[Rússia] 8 de março: Uma revolta roubada e a luta para recuperar o significado radical

Inicialmente, o Dia Internacional da Mulher era um dia de luta das mulheres trabalhadoras por liberdade e igualdade. Suas raízes remontam aos protestos trabalhistas femininos do final do século XIX e início do século XX, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. As mulheres exigiam jornadas de trabalho mais curtas, salários decentes e o direito de votar.

Um momento importante foi a criação do Dia Internacional da Mulher, iniciado por socialistas, incluindo Clara Zetkin, em 1910. Tornou-se um dia de protesto contra a exploração, a dupla opressão das mulheres (tanto de classe quanto de gênero) e a violência.

Revolução e traição à ideia

A perspectiva anarcofeminista é especialmente evidente na história do 8 de março na Rússia. Em 1917, foram as mulheres que saíram às ruas de Petrogrado exigindo “Pão e Paz”, o que marcou o início da Revolução de Fevereiro. Entretanto, após a chegada dos bolcheviques, o socialismo de Estado suprimiu os movimentos independentes de mulheres, subordinando-os às estruturas partidárias. Isso demonstra um problema típico: o Estado explora movimentos revolucionários, centraliza o poder e limita seu potencial radical.

Cooptação capitalista

Desde meados do século XX, o dia 8 de março gradualmente se transformou em um inofensivo “feriado de primavera e feminilidade”. A União Soviética fez dele um feriado nacional, mas retirou sua essência antissistêmica. Nos países capitalistas, ele foi transformado em um dia comercial para venda de flores e presentes. Assim, o patriarcado e o capitalismo juntos tornaram este dia de luta inofensivo.

Visão anarquista feminista contemporânea

Hoje, o anarcofeminismo busca devolver o dia 8 de março ao seu significado original: um dia de solidariedade e resistência. Em vez do feminismo de Estado, subordinado às estruturas burocráticas, e do feminismo liberal, integrado ao sistema capitalista, o anarcofeminismo oferece às mulheres:

  • a luta contra todas as formas de opressão, incluindo o Estado, o capitalismo, o patriarcado, o racismo e a heteronormatividade,
  • apoio a grupos de mulheres auto-organizados e estruturas horizontais em vez de soluções institucionais,
  • restaurando o espírito de ação direta, greves e resistência antipatriarcal.

O 8 de março não é um feriado, mas um dia de luta. Sua história mostra como ideias radicais podem ser roubadas pelo sistema, mas também como podem ser trazidas de volta. Para o anarcofeminismo, o dia 8 de março não é sobre flores e presentes, mas sobre rebelião, solidariedade e destruição de todas as formas de opressão.

Fonte: canal do Telegram “Black Speaker”

agência de notícias anarquistas-ana

tu conheces pelo coração
a gramática do meu corpo
e seu dicionário

Lisa Carducci

A Educação como Alicerce da Liberdade: O Imperativo Anarquista em Tempos de Superficialidade

Vivemos em uma era marcada pelo efêmero, onde a velocidade da informação suplanta sua profundidade e o consumo de conteúdos rasos substitui a reflexão crítica. Nesse contexto, a militância anarquista enfrenta um desafio urgente: resistir à sedução da superficialidade e cultivar, com rigor, o saber como ferramenta de emancipação. A verdadeira liberdade — aquela que não se limita à ausência de grilhões externos, mas se constrói na autonomia do pensamento — exige mais do que discursos inflamados; demanda estudo, leitura e pesquisa contínuos. Sem conhecimento sólido, o projeto libertário arrisca-se a reproduzir as mesmas estruturas que pretende demolir, pois a ignorância, voluntária ou imposta, é sempre cúmplice da opressão.

A tradição anarquista sempre reconheceu a educação como um pilar revolucionário. Pense em Mikhail Bakunin, que defendia que a instrução científica deveria ser acessível a todos, ou em Emma Goldman, cujas palestras desafiavam o conformismo intelectual da sua época. Esses camaradas não separavam a luta social da formação crítica: sabiam que um povo desprovido de cultura é facilmente dominado. Hoje, quando o capitalismo transforma até as rebeldias em mercadorias, a apropriação do conhecimento torna-se uma trincheira. Estudar teorias políticas, mergulhar na história das resistências e compreender as nuances econômicas não é mero academicismo; é aprender a desmontar, tijolo por tijolo, a narrativa hegemônica que naturaliza a exploração.

A superficialidade do presente não é inocente: ela dilui a capacidade de análise, favorecendo a aceitação passiva de opressões. Redes sociais, algoritmos e a cultura do instantâneo fragmentam o conhecimento, substituindo a complexidade por slogans. Para um anarquista, isso é um convite ao perigo. Como combater o autoritarismo sem entender suas raízes históricas? Como construir horizontes coletivos sem debater filosofias da liberdade? A pesquisa séria permite desvelar as armadilhas do poder, identificar a coerência (ou incoerência) das práticas e, sobretudo, evitar a replicação de dogmas — inclusive dentro dos próprios movimentos libertários. A liberdade exige clareza, e a clareza nasce do estudo.

O que aqui defendemos é que o conhecimento não é apenas arma de crítica; é alicerce para a ação criativa. Comunidades autogeridas, projetos de apoio mútuo e experiências de educação libertária só florescem quando sustentadas por saberes práticos e teóricos. Dominar técnicas agrícolas, entender direito cooperativo ou estudar pedagogias não hierárquicas são atos revolucionários em um mundo que busca nos manter dependentes de suas estruturas. A cultura, em seu sentido mais amplo, fornece os mapas para navegar além do capitalismo, mostrando que outra organização social não só é possível, mas já está sendo semeada aqui e agora.

Quem almeja a liberdade precisa, antes de tudo, assumir uma postura de eterno aprendiz — pois só quem pensa com autonomia pode, de fato, ousar viver sem senhores.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

o sapo, num salto,
cresce ao lume do crepúsculo
buscando a manhã

Zemaria Pinto

Governo Lula promove destruição ambiental em Cubatão (SP) para construção de um pátio de caminhões

O Governo Lula, através da Autoridade Portuária de Santos (APS), pretende construir um grande pátio de caminhões e condomínio logístico em uma área verde, selvagem e rica em biodiversidade conhecida como Ilha do Tatu, na cidade de Cubatão, litoral de São Paulo. Tudo em nome do desenvolvimento, crescimento, economia, dinheiro, “emprego”…

Em tempos de mudanças climáticas aceleradas, toda aquela região de manguezal deveria ser protegida, ficar intocável, longe de projetos como esse que avançam contra as formas de vida vegetal e animal (incluindo as humanas).

E pasmem! Sem qualquer discussão ampla com a comunidade, ou transparência, a APS já assinou contrato com a empresa Condilog, por 35 anos, para exploração da área de 412,5 mil metros quadrados. Ou seja, na surdina privatizou uma área teoricamente pública, uma Área de Preservação Permanente (APP).

Pátio de caminhões não! Contra o crescimento infinito num planeta limitado! Basta de projetos ecocidas e anacrônicos!!!

agência de notícias anarquistas-ana

Sinto no rosto
Um carinho natural
O vento soprou.

Ze de Bonifácio

[Grécia] Agrinio | Lambros Fountas presente

Em 10 de março de 2010, após um confronto com policiais em Daphne, durante uma ação preparatória da organização Luta Revolucionária, o militante anarquista Lambros Fountas foi morto.

Lambros Fountas demonstrou com sua vida e ação a unidade da luta antiestatista e anticapitalista e os processos do movimento, tanto na forma de lutas sociais de classe em massa quanto na forma de propaganda armada e ação de guerrilha.

A Luta Revolucionária levantou e continua levantando a questão da necessidade da luta armada contra o sistema explorador e opressor da democracia burguesa, enriquecendo-a com preceitos anarquistas, extraídos do coração do movimento de classe social. Ele fala da necessidade de criar as condições subjetivas para a revolução social, que é a única solução completa para a questão social.

Como um continuador da longa tradição revolucionária anarquista, Lambros Fountas, de arma em punho, deu sua vida na luta pela libertação social. Ele está sempre presente nas lutas das pessoas por resistência, auto-organização e solidariedade.

SOLIDARIEDADE AOS MEMBROS DA LUTA REVOLUCIONÁRIA, POLA ROUPA E NIKOS MAZIOTIS

HONRA ETERNA ÀQUELES QUE DERAM SUAS VIDAS PELA LIBERDADE

LAMBROS FOUNTAS – KYRIAKOS XIMITERIS, PRESENTES!

Πρωτοβουλία Αναρχικών Αγρινίου-Iniciativa Anarquista Agrinio

Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1634463/

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2023/06/05/grecia-apoio-financeiro-aos-presos-politicos-anarquistas-pola-roupa-e-nikos-maziotis-membros-da-luta-revolucionaria-e-suas-familias/

agência de notícias anarquistas-ana

Sob esta ameixeira
Até mesmo o boi vem dar
Seu primeiro mugido!

Matsuo Bashô

[Hungria] Intimidação neonazista na segunda audiência contra Maja T. em Budapeste

Em Budapeste, na quinta-feira, 6 de março de 2025, ocorreu a segunda audiência do julgamento contra Maja T., uma cidadã alemã antifascista extraditada ilegalmente para a Hungria como parte da operação repressiva continental lançada pelo governo Orban contra as mobilizações antifascistas que, em fevereiro de 2023, se opuseram à invasão neonazista no chamado “Dia de Honra”.

Enquanto Maja aparecia na frente do juiz brutalmente algemada, conforme mostrado pelo meio de comunicação independente The Brake, um grande grupo de neonazistas – cerca de cem deles – ocupou o tribunal intimidando amigos, parentes e simpatizantes. Dentro do tribunal, como supostas “vítimas” do ataque, alguns desses neonazistas desfilaram, como Gyorgy Budahazy, fundador da organização nazista Hunnia, condenado por terrorismo, mas posteriormente anistiado, e László Dudog, expoente das bandas de rock nazista Divízió 88 e Divine Hate, o braço de propaganda musical da filial húngara do Blood and Honour.

O julgamento foi adiado até junho e Maja provavelmente permanecerá na prisão até a nova audiência. Já na audiência preliminar, Maja havia se recusado a fazer um acordo judicial para uma sentença monstruosa, de 14 anos; de acordo com as acusações do judiciário hungaro, ela pode pegar até 24 anos.

Ao recusar o acordo judicial no final de fevereiro, Maja leu uma carta denunciando as duras condições de detenção: “Não me deixem sozinha. Meu caso não diz respeito apenas a mim, mas a todos aqueles que resistem ao fascismo e à injustiça”.

Clique aqui para ver a carta completa circulada por Maja T. e endereçada a todas as pessoas antifascistas da Europa: https://de.indymedia.org/node/496188

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Assim como a vela
Mergulhada no silêncio
A peônia.

Kyoroku

 

[Espanha] Redes sociais

Por Charo Arroyo

As chamadas Redes Sociais nasceram de forma incipiente como uma forma de comunicação entre jovens, ignorando o sistema de correio eletrônico que já estava implantado muito antes.

Podemos considerar que a generalização do uso das redes sociais, na Espanha, começou no século XXI, embora houvesse várias aplicações que já estavam funcionando anteriormente. MySpace e LinkedIn apareceram em 2003, mas podem ser consideradas redes muito mais profissionais e voltadas para empresas, ainda que até hoje sejam usadas como forma de intercomunicação entre usuários.

A rede social à qual podemos atribuir o privilégio de iniciar o mundo das comunidades virtuais é o Facebook. Em 2004, Mark Zuckerberg criou uma aplicação inicial do Facebook para a comunicação entre alunos de Harvard. Hoje, embora seja considerada uma rede de pessoas mais maduras, o número de milhões de usuários é impressionante, e ela tem uma linha de publicação voltada para a visualização de negócios e publicidade. Mas, no nível pessoal, é frequentemente usada para compartilhar o estado de espírito, opiniões sobre situações e para se tornar conhecido pela comunidade. Podemos considerar que é um tipo de exibicionismo e vitrine onde se mostram suas afinidades musicais, esportivas ou políticas. Se você é do tipo que se preocupa em estabelecer critérios de privacidade, pode ser que compartilhe com apenas seus amigos, mas o habitual é não se dar conta dessas “pequenas” questões e, de repente, perceber que muitas pessoas que você não conhece estão bisbilhotando o que você posta. Mesmo assim, ao selecionar a opção de compartilhar ou permitir que apenas amigos vejam suas publicações, muitos amigos são apenas digitais, não os mesmos com os quais você pode dar um aperto de mãos. Foi com essa rede que começou o fenômeno do ciberapoio. Ao dar um “Curtir”, parece que você está dentro da manifestação que está apoiando do sofá da sua casa.

Em 2006, surgiu o Twitter, que agora se chama X após a compra por Elon Musk. Hoje em dia, o impacto dessa rede é tão grande que até meios de comunicação como televisões, rádios e jornais dedicam espaços inteiros para falar sobre o impacto de algum tweet, tendência ou menção especial em alguma notícia do momento. E, apesar de contar com alguns detratores, a verdade é que muitos atribuem seu sucesso à simplicidade de uso; o mesmo uso de quando foi criado: um número limitado de caracteres que permitem que seus usuários se comuniquem. Nos dias de hoje, a rede conta com cerca de 556 milhões de usuários ativos por mês. Ou podemos dizer… tinha. Porque, desde que Elon Musk comprou o Twitter, a polêmica não saiu dessa rede, e a fidelidade de seus usuários foi se perdendo. Primeiro com as condições impostas aos seus trabalhadores, depois os desligamentos em massa, depois a cobrança, depois a mudança de nome, depois as manipulações e o pouco controle sobre os bots, etc. Mas agora, com o apoio entusiástico e a implicação com Donald Trump e os discursos de claro signo fascista, a rede ultrapassou todos os limites. A figura central obscureceu o produto e, nas últimas semanas, foi anunciada a saída da rede social X por parte de meios de comunicação, organizações sociais e muitos usuários.

Todas essas aplicações comunitárias foram perdendo força para novos produtos que chegaram ao mercado, como Instagram, TikTok ou Twitch, para citar as mais conhecidas e usadas pelos jovens.

Atualmente, todas as organizações sociais e políticas possuem um perfil em alguma, se não em todas, dessas Redes sociais mencionadas. E elas praticamente substituíram a função das equipes de imprensa. De fato, os meios de comunicação emitem suas notícias principais através desses canais na internet. E o que isso significa?

Em meios muito manipulados e sem filtro, como acontece no Twitter (X), onde não há garantias de que quem escreve seja a pessoa que aparece no perfil, onde não há controle sobre as fake news, etc., podemos acabar sendo vítimas de fraudes informativas e acreditar em eventos que foram manipulados ou criados com inteligência artificial. E, em uma sociedade que escolheu abandonar os meios de comunicação tradicionais e está submetida ao domínio dos celulares… é muito fácil que a opinião pública seja manipulada.

Isso não é nada novo. Mas antes, havia uma assinatura que se responsabilizava pelo que era publicado, e também havia um autocontrole em relação às acusações feitas contra alguém. Porém, após os julgamentos por piadas e comentários feitos no Twitter, o número de perfis falsos ou disfarçados cresceu de forma exponencial.

Portanto, só posso avaliar isso como um retrocesso na sociedade livre, já que de forma intuitiva ou você ataca, ou é atacado por uma multidão de seres aos quais não se pode dar nome nem rosto.

É verdade que é possível viver sem Redes Sociais. Mas é uma invenção que poderia ajudar na difusão de ideias. Tornou-se algo tão inerente ao ativismo que, como mencionei antes, gerou uma campanha de assédio à aplicação X, antigo Twitter. Como se fosse uma atividade a mais na luta dos coletivos, todos os que os seguem se lançam a retuitar os ataques contra X, ou melhor dizendo, contra Elon Musk.

E, a partir daqui, faço minha reflexão ou crítica à atividade militante nas redes. Ela é eficaz se o objetivo é atacar um negócio (pela grande visibilidade da má imagem que se pode transmitir), mas não podemos nos contentar apenas com o apoio por meio do “Curtir” 👍. Já está acontecendo o fenômeno das ruas vazias, mas nas redes, milhares de “curtidas”. Do sofá, com os celulares nas mãos, há muita gente, mas esse apoio é um pouco frio e não leva à unidade na luta. Porque nunca ajudou tanto ao Estado controlar a cidadania quanto a internet e suas aplicações. É evidente que o poder tem seus mecanismos para acompanhar a atividade nas redes. E também conhece a possibilidade de disseminação através delas, por isso governos como o da China proíbem o uso de algumas redes ou… os EUA!!! País democrático, segundo eles!!!

Embora seja difícil, deveríamos aproveitar as qualidades das redes sociais, como a capacidade de alcançar muitos usuários e promover uma atividade ou encontro, etc. Mas, se nos limitarmos a essa conexão através das redes, perderemos um dos grandes feitos da vida em comunidade: a união e a força que reflete um grupo de pessoas unidas, lado a lado, na luta. Não devemos nos contentar em apoiar as lutas de casa, pelo celular. Vamos para a rua defender nossos direitos e a nossa forma de viver em comunidade.

Fonte: https://redeslibertarias.com/2025/02/17/redes-sociales/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Jasmineiro em flor.
Ciranda o luar na varanda.
Cheiro de calor.

Guilherme de Almeida

[Espanha] XIV edição da Feira Anarquista do Livro de Sevilha

Programa da XIV Edição 2025

Quinta-feira, 13 de março

.19:00h.

→ CSOA La Yesca (Pasaje Mallol, 16)

Apresentação do novo número do jornal «El Topo»

» Por El Topo.

.19:45h.

→ CSOA La Yesca (Pasaje Mallol, 16)

Apresentação do cómic «El Sótano».

» Por Ibán Díaz Parra e Falconetti Peña / Ed. Dirección única

Sexta-feira, 14 de março

.19:00h.

Apresentação do livro «Pecadoras; Genealogía de la cultura del castigo y las prisiones de mujeres».

» Por Sol Abejón Olivera / Ed. Descontrol

.20:30h.

Jantar Vegano.

Sábado, 15 de março

.11:00h. a .14:00h. Oficinas / Participação limitada

«Colagens, fanzine e memória: atravessando imagens e fragmentos do anarquismo andaluz»

» Por Araceli Pulpillo.

«Como fazer letras? Oficina de poesia experimental»

» Por Isabel Martín.

.14:00h.

Almoço Vegano.

.16:30h.

Palestra «Dos Luditas aos Neo rurais. Uma história alternativa do ecologismo e do progresso».

» Por Salvador Cobo / Ed. El Salmón

.19:00h.

«Devenir Seiba», recital de poesia

» Por Tfarrah / Ona Ediciones

.20:30h.

Jantar Vegano.

Domingo, 16 de março

.11:00h.

→ Início: Tribunais / Prado de San Sebastián

Passeio «La Sevilha maribollera»

.14:00h.

Almoço Vegano.

.16:30h.

Apresentação do livro «Las Sin Amo; Escritoras olvidadas y silenciadas de los años treinta».

» Por Antonio Orihuela / Ed. La oveja roja

Bancas

→ De sexta-feira a domingo na CGT

Biblioteca Social Hnos. Quero (Granada) · Distri Antirrepresiva (Sevilha) · La Oveja Roja (Madrid) · Ediciones El Salmón (Alicante) · Ediciones Fantasma (Málaga) · Editorial Avenate (Sevilha) · Editorial Irrecuperables (Extremadura) · La Fuga (Sevilha) · Librería Aldarull (Barcelona) · Librería Quilombo (Sevilha) · Librería La Tijera (Sevilha) · Ona Ediciones (Chiapas – València) · Piedra Papel Libros (Jaén) · 13mil Fugas (Sevilha) · Traficantes de Sueños (Madrid) · Recuperando la Memoria de la Historia Social de Andalucía – RMHSA / CGT (Sevilha)

>> Mais infos: FeiraanarquistaSevilha.org

agência de notícias anarquistas-ana

Leve brisa
aranha na bananeira
costura uma folha.

Rodrigo de Almeida Siqueira

[Grécia] Pequenos atos de vingança pelas pessoas assassinadas de nossa classe.

• PELOS ATAQUES REALIZADOS NA AVENIDA VOULIAGMENI EM DAPHNE

Os ricos não viajam de trem.

Dois anos após o crime capitalista de Tempe, dois dias após o levante de 28 de fevereiro, decidimos atacar alguns representantes proeminentes da ditadura do capital.

As filiais da Elpedison e da NRG, fornecedores de eletricidade “alternativos” e cúmplices na desapropriação das camadas populares por meio do preço predatório da eletricidade, tiveram suas vidraças quebradas.

O Banco Nacional, uma peça-chave do capital bancário que (entre muitas outras coisas) rouba as casas das famílias do povo, depois de tê-las destruído financeiramente com taxas de juros predatórias, teve seus caixas eletrônicos quebrados.

BATER DE FRENTE

ATAQUES EM TODOS OS BAIRROS

CONFRONTO COM O ESTADO E O CAPITAL

A n a r q u i s t a s

agência de notícias anarquistas-ana

A cada manhã
No céu sobre o meu telhado
A mesma cotovia?

Jôsô

[Suíça] Convocamos você a se manifestar conosco no dia 8 de março! | Alto, indisciplinado, indomável – o poder queerfeminista não pode ser contido!

Ponto de encontro: 14h, Ni-una-menos-Platz (Bubenbergplatz), Berna

Alto, indisciplinado, indomável – o poder queerfeminista não pode ser contido!

O dia 8 de março é o Dia da Resistência Feminista. Nesse dia, chama-se a atenção para as lutas e demandas feministas queer em todo o mundo. Estamos indo para as ruas em Berna também: com uma manifestação contra o controle patriarcal.

O vento patriarcal está lançando sexismo e hostilidade aos queer em nossos rostos – nós resistimos! Formamos alianças e nos unimos contra as tendências nacionalistas de direita, anti-queer e antifeministas na política mundial. Contra o retrocesso sexista, contra as fronteiras fechadas, contra a ganância destrutiva e políticas habitacionais que carecem de solidariedade!

Encontrar moradia acessível também está se tornando cada vez mais difícil em Berna. As casas estão sendo reformadas com fins lucrativos, os aluguéis estão subindo, os bairros estão sendo gentrificados e as moradias acessíveis estão sendo transferidas para cada vez mais longe do centro da cidade.

Pessoas de baixa renda, pessoas com histórico de migração e famílias monoparentais são particularmente afetadas por esse deslocamento. Mulheres, lésbicas, pessoas intersexo, não-binárias, trans e agênero que recebem pensões mais baixas e ganham menos. Muitas pessoas que prestam cuidados trabalham em seus empregos e paralelamente a eles, remunerados ou não. Além disso, há práticas racistas de aluguel que tornam ainda mais difícil para certas pessoas encontrarem moradia. Um estudo mostrou que muitas mulheres afetadas pela violência doméstica retornam ao lar violento depois de ficarem em um abrigo para mulheres porque não conseguem encontrar acomodações a preços acessíveis.

No entanto, o deslocamento não ocorre apenas no contexto da política habitacional, mas também na guerra, na fuga ou em empregos mal remunerados com poucas garantias. Falta de seguridade social, acesso cada vez mais inacessível à assistência médica, ataques à autonomia corporal e tentativas de apagar as existências trans* da esfera pública. As pessoas estão sendo reprimidas em várias áreas da vida. Refugiados, pessoas com histórico de migração, negros e indígenas, pessoas queer, pessoas com deficiência, mulheres, mães e pais solteiros, minorias étnicas e religiosas são particularmente afetados.

Atualmente, o mundo está enfrentando uma tendência à direita. Na Suíça, na Europa e em outros países, nossas identidades estão sendo violadas e o ódio está sendo incitado contra nós. A mentalidade fascista visa justificar nossa exclusão e apresenta a perda de nossos direitos como algo normal. Há muitas forças repressivas. Saímos às ruas para denunciá-las. Saímos às ruas porque todo mundo deve ter direito a moradia acessível e autodeterminada!

Todes devem ter o direito à saúde; o direito de amar quem quisermos; de estar onde quisermos; o direito à dignidade humana e o direito à bela vida. Nossa existência não é uma questão de opinião. Nas ruas, nossos refrões ecoam, nossos punhos no ar, nossos passos impressos no asfalto. A fortaleza do patriarcado deve tremer e cair, e um futuro antipatriarcal deve ser construído a partir disso. Nós estamos aqui! Com nossas inseguranças, medos e fragilidades. Unimos forças em nossa raiva. Somos fortes! Com amor por nós mesmes e uns pelos outros, persistentes em nossa resistência. Indomáveis e selvagens. Não nos deixamos levar, mas unimos forças e celebramos nossa unidade nas ruas.

Podemos ser diferentes, e não há problema em discordar. Não compartilhamos da mesma ideia do que significa o queerfeminismo na vida cotidiana. Nem todas nós sofremos discriminação, exploração e exclusão da mesma forma. Mas não queremos (nos deixar) isolar, estamos buscando solidariedade e força conjunta. A manifestação é aberta a mulheres, lésbicas, pessoas intersexo, não-binárias, trans* e agênero (FLINTA*) e aliados. Isso significa que este ano queremos fazer um convite que não exclua os homens endo-cis (ou seja, homens que não são trans* e não são intersexo). Isso se deve ao fato de que, repetidamente, pessoas trans*, intersexo, agênero ou não-binárias se sentem inseguras nos espaços da FLINTA* porque são vistas como homens cis endo-cis e são tratadas com desdém. Queremos agir contra isso. Também esperamos que uma aliança nos ajude a desaprender as estruturas de dominação patriarcal e a nos defender contra Trumps, Mileis, Melonis, Weidels, Fuentes, o colega de trabalho sexista no escritório ou as histórias heteronormativas contadas no jardim de infância. Vamos tentar?

NÃO foi solicitada nenhuma autorização para a demonstração. Não se trata de um espaço seguro. O percurso é quase todo reto, com uma leve inclinação. Caminharemos em estradas pavimentadas e não haverá escadas no percurso, mas sim trilhos de bonde. Será evitado um ritmo acelerado.

É importante para nós que todes se sintam o mais confortáveis e segures possível, e é por isso que elaboramos o seguinte consenso para a manifestação:

Somos muitas pessoas na manifestação, e é por isso que é particularmente importante que cuidemos bem uns dos outros.

Não toleramos nenhuma forma de discriminação – o que inclui, entre outras coisas: racismo, sexismo, hostilidade contra pessoas trans, hostilidade contra pessoas queer, capacitismo, antissemitismo e racismo antimuçulmano.

Não aceitamos nenhum símbolo imperialista ou fascista e, em geral, nenhum partido ou propaganda. Não queremos bandeiras nacionais, exceto as de lutas pela libertação, como as do Sudão, Congo, Rojava e Palestina.

Os fogos de artifício e apitos devem ser mantidos longe da manifestação.

Se possível, evite o consumo de álcool e drogas.

Evite tirar fotos e filmar os arredores da manifestação. É melhor deixar seus telefones celulares em casa. Isso é para a sua proteção e a de todos os manifestantes.

Nenhuma forma de comportamento agressivo será aceita. O poder de definir uma agressão é sempre da pessoa envolvida. Aja com consentimento mútuo e respeite os limites. Somente “sim” significa “sim”.

Haverá uma equipe de conscientização preparada para apoiar as pessoas afetadas e que poderá ser acionada a qualquer momento. A equipe de conscientização usará coletes roxos e estará sinalizada.

Reflita sobre seu comportamento, seus privilégios e o espaço que você ocupa – esteja atento ao seu entorno, às pessoas ao seu redor e a você mesmo.

Decidimos que não queremos aparecer como um bloco negro, mas colorido (para quem quiser) e sempre com roupas seguras. Se as pessoas gostarem, elas também podem usar uma máscara de carnaval ou algo semelhante.

Convocamos você a se manifestar conosco no dia 8 de março!

Fonte: https://barrikade.info/article/6886

Tradução > acervo trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

Tapete de flores
Borboletas coloridas
Natureza bela.

Andréia Bini de Souza Nascimento

[Grécia] Cartaz | Tessalônica: 8 de março não é um dia da mulher, é um dia da resistência

Convocação para uma concentração – passeata: Sábado, 8 de março, 11h30, Arco

Nas ruas lutando contra a morte, a guerra e a pobreza, as redes de tráfico, o estupro, o estupro infantil, a violência doméstica. Construindo resistência, por um mundo de liberdade. Mantendo viva a memória coletiva das lutas e resistências das mulheres que estão manchadas de sangue. O dia 8 de março não é um dia da mulher. É uma luta contínua contra o Estado, o capitalismo e o patriarcado.

Libertatia, coletivo pelo comunismo libertário.

agência de notícias anarquistas-ana

Eu acordo
contando as sílabas;
o haikai ri

Manuela Miga

[Grécia] Revolucionários não podem ser “CORRIGIDOS”

26/02/2025

Mais uma vez, pela sexta vez consecutiva, o Conselho de Delitos da Lamia me honrou com sua decisão de rejeitar meu pedido de liberdade condicional com o argumento de que não fui “reabilitado” e não demonstrei “melhora moral”!

De fato, um lutador comprometido, um revolucionário, um anarquista como eu jamais poderia ser “reabilitado” ou “moralmente melhorado” pela prisão, não importa quantos anos permaneça encarcerado.

Um lutador comprometido, um revolucionário, um anarquista pode dedicar sua vida à luta, como fez o camarada Lambros Foundas da Luta Revolucionária; pode arriscar sua vida pela causa, enfrentar a ameaça de ser morto pelos pretorianos do estado – como eu quase fui; podem passar muitos anos na prisão – eu já cumpri 12 anos pela Luta Revolucionária e outros 4 no passado – mas nunca devem dar um passo atrás, expressar arrependimento ou rever suas ações, ou, em outras palavras, demonstrar “reabilitação” e “melhoria moral”, como diz o conselho judicial.

Sob essa perspectiva, todas as decisões dos conselhos judiciais – seis do Conselho de Delitos e uma do Tribunal de Justiça – me honram e me mostram que estou no caminho certo. Se eu dissesse o contrário, começaria a me perguntar se havia cometido um erro e violado meus princípios e valores éticos. Minha única objeção é a referência do conselho ao meu bom comportamento “pretextual”. Isso é realmente injusto para mim. Se isso fosse verdade, então, durante as audiências do conselho, de forma totalmente “pretextual”, contrariando tudo em que acredito, tudo pelo que fui condenado e todas as violações disciplinares que cometi, eu teria murmurado desculpas e expressões de remorso – exatamente como a maioria dos presidiários criminosos faz para garantir sua libertação. Entretanto, tal coisa é impensável para mim.

A última rejeição do Conselho de Delitos da Lamia efetivamente me exclui da possibilidade de liberdade condicional, embora eu já tenha cumprido mais de quatro quintos da minha sentença.

No contexto mais amplo do endurecimento da legislação penal e “correcional” nos últimos anos – que incluiu o aumento dos limites de sentença, condições mais rígidas para liberdade condicional e licenças e a abolição efetiva desses direitos, juntamente com a criação de prisões de segurança máxima (semelhantes às antigas prisões do Tipo C, mas piores) – é bem possível que eu me torne a primeira pessoa condenada a 20 anos de prisão que cumprirá a sentença completa, todos os cinco quintos, sem suspensão, aproximando-se efetivamente da duração de uma sentença de prisão perpétua, o que, de acordo com o antigo código penal, correspondia a cumprir 16 anos.

“Nenhuma revisão” – Nenhum arrependimento!

Nikos Maziotis,

condenado pela Luta Revolucionária

4ª ala da prisão de Domokos

Tradução > acervo trans-anarquista

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agência de notícias anarquistas-ana

O primeiro amor –
À lanterna se aconchegam
Um rosto e outro rosto

Tan Taigi

[Espanha] Um crowdfunding da La Rosa Negra Ediciones para O Apoio mútuo

Projeto editorial nascido em Vallecas em 2013, a La Rosa Negra Ediciones foi, em seus primeiros anos, uma distribuição itinerante por diversos espaços socioculturais do território nacional, realizando uma constante difusão de livros, revistas e panfletos anarquistas. Em 2016, inaugurou uma livraria em Puente de Vallecas, na rua Santa Julia, 6, ao lado do mercado. Este enclave de cultura libertária foi fechado em 2020, coincidindo com o confinamento pandêmico e, após uma interrupção em suas atividades, o projeto ressurgiu em 2024, desta vez totalmente dedicado ao trabalho editorial.

Sem fins lucrativos e autogestionada, esta modesta, mas comprometida, editora participa anualmente da Feira do Livro de Vallecas —este ano, de 9 a 25 de maio—, trazendo editoras libertárias como La Linterna Sorda, Antorcha ou Volapük, assim como o histórico selo editorial com origem em Móstoles, Madre Tierra, que nos anos 70 inundou as terras ibéricas com milhares de exemplares de uma edição de El apoyo mutuo (O apoio mútuo) a baixo preço, que permaneceu até poucos anos atrás. A La Rosa Negra traz, a cada ano, à Feira de Vallecas autores e militantes históricos do anarquismo, como Alfredo González, Miquel Amorós, Ana Muiña ou Carlos Taibo; além disso, neste ano, organiza um recital de poesia com a CNT de Aranjuez, onde serão recitadas as poesias de Jesús Lizano.

Há alguns dias, a editora lançou uma campanha de financiamento coletivo com o objetivo de publicar o livro El apoyo mutuo. Un factor de evolución, do geógrafo e anarquista russo Piotr Kropotkin. A campanha homônima pode ser consultada na plataforma Goteo.org. Se o crowdfunding atingir seu objetivo, esta obra clássica das letras anarquistas logo contará com uma edição acessível na Espanha. A La Rosa Negra revisou e aprimorou a tradução de Luis Orsetti, comparando-a com a edição inglesa. O resultado é um texto depurado que supera, em qualidade, edições anteriores.

El apoyo mutuo foi a resposta que Kropotkin articulou contra o darwinismo social em voga no final do século XIX. O darwinismo social foi a justificativa pseudocientífica do colonialismo predatório e homicida, assim como do capitalismo fabril, que nas suas fábricas insalubres explorava crianças, mulheres e homens. Tratava-se de uma interpretação tendenciosa do conceito de luta pela existência (struggle for life) usado por Darwin em sua teoria da evolução, exposta em A origem das espécies (1859). Esta interpretação servia para “naturalizar” a injustiça social com a qual os grandes proprietários europeus acumulavam capital. A desigualdade social encontrava sua justificativa na ideia de que os mais fortes, os capitalistas, subjugavam, supostamente de acordo com as leis da natureza, os mais fracos, a classe trabalhadora.

Kropotkin desmontou de forma brilhante essa falácia nas páginas de El apoyo mutuo, expondo exemplos de cooperação entre diferentes espécies animais. Para compreender a ideia fundamental de El apoyo mutuo, é necessário parar no conceito de struggle for life. No processo de seleção natural, a luta pela existência, em um sentido amplo, não inclui apenas a competição, mas também a ajuda mútua, uma estratégia de evolução para a perpetuação das espécies. Kropotkin sustenta que o apoio mútuo é um fator evolutivo mais determinante que a competição, podendo ser comprovado no fato de que as estratégias cooperativas estão altamente desenvolvidas nas espécies superiores. A preponderância do fator cooperativo tem a seguinte consequência: “O apoio mútuo —e não a luta mútua— tem sido a parte determinante no progresso ético do ser humano.”

As elaborações da ideia de ajuda mútua feitas por Kropotkin em El apoyo mutuo não só tiveram o efeito de deslocar o delírio do socialdarwinismo, mas também ajudaram a impulsionar o anarquismo mais brilhante, ao mesmo tempo que forneceram suporte, até os dias de hoje, a todos os movimentos sociais que têm como objetivo transformar o mundo por meio da cooperação social e em oposição ao verticalismo estatal. No epílogo intitulado Anarquismo e darwinismo e escrito por Miquel Amorós para a edição da La Rosa Negra, o autor observa que “o maior mérito do livro que comentamos foi precisamente o de direcionar o olhar para essas formas de vida social passadas que mostravam a existência histórica de uma sociedade autogestionada, independente de qualquer poder exterior. Qualquer projeto de libertação futura terá que levar em conta esse tipo de sociedade e se olhar nesse espelho, não para repeti-la, mas para se inspirar e se deixar levar por ela.”

O passar do tempo beneficiou El apoyo mutuo, concedendo-lhe um lugar na ciência, ao reconhecer que as espécies animais sociáveis têm maiores oportunidades de sobrevivência e progresso. A ajuda mútua percorre a evolução das espécies e da história. Nos tempos atuais, é muito necessário recuperar a ideia de que a cooperação em si mesma é uma estratégia transformadora da realidade. Para aqueles que sentem inquietação diante de um presente repleto de guerras, desigualdade social, fundamentalismo religioso, autoritarismo, desastre ecológico, atomização social e dominação tecnológica; para aqueles que estão em busca constante de uma possível saída para o mundo da mercadoria, para a construção coletiva do futuro da humanidade, temos agora uma oportunidade de colaborar com a La Rosa Negra na publicação de El apoyo mutuo, um livro escrito por um pensador anarquista, mas direcionado ao grande público…

>> Faça sua contribuição aqui: https://goteo.cc/elapoyomutuo

Acracio del Valle

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Gosto de ficar
Olhando as cores do céu –
Os dias se alongam.

Hisae Enoki

[Grécia] Nossa própria festa se erguerá sobre as ruínas do patriarcado, do Estado e do Capital

Há décadas, o Estado vem tentando assimilar o 8 de março como um feriado institucional, apresentando-o como um dia que mostra o suposto progresso de nossas sociedades. A realidade, é claro, para mulheres, pessoas trans e queer, está longe dessa narrativa: feminicídios, espancamentos, controle sobre o corpo das mulheres com a constante reintrodução da questão do aborto, ataques transfóbicos, redes de tráfico, estupro, sexismo no local de trabalho, assédio. A violência patriarcal e baseada em gênero está aqui e as frentes abertas na luta contra ela são muitas e diárias.

No dia 8 de março, todos nós estaremos nas ruas não para comemorar algumas injustiças dos últimos anos. Estaremos nas ruas sabendo que o patriarcado é um elemento estrutural de nossos Estados e sociedades, que a discriminação de gênero, juntamente com a discriminação de classe e raça, cria precisamente as áreas de exclusão de que a dominação precisa para sua reprodução.

O dia 8 de março não é um dia de aniversário; é um dia de luta pelo direito à vida e à liberdade do monstro patriarcal. De 1857 a 2025 e pelo tempo que for necessário, estamos ao lado dos oprimidos de todo o mundo que estão lutando contra todas as formas de dominação.

Toda tentativa ousada de fazer uma grande mudança nas condições existentes, toda visão elevada de novas possibilidades para a raça humana, foi rotulada de utópica.” Emma Goldman

athens.indymedia.org

agência de notícias anarquistas-ana

vejo as flores
coloridas e lindas
brilham meus olhos

Thiphany Satomy

[Espanha] O feminismo antimilitarista é imprescindível

Melisa Pérez García, Bego Oleaga Erdoiza e Ana Ribacoba Menoyo

O dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, é uma data de luta em que milhões de mulheres ao redor do mundo exigem igualdade, direitos e justiça. No entanto, em um contexto global marcado por guerras, conflitos e pelo crescimento de políticas militaristas, é mais urgente do que nunca incluir nessas reivindicações uma perspectiva feminista antimilitarista. É fundamental denunciar a atual e injustificável corrida armamentista e o militarismo desenfreado, que ameaçam gravemente a convivência, a cooperação, a segurança e a paz mundial.

O sistema patriarcal e o militarismo estão intimamente ligados. A militarização da sociedade reforça estruturas de poder baseadas na dominação, hierarquia e violência – valores historicamente promovidos pelas construções tradicionais da masculinidade. A existência de exércitos e o investimento em armas perpetuam a ideia de que a força e a agressão são meios legítimos para resolver conflitos, impactando diretamente na normalização das violências.

O feminismo, em sua luta contra todas as formas de violência patriarcal, não pode ignorar o papel que a guerra e o militarismo desempenham na opressão das mulheres. Somos nós, mulheres e crianças, as principais vítimas dos deslocamentos forçados provocados por guerras e conflitos armados, ficando expostas à exploração, ao tráfico para fins de exploração sexual e à pobreza extrema. Apesar das tentativas de invisibilizar, ignorar e até normalizar esse problema, a violência sexual nos conflitos armados tem sido – e continua sendo – utilizada como arma de guerra.

Outro aspecto fundamental do feminismo antimilitarista é a denúncia do gasto militar. A cada ano, governos destinam bilhões de recursos públicos para a indústria armamentista, ao mesmo tempo em que reduzem investimentos em educação, saúde e políticas de igualdade.

É importante destacar que os conflitos bélicos afetam diretamente as lutas feministas e os avanços em direitos. Em contextos de guerra ou repressão, o movimento feminista enfrenta maiores dificuldades para se organizar e reivindicar mudanças. Ativistas são perseguidas, presas e até assassinadas em muitas partes do mundo, onde regimes militares e autoritários reprimem qualquer voz dissidente.

Ao longo da história e em diversas partes do mundo, as mulheres desempenharam um papel fundamental na resistência antimilitarista e na construção de processos de paz. Por isso, seguimos esse legado e nos unimos ao chamado da Marcha Mundial das Mulheres (2025), que convoca “as mulheres dos movimentos do mundo todo a levantarem suas vozes com mais força e energia contra as guerras e o capitalismo, e em defesa da soberania dos povos e do bem viver…”.

Portanto, a partir de nossas realidades locais, denunciamos e rejeitamos a pesquisa e produção militar basca para as guerras. No País Basco, desde 2007, o número de empresas dedicadas à produção militar triplicou, passando de cerca de 70 para mais de 200.

Acreditamos que um mundo solidário, socialmente igualitário e seguro deve começar com uma transformação radical do nosso modelo de vida, do consumismo desenfreado e da superação das desigualdades de todo tipo, derivadas das relações de dominação e exploração dos países do Sul Global.

Isso vai na contramão da lógica perversa imposta por aqueles que, com discursos repletos de eufemismos, defendem uma economia de guerra. Um exemplo claro disso são as recentes declarações de Mikel Torres, Vicelehendakari segundo e conselheiro de Economia e Emprego, que, atendendo ao chamado do Fórum Empresarial Zedarriak, comprometeu-se a impulsionar a “potente” indústria armamentista basca, chamou a aproveitar essa “oportunidade” e garantiu o “apoio” do governo basco ao setor, “pelo bem de todo o país”. Dessa forma, desrespeitou a Lei 14/2007, de 28 de dezembro, da Carta de Justiça e Solidariedade com os Países Empobrecidos, aprovada pelo Parlamento Basco.

Diante dessa ofensiva planejada e perigosa dos mercadores da morte, torna-se urgente refletirmos sobre o modelo de sociedade em que queremos viver. Queremos produzir e criar para a vida ou desviar o olhar enquanto os senhores da guerra impõem sua barbárie?

Além disso, para o nosso coletivo, é inaceitável e eticamente insustentável o financiamento da indústria militar com dinheiro público, pois isso gera morte, destruição, feridas sociais profundas e nos torna cúmplices. Se a guerra começa aqui, devemos detê-la aqui.

E, para finalizar, deixamos um necessário aceno à esperança. Como disse Angela Davis:

É importante agir como se fosse possível mudar o mundo, tornar real um momento na história do planeta em que a exploração, o racismo e a guerra não sejam as principais características da sociedade humana.”

Por tudo isso, neste 8 de março, convidamos todas a participarem das mobilizações do Movimento Feminista de Euskal Herria, sob o lema “Faxismoaren kontra: ausardia eta aliantza feministak!” (Contra o fascismo: coragem e alianças feministas!), para defender nossos direitos e reivindicar um mundo livre de violência, militarização e opressão. Vamos juntas, pois somos imparáveis!

Fonte: briega.org

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Terra molhada.
No canto da varanda
Canta cigarra.

Marilza Yoshie Shingai

[Alemanha] Anarquistas detidos e encarcerados por ataques incendiários contra a devastação da terra!

• Detenção de anarquistas e  invasões de domicílios em Munique.

Em 26 de fevereiro de 2025 e nos dias seguintes foram reveladas duas novas investigações da Promotoria de Munique durante registros domiciliares efetuados por hordas de policiais selvagens em diversos locais de Munique, seus arredores e Áustria. O resultado foram detenções e prisão preventiva.

Como no passado, registraram-se apartamentos inteiros, não só quartos individuais. Também registraram um apartamento no qual não vive nem um só acusado, com o argumento de que ali vivem “contatos próximos”, que agora seriam registrados como testemunhas. Também, numerosas pessoas foram rapidamente citadas como testemunhas pela promotoria como resultado destas diligências.

A primeira investigação contra quatro pessoas se refere à refinada acusação de “recompensar/aprovar infrações penais” em um jornal que teria sido publicado e distribuído em 2024 com o nome de “Hetzblatt gegen den Windpark”. Nele se teria falado contra os projetos de construção de novos aerogeradores em Altötting por parte da empresa “Wacker Chemie” e teria se advogado pela comissão de delitos penais ao invés de apelar a políticos ou a iniciativas cidadãs. Segundo a polícia, as mensagens eram “suscetíveis de fazer perder a confiança na segurança jurídica pública a um número significativo de pessoas na República Federal da Alemanha”.

A segunda investigação contra duas pessoas se refere às acusações de incêndio provocado em seis casos nos anos 2023-2024.

As acusações são as seguintes:

1. Em 2 de outubro de 2023, incêndio provocado de dez máquinas de construção em uma planta geotérmica, uma máquina florestal em uma zona de bosque próxima do poço de cabos de uma linha ferroviária adjacente;

2. Em 18 de dezembro de 2023, incêndio provocado de duas máquinas florestais;

3. Em 25 de dezembro de 2023, incêndio provocado de várias máquinas de trabalho;

4. Em 31 de julho de 2024, incêndio provocado de um veículo ferroviário estacionado;

5. Em 08 de setembro de 2024, incêndio provocado em um aerogerador.

6. Em 2 de setembro de 2024, incêndio provocado de seis betoneiras, um carregador e uma correia transportadora com silo em uma usina de concreto.

Mais informação em breve.

Enviamos muita força para trás dos muros da prisão!

Liberdade para todos!

Tradução > Sol de Abril

Fonte: https://de.indymedia.org/node/496171

agência de notícias anarquistas-ana

A enorme formiga
Caminha sobre o tatame—
Ah, tanto calor!

Inoue Shirô

[França] Lembrando Louise Michel: “Agora só me resta a revolução” | 120 anos após sua morte, a heroína da Comuna de Paris continua a inspirar

~ Maurice Schuhmann ~

No Hôtel Oasis, em Marselha, a anarquista, feminista e Communard [1] francesa Louise Michel faleceu em 9 de janeiro de 1905. Naquela época, ela era uma das figuras mais notáveis do anarquismo contemporâneo e era mencionada com frequência da mesma forma que Peter Kropotkin e Errico Malatesta. Hoje, uma placa comemorativa no hotel honra sua memória, e seu túmulo no cemitério de Levallois-Perret – um rico subúrbio de Paris – tornou-se um local de peregrinação. Na época de seu funeral, esse subúrbio ainda era considerado um território revolucionário.

Louise Michel nasceu duas vezes – primeiro como pessoa, em 29 de maio de 1830, e novamente como um mito, em 1871, no contexto da Comuna de Paris. Nesse último sentido, ela vive até hoje, embora de forma altamente romantizada, que é frequentemente apropriada por vários movimentos políticos. A memória da “Virgem Vermelha”, como tem sido reverentemente chamada desde a Comuna, tornou-se uma questão política na França desde o início do século XX.

Em meios feministas e anarquistas, seu envolvimento de vida geralmente começa em 1871 ou depois de sua conversão ao anarquismo, uma narrativa que a colocou postumamente como precursora do anarcofeminismo. Essa narrativa, no entanto, não faz justiça à sua complexidade – nem em um sentido positivo nem negativo. Esses relatos negligenciam, por um lado, suas primeiras atividades literárias aos 20 anos de idade e a correspondência com seu ídolo, o escritor naturalista francês Victor Hugo, o que sublinhou sua legitimidade como autora. Por outro lado, geralmente ignoram o fato de que, no início do levante da Comuna de Paris, ela apoiou o socialismo autoritário na linha de Auguste Blanqui.

Nascida filha de pais solteiros em Vroncourt-la-Côte (na região de Grand Est), Louise Michel desenvolveu um interesse precoce pela literatura e estabeleceu contato com Victor Hugo, que mais tarde lhe dedicou um longo poema intitulado “Viro Major”. Suas obras literárias incluem contos (Le Grand Pan), romances (Les Plus Forts) e peças de teatro (Le Voile du bonheur). No entanto, hoje essas obras raramente são lidas ou estudadas, ao passo que ela própria se tornou uma protagonista do teatro francês moderno. Seu relacionamento com Victor Hugo forneceu material para essas dramatizações.

Ela trabalhou como professora, inclusive em uma escola em Montmartre que ainda existe hoje, onde um pequeno memorial homenageia sua famosa ex-funcionária. Para ela, lecionar era mais do que apenas um meio de ganhar a vida – ela estava profundamente comprometida com a educação então embrionária das mulheres e, em 1852, abriu uma escola livre (embora isso não deva ser confundido com o conceito das modernas “escolas livres” [2]). Infelizmente, pouco foi documentado sobre sua abordagem pedagógica específica, que permanece em grande parte inexplorada. A educadora Louise Michel é ofuscada pelo mito da revolucionária.

Quando a Comuna de Paris se ergueu em 1871, após a Guerra Franco-Prussiana, ela estava lá desde o início. Vestida com um uniforme masculino, ela liderou o batalhão feminino da Comuna, que defendeu a área ao redor de Pigalle e da Place de Clichy – que posteriormente se tornaria o distrito da luz vermelha de Paris, como frequentemente é destacado com humor ácido.

A Comuna durou apenas 71 dias, mas demonstrou o que poderia ser uma sociedade alternativa e como ela poderia funcionar. Depois que a revolta foi esmagada, ela, ao contrário de muitos outros comunistas que foram sumariamente fuzilados, foi condenada por um tribunal ao exílio na Nova Caledônia, na época uma colônia francesa. Seu exílio de sete anos começou em 1873.

Usar um uniforme masculino tornou-se uma questão política. Uma das acusações feitas contra ela durante seu julgamento foi a de que, ao usar roupas masculinas, ela estava fazendo cross-dressing [3]. Embora isso possa parecer um detalhe menor, no contexto de uma leitura queer-feminista de sua vida, está longe de ser insignificante. Ela se defendeu alegando que havia usado o uniforme por apenas um dia.

Sua transformação em anarquista é normalmente datada da época de sua jornada para o exílio. Durante esse período, ela refletiu sobre o problema do poder, especialmente seus efeitos corruptores. Ela concluiu que ninguém está imune à sedução do poder quando ele está em suas mãos e inferiu que o objetivo não deveria ser tomar o poder, mas lutar contra ele.

“Vi nossos companheiros em ação e, gradualmente, cheguei à convicção de que até mesmo os indivíduos mais íntegros, se exercessem o poder, acabariam se assemelhando aos vilões contra os quais haviam lutado. Percebi a impossibilidade de conciliar a liberdade com qualquer forma de poder”.

Na colônia, ela também trabalhou como professora, chegando a lecionar para o povo indígena local Kanak. Embora muitos dos Communards nutrissem preconceitos racistas contra a população indígena, Louise Michel os via como iguais e não fazia distinções raciais. Entretanto, algumas passagens de seu livro de memórias de 1886 sobre essa época contêm termos com conotação racial.

Depois que uma anistia foi concedida aos ex-Communards, ela retornou à França em 9 de novembro de 1880, desembarcando na cidade portuária de Dieppe, na Normandia, onde uma grande multidão a aguardava para recebê-la. Mais tarde, em 1888, o poeta francês e colega Communard Paul Verlaine dedicou um poema a ela. Na própria Dieppe, restam vestígios esparsos da Communard que um dia pisou lá.

Em 1886, suas memórias foram publicadas, tornando-se sua obra mais lida. Nelas, ela relata vividamente o desenvolvimento e o andamento da Comuna – um projeto cujo legado havia se tornado um ponto de discórdia entre os teóricos socialistas e anarquistas.

Seu tempo no exílio, ou seja, seu banimento de anos, não abalou Louise Michel, muito pelo contrário. Em suas memórias, encontramos a frase que talvez melhor capte seu estado de espírito nessa situação: “Agora só me resta a revolução”. Assim, ela se transformou em uma espécie de revolucionária profissional. Cheia de entusiasmo, ela mergulhou no ainda jovem movimento anarquista na França, propagou suas ideias e manteve correspondência com figuras como Élisée Reclus, Malatesta e Kropotkin, continuando a dar palestras e a escrever contos propagandísticos, romances e peças de teatro até sua morte.

O anarquista francês Sébastien Faure resumiu sua importância no jornal Le Libertaire em 1935: “A história da Comuna é rica em figuras belas e nobres. A que permaneceu mais popular nessa notável galeria é a de nossa querida Louise Michel”.

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/01/09/remembering-louise-michel-now-i-have-only-the-revolution-left/

[1] Nota de tradução: termo que se refere a pessoas membras e apoiadoras da Comuna de Paris.

[2] Nota de tradução: na Inglaterra, “free schools”, aqui traduzidas como “escolas livres”, são escolas financiadas pelo governo, mas independentes das autoridades locais, diferindo de nossa noção de “escola pública” que segue uma base curricular comum e diretrizes específicas.

[3] Nota de tradução: usar roupas geralmente associadas ao gênero oposto.

Tradução > acervo trans-anarquista

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agência de notícias anarquistas-ana

verão com sol de ouro
—dourado mas inclemente
desidrata folhas.

Haruko