[Alemanha] A Feira Internacional do Automóvel (IAA) fede

Enquanto áreas do tamanho de Maiorca e Tenerife estão em chamas na Espanha, a indústria automobilística alemã está mais uma vez celebrando uma festa de greenwashing [“lavagem verde”] com seus carros de luxo por todo o centro de Munique.

Achamos que isso fede até a morte – figurativamente e agora literalmente também. Porque fizemos uma visita a Feira Internacional do Automóvel¹ (IAA) e jogamos líquidos fétidos em vários espaços abertos. Nem mesmo os 8.000 policiais conseguiram impedir nossa ação.

Não vamos deixar nossa cidade para eles. Foda-se a IAA! Foda-se o capital automobilístico alemão, que está destruindo o planeta em busca de lucro. E foda-se o rearmamento e a guerra. Não vamos nos deixar queimar em busca de lucro nos tanques² que a indústria automobilística alemã planeja ter saindo das linhas de produção novamente em breve!

(A)

[1] A IAA MOBILITY 2025 ocorre em Munique de 9 a 14 de setembro. É a maior feira automobilística do mundo.

[2] Fábricas de automóveis alemãs passam a produzir tanques.

agência de notícias anarquistas-ana

Sobre o telhado
fores de castanheiro
ignoradas.

Matsuo Bashô

Gastos Militares | Governo Lula 3 compra navio de guerra HMS Bulwark do Reino Unido

O Governo Lula 3 (Marinha do Brasil) finalizou a compra do navio de guerra britânico HMS Bulwark, conforme divulgado pela Força nesta quarta-feira (10/09). Os documentos que formalizam a aquisição foram assinados a bordo do HMS “Mersey” por autoridades brasileiras e do Reino Unido. O valor da compra não foi divulgado.

A negociação foi formalizada durante a Defence & Security Equipment International United Kingdom (DSEI UK) 2025, um dos principais fóruns globais de defesa e venda de armas, que reúne governos, Forças Armadas, líderes da indústria e representantes do setor.

A Marinha, segundo comunicado, considera a compra “um marco no esforço de recomposição do núcleo do Poder Naval, que contribuirá para o exercício da soberania em águas sob jurisdição do Estado”.

Fonte: agências de notícias

agência de notícias anarquistas-ana

pássaros cantando
no escuro
chuvoso amanhecer

Jack Kerouac

Como o Hilton Kathmandu, o hotel mais alto do Nepal, foi construído e reduzido a cinzas

O que foi construído ao longo de anos de investimento, design e intenção cultural foi destruído em horas de fúria

Por Anjali Choudhury | 10/09/2024

O horizonte do Nepal foi tomado pela fumaça esta semana, depois que um de seus hotéis mais altos, o Hilton Kathmandu, foi reduzido a uma carcaça carbonizada durante violentos protestos antigovernamentais. Imagens dramáticas capturaram a torre de vidro em chamas e fumaça enquanto manifestantes, muitos deles do inquieto movimento da Geração Z do Nepal, atacavam instituições governamentais, prédios do parlamento e até residências particulares de líderes políticos.

Em meio a toques de recolher, confrontos com forças de segurança e um número crescente de mortos de quase 25, o incêndio do Hilton Kathmandu se tornou um símbolo sombrio de quão longe a agitação se espalhou pela região.

Tudo sobre o Hilton Kathmandu

O Hilton Hotel em Katmandu não foi criado da noite para o dia. Desenvolvido pelo Shanker Group, o projeto teve início em 2016, com a ambiciosa visão de elevar o setor de hospitalidade do Nepal aos padrões internacionais.

A construção enfrentou diversos contratempos ao longo dos anos, principalmente durante a pandemia de COVID-19, que atrasou as obras em todo o vale. No entanto, após quase sete anos de esforços e um investimento de aproximadamente 8 bilhões, o imponente hotel finalmente abriu suas portas em julho de 2024, informou o New Business Age.

Localizado no bairro de Naxal, a propriedade de 64 metros de altura se tornou o hotel mais alto do Nepal, oferecendo quase 176 quartos e suítes em diferentes categorias.

Visão por trás do Hilton Kathmandu

Mais do que um hotel de luxo, o Hilton foi concebido como uma declaração cultural. Sua fachada cintilante refletia aletas verticais de vidro, projetadas como uma interpretação das bandeiras de oração budistas. Esses painéis dicroicos mudavam de tom conforme a luz do dia e ganhavam vida com cores elementares após o pôr do sol.

A arquitetura do edifício também se adaptava ao entorno. Um lado se inclinava para a intensidade das ruas urbanas de Katmandu, enquanto o outro se abria para a cordilheira Langtang, garantindo que a beleza natural do Nepal permanecesse parte integrante da experiência dos hóspedes. Varandas alternadas e linhas fluidas da fachada animavam o exterior, conferindo à torre uma presença dinâmica no horizonte.

Internamente, o Hilton oferecia uma experiência de hospitalidade de classe mundial. O lobby, os salões de banquetes e as salas de reunião concentravam-se nos andares inferiores, enquanto os quartos superiores desfrutavam de vistas panorâmicas do vale e das montanhas. As opções gastronômicas e de lazer eram diversificadas, incluindo cinco restaurantes, um spa, uma academia e amplas instalações para eventos.

O bar na cobertura, Orion, celebrava a herança do Nepal com esculturas em madeira e arte inspirada em mandalas, enquanto sua claraboia emoldurava o céu noturno do Himalaia. Os hóspedes também podiam desfrutar de uma piscina de borda infinita e refeições durante todo o dia nos andares superiores, com vistas panorâmicas de 180 graus que se estendiam por toda a malha urbana de Katmandu e pelos picos nevados ao longe.

Dado o histórico sísmico do Nepal, o Hilton foi projetado com a resiliência em seu cerne. A torre incluía paredes de cisalhamento e sistemas de amortecimento para resistir a terremotos, o que o qualificava como um edifício de “ocupação imediata”. A segurança era tão essencial para sua identidade quanto o luxo.

Situação atual do Hilton

Hoje, essa visão do Hilton está em ruínas. Antes um prisma de vidro e cor, o hotel agora está marcado pelo fogo, com as janelas quebradas, a fachada manchada de cinzas e o interior devastado. A destruição do hotel mais alto do Nepal é mais do que uma perda física. Marca a fragilidade do progresso em uma nação dividida entre a esperança e a desilusão.

O que foi construído ao longo de anos de investimento, design e intenção cultural foi destruído em horas de fúria.

Os protestos, que começaram por causa de restrições a aplicativos de mídia social, rapidamente se transformaram em uma revolta mais ampla contra a corrupção e a estagnação política. Mesmo a renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli pouco fez para acalmar a revolta pública, com os manifestantes determinados a pressionar por uma reforma sistêmica. Em meio ao caos, o aeroporto internacional de Katmandu foi forçado a fechar temporariamente, desferindo um duro golpe na economia nepalesa, dependente do turismo.

agência de notícias anarquistas-ana

olhando para trás
meu traseiro cobria-se
de cerejeiras em flor

Allen Ginsberg

[Itália] 2ª edição | Dia do desbatismo, das editoras anárquicas e dos livres pensadores

Empoli, 13 de setembro de 2025

Piazza Farinata Degli Uberti

10h00 – Abertura dos estandes de literatura libertária, da exposição fotográfica anticlerical e do banquete do desbatismo.

11h30 – Homenagem a Giordano Bruno e a alguns dos muitos mártires da intolerância religiosa, no bairro de Pontorme, na via Pontorme, sob a lápide de Giordano Bruno, com a colocação de uma coroa de flores e discurso público.

13h00 – Almoço na praça Farinata entre companheiros e simpatizantes.

16h00 – Apresentação do livro Under Ground Anarchico, de Raimondo Maria Dopraho.

17h00 – INTERVENÇÃO PÚBLICA de Daniele Ratti sobre o tema: A Revolução Espanhola de 1936 e o Nacional-Catolicismo.

18h00 – Canções sociais e anarquistas com Piero Zannelli e participações de Paolo Becherini e Simone Pacini.

20h00 – Jantar entre companheiros e simpatizantes.

21h30 – No Palazzo Pretorio apresentação teatral musical do livro de Pardo Fornaciari intitulado: “Quante volte figliolo” sobre a confissão religiosa, da antiguidade aos dias de hoje.

CENTRO DE ESTUDOS LIBERTÁRIOS PIETRO GORI

FAI – FEDERAÇÃO ANARQUISTA DE EMPOLI E DA VALDELSA

agência de notícias anarquistas-ana

Vermelho céu manchado
Sombras em seus lugares
Lua aparece.

Chang Yi Wei

“Agora, o governo declara que “os protestos da Geração Z causaram vítimas e danos à propriedade do Nepal”, culpando os “anarquistas” para se esquivar da responsabilidade.”

[Texto escrito em 09 de setembro de 2025]

Nos últimos dias, houve uma série de protestos no Nepal. Em todo o mundo, isso foi reduzido a uma resposta reacionária dos jovens a uma “proibição das redes sociais”. Isso é uma ofuscação superficial da situação real, que vem se acumulando há muito tempo em todo o país contra a corrupção, o nepotismo e a política autoritária que o povo vê no governo, que há 10 anos centraliza a sua base de poder e a infraestrutura política e suspende o processo democrático conforme a sua vontade.

A atual onda de protestos se transformou em uma revolta em resposta às tentativas do governo de silenciá-la brutalmente. A polícia passou de equipamentos antimotim e barricadas a canhões de água e balas de borracha, veículos militares e armas de fogo, resultando em assassinatos premeditados. O movimento é predominantemente de jovens, sendo que 19 já foram assassinados e mais de 400 gravemente feridos.

É claro que há os habituais protestos contra a “intervenção externa”, as “influências ocidentais” e os “infiltrados anárquicos que fazem o movimento parecer uma gangue” e assim por diante, comentários globais que procuram enquadrar a situação de maneira a servir aos seus interesses, geralmente provenientes de pessoas cuja imagem do Nepal se limita a uma grande colina, uns sherpas e umas vagas referências esotéricas efêmeras. Na verdade, as cenas dramáticas que agora se desenrolam são o resultado de anos de violência policial. Elas são orgânicas e pertencem ao povo do Nepal.

Com isso em mente, aqui está uma série de comunicações de camaradas da região.

Atualização do protesto da Geração Z no Nepal

Principais reivindicações: combate à corrupção, governança e liberdade de expressão. A mídia internacional, no entanto, se concentra somente nas proibições nas redes sociais.

1. A polícia agiu com brutalidade e atirou na cabeça e no peito dos estudantes da Geração Z, em protesto silencioso ontem. Até o último relatório, 19 mortos, mais de 50 em estado crítico, além de muitos feridos.

2. Ontem à noite, governo suspendeu as redes sociais.

3. O ministro do Interior renunciou, assim como alguns outros ministros do governo de coalizão que representam o Congresso Nepalês, o maior partido com 89 cadeiras. KP Sharma Oli, primeiro-ministro do Nepal, lidera o Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado) (CPN-UML), o segundo maior partido, com 78 cadeiras.

4. Foi imposto toque de recolher nas principais cidades do Nepal desde ontem à tarde. Jovens e pessoas continuam protestando em todo o Nepal, desafiando as ordens de toque de recolher e pedindo a renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli após a morte de estudantes inocentes.

5. A casa de Sher Bahadur Deuba (ex-primeiro-ministro) e presidente do Congresso Nepalês, o maior partido, foi atacada hoje de manhã por jovens em Katmandu.

6. A casa de Pushpa Kamal Dahal Prachanda (ex-primeiro-ministro) e presidente do Partido Comunista do Nepal (Centro Maoísta) foi atacada hoje de manhã. Ele é o líder do partido da oposição.

7. Postos policiais e escritórios de diferentes partidos políticos foram incendiados pela GenZ em todo o Nepal.

8. O número exato ainda não foi divulgado, mas houve muitos tiros. Além disso, a permissão era para o uso de balas de borracha, mas a polícia armada usou balas reais.

9. Mataram um menor, com uniforme escolar, com balas reais na cabeça e no peito. Isso não é só defesa. É uso excessivo da força.

10. Hoje também há protestos em alguns lugares, mas a grande área do município de Katmandu está sob toque de recolher desde ontem.

O Nepal está passando por uma crise política. A situação nos próximos dias é incerta. Perdemos tragicamente vidas inocentes que estavam exercendo direitos democráticos à liberdade de expressão e reunião pacífica. Precisamos, agora, do apoio da imprensa e da mídia internacionais, que escrevem falsamente que o protesto é contra a proibição das redes sociais, mas é contra a corrupção.

Atualização anônima

Em 5 de setembro de 2025, o governo do Nepal baniu 26 plataformas de mídia social, como Facebook, Instagram, WhatsApp, X, YouTube e Reddit, alegando que não seguiam a Diretiva para Regulamentar o Uso de Mídias Sociais, 2080 (2023/2024), para impedir o “discurso de ódio”. Sejamos honestos: isso foi feito para nos silenciar. As redes sociais são a nossa tábua de salvação, utilizadas por 70% dos jovens do Nepal. É assim que 2 milhões de trabalhadores no exterior conversam com as famílias, e jovens ganham dinheiro em um país com desemprego em massa. É como expomos a corrupção, como nos vídeos recentes nas redes sociais que expõem os filhos ricos dos políticos. Essa proibição é a respeito de controle, não é por segurança.

Hoje, 8 de setembro de 2025, milhares de jovens da Geração Z, estudantes e cidadãos desarmados marcharam pacificamente de Maitighar Mandala, em Katmandu, até o Parlamento, agitando bandeiras, carregando livros e segurando cartazes: “Acabem com a corrupção, não com as redes sociais”. Exigiam o fim da corrupção e da censura digital. O Estado respondeu com sangue. O chefe distrital Chhabi Rizal autorizou o uso de balas de borracha “para proteger a propriedade pública”, começando com canhões de água e cassetetes. Em seguida, desafiando as ordens, a polícia disparou munição real. Testemunhas oculares viram balas reais retiradas das vítimas, entre elas, um estudante atingido na cabeça vestindo farda escolar. Pelo menos 14 morreram, incluindo estudantes, muitos uniformizadas, e mais de 100 feridos.


É um assassinato sancionado pelo Estado. Atacar estudantes uniformizados viola as leis educacionais do Nepal estabelecidas pelas diretrizes do Ministério da Educação (2021), que declararam ilegal envolver crianças em comícios políticos, com o uniforme, uma vez que as escolas são “zonas de paz” sob políticas de proteção a menores. Enquanto os organizadores usavam as fardas para simbolizar a juventude, o governo os transformou em alvos, possível violação à Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança.

Agora, o governo declara que “os protestos da Geração Z causaram vítimas e danos à propriedade do Nepal”, culpando os “anarquistas” para se esquivar da responsabilidade. Essa é a agenda vingativa para proteger a elite corrupta. Os pais esperam, aterrorizados, por filhos que nunca mais voltarão. Como este pode ser o nosso lar quando as ruas são campos de morte?

Isso é o que Louis Althusser afirmou na teoria do aparato repressivo do Estado (arE), em que, quando a propaganda falha, o Estado libera a polícia e o exército para nos silenciar, nos apresentando como ameaça, enquanto a corrupção se alastra.

> Foto: Prédio do parlamento nepalês em chamas.

Fonte: https://organisemagazine.org.uk/2025/09/09/nepal-communications-international/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Começo de chuva…
A tempestade faz festa,
no meio da rua.

Humberto del Maestro

Estado entrega Hidrovia do Rio Madeira ao capital

Na última semana, o governo federal anunciou a inclusão da Hidrovia do Rio Madeira no Programa Nacional de Desestatização (PND), abrindo caminho para que mais de mil quilômetros do rio sejam entregues à iniciativa privada. O decreto, assinado por Lula, também inclui os rios Tocantins e Tapajós, somando mais de 3 mil quilômetros de vias navegáveis destinados ao lucro empresarial.

O Rio Madeira, que já sofre com secas extremas, cheias devastadoras e impactos de hidrelétricas, agora será explorado sob a lógica da mercadoria: transportar milhões de toneladas de grãos para exportação, principalmente da produção destrutiva do agronegócio em Mato Grosso e Rondônia. O discurso oficial fala em “redução de custos”, “abastecimento” e “geração de empregos”, mas a realidade é o aprofundamento da dependência regional, a destruição de ecossistemas e a subordinação de populações ribeirinhas, indígenas e camponesas às necessidades de exportação de soja e milho.

O governo prevê contratos de 12 anos com empresas privadas, que vão controlar a dragagem, a sinalização, a gestão ambiental (sob medida para o lucro) e a recuperação de terminais. Os investimentos virão de recursos públicos, inclusive da venda da Eletrobrás, mas os lucros ficarão nas mãos de corporações.

Mais uma vez, o Estado cumpre seu papel histórico: abrir territórios, rios e florestas para a acumulação capitalista. Em vez de defender os povos que vivem às margens do Madeira, o governo prioriza o escoamento de commodities, reforçando o modelo de saque da Amazônia.

A “audiência pública” prevista é apenas ritual de legitimação, onde decisões já tomadas são apresentadas como se fossem fruto de “participação popular”. O que se decide, de fato, é quem lucra com a transformação de rios vivos em corredores de exportação.

Enquanto isso, comunidades locais continuam enfrentando cheias, secas, perda de peixes, poluição e deslocamentos forçados, efeitos diretos de um projeto de “desenvolvimento” que destrói modos de vida e entrega territórios ao capital.

A luta contra a privatização das águas e contra o avanço do agronegócio sobre a Amazônia é também a luta pela autonomia dos povos e pela preservação da vida contra o projeto de morte do Estado e das empresas.

agência de notícias anarquistas-ana

No porta-retrato
um tempo respira,
morto.

Yeda Prates Bernis

Protestos levam milhares às ruas na França em oposição à política governamental

A França viveu nesta quarta-feira (10/09) uma das maiores mobilizações populares do ano, com cerca de 250 mil pessoas participando de 550 manifestações e 262 bloqueios em todo o país, segundo dados divulgados pela imprensa local. Em Paris, o centro comercial Châtelet-les-Halles, considerado o mais movimentado da Europa, foi fechado por medida de segurança após circularem nas redes sociais convocações para saques.

Nenhum trem ou metrô parou nas estações da região, conforme determinação da polícia. O movimento, batizado de “Bloquons tout” (“Vamos bloquear tudo”), surgiu de forma espontânea nas redes sociais e aplicativos de mensagens, reunindo reivindicações diversas contra a austeridade fiscal, as desigualdades sociais e as autoridades.

A jornada foi marcada por forte presença policial, episódios de tensão e confrontos em cidades como Paris, Rennes e Nantes. Até o fim da tarde, 473 pessoas haviam sido detidas, sendo 203 na capital, e 339 estavam sob custódia. Foram registrados 267 focos de incêndio em vias públicas e 13 agentes de segurança ficaram feridos.

O setor da educação também foi afetado: cerca de 100 escolas secundárias enfrentaram interrupções e 27 foram bloqueadas, especialmente em Paris, Montpellier, Rennes e Lille. Mobilizações estudantis ocorreram em diversas cidades, refletindo o engajamento da juventude na contestação social.

Detenções

As detenções em Paris incluíram 99 prisões provisórias, a maioria por formação de grupos com “intenção de cometer atos violentos ou vandalismo”. Dois indivíduos foram detidos por agressões contra autoridades, e seis menores também foram apreendidos. A procuradora destacou um dado novo: o número expressivo de mulheres entre os detidos, com mais de 70 identificadas, sendo cerca de 40 sob custódia.

O impacto da mobilização foi sentido em diversas frentes. Rodovias foram bloqueadas em regiões como Rennes, Caen, Nantes e Rodez. Houve tentativas de invasão nos pedágios do túnel do Mont-Blanc e uma operação de lentidão na rodovia A36 entre Belfort e Montbéliard. No transporte ferroviário, a estação Châtelet-Les Halles, maior terminal subterrâneo da Europa, foi fechada por segurança.

A circulação entre Toulouse e Auch foi interrompida por sabotagem de cabos, e outras linhas sofreram danos, como entre Marmande e Agen. A rede SNCF informou que houve tentativas de invasão em estações como Gare du Nord, em Paris, mas também em Marselha e Montpellier.

No transporte aéreo, 110 voos foram cancelados e houve atrasos em aeronaves que sobrevoavam o sudeste do país. As conexões com Nice, Marselha, Lyon e a Córsega foram especialmente prejudicadas. O Ministério dos Transportes também registrou o bloqueio de 28 estruturas fluviais, como eclusas, impedindo a navegação de 21 embarcações…

Sem liderança definida, o movimento lembra os “Coletes Amarelos” de 2018, mas com perfil mais jovem e politizado. A insatisfação generalizada e a multiplicidade de vozes indicam um momento de efervescência social que desafia o governo francês.

Fonte: agências de notícias

agência de notícias anarquistas-ana

Aqui e ali,
Sobre os campos florescem
As quaresmeiras.

Paulo Franchetti

[Holanda] Anarchistische Boekenplek Opstand | Somos uma livraria e biblioteca anarquista.

A livraria anarquista Opstand, em Haia, não é só uma livraria, é um lugar de encontros e discussões. Você pode sempre entrar para obter as últimas informações sobre promoções e tomar café ou chá. Além de livros sobre diversos temas políticos, na Opstand também pode comprar adesivos, pôsteres, panfletos, camisetas e muito mais.

A p r e s e n t a ç ã o

Este espaço é autogerido por um coletivo e pretende ser uma plataforma de aprendizagem e ação coletiva. Para desmantelar as estruturas existentes de opressão e discriminação: sexismo, capacitismo, transfobia, etarismo, entre outras. Ao mesmo tempo, promove uma cultura de ajuda mútua: os temas são abordados em oficinas, na partilha de recursos e sua aplicação na prática.

O coletivo é um grupo de pessoas que se unem para criar um espaço para discutir temas políticos e sociais, compartilhar recursos E LIVROS! Além de poder se conectar com pessoas com ideias semelhantes.

Todos nós nos identificamos como anarquistas em diferentes graus e tentamos descobrir o que isso significa para nós e pode significar para os outros. Solidariedade e anticapitalismo!

Organizamos eventos informativos, exibições de filmes, administramos uma biblioteca e distribuímos livros e zines sobre temas anarquistas. Também oferecemos espaço para projetos faça-você-mesmo, DIY, e de tecnologia, além de haver grupos de leitura e discussão.

Venha tomar um chá ou café de graça e bater um papo, ler ou pegar um livro emprestado.

De Opstand, Haia (para o endereço, envie mensagem em privado)

email: boekenwinkelopstand (at) riseup.net

opstand.noblogs.org

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Sem coroa, o vento –
nas praças, vozes livres
tecem o amanhã.

Liberto Herrera

[EUA] Queima de Bandeira com Salada de Batata

A Firestorm Books, uma livraria coletiva anarquista em Asheville, encerrou o Dia do Trabalho com um piquenique comunitário e a queima da bandeira dos Estados Unidos.

O evento foi organizado em resposta à ordem executiva do presidente Donald Trump, de 25 de agosto, declarando que sua administração iria “processar aqueles que incitarem violência ou de outra forma violarem nossas leis” ao queimar a bandeira. (A ordem sugeria que não tinha a intenção de infringir os direitos da Primeira Emenda já garantidos pela Suprema Corte, o que levou a confusão sobre como de fato seria aplicada.)

O morador de Asheville e veterano Jay Carey também foi preso após queimar uma bandeira em frente à Casa Branca na semana passada. (A acusação oficial foi de violar uma ordem que proíbe fogueiras não autorizadas em propriedade federal.)

A queima da bandeira é “uma transgressão simbólica que esperamos que contribua para dissipar o mito de que Trump é forte e está no controle”, escreveu o coletivo que liderou o evento em um e-mail para a The Assembly.

Anunciado como um evento “para todas as idades”, reuniu cerca de 50 pessoas, vestindo camisetas com slogans como “Livros, não armas”. Após uma hora comendo salada de batata, chips e homus, um membro da Firestorm trouxe uma caixa de pequenas bandeiras e uma fogueira portátil.

A participante Elsa Enstrom lembrou com carinho de quando seu pai organizava queimas de bandeiras na época em que George H.W. Bush foi eleito. Ela disse que veio à queima da bandeira da Firestorm “para mostrar que não tenho medo do ditador totalitário”.

Megan Ratcliff levou sua filha de 3 anos ao evento, ao qual disse ter se juntado pelo senso de comunidade. Ela e a criança jogaram cada uma uma bandeira na fogueira. Foi algo “simbólico”, disse. “Uma ação do nosso sofrimento.”

Fonte: https://www.theassemblync.com/newsletter/the-caucus-public-funds-private-schools/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Escudo de papel:
as leis são frágeis diante
de um poema em brasa.

Liberto Herrera

Na CGT, acabamos de publicar o volume nº 122 da revista libertária “Libre Pensamiento”, correspondente ao verão de 2025. O dossiê desta edição é dedicado à figura e trajetória do anarcossindicalista Cipriano Mera.

Mera foi um exemplo de militância e dedicação total ao ideal anarquista baseado na solidariedade, na ação direta e no apoio mútuo. Foi um homem destacado antes, durante e depois da Guerra Civil.

Dedicou toda a sua vida a desenvolver os seus princípios, nunca desistiu e permaneceu ativo até ao fim dos seus dias.

O dossiê dedicado a este pedreiro madrilenho foi elaborado por vários companheiros e companheiras da Fundação Salvador Seguí, que realizaram uma análise profunda de sua figura e trajetória, mas também do contexto histórico e das circunstâncias do momento em que ele viveu.

Com este dossiê, convidamos também à reflexão sobre nossa ética e nosso compromisso pessoal com A Ideia.

Gabinete de Imprensa do Comitê Confederal CGT

cgt.es

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uma lua
e um lago gelado
refletem-se um ao outro

Hashimoto Takako

Governo Lula 3 promove “Operação Atlas 2025”, o maior exercício militar do país em décadas

A Operação Atlas 2025 reúne mais de 30 mil militares das Forças Armadas Brasileiras em deslocamento estratégico para Boa Vista, capital de Roraima, entre setembro e outubro, em uma das maiores mobilizações militares recentes no país. O exercício envolve Exército, Marinha e Força Aérea em ações conjuntas para “reforçar a soberania nacional na região amazônica”, que faz fronteira com a Venezuela e a Guiana.

O planejamento da Operação Atlas começou em 30 de junho, com foco na coordenação de ações integradas, protocolos de comando e controle, além de rotas logísticas para o transporte de tropas e equipamentos.

Entre 27 de setembro e 11 de outubro ocorre a segunda fase, marcada pelo ápice do deslocamento estratégico, com concentração de meios militares em Manaus e Boa Vista. Nesse período, estão sendo movimentados blindados, viaturas, navios e aeronaves em um esforço logístico de grande porte.

Conforme divulgado pelo Ministério da Defesa, a operação utiliza modais terrestre, aéreo, marítimo e fluvial, reforçando a capacidade de mobilidade estratégica em um dos ambientes mais desafiadores do país.

Forças mobilizadas e equipamentos

O Exército Brasileiro desloca obuseiros M-109 A5, sistemas ASTROS de foguetes e mísseis, carros de combate Leopard 1A5, blindados Guarani 6×6 e mísseis anticarro Spike LR e MAX 1.2 AC, além de tropas de engenharia com pontes modulares.

A Marinha do Brasil participa com dois mil militares, mais de 100 viaturas especializadas, navios-patrulha fluviais e oito helicópteros, além do navio de desembarque Almirante Saboia, responsável por transportar viaturas da Brigada de Infantaria Paraquedista.

No ar, a Força Aérea emprega caças F-5EM/FM Tiger II, aeronaves A-29 Super Tucano, turboélices de ataque, aeronaves de transporte KC-390 Millennium, C-105 Amazonas, helicópteros H-60L e aeronaves AEW&C Guardião, ampliando a projeção de poder aéreo na região.

Execução e encerramento

Em paralelo ao deslocamento, a chamada Simulação Viva ocorre no Amazonas, Pará, Amapá e Roraima, testando a interoperabilidade entre as três forças. A última fase será realizada em outubro, com concentração das atividades no entorno de Boa Vista.

O exercício será encerrado no início de novembro, após a execução de manobras táticas integradas, emprego de munição real e desmobilização dos efetivos. A operação destaca a “importância da Amazônia como espaço estratégico de defesa, logística e mobilidade”.

Segundo comunicado oficial, a “Operação Atlas busca avaliar a prontidão das tropas e garantir a capacidade de atuação em um ambiente geopolítico de alta complexidade”. O Ministério da Defesa ressalta que a “manobra reforça a soberania brasileira e a proteção dos interesses nacionais”.

Fonte: agências de notícias

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agência de notícias anarquistas-ana

sopra o vento
sento em silêncio
sentir é lento

Alexandre Brito

Rebelião popular no Nepal

Onda de protestos provocou a morte de pelo menos 25 pessoas. Jovens entraram em confronto com a polícia, além de incendiarem prédios governamentais e casas de ministros. Governo recuou em relação às redes sociais e instituiu toque de recolher.

Os protestos em massa no Nepal, e especialmente na capital, Katmandu, podem, segundo a mídia tradicional, ser resultado de um bloqueio das redes sociais, mas isso é apenas o pretexto. O estado nepalês é governado por um primeiro-ministro comunista, KP Sharma Oli, líder do Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado – CPN-UML), em aliança com o Partido do Congresso Nepalês, de centro-esquerda. KP Sharma Oli renunciou após pelo menos 25 pessoas terem sido mortas pela polícia durante protestos.

A gestão do estado comunista

O país é caracterizado por profunda corrupção, nepotismo e pobreza, que afetam particularmente os jovens. Por isso, muitos se referem a uma revolta da “Geração Z”. Desde 2008, quando a monarquia foi abolida no Nepal, mais de 12 governos assumiram o poder.

A desigualdade social é um dos principais pontos de descontentamento dos jovens nepaleses que levaram milhares de pessoas às ruas. Os manifestantes acusam os governantes de usar fundos públicos em luxos, enquanto eles próprios lutam contra a pobreza todos os dias.

Os distúrbios já deixaram pelo menos 25 mortos e centenas de feridos e de pessoas detidas. Manifestantes invadiram e incendiaram o prédio do parlamento, dançando e entoando slogans enquanto as chamas se alastravam. O Supremo Tribunal também foi incendiado em Katmandu. Parte do Singha Durbar (um complexo de escritórios do governo) foi danificada pelo fogo, juntamente com outros prédios governamentais. Em outro incidente, manifestantes incendiaram escritórios do partido, incluindo o do Congresso Nepalês (o maior partido), a sede do Partido Comunista (onde os manifestantes retiraram e queimaram bandeiras) e outros escritórios do partido no poder em Katmandu e Janakpur.

Muitas residências de líderes políticos também foram alvos, incluindo a do Primeiro-Ministro, onde foram invadidas e incendiadas. A casa do Presidente Ram Chandra Paudel, em Katmandu, também foi incendiada, assim como a casa de Sher Bahadur Deuba (líder do Congresso Nepalês). A casa do ex-Primeiro-Ministro Jhalanath Khanal foi incendiada, e sua esposa, Rajyalaxmi Chitrakar, foi queimada viva, presa lá dentro. Ministros foram evacuados em helicópteros do Exército e levados para um quartel militar após o assalto às suas casas. Por fim, muitas outras casas de ministros e ex-primeiros-ministros também foram incendiadas.

Ataques incendiários também se espalharam para escritórios de mídia e delegacias de polícia.

Há relatos de ataques a ministros e políticos, como manifestantes rasgando roupas e perseguindo o ministro das Finanças pelas ruas e até dentro de um rio.

Apesar do fim da proibição das redes sociais, da renúncia do primeiro-ministro, da tomada de controle pelos militares e do aeroporto fechado, a agitação está aumentando.

“Todo cidadão do Nepal já estava farto do governo corrupto do Nepal. A raiva contra este governo vinha se acumulando há muitos meses, mas o chamado para este protesto foi muito espontâneo”, afirmou um ativista à imprensa local.

agência de notícias anarquistas-ana

Fábrica de nuvens:
operários moldam chuva
para lavar o ódio.

Liberto Herrera

[França] Duas escolas particulares de Caen são alvo de pichações antimilitaristas e anarquistas

Nesta semana, de volta às aulas, duas escolas particulares de Caen, França, que oferecem a opção “aula de defesa”, receberam uma visita.

A imprensa local noticiou pichações anarquistas na Institution Sainte-Marie, descobertas na manhã de segunda-feira (01/09), dia do retorno às aulas. Na fachada da escola (ensino fundamental e médio) podia-se ler as inscrições “Não às aulas de defesa” e “Nem deus nem mestre”. Mais adiante, na rua, também estava escrito “Abaixo todas as forças armadas”.

Outra instituição privada recebeu uma visita durante a semana, a Institution Saint-Joseph (jardim de infância, ensino fundamental e médio), que também oferece a opção “aula de defesa”, tendo sua fachada coberta com inscrições como “Não às aulas de defesa”, “Guerra à guerra” e “Nem deus nem mestre”. Desde o início do ano letivo de 2025, os alunos do ensino médio podem seguir um curso de “defesa” em uma turma de 29 alunos do 3º ano, em parceria com o exército francês.

O dispositivo pedagógico “classe de defesa” foi implementado pelo trinômio acadêmico composto pelo Ministério da Educação, as Forças Armadas e o Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional (Institut des Hautes Études de Défense National, IHEDN). Por iniciativa de uma instituição escolar, esse projeto permite que turmas do ensino fundamental e médio sejam patrocinadas por uma entidade do Ministério das Forças Armadas. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento do espírito e do engajamento cidadão por meio de diversas ações: intercâmbios, atividades, encontros.”

Essas aulas de “defesa e segurança global” (Défense et de Sécurité Globales, CDSG) são uma iniciativa do Estado de promover as forças de segurança entre os jovens. Na falta de restabelecer o serviço militar obrigatório ou ampliar o Serviço Nacional Universal (SNU), o Estado militariza as consciências, desde o ensino fundamental, com a multiplicação dessas aulas. Ao longo do ano, os alunos, cuja turma é patrocinada por um órgão do exército, são levados a encontrar militares, visitar instalações e integrar valores nacionais. Uma preparação ideológica de escolha para levar esses jovens a optar por ingressar no exército logo após o ensino fundamental ou médio.

Havia, na França, mais de 1.000 turmas desse tipo no primeiro trimestre de 2025. De acordo com o Ministério da Educação Nacional, “as CDSG são uma prioridade ministerial, cujo objetivo é, em curto prazo, dobrar o número e cobrir todo o território nacional”.

Em Caen, não são só os padres quem insere essa formação patriótica. O colégio Jean Monod também oferece a opção de aula de defesa aos seus alunos do 3º ano: “Esse projeto consiste em momentos de encontro e intercâmbio entre os alunos e os parceiros externos. Essa parceria pode ser feita com uma unidade militar (regimento do exército, base aérea ou naval, navio de guerra…), uma unidade da polícia militar (gendarmerie) ou ainda um agente de segurança (polícia civil, bombeiros, defesa civil, alfândega…). Este ano, os alunos do 3º ano trabalharam com a Escola Militar de Saumur e visitaram Saumur. Eles também mantiveram contato com o Quartier Lorges de Caen. No final do ano letivo, os alunos do 3º ano, que quisessem, visitaram todas as turmas do 4º ano para apresentar a “classe de defesa” aos seus colegas. A opção é oferecida a um grupo de 24 alunos de todas as turmas do 3º ano, e os alunos que participam se comprometem a frequentá-la durante todo o ano letivo. Além disso, como todas as opções, ela “rende” 10 pontos a mais no Brevet des Collèges (certificado de conclusão do ensino fundamental) se o aluno for “Aprovado” e 20 pontos se for “Aprovado com distinção”.

Fonte: https://trognon.info/Deux-ecoles-privees-caennaisses-visees-par-des-tags-anti-militaristes-et-708

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Viagem de anciões,
Cabelos brancos, bastões
– visita aos túmulos.

Matsuo Bashô

[Alemanha] Convergência e Feira do Livro Anarquista Berlim 2025

Convite para o ACABB 2025

07 a 09 de novembro de 2025

Mehringhof (Gneisenaustr. 2A, 10961 Berlim)

Se acompanhamos os acontecimentos mundiais com os olhos abertos, surge a pergunta: por que nós, anarquistas, nossas ideias e métodos, estamos tão socialmente irrelevantes neste momento da história?

As guerras em curso e a variedade de crises globais evidenciam cada vez mais a incapacidade dos que estão no poder de oferecer soluções reais. Se a melhor resposta deles é semear o medo e nos recrutar como carne de canhão e operadores de drones, então a situação atual exige respostas revolucionárias de baixo. O que temos a propor?

De 7 a 9 de novembro, queremos nos reunir no Mehringhof, em Kreuzberg (Berlim), para nos conhecer, compartilhar nossas diferentes realidades e trocar ideias. Nos reunimos não apenas para reagir aos novos fracassos do Estado e do sistema capitalista, mas também para desenvolver nossas próprias respostas de longo prazo e construir redes e estruturas resilientes, baseadas na ajuda mútua e na vida comunitária, bem como numa postura antiautoritária, não reformista e antagonista.

O encontro se entende como um espaço experimental de auto-organização, com a co-criação de todas as pessoas participantes. Como grupo que inicia a proposta, organizamos o espaço e um certo enquadramento (alimentação, pré-seleção de atividades, cronograma…), que pode então ser preenchido por todas que comparecerem. Haverá possibilidade de realizar várias atividades simultaneamente.

Se isso te interessa, te convidamos a trazer propostas em forma de palestras, discussões, oficinas, filmes e outras contribuições artísticas sobre os seguintes temas:

  • Guerra, genocídio e mobilização militar
  • Movimentos decoloniais (ex.: Palestina, Sudão, Congo)
  • Avanço da direita e fascistização social
  • Destruição da Terra
  • Crítica à tecnologia (ex.: IA e afins)
  • Autonomia em saúde
  • Feminismo (especialmente dinâmicas patriarcais no movimento anarquista)

Se houver outros temas próximos ao seu coração, também é possível trazê-los.

Todas estão convidadas a contribuir com suas experiências práticas em (auto-) organização. Contribuições históricas e teóricas também são bem-vindas, desde que se concentrem em alimentar a prática e fortalecer conexões com as lutas atuais.

Por um lado, buscamos facilitar a troca internacional e a circulação de saberes, então relatórios e desdobramentos de discussões de encontros anarquistas anteriores são fortemente encorajados. Haverá tradução entre alemão e inglês, e convidamos falantes de outros idiomas a se voluntariar como intérpretes também.

Por outro lado, com esta convergência, esperamos fortalecer as relações entre círculos e indivíduos anarquistas em Berlim, que felizmente são muitos, mas que muitas vezes existem lado a lado sem grande intercâmbio entre si.

Entre em contato caso você:

  • tenha propostas de atividades
  • possa traduzir durante o encontro
  • queira desenhar/criar um cartaz (seria bom ter vários)
  • possa oferecer lugar para dormir
  • queira apoiar de outras formas

Aqui estão os formulários para facilitar o envio da sua proposta: https://acabb.noblogs.org/participation/

Aguardamos suas contribuições. Por favor, compartilhe e traduza este chamado. Até breve!

Contato: acabbⒶriseup.net

Blog: acabb.noblogs.org

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Perdida na noite.
Na trilha dos vaga-lumes
busco o meu caminho.

Zuleika dos Reis

Panorama do movimento libertário na França

Por Jean-Louis Phan-Van

Em que ponto está o movimento libertário na França? Vamos procurar dizê-lo, sem ideias-feitas.

Para começar, evoquemos as organizações específicas nacionais, começando pela mais antiga, a Fédération Anarchiste, que agrupa algumas centenas de militantes. Possui vários locais de acesso público entre os quais a famosa livraria ‘Publico’, local de passagem para camaradas estrangeiros, edita o mensário Le Monde Libertaire e gere a ‘Radio Libertaire’. Em seguida, existem duas organizações de tendência comunista libertária: a UCL (Union Communiste Libertaire) sem dúvida com um número de militantes semelhante, que edita também um jornal mensal, Alternative Libertaire.

Finalmente, existe a OCL (Organisation Communiste Libertaire), a mais pequena, apenas com algumas dezenas de militantes e que edita um mensário anarquista-comunista: Courant Alternatif.

Mas existem também grupos anarquistas não federados, que animam um local público ou uma publicação, de que são exemplos o Grupo Jules Durant, no Havre, ou a Biblioteca ‘Libertad’ em Paris.

É preciso também não esquecer os sindicatos CNT (Confédération National du Travail): a CNT-AIT, a CNT-F e a CNT-SO, que são mais ou menos anarquistas. Note-se, contudo, que só a CNT-SO se encontra realmente implantada num sector trabalhador, o da limpeza, onde conduz greves longas e duras. Há ainda outros sindicalistas libertários, que atuam mais frequentemente nos sindicatos SUD, mas também na CGT e alguns na FO.

Encontramos também libertários muito envolvidos na luta antifascista, sendo as nossas livrarias frequentemente alvos dos fascistas. E não esqueçamos a existência de Casse-rôles, jornal feminista e libertário, que já vai no nº 32.

Finalmente, no que toca ao ativismo dos libertários, eles estão presentes em todas as lutas ecologistas, que são numerosas. Assinala-se a presença de bandeiras negras ou vermelho-negras, ou ainda verdes, nas concentrações ou nas ZAD (Zone À Défendre – contra a instalação de indústrias agressivas do ambiente) que nascem conforme as lutas efémeras ou prolongadas, com a presença de ativistas jovens que correm de luta em luta.

Além disto, tem-se notado de há certo tempo para cá algum investimento de anarquistas na compra ou aluguer de lojas em diversas cidades da França, como aconteceu em Lyon, Metz, Saint-Nazaire, Marseille, Laon, Paris, Rennes, Lorient, etc. Existem também dois CIRA (Centre International de Recherches sur l’Anarchisme) no país: em Marseille e Limoges. Outras bibliotecas ‘anarcas’ ou centros de arquivos também existem, como acontece em Toulouse (CRAS) ou em Montpellier (Ascaso-Durruti).

A presença de uma influência anarquista na França é também detectável através da edição livreira que, nos últimos anos, registrou uma evolução notável e visível. Existem diversos editores: os Ateliers de Création Libertaire, Acratie, L’Échappée, Nada, Éditions Libertaires, Noir et Rouge, etc., cujos livros se podem encontrar em quase todas as livrarias da França. A isto deve ainda acrescentar-se a edição de autores anarquistas antigos ou contemporâneos pelas casas editoras clássicas.

Um último indicador – mas apenas referente a Paris – é a manifestação autónoma dos libertários em cada Primeiro de Maio, que junta sempre cerca de mil manifestantes, e às vezes mais, conforme os temas da atualidade.

Em conclusão, podemos dizer que os anarquistas mantêm-se sempre presentes, embora dispersos por várias capelinhas, geralmente locais. São hoje claramente menos federados nacionalmente mas estão presentes em todos os movimentos sociais que sacodem regularmente a sociedade francesa e cujas reivindicações sociais e a democracia direta só podem agradar-nos.

Fonte: https://aideiablog.wordpress.com/2025/09/06/panorama-do-movimento-libertario-em-franca-por-jean-louis-phan-van/

agência de notícias anarquistas-ana

noite gelada –
a criança ajeita o gato
nos pés descalços

Rosa Clement

[Itália] Vamos deter o genocídio em Gaza | Vamos bloquear a guerra | Vamos parar com tudo

Os poderosos e os governos querem transformar o mundo em uma grande extensão de escombros e mortos. Todos estão de olho em Gaza porque Gaza representa o mundo. Porque o que vemos hoje na Palestina mostra claramente até onde a máquina militar do Estado e do capital pode chegar para afirmar seu domínio, varrendo populações inteiras.

Por isso, a Federação Anarquista Livornesa apoiará iniciativas de greve imediata e mobilização cidadã que venham a ser realizadas caso a Global Sumud Flottilla seja impedida de levar sua carga de ajuda alimentar e humanitária a Gaza.

Somente com a luta unitária e auto-organizada, autônoma de burocracias sindicais e secretarias de partido, podemos alcançar objetivos concretos na oposição à guerra e na solidariedade internacional.

Federação Anarquista Livornesa

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

sol e margaridas
conversa clara
na janela da sala

Alonso Alvarez