[Espanha] 30 de abril – Dia da Sabotagem.

Hoje, 30 de abril, queremos resgatar da história anarquista essa data marcada como Dia Internacional da Sabotagem. Esse dia, a véspera de 1º de maio, parece ter suas origens nos anos 80 do século passado. Especificamente, começou em 1982 na Holanda: após a abdicação da Rainha Juliana e como resultado da indignação com o que foi considerado um desperdício de dinheiro público, foi feita uma convocação popular para sabotagem, que assumiu a forma de ataques a bancos e outros interesses capitalistas.

No ano seguinte, as ações de sabotagem se repetiram, mas dessa vez se espalharam por mais cidades europeias, tornando-se uma iniciativa internacional. Vale a pena mencionar as cidades de Londres, onde o dia foi vinculado às mobilizações “Stop the City” da época, descritas como “O Carnaval contra a guerra, a opressão e a destruição”. Na Espanha, a introdução desse dia deve ser creditada aos grupos autônomos de Euskal Herria, que chegaram a organizar caravanas de ônibus em apoio às mobilizações em outras partes da Europa.

Reivindicado acima de tudo pelo anarquismo internacionalista e apoiado por outros grupos autônomos, grupos de afinidade e até mesmo por alguns grupos marxistas revolucionários, o Dia Internacional do Sabotagem é uma data que ganhou relevância à medida que o 1º de maio se tornava cada vez mais distorcido e pacificado.

Organizar-se em torno de uma jornada para praticar e disseminar a sabotagem e dificultar o funcionamento da máquina capitalista foi uma tática para aquecer os ânimos e dar visibilidade ao conflito social, que teve seus ecos até o século XXI.

Em um contexto de crescente crise econômica e incipiente organização das classes populares, talvez precisemos recuperar a memória desse dia e, acima de tudo, sua essência de ação ofensiva e direta contra o capitalismo!

Fonte: https://editorialimperdible.com/2025/04/30/30-de-abril-dia-del-sabotage/

agência de notícias anarquistas-ana

em nosso universo
breve, passa, com pressa! e
graça, a borboleta

Issa

[Grécia] Ocupação da GSEE pelo grupo anarquista Rouvikonas

Nesta quarta-feira (30/04), o “setor trabalhista” do grupo anarquista Rouvikonas ocupou o prédio da GSEE¹ (Confederação Geral dos Trabalhadores da Grécia). Um trecho do “longo” comunicado distribuído pelo grupo diz:

“O fato de termos escolhido ocupar o prédio da GSEE para comemorar o 1º de maio e destacar o colapso do sindicalismo e do poder de barganha da nossa classe é um lembrete desagradável da diferença entre hoje e Chicago no final do século XIX.

Aquela batalha, com as bombas e as sentenças de morte dos combatentes, a batalha que abriu a guerra vitoriosa que garantiu a jornada de 8 horas para todos os trabalhadores, foi travada por trabalhadores com consciência de sua posição, organizados em sindicatos militantes. Sem eles, nada teria sido conquistado. E nada foi conquistado depois sem organizações de classe. Pelo contrário, a perda de conquistas históricas dos trabalhadores nos últimos anos ocorreu em um ambiente onde tais organizações estavam ausentes.

Em um ambiente onde o conceito de sindicalismo e organização de classe estava sendo contaminado pela GSEE junto com uma parte significativa do sindicalismo burocrático/partidário.

“A GSEE agora é um cadáver, pelo menos em termos de sua função básica. A de organizar os trabalhadores, representando, defendendo e reivindicando seus direitos. Acabou se tornando um instituto burocrático trabalhista que emite editais, realiza estudos, oficinas e clama ao Estado para voltar aos acordos coletivos para que ele possa voltar a ter um papel a desempenhar. E que convoca uma greve cerimonial de um dia algumas vezes por ano.

Não adianta mais chutar essa carcaça. Ela não pode causar mais mal do que já causou.

Nossa ocupação atual se percebe como uma ocupação de um prédio sem classes sociais. Um prédio que deveria estar cheio de vida, o centro da luta de classes, monitorado pela polícia porque está funcionando e não porque outros trabalhadores o ocupam.

Fomos feitos reféns do Estado e dos patrões e precisamos mais do que nunca de espaços de reunião, organização e luta. A ausência de uma base sindical forte e de massa é uma grande ferida.

A necessidade de um sindicalismo popular forte, rebelde e de massas que alcance vitórias e apague a vergonha do sindicalismo institucionalizado da consciência coletiva, é cada vez mais urgente…

O Primeiro de Maio não é um dia em que os trabalhadores se dirigem de cabeça baixa ao Estado ou aos patrões. É um dia em que os trabalhadores conversam entre si. Falam sobre suas descobertas, posições, esperanças, medos e métodos de luta…”

[1] A GSEE (Confederação Geral dos Trabalhadores da Grécia) é uma espécie de CUT, Força Sindical de lá, ou seja, PELEGA.

agência de notícias anarquistas-ana

no despenhadeiro
a sombra da pedra
cai primeiro

Carlos Seabra

[Espanha] 1º de Maio: Obreiro, Libertário e Combativo

Representantes da CGT e da CNT apresentam a mobilização do Primeiro de Maio em Burgos

Em uma coletiva de imprensa, representantes da CGT e da CNT anunciaram as atividades planejadas para o Primeiro de Maio em Burgos, que girarão em torno de uma manifestação que começará à 1 hora da tarde na Plaza del Cid.

Neste 1º de maio, a CGT e a CNT saem às ruas para destacar a vida daqueles que perderam suas vidas em 1887, quando lutaram pela emancipação social e pela jornada de trabalho de 8 horas. Enfatizando que é hora de recuperar o valor da luta coletiva para gerar uma sociedade sob medida para o povo e criar alternativas ao capitalismo impiedoso. Que é hora de buscar alianças para que a pobreza, a desigualdade e a precariedade, cada vez mais generalizadas, especialmente entre mulheres, jovens, idosos e migrantes, sejam combatidas e erradicadas de uma vez por todas. O objetivo é acabar com as incessantes agressões sofridas pela classe trabalhadora: salários empobrecidos, demissões, desemprego, trabalho precário e sem direitos, acidentes de trabalho que ceifam muitas vidas, aposentadorias miseráveis, privatizações e cortes nos serviços sociais como saúde e educação, dificuldades de acesso à moradia, emigração e falta de perspectivas, repressão e leis mordaça.

Por outro lado, eles denunciaram que o imperialismo continua de forma selvagem, o imperialismo que nunca foi embora. Depois de mais de 18 meses de genocídio televisionado em Gaza, juntamente com dezenas de guerras fratricidas promovidas por interesses econômicos em todo o mundo, depois de testemunhar como as classes trabalhadoras são levadas à morte, como peças no tabuleiro de xadrez geopolítico, sacrificadas sem escrúpulos, vemos como cidades e vilarejos são arrasados, crianças são assassinadas e o planeta é destruído e poluído, mostrando que o capitalismo é, na realidade, um sistema que coloca os lucros econômicos acima das vidas humanas e do próprio planeta.

Por fim, para concluir, ressaltam que somente levantando a cabeça, a classe trabalhadora sairá fortalecida e pronta para avançar e conquistar os direitos sociais e trabalhistas, pois somente unindo forças será possível reverter o retrocesso nos direitos trabalhistas que estamos sofrendo há décadas, pois somente construindo poderemos alcançar uma sociedade mais justa, ecológica, antimilitarista, solidária, feminista… libertária.

cgtburgos.org

agência de notícias anarquistas-ana

a aurora
estende a rede de bruma
pelos vales

Rogério Martins

(Espanha) Viva o 1º de Maio!

CONTRA O TERRORISMO PATRONAL. ANARCOSSINDICALISMO

ATO 11h00 PRAÇA PRINCESA

Com uma taxa anual de mortalidade recorrente e próxima de mil vítimas, o 1º de Maio está longe de ser um dia de celebração.

As reformas trabalhistas continuam sem enfrentar a urgência inadiável de reduzir as elevadas taxas de acidentes de trabalho, que todos os anos causam centenas de mortes evitáveis. É justamente o conhecimento de que essas mortes poderiam ser evitadas — algo frequentemente ignorado e subordinado aos interesses econômicos da produtividade — que nos faz falar em terrorismo, e não em simples delitos.

Julgar delitos é tarefa da justiça burguesa; a nós cabe torná-los visíveis e enfrentá-los nas ruas e nos locais de trabalho por meio da organização operária anarcossindicalista.

É evidente a relação entre as centenas de mortes causadas por infartos e AVCs e os quadros de estresse crônico vividos por milhares de pessoas assalariadas, mesmo quando o governo da vez tenta maquiar essa realidade com reformas como o controle de ponto eletrônico, o fim dos contratos por obra e serviço e a redução da jornada de trabalho.

O fato é que, em 2024 e 2025, aumentaram os contratos temporários de meio período, continuam sendo feitas horas extras não remuneradas além do limite anual permitido, e nas empresas seguem os esquemas de fraude com controle de ponto, contratações irregulares, descumprimento das tabelas salariais, demissões arbitrárias e uma infinidade de abusos trabalhistas.

Diante da impossibilidade de reconhecer a existência de uma tal “classe média”, diante da capitulação que é acreditar em um sindicalismo financiado pelo Estado que realmente defenda os interesses da classe trabalhadora, e diante da ficção e do dogma presentes nos discursos de qualquer governo ou partido político, a CNT-VIGO continua defendendo seus princípios, táticas e objetivos, que são a auto-organização operária, a autogestão e a defesa solidária dos interesses e direitos trabalhistas.

Fica para trás o paliativismo do assistencialismo estatal, cada vez mais enfraquecido diante dos interesses do capital privado — subsidiado e parasitário das necessidades sociais criadas pelo abuso, pela exploração e pela morte de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

É por isso que a CNT-VIGO jamais será cúmplice do silêncio covarde que significa se submeter às formas burocráticas da negociação coletiva conduzida pelas comissões de empresa. Este anarcossindicato não precisa da esmola de nenhum tipo de orçamento para viabilizar a prática do modelo sindical que defendemos: autogerido e, por isso mesmo, organizado por e para a classe trabalhadora.

Desde a CNT-VIGO afirmamos que a violência implícita ao trabalho assalariado não se resolve sentando à mesa do chamado “diálogo social”, mas sim enfrentando-a de maneira coletiva, parando e transformando a nosso favor, de forma coletiva e solidária, a máquina de guerra que é a economia.

Contra as consequências do trabalho abusivo e precário, contra a cumplicidade de sindicatos, partidos políticos e patronais que, em muitos casos, só podem ser classificados como terroristas:

VIVA O ANARCOSSINDICALISMO!

VIVA O 1º DE MAIO!

VIVA A CNT-VIGO!

cntvigo.org

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

tinta no pincel
fantasia com asas
pardal no papel

Carlos Seabra

1º de Maio Unificado das Centrai$ Sindicai$ Pelega$ em São Paulo

• O ato milionário-alienante-acomodado-domesticado tem como lema “Por um Brasil mais justo: Solidário, Democrático, Soberano e Sustentável”.

• As Centrai$ avisam que é antidemocrático e sumariamente proibido criticar ou gritar palavras de ordem contra o “Deu$ Lula”.

• As Centrai$ também deixam claro que o “1° de Maio Unificado” não é um protesto, não é um dia de luta, mas um comício e festival eleitoreiro “Deu$ Lula 2026”.

• O ato é “Sustentável”, mas vão sortear ‘carros’, um dos símbolos do que é mais insustentável no planeta.

• A estimativa de público no evento, segundo os organizadores (leia-se burocrata$ $indicai$), é de 3 milhões de pessoas. Será um dos mais concorridos dos últimos tempos na capital mais populosa do País, afinal não faltam motivos para “protestar”.

• Em tempo: “Deu$ Lula” decidiu não participar das fe$tividade$ das centrai$ sindicai$ em São Paulo. Depois do fiasco do ano passado, preferiu discursar protegido atrás da vitrine de uma rede nacional de rádio e TV.

• Uma “fonte do Palácio” disse que os seguranças do “Deu$ Lula” pediram que ele ficasse em casa, na mordomia do Palácio, “de boa”, bebendo cerveja e se empanturrando de picanha, pois o serviço de inteligência do Planalto detectou que os Black Blocs estavam se organizando “para quebrar tudo” no ato pelego.

• Ah, os burocrata$ $indicai$ avisam, o “Deu$ Lula” estará ausente, mas vai ter carro e picanha para todo mundo. Lembrando, Lula (fã e “garoto propaganda” dos donos da JBS) é o principal incentivador do consumo de picanha (carne) no Brasil, ou a “coisa” mais insustentável no planeta, a indústria da exploração e morte de animais.

Curto e grosso: 1° de Maio Unificado das Centrai$ $indicais É FARSA, É ENGODO!!!

> CONTRA O ESTADO E O CAPITAL <

agência de notícias anarquistas-ana

Ah, como é bonita!
Pela porta esburacada
surge a Via Láctea.

Issa

[Espanha] 1º de Maio: Contra o Capital!

Primeiro de Maio
Agitação proletária contra o capitalismo
Nem pela democracia, nem por nenhum Estado

É amplamente sabido que o Primeiro de Maio se transformou em mais uma data no calendário das festividades do Estado, em que somos induzidos a celebrar o “dia do trabalho” por meio de desfiles obsoletos e cerimônias lideradas por demagogos profissionais — políticos e sindicalistas — que vociferam sermões decadentes de seus palanques. No entanto, embora nosso inimigo de classe — a burguesia — tenha conseguido distorcer e institucionalizar o significado dessa data tão importante para a classe trabalhadora internacional, isso não significa que tenha conseguido suprimir o espírito de rebelião da revolta de Haymarket, em 1886.

O fantasma do comunismo, o velho toupeira, ressurge sempre que o proletariado vai às ruas enfrentar a ordem do Capital. Equador, Colômbia, Chile, Argentina, Irã, Hong Kong, Quênia, Grécia… são apenas alguns exemplos da combatividade demonstrada por nossa classe nos últimos anos. Isso é apenas o germe do que está começando, mas o capitalismo — e sua democracia — por motivos óbvios, não permitirão que os coloquemos em xeque. Por isso, imediatamente nos reprimirão com leis de mordaça e corpos repressivos cada vez mais profissionalizados, tudo com o propósito de nos manter cidadanizados, autômatos dóceis, obedientes às leis e à sua moral, para sermos funcionais aos seus desígnios.

Hoje, a burguesia, através de suas facções de esquerda e direita, tenta nos persuadir com mentiras a tomar partido em uma “batalha cultural entre globalistas e nacionalistas”, mas essa batalha é apenas uma falácia, um falso antagonismo, um beco sem saída, um trilho ideológico que serve para nos enquadrar na defesa dos interesses do capitalismo: seja defendendo uma nação, lutando para morrer em suas guerras, exigindo reformas, indo às urnas votar ou assimilando falsas alternativas progressistas para “tornar mais inclusivo” este sistema… esquecendo assim nossos verdadeiros interesses históricos. Desenganemo-nos! A única luta que nos interessa enquanto proletariado é a de classe contra classe, contra nossos inimigos de sempre: o sistema capitalista sustentado pelo Estado, pela pátria, pela democracia, pelo trabalho assalariado, pelo dinheiro e pela mercadoria.

No fim das contas, todos os capitalistas conclamarão aqueles que vivem na pele a miséria (trabalhadores ou desempregados) a se unirem e se sacrificarem em nome do progresso e do desenvolvimento econômico, porque — dizem — “isso beneficiará a todos igualmente”. Mas sabemos de antemão que esse progresso e desenvolvimento que tanto obceca os burgueses significa apenas mais acúmulo de capital nas contas bancárias deles; enquanto para nós significa apenas mais podridão e merda: mais precariedade, mais exploração, mais gentrificação, mais deslocamento, mais segregação, mais incerteza… e, no pior dos casos, sermos massacrados nas guerras, como na Ucrânia, Iêmen, Palestina, Sudão ou Congo.

De nada adianta vangloriar-se dos “direitos trabalhistas e conquistas sociais obtidas pela luta” se permanece vigente um modo de produção que pode se dar ao luxo de reduzir ou eliminar esses “direitos e conquistas” sempre que for conveniente para seu funcionamento. Em cada crise, ajuste ou política de austeridade, a burguesia implementará planos para descartar tudo aquilo que supostamente temos graças à “legalidade”… portanto, seguir apostando na luta sob a cobertura dos direitos e das “liberdades” oferecidos pelas instituições democráticas é nos condenar ao fracasso contínuo e à pior derrota possível.

Por isso, hoje mais do que nunca, é imprescindível assumir a perspectiva da revolução mundial, agitando pela expansão das lutas proletárias e pela generalização das revoltas em todos os continentes… Envolvendo-nos e apoiando a realização das tarefas que a luta de classes exige, nas quais é indispensável a coordenação da ação direta, a solidariedade com os reprimidos, a expropriação, a organização de cozinhas comunitárias, a ocupação de espaços para as necessidades da luta e as redes de ajuda mútua.

Contra todos os oportunistas e enganadores de sempre: afirmemos nossa autonomia e ruptura contra e fora dos partidos políticos e sindicatos de todas as cores.


Nós, proletários, devemos confiar em nossas próprias forças e instinto de classe, nos reapropriando de nossa memória histórica, fazendo também uso do balanço e das armas da crítica. Agitando e lutando permanentemente até a realização do nosso único programa histórico: o derrubamento definitivo do Capitalismo e do Estado, dando lugar à comunidade humana sem classes sociais nem dinheiro.

Fonte: https://valladolorentodaspartes.blogspot.com/2025/04/1-de-mayo-agitacion-proletaria-contra.html

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

terno salgueiro
quase ouro, quase âmbar
quase luz…

José Juan Tablada

[Espanha] 1º de Maio Contra as Guerras

Pela desmilitarização e dissolução de todos os exércitos

O desenvolvimento dos algoritmos, da inteligência artificial e da informática em geral, pela mão da globalização da economia, traz consigo um novo desenvolvimento produtivo e de consumo, impulsionado pelos magnatas do setor tecnológico e normalizado pelos Estados através de diversos planos de digitalização econômica.

Na agenda geopolítica, cresce a necessidade de controlar os recursos naturais necessários para este avanço do modelo produtivo, assim como aplicar modelos extrativos e industriais neocoloniais para baratear os custos e surtir os mercados das matérias primas utilizadas para o desenvolvimento da indústria militar e outros tecidos produtivos que se desenvolvem de forma paralela dentro do mercado transnacional globalista.

A tensão de um mundo multipolar, os novos avanços tecnológicos e a gradual transformação do mercado levam os Estados a ver como necessário avançar no desenvolvimento militar. É o Estado a forma política que nasce, se articula e se mantêm pela força militar, o exército da coerção e da violência, para benefício dos privilegiados.

Através de uma constante retórica belicista do poder político de diversos Estados europeus, a UE e a OTAN demandam aumento de orçamentos de até 5% em gasto militar usando como justificativa uma hipotética ameaça russa.

No entanto, aumento de orçamentos de gasto militar pressupõe a aceleração do desmantelamento do «Estado de bem estar», com o consequente aumento da desigualdade, da privatização direta e indireta de serviços essenciais como a saúde, e o consequente aumento da desigualdade do atendimento médico, somado tudo isto ao aumento da carestia de vida.

Somos nós trabalhadores que vamos pagar as tensões políticas internacionais, e as necessidades dessa grande locomotiva insaciável e sem freios que é o mercado capitalista. O pagaremos com a exclusão do mercado de trabalho, com nossa saúde, e se “preciso” com nossa carne e nosso sangue no caso de que os Estados tentem nos obrigar a morrer no campo de batalha se for o caso. Assim como os governos russo e ucraniano fazem com a classe trabalhadora de seus respectivos países, o mesmo ocorre em outros conflitos armados do planeta.

Nós anarquistas advogamos pela desmilitarização e a dissolução dos exércitos. Trabalhamos na prática da solidariedade e do apoio mútuo com todos os trabalhadores e despossuídos para dotar-nos de ferramentas de resistência e construir uma sociedade horizontal baseada na livre federação de produtores e consumidores, baseada no trabalho associado e cooperativo. Por isso denunciaremos as barbaridades que provocam as fronteiras, os Estados, os poderes econômicos e políticos, e as guerras que tanto os beneficiam.

CONTRA A GUERRA, O ESTADO E O CAPITAL

OBJEÇÃO, INSUBMISSÃO E DISSOLUÇÃO DOS EXÉRCITOS

Grupo Tierra

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

dia muito frio
o vento desalinha
a plumagem do passarinho

João Angelo Salvadori

[Espanha] Que trabalhem eles, por um emprego que não nos roube a vida

Não nascemos para ser peças na máquina da exploração. Não viemos ao mundo para alimentar, com nossas costas quebradas, os banquetes daqueles que nunca curvaram a espinha, nem sentiram o peso de uma jornada que nunca acaba. Neste sistema capitalista, o trabalho não é virtude: é castigo. É a corda que nos aperta o pescoço enquanto nos obrigam a sorrir e agradecer pelo “privilégio” de sermos exploradas.

Dizem que a jornada de trabalho vai ser reduzida, que o progresso chegará aos poucos, mas continuamos morrendo nos andaimes, nas fábricas, nos hospitais. Continuamos sendo vítimas do estresse, da insônia, das doenças que o corpo grita quando o coração está em pedaços.

Temos orgulho de ser trabalhadoras, sim. E acreditem: ser militante da CNT é um dos maiores orgulhos que alguém pode sentir na vida. Temos orgulho de ser trabalhadoras, mas não de ser escravas. Não dessa normalidade obscena que nos condena a uma vida precária, a mendigar tempo para os nossos, a escolher entre comida e aquecimento. Que orgulho há em ser esquecidas, empobrecidas, sobrecarregadas, enquanto os poderosos multiplicam suas fortunas e nos olham de seus arranha-céus com desprezo?

Aprendemos a suportar o insuportável. Aceitamos que trabalhar até a exaustão é um “dever”, enquanto os preços sobem e nossos salários não dão para quase nada. Roubaram nosso tempo, nosso corpo, nossos sonhos. Mas não nos venceram.

Queremos recuperar nossas vidas. Queremos decidir como usar nossos dias, nossas mãos, nossas mentes. Queremos cuidar e ser cuidadas, nos encontrar, organizar a raiva, tecer a ternura e a revolução que virá. Porque outras formas de vida são possíveis, e sabemos que podemos imaginá-las, construí-las e defendê-las.

Não esquecemos que fomos nós, a CNT, que arrancamos do sistema a jornada de oito horas. E seremos nós que acabaremos com o jugo do trabalho que nos rouba a existência. Não queremos reformas tímidas nem migalhas: queremos tudo.

O mundo ainda é governado por oligarcas, empresários, políticos e assassinos que repartem nossas vidas como se fossem espólios. A social-democracia pactuou com os algozes. O liberalismo nos vendeu fumaça e fome. Nós estamos aqui para gritar o que muitos calam: chega!

O mundo deles não funciona. Nunca funcionou para a maioria. Deixem-nos tentar do nosso jeito: com nossas mãos, nossos corações, nossas ideias. Não pedimos permissão, viemos abrir caminhos.

E não podemos esquecer nossa gente na Palestina, nossa classe trabalhadora irmã do outro lado do Mediterrâneo, as professoras, médicas, padeiros e jornalistas que caem sob bombas enquanto o mundo “civilizado” desvia o olhar. O silêncio deles também é cumplicidade. Nossa memória é resistência. Não deixamos ninguém para trás; acreditamos no internacionalismo contra as fronteiras, muros e tarifas que nos impõem.

Que trabalhem eles. Nós queremos viver, lutar e libertar cada canto de nossas vidas.

Porque o tempo é nosso. Porque o mundo será de quem trabalha, não de quem o saqueia.

cnt.es

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Em toda a longa viagem,
Só agora encontrei
Um cafezal!

Paulo Franchetti

[Espanha] Por um Primeiro de Maio revolucionário

Em 1889, a Segunda Internacional aprovou a declaração do Primeiro de Maio como um dia em que as lutas pelas reivindicações de classe do proletariado seriam coordenadas em escala internacional. Foi a consequência da repressão, em 1886, da greve de 200.000 trabalhadores, em decorrência da qual o Estado havia implantado uma repressão bestial que deixou um rastro de mortos e feridos e, na revolta que se seguiu, executou quatro anarquistas. Naquela época, toda a imprensa burguesa ficou horrorizada ao declarar que os grevistas eram ralé, cuja insanidade consistia em querer parar a indústria “justo agora”.

Até hoje, essa última afirmação continua sendo uma constante. Para a esquerda e a direita do capital, nunca foi um bom dia para a luta de classes. Seja porque coloca os interesses da nação em risco, porque desestabiliza o governo progressista contra a direita ou porque, em meio à crise, agrava as condições para os patrões, a greve é sempre vista como um grande crime. Dessa forma, o primeiro de maio foi convertido (graças aos sindicatos, que deixaram de ser órgãos de luta para se tornarem um veículo que integra a classe ao Estado, desarmando-a) de um dia contra a exploração salarial, de auto-organização da classe, em um dia de celebração, de batucadas, de exigências de direitos, de um “salário justo” e de defesa dos interesses de manutenção da indústria e dos serviços públicos (que não são menos capitalistas por serem públicos): de um dia vermelho para um dia democrático-nacional, de um dia de classe para um dia de Estado.

É por isso que declaramos:

  1. Pela luta auto-organizada da classe trabalhadora, por fora e contra os sindicatos.
  2. Contra a opressão e a exploração, pela unidade da classe trabalhadora e pela união dos autênticos internacionalistas.
  3. Por uma sociedade na qual os Estados, o trabalho assalariado, a propriedade privada, o dinheiro e a produção com fins lucrativos sejam substituídos por um mundo de produtores livremente associados.
  4. Contra os ataques econômicos e políticos que as guerras atuais e as próximas guerras desencadearão sobre a classe trabalhadora.
  5. Contra o capitalismo, o imperialismo e todos os nacionalismos. No atual contexto de rearmamento e escalada dos conflitos imperialistas, é essencial rejeitar qualquer apoio ao capital nacional, aos “males menores” e aos Estados em formação.

Agitação e Avante

Grupo Barbaria

barbaria.net

agência de notícias anarquistas-ana

casa quieta –
cochila o avô e
dorme a neta

Carlos Seabra

[Rio de Janeiro-RJ] “1º de Maio: Passado e Presente”

O que hoje o Estado e a burguesia tentam transformar num feriado vazio nasceu da luta anarquista dos trabalhadores de Chicago, em 1886, que deram suas vidas pela conquista da jornada de 8 horas de trabalho.


No CCS Movimento, a gente não esquece: 1º de Maio é dia de resistência, memória e luta.


Por isso, te convidamos para a nossa roda de conversa “1º DE MAIO: PASSADO E PRESENTE”, que vai rolar nesta quinta, 01/05, às 18h, aqui no Movimento!


Vamos relembrar as raízes anarquistas dessa data e refletir sobre os desafios das lutas atuais.


Chega junto, traga sua ideia e sua voz!


CCS Movimento
Avenida Mem de Sá, 215 A, Lapa – Rio de Janeiro (RJ)


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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/04/29/associacao-de-trabalhadores-de-base-atb-ao-povo/


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Sobre a folha seca
as formigas atravessam
uma poça d’água


Eunice Arruda

[Grécia] O rebelde Nikos Paleokostas

por Dimos Vosinakis | 26 de abril de 2025


Nikos Paleokostas partiu hoje (26/04) para uma longa jornada com apenas 65 anos. Nikos, assim como seu irmão Vasilis, expressa o espírito orgulhoso e rebelde encontrado nas montanhas gregas de ladrões e armatoles, aqueles que não se submetem e nunca se rendem a nenhum conquistador. Ele nasceu em 1960 em Moschofyton, Trikala, e depois de algumas breves andanças pelo mar, decidiu se voltar para o crime, principalmente roubos, assaltos e sequestros. E ele se saiu muito bem.


Em junho de 1992, Nikos e Vasilis Paleokostas, juntamente com Kostas Samaras e outra pessoa, invadiram armados a agência do Banco Nacional em Kalambaka, que fica a 250 metros da delegacia de polícia. Sem dar um pio e sem colocar em risco nenhum funcionário ou cliente, eles pegaram aproximadamente 125.000.000 de dracmas [moeda grega antes do euro, em 2001] do cofre e desapareceram nas montanhas da região, onde esconderam partes iguais para serem coletadas vários dias depois. Foi um dos maiores roubos, se não o maior, que já ocorrera em território grego.


Desde 1998, ele estava na lista da Interpol dos dez criminosos mais perigosos do mundo, e o estado grego estava tentando encontrá-lo. A Polícia Helênica e seus especialistas usaram todos os meios possíveis e improváveis para chegar mais perto dos vestígios do infame fantasma, sem sucesso. Finalmente, Nikos foi preso na quarta-feira, 13 de setembro de 2006, em um posto de controle policial nos arredores da vila de Livadi, em Parnassos, uma área que ele conhecia como a palma da mão. O tribunal o condenou por uma série de crimes e sua sentença final foi de 197 anos e 376 meses.


Após 16 anos de prisão contínua e 13 pedidos de benefícios penais que foram rejeitados, apesar dos comprovados problemas cardíacos graves e insuficiência renal que enfrentava, Nikos foi libertado da prisão em outubro de 2021. A fúria vingativa do Estado e da mídia oligárquica, que sempre foram alvo dos irmãos Paleokostas, vão querer classificá-lo definitivamente como um “criminoso perigoso”. Não é por acaso que hoje todas as reportagens que noticiam sua morte trazem fotos dele aflito, ferido e algemado.


Para todos nós faria bem lembrar que, além de sua prolífica atividade criminosa, ele tinha instinto, ética, princípios, respeito e uma consciência de classe inata especial que é tão rara em nossa época. Tenha uma boa viagem, fantasma, e condolências a Vasilis, que continua aproveitando sua liberdade.


Fonte: https://www.alerta.gr/archives/37829


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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2021/12/07/reino-unido-lancamento-a-normal-life-de-vassilis-palaiokostas/


agência de notícias anarquistas-ana


Tarde de sol,
o armador da rede
range devagar.


Luiz Bacellar

[Chile] Santiago: Chamada para um “Maio Negro, Subversivo e Ativo” e um Bloco Negro Anarquista

Fazemos uma nova convocação a todos os luditas e iconoclastas neste Primeiro de Maio para que se concentrem como um único Bloco Antiautoritário e abram caminho pela artéria principal da metrópole para revidar, golpe a golpe, os símbolos da escravidão assalariada capitalista, a cada agressão infligida por eles. Não queremos ser cidadãos, tampouco queremos ser proletários.

Nos recusamos a implorar por mais alguns pesos ou pelo direito de trabalhar ao Pai Estado. A proposta aqui é abolir o trabalho assalariado e incendiar a mercadoria da produção em massa que devastou a terra e poluiu o mar. Para que a estrutura econômica contemporânea sobreviva, é necessária a devastação da terra, a extinção e a subjugação de outras espécies.

É necessário destruir todo produto da sociedade tecno-industrial que devasta a terra. Em algum momento ácratas mencionavam que devíamos usar todos os meios tecnológicos à nossa disposição, mas sem dúvida eles não viram todas as barbaridades causadas pelo desenvolvimento e pelo progresso.

Que tipo de consciência é a consciência de classe?

O chamado é para sabotar as engrenagens da máquina de dominação: em direção à ofensiva, desprezar o trabalho pelo qual o cidadão é dignificado, o escravo moderno não consegue ver a ternura do fogo abraçando as máquinas, este não é um chamado para conciliar com a instituição, é um chamado para a revolta contra o mundo das mercadorias, da escravidão e da exploração, contra seus promotores, defensores e seus falsos críticos. Para espalhar a revolta.

1º DE MAIO – 10 HORAS – BRASIL/ALAMEDA

agência de notícias anarquistas-ana

Escalo a colina
cheio de melancolia –
Ah, roseira-brava.

Buson

subMedia lança documentário sobre Estallido Social no Chile 

O primeiro de uma série de documentários, InterRebellium 01. The Estallido Social é uma história contada pelos olhos de participantes anarquistas e anticoloniais da revolta de 2019 nos territórios ocupados pelo Estado do Chile.


O Estallido Social (ou Explosão Social) foi uma revolta popular nos territórios ocupados pelo Estado chileno, desencadeada em 18 de outubro de 2019 por um aumento de 30 pesos na tarifa do transporte público. O que começou como uma campanha liderada por estudantes de pular as catracas do metrô rapidamente se transformou em uma revolta a nível nacional que abalou as bases da sociedade.


Essa revolta nasceu de uma longa história de revolta no chamado Chile. Infelizmente, como nos lembra a participante Yza, as longas histórias de revolta geralmente se devem a longas histórias de repressão. A repressão nessas terras é anterior à formação do Estado chileno, à invasão e conquista espanhola. Mas a era moderna começa com o golpe de 1973 que instalou Augusto Pinochet como ditador. Anos de reformas neoliberais produziram uma classe trabalhadora desiludida e desarticulada. InterRebellium traça as raízes do levante de 2019 nos movimentos estudantis dos anos 2000 e nos movimentos feministas de meados dos anos 2010, bem como na resistência indígena ao longo da história da dominação colonial. O movimento também assimilou dicas e táticas das revoltas que ocorreram simultaneamente em Hong Kong e no Equador.


Durante meses, milhares pessoas travaram batalhas de rua com policiais e militares, organizaram redes de apoio a militantes da linha de frente, criaram assembleias de bairro organizadas horizontalmente, participaram de greves gerais e realizaram atos de incêndio e sabotagem contra símbolos do poder e corporações multinacionais.


O Estallido acabou sendo contido por meio de uma combinação de repressão brutal do Estado, promessas de reforma e de uma nova Constituição, além de uma mudança estética nos antigos símbolos do poder com a eleição do jovem Gabriel Boric, da nova esquerda. À medida que os protestos diminuíram e muitas pessoas se dispuseram a trabalhar dentro dos canais da burocracia estatal, Boric e a nova esquerda ficaram livres para fazer coalizão com as mesmas forças que estavam no poder antes do Estallido, deixando muitos dos piores perpetradores da repressão estatal em suas mesmas funções. Um punhado de presos políticos do Estallido permanece atrás das grades até hoje (abril de 2025).


InterRebellium cobrirá a onda global de revoltas de 2018 a 2020. O título vem do latim e significa “entre revoltas”. Acreditamos que é importante aproveitar esse tempo entre as ondas para relatar nossas experiências em escala mundial e estudar o passado para que estejamos mais bem preparadys para o futuro.


>> Assista o vídeo aqui:


https://sub.media/pt/interrebellium-01-o-estallido-social/


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agência de notícias anarquistas-ana


a lua na rua:
um gato lentamente
torna-se minguante.


André Ricardo Aguiar

[Alemanha] Berlim: “Chegou a hora de intensificar” – Chamada para ações desde o 1º de Maio Revolucionário até o dia 15 de maio de 2025, data em que se comemora o Dia da Nakba

O slogan “Israel é um Estado terrorista” é gritado em quase todas as manifestações pró-Palestina. E, de fato, também houve mais algumas ações de escalada [crescimento de ações], como manifestações espontâneas, ocupações, abertura de faixas, ações pirotécnicas, destruição e queima [ações diretas] de militantes, pichações por toda Berlim e assim por diante.

Mas a maior escalada já veio das entidades belicistas e genocidas. Enquanto o horror do genocídio diário parece um apocalipse sem fim para os palestinos, as pessoas no ventre da besta que ousam resistir a essa máquina de morte sangrenta estão sendo fortemente criminalizadas e enfrentam espancamentos, prisões, doxxing, perda de emprego e moradia, ferimentos graves, julgamentos, deportações e muito mais.

Mais uma vez, quase todas as manifestações pró-Palestina são proibidas e os locais das manifestações são alterados pela polícia, não apenas para silenciar e esconder os protestos no espaço público, mas também para que os policiais possam espancar e prender as pessoas com mais facilidade. Em todas as manifestações e comícios registrados, sabemos que seremos atacados e que as pessoas serão feridas e prejudicadas de outras formas.

Mas todos nós já sabemos o que fazer, porque já previmos isso em tantas marchas e protestos: “Chegou a hora de intensificar”.

Como anarquistas e pessoas de círculos autônomos que lutam por uma Palestina livre, pedimos para participar de toda a manifestação do Primeiro de Maio Revolucionário – em todos os blocos – com mensagens pró-Palestina, para que os policiais não possam isolar apenas um bloco. E convocamos todos os grupos de afinidade anarquistas e autônomos a participarem da defesa do espírito de resistência. No ano passado, na manifestação do Primeiro de Maio em Berlim, era óbvio que os policiais já esperavam uma escalada (eles atacaram a manifestação por causa de cantos de “Do rio ao mar”, dos fogos de artifício e sinalizadores etc.). Vamos começar de novo com todas as nossas novas experiências e vamos perturbar o Estado de razão e o Estado de ordem.

Vamos todos intensificar nossos esforços e concentrar nossas energias criativas para desenvolver e realizar planos inteligentes que tirem os sorrisos vencedores e as máscaras desses aparatos nojentos.

Pelo menos agora, mais do que nunca, as pessoas que sofreram a violência da polícia durante os protestos contra o genocídio sabem disso: Como tudo é reprimido, a distinção entre “legal” e “ilegal” perdeu o sentido.

Portanto, vamos tentar fazer mais fugas, mais ações rápidas, marchas espontâneas, mais espetáculo e usar o elemento surpresa de forma criativa contra nossos inimigos.

Por isso, também pedimos todas as formas de ação criativa contra o genocídio em curso por “Israel” e todos os seus aliados, os especuladores e seus oradores – especialmente do Primeiro de Maio Revolucionário até o Dia da Nakba, 15 de maio. Mas, na verdade, todos os dias – até que a Palestina seja livre.

A n a r q u i s t a s

agência de notícias anarquistas-ana

um gato perdido
olha pela janela
da casa vazia

Jeanette Stace

[Grécia] Acidentes de Trabalho são Assassinatos

Evento na quarta-feira 30/04 às 18:30 na Faculdade de Direito de Atenas
 
O dia 28 de abril é o Dia em Memória dos Trabalhadores, estabelecido por sindicatos e organizações de direitos dos trabalhadores no final do século XX. É um dia dedicado à memória dos trabalhadores que morreram, ficaram feridos ou adoeceram no trabalho, um dia em que todos os anos as questões de segurança no local de trabalho são discutidas. Não é apenas um dia de lembrança e homenagem àqueles que perderam suas vidas em acidentes de trabalho, mas um dia de ativismo e luta pela saúde e segurança no local de trabalho.
 
Por ocasião deste dia e do Primeiro de Maio, mas principalmente vivenciando o assustador índice de acidentes e mortes no trabalho, a Iniciativa Anarcossindicalista Rocinante está organizando em 30 de abril de 2025 o evento “Acidentes de Trabalho são Assassinatos”.
 
Com a taxa de acidentes de trabalho aumentando e uma morte a cada dois dias no local de trabalho, fica claro que deveríamos falar sobre assassinatos relacionados ao trabalho. Esses fenômenos ocorrem em todos os campos de trabalho, com diferentes versões e causas variadas. Mas todas elas têm raízes profundas no capitalismo, que é um terreno fértil para a exploração estatal e a inconstitucionalidade patronal.
 
É dever de todos nós trazer de volta à tona a discussão sobre os efeitos do excesso de trabalho, da exploração patronal, da falta de infraestrutura e do papel reforçador do Estado com as flexibilidades legislativas que ele proporciona e o problemático monitoramento e registro de ocorrências.
 
Quarta-feira, 30 de abril de 2025, 18h30
Faculdade de Direito de Atenas

 
Falarão:

– Nikos Vasiliadis, Rocinante
– Michalis Kargakis, Especialista em Saúde Ocupacional
– Fotis Fotios, Técnico de Segurança
 
Nossos mortos, seus lucros
 
Iniciativa Anarcossindicalista Rocinante – Αναρχοσυνδικαλιστική Πρωτοβουλία Ροσινάντε
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Voar sempre, cansa –
por isso ela corre
em passo de dança
 
Eugénia Tabosa

16 anos do PT (Partido dos Trabalhadores) no poder do país. E um massacre que não acaba…