segurança: assim como, segundo a versão anglo-americana e de seus aliados, o Irã quer obter a bomba atômica por segurança, Israel quer impedir o Irã de tê-la — por segurança. Mas a segurança dos governos é a morte das populações. Não existe escudo seguro, assim como não existem bombas inteligentes nem guerras humanitárias.
 
Apesar de falar em paz, a administração Trump prepara e faz a guerra: prepara guerra contra a China, ataca o Irã por meio de Israel.
 
Enquanto fechamos esta edição, chegam testemunhos de bombardeios por parte de companheirxs anarquistas que vivem no Irã. Testemunhos que desmascaram tanto a propaganda de Tel Aviv quanto a de Teerã. Ao contrário da versão oficial israelense, parece que centenas de civis foram mortos nos bombardeios “cirúrgicos” contra o Irã e que, apesar da retórica da república islâmica, não existem protocolos adequados nem materiais suficientes nas cidades iranianas para ajudar a população civil. Esses também são efeitos das sanções ocidentais que há anos afetam principalmente os civis.
 
No risco de a guerra se tornar normalidade, xs companheirxs lembram que a sociedade iraniana é atravessada por profundas divisões. A maioria odeia o regime, mas não quer a guerra; sofre com a situação e amaldiçoa o governo. Há apoiadores do regime que pedem uma resposta dura contra Israel. Há saudosistas da monarquia autoritária do xá que apoiam Israel e desejam uma guerra total para tomar o poder. E há uma minoria revolucionária, contra a república islâmica, contra Israel e contra todos os Estados, que rejeita a lógica simplista da guerra e já atua no nível da ajuda mútua.
 
Também na Europa, xs companheirxs exiladxs do Irã tomaram posições claras contra a guerra. Condenaram de forma inequívoca a agressão israelense, considerando esse ataque um grave obstáculo aos movimentos dentro do Irã. Um obstáculo para o movimento feminista de libertação do patriarcado, para o movimento operário e da classe trabalhadora, e para o movimento contra a tirania. Porque a guerra reduz as possibilidades de ação das massas organizadas — que são as primeiras vítimas dos bombardeios —, e fortalece a repressão autoritária do regime, assim como a coesão em torno do governo de Teerã, tanto entre seus apoiadores internos quanto entre os aliados no exterior. As esperanças de liberdade são apagadas pela guerra e pelas bombas israelenses — ao contrário do que repetem nos meios de comunicação oficiais, não só os propagandistas de Tel Aviv, mas também os iranianos de sofá que apoiam a dinastia assassina dos xás Pahlavi.
 
Podemos fazer algo para parar essa guerra?
 
De 24 a 26 de junho será realizado em Haia, nos Países Baixos, o encontro anual da OTAN, com o objetivo de organizar ainda melhor essa política de agressão.
 
A Internacional das Federações Anarquistas lançou uma campanha, sobre a qual já informamos anteriormente. Convidamos antimilitaristas, pacifistas e internacionalistas a se mobilizarem para este primeiro chamado.
 
Na imagem: obra de Militanza Gráfica, reelaboração.
 
Fonte: https://umanitanova.org/e-la-chiamano-sicurezza-guerra-iran-israele  
 
Tradução > Liberto
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/17/declaracao-da-frente-anarquista-do-ira-e-do-afeganistao-condenando-a-belicosidade-dos-estados/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
na verde colina
bem mais que o fruto me apraz
a flor pequenina
 
Antônio Gonçalves Hudson 

[Canadá] Festival Internacional de Teatro Anarquista de Montreal | Uma história não oficial

por Norman Nawrocki

Fifth Estate nº 416, primavera de 2025

Apesar de ser uma das ideologias políticas mais incompreendidas de nossos tempos, o anarquismo possui uma longa e bela história de um pensamento político elaborado, movimentos sociais vastos e bem organizados e uma riqueza cultural de arte, literatura, cinema, música e teatro. Teatro anarquista não-comercial, não-burguês. Teatro anarquista inebriante, impregnado de liberdade e igualdade, humanidade e esperança para todos.

No início do século passado, anarquistas renomados, como a americana Emma Goldman e o igualmente respeitado russo Peter Kropotkin, defenderam fortemente um teatro politicamente consciente e seu potencial radical, referindo-se às peças de Ibsen, Gorky, Tolstoi, Wilde, Erich Mühsam, Voltarine de Cleyre e Louise Michel. Eles enfatizaram que o teatro era um meio ideal para comunicar ideias, aspirações e opiniões políticas dissidentes clandestinas, com foco no conteúdo e não na forma.

Buenos Aires, que já era um polo de anarco-sindicalismo e de organização da classe trabalhadora desde o início do século XX, ostentava não apenas uma, mas uma dúzia de grupos de teatro anarquista, assim como os movimentos camponeses revolucionários na Rússia e na Ucrânia. O teatro surrealista de orientação anarquista floresceu na Europa a partir da década de 1920, inspirado pelo trabalho ardente de escritores franceses brilhantes como Antonin Artaud, Benjamin Péret, Tristan Tzara e outros. Apresentações provocativas aconteciam em cafés, bares e teatros em todo o continente e além. Na década de 1960, o célebre Bread and Puppet Theater de Vermont [Teatro Pão e Marionete] encenou enormes cortejos e desfiles contra a guerra do Vietnã nas ruas. Na década de 1990, a orquestra de rebeldes anarco-cabarés de Montreal, Rhythm Activism, produziu cabarés comunitários teatrais radicais no Quebec para promover os direitos dos moradores e dos pobres.

Mais recentemente, o Montreal International Anarchist Theatre Festival / Le Festival International de Théâtre Anarchiste de Montréal (MIATF) deu continuidade a essa tradição radical com sua celebração anual do teatro contemporâneo e histórico de inspiração anarquista. Um pequeno grupo de anarquistas entusiastas do teatro o iniciou em 2005. Eles decidiram que a reivindicação da cidade como o centro da atividade cultural anarquista na América do Norte precisava de um teatro incendiário para reforçá-la.

Trinta deles se reuniram em um bar de punk rock local para ler e apresentar trechos em francês e inglês de seis peças anarquistas de 1880 a 1980. Peças como L’ami de l’ordre (O amigo da ordem), de George Darien, sobre a Comuna de Paris de 1871, e Land and Liberty (Terra e Liberdade), de Ricardo Flores Magon, sobre a Revolução Mexicana. O evento, “Rebel Words/Les mots rebelles“, a primeira celebração do teatro anarquista bilíngue da cidade, preparou o terreno para o grande festival internacional anual.

No segundo ano, o pequeno coletivo de atores anarquistas, dramaturgos e fãs de teatro enviou uma convocação para peças nas mídias sociais. Dezenas de grupos responderam, da Austrália à Rússia, da África à América do Sul, do Oriente Médio e do Extremo Oriente à América do Norte.

No total, o empreendimento voluntário, que durou dezoito anos, apresentou mais de cento e vinte peças, com quase o mesmo número de trupes formadas por centenas de artistas, e atraiu milhares de participantes curiosos para conhecer esse novo e desconhecido gênero de teatro.

Vieram artistas do Chile, da Itália, das Filipinas, da Alemanha, da França, da Bélgica e de toda a América do Norte, inclusive artistas das Primeiras Nações. Trazer o lendário The Living Theatre de Nova York para Montreal pela primeira vez causou um frenesi midiático e causou lotação esgotada em um local com 500 assentos em duas noites. O aclamado Bread and Puppet Theatre, de Vermont, veio três vezes. Outras trupes profissionais, como Le Krizo Theatre, da França; Chalry Magonza, da Bélgica; Ceetuch Company e Teatro Fresa Salvaje, do Chile; Tallercito, de Berlim; Theatre La Balancelle, de Paris; Le Grand Asile, de Bruxelas, e muitos outros, também participaram.

Sendo uma província bilíngue, inglês/francês, as peças eram apresentadas em ambos os idiomas, mas também em outros idiomas com roteiros projetados traduzidos. Cada edição do MIATF foi dedicada a um ou mais grupos de anarquistas contemporâneos e do passado ou a movimentos, atuais e do passado, nos quais anarquistas estavam envolvidos. E eram compartilhados apelos de solidariedade com prisioneiros políticos, trabalhadores em greve ou estudantes. E a feira de livros anarquista que estava por vir era sempre apresentada como um ótimo lugar para aprender mais.
Em uma cidade onde havia festivais durante todo o ano, inclusive de teatro, o MIATF se diferenciava pelo fato de funcionar sem patrocínio estatal ou corporativo. Ele era autofinanciado por meio da venda de ingressos, doações e eventos beneficentes. A programação anarquista ajudou a desmistificar o termo frequentemente difamado e incompreendido, geralmente vulgarizado na grande mídia.

Todos os anos, muitas peças abordavam questões críticas da atualidade a partir de perspectivas anarquistas: gentrificação, desocupações e resistência; batalhas sindicais anarco-sindicalistas; feminismo e sexismo; discursos contra a guerra; trabalho sexual; e críticas às mídias sociais. Mas também sobre a história anarquista de Haymarket, Chicago, até o movimento Makhnovista na Ucrânia; o movimento antifascista; a história de Sacco e Vanzetti nos EUA; Guantánamo; o anarquismo japonês; a Greve Geral de Winnipeg de 1919 e muito mais. Grande parte do trabalho se concentrou nas experiências dos oprimidos do mundo e nos movimentos em prol da liberdade.

Comédia, tragédia, marionetes e fantoches, mímica e circo, teatro rap e teatro poético, teatro musical – tudo era bem-vindo, inclusive um coral de ativistas locais de combate à pobreza acompanhado de sua própria banda a cantar músicas revolucionárias.

O MIATF esperava incentivar o crescimento do teatro anarquista tanto local quanto mundialmente. Para incentivar os dramaturgos profissionais e amadores a se aprofundarem na história e na prática anarquista ou em seus ideais para se inspirarem e transformarem isso em um teatro relevante para os dias de hoje. O anarquismo é frequentemente associado a protestos e a estar nas ruas.

O festival também se esforçou para oferecer teatro acessível e econômico para todos, não apenas para aqueles que têm dinheiro. Os preços dos ingressos foram deliberadamente mantidos baixos, de dez dólares até a pechincha final de quinze dólares para uma noite com, às vezes, cinco ou seis atos diferentes. O preço do teatro contemporâneo convencional já está fora do alcance de muitas pessoas e tem pouca relevância para suas vidas.

As peças tinham que ter uma visão artística clara, ser acessíveis e bem produzidas. A ênfase era exibir um teatro de qualidade, mesmo que não fosse produzido profissionalmente nem dependesse de fumaça e espelhos tecnológicos caros. A prioridade era o conteúdo, não a forma. A cada ano, o MIATF também buscava equilibrar a programação de grupos visitantes e locais, profissionais e amadores, para apoiar os talentos locais.

Artistas eram sempre incentivados a “assumir riscos, fazer perguntas importantes e explorar o universo da criatividade”. O MIATF ofereceu uma estrutura para o teatro que, de outra forma, não seria aceito em locais de teatro tradicionais por ser “muito político” ou “não ser profissional ou comercial o suficiente”.

A cada ano, o local incluía mesas com literatura anarquista. Os apresentadores ou convidados especiais falavam entre as apresentações sobre anarquismo, a teoria e a prática e o contexto histórico do festival. Mestres de cerimônias poderiam começar a programação descrevendo o anarquismo como “um movimento coletivo para a liberação pessoal”.

Fariam a ligação histórica entre o teatro anarquista, a cultura e o movimento anarquista, explicando como artistas famosos como Cezanne, Courbet, Seurat, Kupka, Pissarro, Frans Masereel e outros foram atraídos pela liberdade de expressão presente no movimento. E como a criatividade ajuda as pessoas a perceberem seu potencial, como ela é fortalecedora e as tira de sua vida cotidiana, revelando-lhes outra maneira de viver.

Durante todo o período do festival, foi organizada uma série de tendas de arrecadação de fundos para ajudar a reabastecer os fundos do MIATF, mas também para convidar e identificar novos talentos para potenciais peças, fazer com que outros colegas testassem novos materiais e iniciar a promoção do festival. As festas de encerramento para arrecadação de fundos também ajudaram a encerrar cada festival. Mas as receitas de bilheteria cobriram a maior parte das despesas operacionais. O déficit era compensado pela organização ou por doações de apoiadores.

Desde o início, o MIATF sempre foi parte integrante do Festival of Anarchy [Festival da Anarquia] de Montreal, que durava um mês, em maio. Era uma celebração extravagante e abrangente de arte, cinema, música, poesia, literatura e festas anarquistas organizada por diversos pequenos grupos que culminava na Montreal Anarchist Bookfair anual [Feira de Livros Anarquista de Montreal], o maior evento anarquista da América do Norte, atraindo milhares de amantes de livros em um fim de semana.

Temos orgulho de dizer que alguns dos primeiros artistas e dramaturgos que colaboraram conosco durante esses dezoito anos (como Joseph Shragge, Caileigh Crow, Emilie Monnet, etc.) ganharam prestigiosos prêmios nacionais de excelência em artes e teatro em homenagem ao seu trabalho. Outros artistas globais que também contribuíram generosamente com seu talento e tempo no MIATF mantêm a tradição viva, continuando a produzir teatro anarquista inovador.

Um dia, outro festival com o mesmo espírito reunirá novamente o melhor que esse teatro tem a oferecer.

O MIATF encerrou sua gloriosa temporada em 2023 com uma apresentação final. Se algum grupo estiver interessado em iniciar outro festival de teatro anarquista, os membros do coletivo terão o maior prazer em dialogar. Veja o arquivo on-line do MIATF em: anarchistetheatrefestival.com

Norman Nawrocki foi cofundador e codiretor artístico do coletivo MIATF. Ele atuou no festival e escreveu e dirigiu peças.

Uma versão mais longa deste artigo está disponível no site do Fifth Estate em https://www.fifthestate.org/archive/416-spring-2025/the-montreal-international-anarchist-theatre-festival/the-montreal-international-anarchist-theatre-festival-long-version/

Tradução > acervo trans-anarquista

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/10/10/canada-festival-internacional-de-teatro-anarquista-de-montreal-chega-ao-fim/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2023/10/06/canada-17o-festival-internacional-de-teatro-anarquista-de-montreal/

agência de notícias anarquistas-ana

Rio seco
silêncio sob a ponte
apenas o vento.

Rodrigo de Almeida Siqueira

[Turquia] Apoie Osman Evcan, preso desde o início dos 90

Entre 1980 e 1989, Osman Evcan ficou preso por 9 anos. Em 1992, foi condenado a 30 anos de prisão por suposta participação em uma organização ilegal.

Em 2003, abraçou o pensamento anarquista, tornou-se vegano e continuou participando da luta pela libertação animal dentro do sistema prisional. Em 2011, reafirmou sua objeção de consciência em relação à alimentação e iniciou uma greve de fome de 42 dias para exigir acesso a alimentos veganos e livres de crueldade na prisão. Esta greve recebeu apoio internacional e forçou o governo a fazer ajustes para prisioneiros veganos.

Em toda “festa do sacrifício” (Eid al-Adha), Osman realizava greves de fome para protestar contra a matança de animais. Em 2015, realizou outra greve de fome de 33 dias, conseguindo o direito de receber alimentos veganos na prisão. No entanto, continuou enfrentando violações desses direitos conquistados pela administração prisional.

Além de lutar pela libertação animal, Evcan apoiou os direitos LGBTQ+, os direitos das mulheres e as lutas anti-imperialistas, contribuindo com artigos e escritos sobre esses temas. Ele continua resistindo à violência autoritária e à opressão inerente à estrutura hierárquica das prisões, sob uma perspectiva vegano-anarquista!

Sadık Akso, que compartilhou cela com Osman Evcan, também foi influenciado pelo pensamento vegano-anarquista e se tornou um importante apoiador da resistência vegana que se espalhou pelas celas.

Como Evcan expressou em sua mensagem de Ano Novo:

Um mundo sem fronteiras, sem classes, sem exploração, sem guerras, sem qualquer organização estatal na Terra; um mundo igual, livre, cooperativo, solidário e vegano.”

Escreva para Osman:

Osman Evcan

Silivri 9 No’lu Kapalı Ceza İnfaz Kurumu

C-9-66

Silivri-Istanbul, Istambul

Turquia

FOGO ÀS CELAS,

LIBERDADE PARA OSMAN EVCAN E SADIK AKSO

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Oh cruel vendaval!
Um bando de pequenos pardais
agarra-se à relva.

Buson

Saberes Anarquistas

Já existem muitos doutores anarquistas. Pesquisadores e pesquisadoras que passaram pelas universidades, que mergulharam nos livros, que fizeram da crítica uma ferramenta e da pesquisa um modo de resistência.

Mas e se a gente usasse tudo isso para criar outra coisa?

E se, em vez de tentar reformar o que já está apodrecido, a gente colocasse energia em fundar espaços de formação popular, com outros critérios, outras formas de ensinar e aprender?

Uma universidade sem hierarquia, sem vestibular, sem meritocracia.

Que nasça das ruas, das cozinhas, dos quintais, das vivências, não dos editais.

Que reconheça o saber de quem planta, cuida, dança, costura, resiste.

Que tenha corpo, afeto, autonomia e partilha como fundamentos.

Já tem muita gente fazendo.

Nos cursinhos livres, nas ocupações, nos territórios que ensinam sem pedir licença.

Esse texto é só um lembrete.

Podemos criar nossa própria universidade popular, autogerida, viva.

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/02/anarquia-e-agora/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/05/17/do-pulpito-academico-as-trincheiras-vazias-a-encruzilhada-do-anarquismo-contemporaneo/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/05/09/quando-o-pensamento-vira-prisao-critica-anarquista-a-academizacao-da-vida/

agência de notícias anarquistas-ana

entre flores velhas
o som da abelha
treme flores novas…

Luiz Gustavo Pires

[Alemanha] Acampamento de Protesto Antimilitarista em Colônia 25.08.-31.08.2025

Desarmar a Rheinmetall:

“Colônia, aqui vamos nós!

Como já anunciado, daremos continuidade ao nosso acampamento e protesto em Kiel 2024.

Desta vez, escolhemos Colônia!

De 25.08 a 31.08, queremos montar nossas barracas na cidade dos milhões para realizar nossas várias ações a partir daí.

Colônia foi escolhida devido às inúmeras empresas de defesa e instituições militares que estão instaladas na cidade e em seus arredores. Além disso, há a localização central em NRW e o fato de que podemos contar com muitos aliados locais!

Estamos muito animados e ansiosos pelos dias no acampamento e pelas ações. Marque-os em sua agenda!”

Como nos anos anteriores, também haverá um acampamento de protesto antimilitarista iniciado pela “Disarm Rheinmetall” este ano, com uma variedade de ações contra os belicistas e aproveitadores da guerra. Como em Kiel, no ano passado, também haverá eventos, concentrações e ações sobre esse tópico, tendo em vista o genocídio em curso na Palestina pelos militares israelenses e seus apoiadores.

anarchists4palestine.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

Trégua de vidro:
o canto da cigarra
perfura rochas.

Matsuo Bashô