[Espanha] Lançamento: “Vidas en rojo y negro”. Uma família anarquista que desafia o silêncio

Um dos livros que sacudiram o panorama editorial do Uruguai em 2023 chega agora ao estado espanhol pela mão de La Vorágine. “Vidas en rojo y negro” é uma história que começa em uma pequena aldeia da Cantábria e que se escreve em Montevidéu. Ali vive Antonio Ladra, o descendente de uma família humilde e anarquista que pagou com sangue, exílio ou silêncio a ousadia de sonhar e pôr em marcha um mundo mais justo.

Agora, chega a Traficantes de Sueños Antonio Ladra(Montevidéu, 1956), jornalista e escritor com vários livros de investigação publicados, mas também de poesia; também é permanente animador dos festivais de jazz com o Hot Club de Montevidéu, ainda que não toque nem o tambor.

A história que conta em Vidas en rojo y negro é a de sua família, uma das que não tem espaço nos livros de história oficiais. A família Ladra —desde o diminuto povoado de Toñanes (Alfoz de Lloredo, Cantábria)— apostou pela anarquia, pela liberdade e a democracia em uma Espanha sequestrada pelo totalitarismo franquista.

Agora, o filho de Sol Ladra, desde Montevidéu, indaga, relata e traz à luz uma história tão diminuta como heroica, tão necessária como invisibilidade. Este livro faz com que umas vidas qualquer  por fim sejam contadas com detalhe e, ao fazê-lo, a morte retrocede, a singularidade aflora.

Este é o último desafio ao silêncio de uma família anarquista que se mantêm firme mas sobrevive estilhaçada pela repressão e a derrota, pela repressão e o exílio, pelo castigo e o silêncio.

VIDAS EN ROJO Y NEGRO

Antonio Ladra

11,00€

lavoragine.net

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

A felicidade
nem de mais e nem de menos –
Minha primavera.

Issa

Lula é… um Zé Ruela ambiental!!!

[Chile] Marcha do Dia Mundial do Veganismo em Santiago

o de novembro está chegando, data em que se comemora o dia mundial do veganismo e que, contraditoriamente, não temos nada a comemorar enquanto a exploração animal continuar existindo. O mínimo que podemos fazer é manifestar nosso legítimo descontentamento contra toda a opressão sofrida por nossos irmãos e irmãs, que continuam sendo objetos de consumo dessa sociedade carcerária e capitalista.

Conclamamos toda a afinidade antiespecista a nos reunir novamente para marchar pela libertação animal. Traga sua faixa, cartaz, bandeira, folhetos ou qualquer material de propaganda.

Nos encontraremos na sexta-feira, 01 de novembro, a partir das 16:00 horas, na Plaza Los Héroes e depois marcharemos pela Alameda até a Plaza Dignidad.

Compartilhe e participe, faça isso pelos animais!

agência de notícias anarquistas-ana

No meio da grama,
Surge uma luz repentina.
Vaga-lume acorda.

Renata Paccola

Dia do Trabalho na Nova Zelândia: um dia para refletir, resistir e reinventar

À medida que o Dia do Trabalho se aproxima na Nova Zelândia [1], vale à pena recordar as suas origens – não como um mero dia de folga, mas como um lembrete do poder da união dos trabalhadores contra a exploração e na busca por uma sociedade mais justa. Originalmente concebido para homenagear a luta por uma jornada de trabalho de oito horas, o Dia do Trabalho destaca uma história cheia de solidariedade, ação direta e resistência. Mas quanto deste espírito sobrevive nas celebrações do Dia do Trabalho de hoje? E como podem os anarquistas e anticapitalistas reivindicar este dia como um momento de reflexão e resistência radicais?

O Dia do Trabalho na Nova Zelândia tem suas raízes na década de 1840, quando o carpinteiro Samuel Parnell se recusou a trabalhar mais de oito horas por dia, desencadeando um dos primeiros movimentos em direção à jornada de trabalho de oito horas. No final do século XIX, a jornada de trabalho de oito horas tinha se espalhado e, em 1890, o país celebrou o seu primeiro Dia do Trabalho oficial para homenagear o espírito de unidade da classe trabalhadora.

Inicialmente, o Dia do Trabalho comemorava as vitórias da organização sindical e da resistência dos trabalhadores, um dia em que os trabalhadores, muitas vezes com o apoio dos sindicatos, saíam às ruas. Desfiles, discursos e comícios centravam-se nos direitos laborais, salários justos e condições de trabalho mais seguras. Mas com o passar dos anos, o significado do Dia do Trabalho tem sido diluído, mercantilizado e transformado em nada mais que um fim de semana prolongado em Outubro – muito longe de seu princípio radical.

O significado do Dia do Trabalho foi desgastado à medida que os direitos dos trabalhadores diminuíram através de políticas neoliberais, legislação anti-sindical e interesses corporativos. Na Nova Zelândia de hoje, existe uma grande disparidade de riqueza entre os ricos e a classe trabalhadora, a filiação sindical diminuiu e os trabalhadores estão enfrentando empregos precários e custos de vida altíssimos, com salários que não acompanham. À medida que o Dia do Trabalho se torna mais uma questão de vendas e churrascos do que de solidariedade e resistência, é crucial considerar como podemos recuperar este dia para a classe trabalhadora.

Tal como Parnell e os seus pares lutaram por uma jornada de oito horas há mais de 150 anos, os trabalhadores de hoje enfrentam as suas próprias batalhas. Espera-se de quem atua na hotelaria, nos setores de serviços, no varejo e na logística que trabalhe longas horas por baixos salários, muitas vezes sob vigilância e demandas de trabalho eventual baseadas em aplicativos.

Para os anarquistas, o Dia do Trabalho é um lembrete claro de que o capitalismo depende fundamentalmente da exploração dos trabalhadores para sobreviver. Os anarquistas não vêem a erosão dos direitos laborais como um mau funcionamento dentro do capitalismo, mas sim como a sua função inevitável. A luta dos trabalhadores não é simplesmente para melhorar as condições de exploração, mas para acabar com ela. Em vez de negociar melhores condições para os trabalhadores sob o capitalismo, os anarquistas imaginam um mundo onde o trabalho seja uma questão de cooperação, apoio mútuo e associação voluntária – e não de necessidade ou coerção.

O Dia do Trabalho não deve limitar-se à negociação de pequenas reformas, melhores condições ou salários mais justos, mas deve ser visto como um momento para sonhar alto. Imagine um mundo onde todos pudessem partilhar a riqueza da sociedade sem compulsão, onde os trabalhadores administrassem os locais de trabalho e as comunidades das quais fazem parte, sem patrões ou proprietários. Esta visão desafia a própria estrutura do capitalismo e do Estado.

Retomando o Dia do Trabalho: o que podemos fazer?

  1. Pratique Ação Direta: Use o Dia do Trabalho como uma oportunidade para organizar ações que apóiem diretamente os trabalhadores na Nova Zelândia. Isto pode significar redes de apoio mútuo, organização no local de trabalho ou apoio a greves e protestos existentes. Ao resistir ativamente e ao perturbar os sistemas exploradores, resgatamos o Dia do Trabalho como um dia de ação.
  2. Educar e Aumentar a Conscientização: Aproveite este dia para educar a comunidade sobre a verdadeira história do Dia do Trabalho e discutir as limitações das “reformas” capitalistas. Organizar palestras públicas, distribuir zines e criar conteúdos online pode encorajar outros a pensar criticamente sobre o trabalho e o capitalismo.
  3. Desafie o consumismo: resista à mercantilização do Dia do Trabalho como um feriado comercial. Organize ou participe de “dias sem compra” (“buy-nothing days”), eventos de compartilhamento de habilidades ou iniciativas locais de “mercado realmente muito livre” (“really, really free markets”). Estes eventos fornecem exemplos tangíveis de um mundo onde os recursos são partilhados livremente e não comprados e vendidos.

O Dia do Trabalho deveria ser mais do que um feriado ou um aniversário da jornada de oito horas de trabalho; deveria ser um apelo ao desmantelamento das estruturas que nos mantêm presos a uma vida de exploração. Ao reinventarmos o Dia do Trabalho como um dia de resistência anticapitalista, podemos lembrar uns aos outros que os trabalhadores têm o poder de resistir, reconstruir e reivindicar um novo futuro. Se avançarmos e agirmos coletivamente, o Dia do Trabalhador pode mais uma vez ser um ponto de encontro para aqueles que acreditam num mundo onde o trabalho serve às pessoas e não ao lucro.

Neste Dia do Trabalho, vamos rejeitar a conformidade, rejeitar os símbolos vazios da política reformista e, em vez disso, lembrar que a mudança radical começa com a nossa disposição de resistir e reinventar.

Fonte: https://awsm4u.noblogs.org/post/2024/10/27/labour-day-in-new-zealand-a-day-to-reflect-resist-and-reimagine/

Nota:

[1] Na Nova Zelândia, o Dia do Trabalho é comemorado na quarta segunda-feira de outubro.

Tradução > mariposa

agência de notícias anarquistas-ana

Um tico-tico
Todo colorido
Pinta meu coração.

Kátia Viana Barros

[EUA] Resenha do livro: Cinquenta anos depois, o romance de Ursula K. Le Guin sobre anarquistas utópicos continua tão relevante quanto sempre

Em Os Despossuídos (The Dispossessed), um físico se encontra pego entre sociedades

Por Alan Scherstuhl | 15/10/2024

FICÇÃO

The Dispossessed: A Novel (50th Anniversary Edition)

por Ursula K. Le Guin.

Harper, 2024 ($35)

Um pouco depois da metade de Os Despossuídos, o romance de ficção científica inesgotavelmente rico e sábio de Ursula K. Le Guin sobre um físico pego entre sociedades, o protagonista, Shevek, nascido e criado em um coletivo anarquista, fica bêbado (pela primeira vez) em uma festa chique de uma sociedade capitalista em um planeta que não é o seu. Lá, esse brilhante mas perplexo cientista, é encurralado por um plutocrata com perguntas impertinentes. Qual é o objetivo dos esforços de Shevek para criar uma Teoria Temporal Geral que reconcilie “aspectos ou processos do tempo”?

Shevek explica que o tempo em nossas percepções é como uma flecha, movendo-se em apenas uma direção.

No cosmos e no átomo, no entanto, ele se move em círculos e ciclos, a “repetição infinita” um “processo atemporal”.

“Mas de que adianta esse tipo de “compreensão”, pergunta o plutocrata, “se não resulta em aplicações práticas e tecnológicas?”

As tensões que Le Guin explora aqui — entre o teórico e o aplicável, o cientista e a sociedade — não diminuíram nos 50 anos desde que The Dispossessed conquistou os prêmios Hugo, Locus e Nebula. A ciência neste romance de 1974 — agora reeditado com uma introdução comemorativa cheia de angústias sobre o presente da escritora Karen Joy Fowler — é vaga, uma física explorada através de metáforas. Mas a representação de Le Guin de um cientista preso entre totalmente convincentes mundos opostos continua emocionante em sua precisão, às vezes até mesmo assustadora.

No planeta coletivista Anarres, uma paisagem desértica devastada pela fome, a busca de Shevek por uma Teoria Temporal Geral é frustrada por cientistas-burocratas que estão preocupados que suas descobertas possam se mostrar contrarrevolucionárias. Depois de arquitetar uma fuga diplomática para a exuberante Urras, financiada pela abundância capitalista, Shevek descobre que seu trabalho é visto como proprietário — um produto. Essa perspectiva o muda. Shevek se vê se comportando como os “proprietários” patriarcais de Urras. Bêbado e solitário, esse homem gentil cuja linguagem não tem pronomes possessivos, agarra uma mulher como se ela fosse sua. É um ato que mais tarde o enoja — e o coloca em um curso revolucionário que afetará todos os mundos que a humanidade alcançou.

Le Guin, que morreu em 2018, deixa para os leitores fazerem o que quiserem dessa mudança. A flecha do tempo avançou rapidamente desde 1974, mas os círculos e ciclos da obra-prima de Le Guin continuam a sugerir, com urgente humanidade, tanto o presente quanto o futuro.

Fonte: https://www.scientificamerican.com/article/book-review-fifty-years-later-ursula-k-le-guins-novel-about-utopian/

Tradução > Alma

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agência de notícias anarquistas-ana

viagem de trem
entre as estações
a primavera

Joaquim Pedro

[Espanha] A Biblioteca Anarquista Maria Rius de Lleida recebe documentação do anarquista César Broto

  • O escritor Miquel Àngel Bergés doa ao arquivo os documentos usados para compilar sua biografia de Broto.

 O escritor Miquel Àngel Bergés doou ao arquivo da Biblioteca Anarquista Maria Rius, em Lleida, os documentos que utilizou para compilar sua biografia do anarquista César Broto Villegas.

O livro foi publicado em 2006 pela Pagès Editors com o título Lleida Anarquista. Memórias de um militante da CNT durante a República, a Guerra Civil e o franquismo. O material consiste em gravações das entrevistas realizadas e em vários documentos e anotações escritos pelo próprio Broto e por Bergés.

O autor também publicou, entre outros livros, Coisas que fizemos antes de sermos esquecidos (Pagès Editores, 2023), um romance sobre as revoltas anarquistas, a Guerra Civil, o franquismo e o exílio dos anarquistas Félix Lorenzo Páramo, o primeiro prefeito anarquista de Lleida; Josep Larroca, presidente do Tribunal Popular e a miliciana Maria la Caçadora.

César Broto Villegas (Zaragoza, 1914 – La Pobla del Duc, 2009) foi um militante ativo da CNT-AIT e da FAI em Lleida durante a década de 1930, participando da fundação do jornal “Acracia”.

Frente Segre

Membro da Coluna Durruti – 26ª Divisão, foi ferido na queda da frente de Segre e condenado a 15 anos de prisão. Libertado quatro anos depois, em 1945 foi secretário da CNT catalã e, mais tarde, secretário-geral da CNT. Preso novamente, ele passou mais 15 anos nas prisões e campos de trabalho de Franco.

Em 2021, a Fundación de Estudios Libertarios Anselmo Lorenzo (FAL) publicou seu livro O grande tráfico de escravos, no qual Broto narra como o franquismo usou prisioneiros como mão de obra escrava para a construção de grandes obras públicas e também para o benefício de empresas privadas e setores simpáticos ao regime. O livro foi apresentado em junho passado no Seu Vella de Lleida, como um lembrete de que esse espaço também foi um campo de concentração.

A Biblioteca Anarquista Maria Rius agradeceu a Bergés pela doação e disse que ela estará disponível para consulta assim que o arquivamento e a digitalização do material registrado forem concluídos.

A biblioteca, que leva o nome da anarquista arbequina Maria de Riu Berenguer (Arbeca, 1900 – França, 1970), abriu suas portas no bairro de Balàfia, em Lleida, em 2016. Ela funciona de forma autogerida, horizontal e em assembleia, com o objetivo de disseminar o pensamento e as práticas anarquistas, promovendo o conhecimento, a reflexão e o debate.

Fonte: https://www.lavanguardia.com/local/lleida/20241016/10027624/biblioteca-anarquista-maria-rius-lleida-recibe-documentacion-anarquista-cesar-broto.html

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

poesia sem inspiração.
a culpa, certamente,
é a mudança da estação.

Lineu Cotrim

[Grécia] Patras | Cartaz antinacionalista e antimilitarista nas escolas da cidade pela Assembleia Libertária Antifascista

Cartaz colado nas escolas da cidade pela Assembleia Libertária Antifascista de Patras

O 28 de outubro – como qualquer “feriado nacional” – promove e normaliza a uniformidade, o militarismo, a indústria da guerra, a morte, as crenças nacionalistas e religiosas.

Contra à imposição do nacionalismo e do militarismo nas escolas

Lutamos por uma sociedade livre, solidária e inclusiva

Defendemos a unidade da classe contra todas as formas de fascismo, nacionalismo e qualquer forma de divisão

Assembleia Libertária Antifascista de Patras | asp2023@espiv.net

agência de notícias anarquistas-ana

Ameixeiras brancas —
Assim a alva rompe as trevas
deste dia em diante.

Yosa Buson

[França] Um livro para redescobrir | A insurreição argelina e os comunistas libertários

Há setenta anos, em 1º de novembro de 1954, teve início a revolta que levaria à independência da Argélia. Desde seus primeiros dias, a Fédération communiste libertaire (na França) e o Mouvement libertaire nord-africain (na Argélia) apoiaram a causa dos combatentes da resistência contra o colonialismo francês.

Para marcar esse 70º aniversário, a Editions d’Alternative libertaire convida você a redescobrir, nas livrarias e em nossa loja on-line, um livro que reúne os testemunhos de ativistas da época: Georges Fontenis (FCL), Léandre Valéro (MLNA), Guy Bourgeois (Groupes anarchistes d’action révolutionnaire), Denis Berger (La Voie communiste).

O livro também inclui uma extensa seção de fotos com muitas fotos de arquivos particulares, bem como reproduções do semanário Le Libertaire, que acabou sendo estrangulado por ações judiciais movidas pelo Estado francês.

  • Coletivo, L’Insurrection algérienne et les communistes libertaires, Ed. d’Alternative libertaire, 2006, 80 páginas.

Essa história também é contada neste vídeo:

https://vimeo.com/205203011 

unioncommunistelibertaire.org

agência de notícias anarquistas-ana

Abre o camponês
sulcos de arado na terra:
no seu rosto rugas.

Anibal Beça

[Chile] Santiago: “Anarquia de bicicleta”. Atividade de solidariedade com o Arquivo Histórico La Revuelta – 30 de outubro

Queridos compas.

Vocês estão superconvidados, nesta quarta-feira, 30 de outubro, a participar desta atividade de solidariedade com o Arquivo Histórico La Revuelta.

Com o eixo temático da bicicleta como forma de luta e mobilização fora do âmbito institucional, exibiremos o documentário “Cicletada por la Memoria Ácrata”, que consiste em um registro editado – com material histórico – da Cicletada por la Memoria Ácrata realizada em 2022, onde diferentes grupos antiautoritários se organizaram para realizar um passeio de bicicleta que percorreu diferentes lugares de Santiago onde ocorreram eventos e processos relevantes para a história do anarquismo nesta cidade. O documentário será apresentado e comentado por seu realizador e por aqueles que organizaram o passeio de bicicleta.

Por outro lado, haverá uma apresentação/conversa sobre o uso anárquico da bicicleta e sobre as cicletadas anarquistas, encapuzadas e punks de bicicleta como forma de protesto e ataque ao poder entre 2008 e 2020, em relação a uma investigação que está sendo realizada por um companheiro do Arquivo, buscando fazer um exercício coletivo de memória e analisando o alcance e as limitações da bicicleta em ambientes antagonistas.

Teremos música ao vivo, poesia, drinques, pizzas veganas e muito mais!

Compareça, espalhe a notícia e viva a Anarquia.

@archivo_larevuelta
@malakleta

agência de notícias anarquistas-ana

Chuva de primavera –
Uma criança
Ensina o gato a dançar.

Issa

Lançamento de vídeo anarcopunk em Fortaleza (CE)

Release Projeto C.O.I.C.E. – Com Objeção e Indignação Continuamos Existindo Desde 2015, o C.O.I.C.E., projeto de estúdio criado por Maurício Remígio, explora as fronteiras da música de forma independente e sem compromisso com o mercado. Com influências que vão do anarcopunk ao pós-punk, somadas às sonoridades locais, o C.O.I.C.E. é um experimento sonoro que reflete uma busca constante por comunicar resistência por meio do som. O projeto é, acima de tudo, uma expressão pessoal, onde Maurício compõe, executa e grava, criando paisagens sonoras que desafiam convenções e abraçam a contracultura. Cada música é resultado de inquietações e evoca sentidos que surgem da busca por uma existência que recusa o conformismo. O C.O.I.C.E. é um grito de objeção e indignação, permanecendo fiel à sua essência DIY (faça você mesmo), carregando em sua estética a resistência e o desejo de continuar existindo em um mundo que tenta silenciar as vozes destoadas. Com o C.O.I.C.E., Maurício Remígio cria uma sonoridade única que questiona, provoca e inspira, em um esforço contínuo para se conectar com aqueles que ainda acreditam em existências outras.

Sobre o videoclipe:

CHAMADO, o muZine, ou seja, um videoclipe realizado por um Zineasta anarca e punk, é uma obra visceral aos olhos. já que eu tinha de fazer justiça com a força da música. para chegar às imagens, que cheguei, deitei e rolei na edição zinematográfica, fiquei ouvindo a música várias vezes seguidas. até que me veio a ideia de criar uma narrativa irônica, ou uma zombaria crítica, que devia misturar, realidade, ficção e humor. para isso transformei o super-homem em super-cifrão, o grande herói da religião, do estado e do capital. e daí evoquei nossa rebeldia ancestral e nossa revolta atual para a gente agir por um futuro melhor. assim é o CHAMADO, todes nós juntes, numa união simbolizada por vários tipos de anarquismos, como a mais potente kriptonita contra esse grande capitão do mato. considero esse muZine como o segundo passo dado do DIY: se começamos no “faça-você-mesme”, agora seguimos no “façamos-nós-mesmes”!

Amante da Heresia {Léo Pimentel}

Sobre a música:

Chamado” é uma música de resistência, um grito que contrasta com os poderes que saqueiam vidas e molestam a paz. Denuncia a manipulação e o controle sobre as populações, expondo aqueles que, nas sombras, acumulam propriedades enquanto tentam silenciar as vozes que ousam resistir. Com influências do punk e sonoridades dos povos tradicionais, “Chamado” emerge dos fazeres DIY como uma rejeição profunda ao sistema. Os tambores e vozes ecoam saberes que atravessam o tempo, anunciando que outros mundos existem e resistem. “Chamado” é uma convocação à solidariedade e à criação de existências libertárias, nascendo do desejo de romper com a dominação e de expor aqueles que se beneficiam do sofrimento e da exploração alheia.

Maurício Remígio

O vídeo pode ser acessado nesse link:

https://youtu.be/euJh-0w-mEM?si=ag0OHJT1XD6QktEP

Sobre o Lançamento:

Esse videoclipe será lançado no cinemolotov nas jornadas anarcopunk em Fortaleza-CE no dia 01 as 19h.

agência de notícias anarquistas-ana

No espaço, um brilho
qual uma folha viva:
O grilo.

Edércio Fanasca

[Espanha] La Pantera Rossa, Centro Social e Livraria em Zaragoza

Respostas a algumas perguntas de Redes Libertárias: LA PANTERA ROSSA, Centro Social e Livraria. Zaragoza

Como e quando surgiu o Centro Social e Livraria?

La Pantera Rossa nasceu em sua localização atual, em Zaragoza, no inverno de 2010, graças à confluência de diferentes coletivos dos quais participavam as pessoas que a fundaram (economistas críticas, planejadores urbanos sociais, antimilitaristas e antirracistas pelos direitos dos migrantes “sem documentos”), que haviam sido persuadidos por nós que formávamos a antiga equipe editorial aragonesa do jornal Diagonal (hoje El Salto). Conseguimos avançar graças a essa grande equipe de pessoas, aos microcréditos pessoais de solidariedade (sem juros) e ao apoio de experiências amigáveis do ecossistema crítico do livro com presença em outros territórios que confiavam e apostavam em multiplicar geograficamente a rebelião cultural, especificamente a editora e distribuidora libertária Virus em Barcelona, Traficantes de Sueños em Madri e La Hormiga Atómica em Iruña-Pamplona (hoje Katakrak).

Que objetivos vocês estabeleceram quando fundaram a La Pantera Rossa, e vocês acham que eles foram alcançados?

Nosso objetivo original era construir um espaço público à margem da cultura de mercado, capaz de oferecer recursos básicos aos movimentos sociais locais, de reunir o descontentamento social e produzir antagonismo por meio da promoção de encontros críticos e livros. “Abrimos por causa da crise”, clamava uma grande faixa que exibimos na vitrine de nossa loja durante os primeiros dias de abertura. Estávamos nos referindo não à crise econômica ou financeira que nos cercava, mas à crise da organização social, abandonada ao identitarismo, à endogamia e à dinâmica cega e autodestrutiva da esquerda autoritária, também responsável pela desmobilização social que nos assolava. Queríamos abrir um “buraco” nessa dolorosa realidade para nos questionarmos e, assim, podermos pintar o mundo de outra cor.

Sabíamos, porque fazíamos parte deles, que os coletivos sociais de Zaragoza precisavam, que nós precisávamos, de um lugar aberto e livre de preconceitos e estereótipos, onde pudessem se expressar e falar “ao mundo” para difundir e convocar a revolta social, e queríamos, ao mesmo tempo, divulgar uma cultura radical, que abordasse a raiz dos conflitos sociais, com dignidade e garantias de permanência. Hoje podemos afirmar que, apesar das dificuldades econômicas, e em particular da venda de livros, com o que nos autofinanciamos, conseguimos consolidar o espaço social que pretendíamos, devido à qualidade de seus meios e propostas e à quantidade e substância heterogêneas das ações transformadoras que abrigamos.

Que ações são prioritárias nas suas atividades?

A disseminação da literatura e do conhecimento crítico, a promoção da auto-organização popular e do protesto político, a subversão cultural e a extensão da economia social e solidária e do cooperativismo como uma alternativa prática ao capitalismo.

Que setores sociais vocês atingem?

Os setores sociais com os quais estamos em contato são múltiplos e diversificados, desde a população “local” do bairro velho onde estamos localizados (La Magdalena), até pessoas do resto da cidade ou visitantes de outros lugares que simpatizam com o projeto cultural em uma ampla gama ideológica que vai de posições socialistas e humanistas a posições libertárias. La Pantera Rossa é “habitada” por ativistas ambientais, feministas, antimilitaristas e pacifistas, sindicalistas de “classe” e pessoas sensíveis a essas mesmas ideias que estão procurando um ponto de encontro seguro.

Que meios de divulgação de suas atividades vocês utilizam (web, redes, etc.)?

Os meios de divulgação que usamos são comunicados à imprensa, as redes sociais, um boletim informativo por e-mail e nosso próprio website. E, em algumas ocasiões, fazemos divulgação impressa que distribuímos pela cidade.

Como você avalia sua trajetória na cidade?

Após quase quatorze anos de existência, nosso balanço é positivo pela recepção e aceitação social diversificada que temos encontrado, o uso do espaço pelos movimentos sociais e outras iniciativas da cidade é abundante, às vezes avassalador para um projeto comunitário pequeno como o nosso. Acreditamos que conseguimos garantir um espaço de autogestão e crítica cultural, independente de qualquer meio de pressão política ou econômica, com dignidade e reconhecimento público.

>> La Pantera Rossa www.lapanterarossa.net/

Fonte: https://redeslibertarias.com/2024/06/28/la-pantera-rossa-centro-social-libreria-zaragoza/

Tradução > anarcademia

agência de notícias anarquistas-ana

velho caminho
sol estende seu tapete de luz
passos de passarinho

Alonso Alvarez

[França] Radio Libertaire em alerta

Caros amigos e amigas ouvintes,

A Radio Libertaire, assim como cerca de 700 estações de rádio comunitárias em toda a França, está em perigo com a Lei de Finanças de 2025!

Esse projeto de lei prevê uma redução de 35% no financiamento alocado ao Fonds de Soutien à l’Expression Radiophonique (FSER).

Mas o que é exatamente o FSER?

Criado em 1982, o FSER foi projetado para permitir que as estações de rádio comunitárias cumpram, e eu cito, “sua missão de comunicação social local”.

Até 2008, esse fundo era composto pela receita de um imposto baseado nos valores pagos pelos anunciantes pela transmissão de mensagens publicitárias no rádio e na televisão.

Desde 2009, eles vêm de uma alocação fixa do orçamento do Estado e são alocados por ordem do Ministro da Cultura e Comunicação.

Esse procedimento tem sido frequentemente usado pelo Estado para monopolizar recursos que eram gerenciados sem sua intervenção. (Fundo para garantir o regime de pensão, tentativa de assumir as reservas do regime Agirc-Arrco, aquisição dos regimes de seguro-desemprego, Previdência Social, sob o pretexto de déficits, às vezes organizados pelo Estado). É insuportável!

A RL solicita e recebe um “subsídio operacional” anual que, embora automático, exige que ela preencha um grande número de formulários e forneça os documentos de apoio. Ele representa mais de dois terços de seu orçamento.

Como a Radio Libertaire não tem funcionários assalariados e suas atividades são baseadas, vale lembrar, em trabalho voluntário, a maior parte de seu orçamento é gasta em operações.

Para as outras estações de rádio, aquelas com funcionários, será necessário demitir pessoal e/ou abandonar a transmissão DAB+. Para algumas, será simplesmente o fim da aventura.

Sob o pretexto de rigor orçamentário, essa é uma oportunidade de varrer da paisagem os atores independentes ou daqueles que são um pouco rebeldes demais. Nestes tempos de tendências de extrema direita, há motivos para preocupação.

Por enquanto, estamos em contato com as várias organizações que representam as rádios comunitárias, como a SNRL e a CNRA, que já estão pedindo mobilizações.

Você pode nos ajudar fazendo uma doação no site da RL, na guia “nous soutenir” (Apoie-nos): https: //radio-libertaire.org/soutien.php. Mas, acima de tudo, espalhe a notícia e prepare-se para se mobilizar pela Radio Libertaire e por todas as outras estações de rádio que ainda são livres.

O secretariado da Radio Libertaire

radio-libertaire.org

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agência de notícias anarquistas-ana

folhas no quintal
dançam ao vento
com as roupas do varal

Carlos Seabra

[México] Carta do prisioneiro anarquista Jorge “Yorch” Esquivel

Declaração do prisioneiro anarquista mexicano Jorge “Yorch” Esquivel, preso em 8 de dezembro de 2022 e condenado a sete anos e seis meses de prisão por acusações forjadas.

Olá, Compas,

Como estão todos? Estou um pouco estressado porque não recebi nenhuma informação relacionada à minha apelação. Os tribunais continuam em greve e não me deram nenhuma resposta. Também quero mencionar que o juiz que está decidindo sobre a apelação é o mesmo que me sentenciou, portanto, não tenho muita esperança na apelação. No entanto, temos o mandado de amparo que será julgado por outro tribunal. Para isso, espero que eles retirem alguns anos de minha sentença, pelo menos, ou, se possível, me absolvam de todas as acusações, pois não há provas contra mim e, ainda assim, eles me condenaram.

Peço a todos que continuem me apoiando com pressão política, da maneira que puderem, com cartas, trabalhos artísticos, coletando bens de que preciso aqui na prisão, material para fazer artesanato como linha e miçangas, marcadores coloridos, livros de colorir, papel mica, lápis de cor, revistas, livros, receitas, roupas, roupas íntimas, meias, roupas para o frio etc. Tudo o que você puder adquirir pode ser deixado em La Clandestina: Espacio de Encuentros, em Santa María la Ribera, na Cidade do México.

Também quero agradecer aos compas da Cruz Negra Anarquista de Los Angeles e da Cruz Negra Anarquista do México, pela solidariedade e esforço para me incluir na lista internacional de presos políticos da Federação da Cruz Negra Anarquista.

Isso é tudo por enquanto. Continuaremos resistindo pelo tempo que for necessário. Já estou aqui há quase dois anos. Quando for marcada a audiência de apelação, espero que todos vocês possam continuar me apoiando de suas trincheiras. Mando um abraço combativo a todos vocês.

Que caiam os muros de todas as prisões!

Libertem os presos políticos!

El Yorchs

Fonte: https://itsgoingdown.org/letter-from-anarchist-prisoner-jorge-yorch-esquivel-4/

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2023/04/07/mexico-carta-do-preso-anarquista-jorge-yorch-esquivel-solidaria-com-alfredo-cospito-e-miguel-peralta-e-anunciando-sua-proxima-audiencia-para-14-de-abril-de-2023/

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Em morosa andança
Ao léu com meu ordenança —
Contemplação das flores.

Kitamura Kigin

Saiu a primeira edição da revista trans-libertária!

Com bastante satisfação, apresentamos a primeira edição da revista trans-libertária!

Organizar essa revista é uma empreitada, uma iniciativa que corresponde a sentimentos tanto de entusiasmo como de aflição. nosso contato com o que se pode entender por perspectivas trans-anarquistas não é recente, embora algumas nomenclaturas nos pareçam quase inéditas. como escrevemos na apresentação do acervo trans-anarquista, onde essa edição fica hospedada, podemos entender perspectivas trans-anarquistas como um conjunto de movimentos libertários, trans, cuir/queer e transfeministas contrários às normatividades institucionais da modernidade e que se movimentam de modo transversal em relação às diferentes formas de violência que atravessam diferentes grupos. é uma definição bastante ampla, e não consideramos isso prejudicial.

>> Baixe-leia aqui:

https://transanarquismo.noblogs.org/revista-trans-libertaria-v-1-2024/

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poeirão
se levanta no caminho
secam meus olhos

Marcos Amorim

III Feira Anarquista do Rio de Janeiro, quase uma crônica…

Hoje (26/10), nesta tarde nublada de sábado, passei pela III Feira Anarquista do Rio de Janeiro, de modo apressado e meio cansado, entre passados, presentes e futuros ausentes na intuição do intempestivo e do irreverente…

Significativamente o evento de contracorrente, ocorrido no bairro singular de Vila Isabel, em um Centro de Cultura Social, foi uma encruzilhada de gerações e imaginações que inventam em segredo um mundo novo em seus insubmissos corações rebeldes.

Alguns coletivos e debates deram o tom do momento, onde ainda nos falta um povo, barricadas e desejos, contra a realidade, contra o que nos tornamos como sociedade e contra o Estado que legítima toda opressão e desigualdade.

A temática desta edição da feira foi o repúdio a memória da hoje envelhecida ditadura militar surpreendentemente atualizada pelo espectro dos novos fascismos de uma renovada e global extrema direita, mas também pelos limites dos progressismos e vanguardismos de uma “extrema esquerda” autoritária, defensora da hegeliana Razão na História.

Nos falta hoje, contra tudo que é moderno, uma visceral provocação libertária, uma recusa, silenciosa ou não, da prisão absurdamente cotidiana e normalizada do arbitrário “para sempre” dos efêmeros tempos de agora…

Nos falta uma suburbana e irreverente resposta aos nossos eternos e supostamente absolutos e absurdos passados.

Carlos Pereira Júnior

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/10/24/feira-anarquista-no-rio-de-janeiro-acontece-neste-sabado/

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velho no banco
corrida de meninos –
passam os anos

Carlos Seabra

[Espanha] Comunicado final da campanha: O El Lokal vai ficar em Raval

O El Lokal vai ficar em Raval [El Lokal se queda en el Raval]

Seis meses depois de iniciado o processo de compra do espaço, queremos celebrar que a autogestão, a ação direta, a solidariedade e o apoio mútuo funcionaram mais uma vez. Entre todes, com esforço, responsabilidade e generosidade, tornamos possível essa compra coletiva. A especulação e o mercado não nos expulsaram do bairro. Aqui seguiremos, onde começamos em 1987, como espaço de luta e resistência.

Neste outubro, coincidindo com o 37º aniversário do El Lokal e graças ao apoio da Sala Paral·lel62 e dos artistas que participaram, todes pudemos sentir a alegria coletiva de nos reunirmos em uma grande festa para marcar o fim da campanha.

Agora chegou a hora de compartilhar os resultados.

Em 6 de abril de 2024, em uma assembleia extraordinária de membros e amigos do El Lokal, tomamos a decisão de comprar o espaço depois que o proprietário anunciou que o contrato de aluguel não seria renovado em janeiro. Nesse mesmo dia, obtivemos as garantias necessárias para formalizar o empréstimo com a COOP 57, cujo pessoal gostaríamos de agradecer por ter acreditado no projeto desde o início e por ter nos acompanhado durante toda a negociação.

Em 16 de maio, apenas um mês depois, graças às suas contribuições e empréstimos, os fundos necessários foram levantados (entrada, impostos, registro e cartório) e a escritura foi formalizada.

Ao mesmo tempo, lançamos uma campanha pública de arrecadação de fundos por meio da Goteo e de contribuições diretas que superou todas as expectativas. Em menos de um mês, a meta ideal foi atingida e, por isso, decidimos encerrá-la, como foi relatado na assembleia aberta de 26 de junho, na qual a apresentação dos resultados se transformou em uma grande festa.

Até o momento, graças às contribuições de mais de 600 pessoas e grupos, foram arrecadados mais de 80 mil euros. Isso nos permitiu pagar a entrada, os custos e os impostos da escritura, fazer a devolução antecipada do empréstimo imprevisto de 20 mil euros e devolver os mais de 18 mil euros de empréstimos recebidos de membros e amigos, que adiantaram os fundos necessários para formalizar a compra em apenas um mês (veja as contas detalhadas no documento anexo).

O sucesso da campanha também nos permitiu iniciar as obras de melhoria que o El Lokal precisa após décadas de negligência do proprietário: já temos uma nova instalação elétrica, removemos algumas paredes divisórias e estamos terminando o trabalho de renovação de paredes e umidade. Também estamos planejando uma reorganização do espaço para que os materiais e os equipamentos de infraestrutura do bairro sejam mais bem organizados. Além de todas as melhorias, o valor arrecadado nos permitirá manter um fundo de reserva para atender a futuras taxas comunitárias e acelerar o pagamento do empréstimo.

E tudo isso comprando o essencial e usando, sempre que possível, apenas nossas mãos e nossa inteligência. Novamente, apoio mútuo e solidariedade.

Nesse sentido, gostaríamos de mencionar as cerca de vinte pessoas que dedicaram muitas horas de seu tempo para puxar cabos, derrubar ou levantar uma parede ou consertar uma prateleira, que editaram vídeos que tornaram essa campanha um estouro, que prepararam e enviaram os pacotes com as recompensas (se você não recebeu a sua, por favor, venha buscá-las, estamos com pouco espaço)… Também a todas as pessoas que tornam possível que o Lokal esteja aberto todos os dias…

Transbordando de amor e conscientes do compromisso implicado na generosidade e na confiança das centenas de pessoas e grupos depositaram no El Lokal, queremos agradecê-los por esse imenso esforço comum que vai muito além do dinheiro arrecadado. Isso nos dá ânimo e força, porque confirma que, para muitas pessoas, é importante que o El Lokal permaneça aberto para apoiar as lutas do bairro, da cidade e do mundo; mas também porque essa experiência abre as portas para que outras realidades façam o mesmo.

O El Lokal vai ficar em Raval.

Detalhes das contas e lista de coletivos que participaram da campanha

Campanha El Lokal se queda. Estado das contas em 10 de outubro de 2024:

https://ellokal.org/wp-content/uploads/2024/10/Campana-El-Lokal-se-queda.-Estado-Cuentas-a-10-oct-24.pdf

  • Campanha El Lokal se queda. Lista de participantes:

https://ellokal.org/wp-content/uploads/2024/10/Campana-El-Lokal-se-queda.-Lista-de-participantes.pdf

Tradução > anarcademia

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os aloendros
em fila
nos separavam do mundo

Guimarães Rosa