[Espanha] A equipe dos CORREIOS se mobiliza contra o acordo que modifica o Convênio Coletivo

A greve geral convocada nos Correios pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) teve uma adesão significativa na Comunidade de Madrid. Na concentração realizada em frente à Sede Central dos Correios, na rua Conde de Peñalver, milhares de trabalhadores se reuniram sob o lema “Não ao Acordo Marco”, pois, segundo os organizadores, ele “representaria o maior retrocesso trabalhista vivido neste século”.

Às 11h30, começou uma mobilização que contou com a presença de equipes inteiras da maioria dos centros que a empresa possui em Madrid. Os funcionários dos Correios demonstraram sua oposição ao Acordo Marco assinado entre a diretoria de Pedro Saura e as organizações Sindicato Libre, CCOO, UGT e CSIF, que resultará na “Amazonização” da empresa pública. Na opinião dos participantes, “os poucos direitos que restam nos Correios” estão em risco. O prazo final para a ratificação desse acordo é 15 de março, e os trabalhadores foram às ruas para evitá-lo. “Não queremos trabalhar nas condições precárias do setor privado”, afirmaram.

“Jornadas variáveis e irregulares, salários vinculados ao cumprimento de metas da empresa, turnos de terça a sábado no período da tarde, mobilidade nas mãos da empresa e um corte drástico nos gastos com pessoal, que serão pagos pelos mesmos de sempre”, são, segundo os organizadores, os aspectos mais negativos do documento em questão.

Além disso, os trabalhadores expressaram seu descontentamento por não terem sido consultados antes da assinatura de um acordo com um impacto tão significativo para toda a equipe e pediram que os sindicatos signatários se retratem o mais rápido possível.

Junto à reivindicação central, defendeu-se a prestação de um serviço postal de qualidade e a necessidade de um plano público para o futuro dos Correios, com propostas concretas, como a recuperação do banco postal público.

Também foram apresentadas demandas trabalhistas, como a jornada de 35 horas de segunda a sexta-feira sem redução salarial, a recuperação do poder de compra perdido, a despenalização das licenças médicas, a elaboração de uma Relação de Postos de Trabalho (RPT) como na Administração Pública e a equiparação de todo o pessoal ao Estatuto Básico do Empregado Público (EBEP).

Se a empresa e os sindicatos signatários do Acordo Marco continuarem no mesmo caminho e se recusarem a ouvir a voz dos trabalhadores, novas jornadas de greve e mobilização estão previstas pela CGT para a segunda semana de março.

Gabinete de Imprensa do Comitê Confederal da CGT.

Fonte: https://rojoynegro.info/articulo/la-plantilla-de-correos-se-moviliza-contra-la-firma-que-modifica-el-convenio-colectivo/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Ah, quanta inveja
Da maneira que termina
O namoro dos gatos.

Ochi Etsujin

[Espanha] Concentração dos Serviços Sociais da Prefeitura de Granada

Os Serviços Sociais da Prefeitura de Granada se concentram mais uma vez para continuar exigindo que a Equipe de Governo cumpra os compromissos assumidos com a equipe e a cidadania.

A Assembleia de Trabalhadoras de Direitos Sociais da Prefeitura de Granada voltou a se concentrar mais um mês, coincidindo com a celebração da Sessão Plenária de fevereiro, para exigir que a Equipe de Marifrán Carazo responda aos compromissos assumidos tanto com a equipe quanto com a cidadania.

Esses compromissos, entre outros, incluíam a criação de pelo menos 22 vagas até 2025 na Área de Política Social que, após muita luta, finalmente foram reduzidas para 6, apesar de o conselheiro de Recursos Humanos, Vito Epíscopo, ter redigido e assinado um relatório que assim o estabelecia.

Além da criação de vagas para enfrentar o déficit de pessoal que a área sofre, o que resultou em listas de espera intermináveis para a cidadania sempre que utilizam os Serviços Sociais, a falta de dotação de recursos econômicos e a assinatura de convênios com entidades privadas tornam muito difícil atender às necessidades dos usuários, que veem como a Prefeitura não dispõe de recursos habitacionais para resolver a situação de famílias que não têm acesso a uma moradia, por exemplo, nem planos de emergência social para atuar em casos como os que foram vividos devido à COVID há alguns anos.

A Assembleia também volta a pedir a demissão da Conselheira de Política Social, Amparo Arrabal, por sua total indiferença e ausência à frente da Área que dirige, tendo se recusado a se reunir com os diferentes sindicatos da Prefeitura e mantendo uma relação nula com a equipe. Além disso, informam que não hesitarão em pedir mais demissões se os compromissos assumidos não forem cumpridos e também apontam como responsável o conselheiro de Recursos Humanos, que mente para a equipe.

Anunciam, ainda, que iniciaram uma coleta de assinaturas tanto físicas, nos diferentes distritos de Granada, quanto online, através da criação de uma petição no change.org https://www.change.org/p/por-unos-servicios-sociales-p%C3%BAblicos-dignos-de-calidad-m%C3%A1s-profesionales-y-recursos e convidam toda a cidadania a participar, já que qualquer pessoa pode precisar dos Serviços Sociais em algum momento e os usuários são também os que sofrem com os cortes tanto de recursos econômicos quanto humanos, com atrasos na gestão de ajudas, listas de espera de meses para serem atendidos, falta de recursos habitacionais, infância em risco de exclusão social desassistida, etc.

O envolvimento da equipe é máximo e reclamam mais recursos da Corporação para poder oferecer à cidadania serviços sociais públicos, dignos e de qualidade.

ASSEMBLEIA DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES DA ÁREA DE POLÍTICA SOCIAL DA PREFEITURA DE GRANADA

Fonte:  https://rojoynegro.info/articulo/concentracion-de-los-servicios-sociales-del-ayuntamiento-de-granada/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Noite em Naniwa —
Sobre o mercado de pulgas,
flores de ameixeira.

Takebe Sôchô

Texto dos 25 membros do Rouvikonas presos nos centros de detenção da “democracia grega”

“Acolhemos com satisfação os magníficos encontros que ocorreram na sexta-feira, 28 de fevereiro, em toda a Grécia, como um sinal de honra e lembrança das 57 vítimas assassinadas do crime de Tempe.

Expressamos nossa solidariedade inabalável com aqueles que foram presos durante as manifestações em massa, que, como nós, acabaram nos centros de detenção da “democracia grega” porque ousaram se manifestar, exigindo justiça e exigindo o fim do encobrimento do crime.

Como Rouvikonas, participamos da manifestação em Syntagma e, ao mesmo tempo, no mesmo dia, intervimos na Hellenic Train, a empresa que é diretamente responsável pelo crime e continua lucrando milhões, ao mesmo tempo em que administra uma ferrovia miserável, sem ter consequências legais ou criminais por tudo isso. Afinal, aqueles que protestam contra os crimes em massa estão sendo mantidos nas celas da “democracia” e não aqueles que são diretamente responsáveis.

Aqui também devemos enfatizar que na sexta-feira, 28 de fevereiro, as forças repressivas seguiram a conhecida tática de prisões em massa e às cegas, resultando na transferência de dezenas de pessoas sem nenhuma ligação com os protestos para centros de detenção, incluindo menores.

Na sexta-feira, 28 de fevereiro, às 11:00, horário em que a manifestação em Syntagma foi convocada, Rouvikonas desenrolou duas faixas na sacada do último andar dos escritórios da Hellenic Train. Ao mesmo tempo, fumaça preta foi usada como sinal de luto pelas vítimas. Ficamos na sacada do último andar por cerca de meia hora, gritando palavras de ordem, que foram respondidas por centenas de manifestantes que passavam pelo prédio naquele momento e se dirigiam ao protesto.

O fato de termos conseguido entrar na Hellenic Train apesar das draconianas medidas de segurança em torno do prédio, provocou a intervenção furiosa da polícia, que com capacetes, cassetetes e escudos invadiram a sacada e nos atacaram. Aqui, é claro, devemos enfatizar que, apesar dos golpes dos esbirros, nós nos mantivemos firmes e não recuamos. No entanto, o ataque policial no último andar dos escritórios foi criminoso e o fato de ninguém ter caído no vazio foi puramente resultado da nossa frieza.

O que aconteceria, senhores do Ministério da Defesa, se um membro do Rouvikonas fosse morto na sexta-feira, 28 de fevereiro, dia do protesto, por ter caído do último andar do prédio da Hellenic Train, sendo a Polícia Helênica diretamente responsável pelo ataque que ela realizou?

Após a intervenção policial, fomos levados para o centro de detenção ALLODAPON, onde fomos acusados ​​de duas acusações ridículas de perturbação da paz doméstica e da lei de sinalização, após um processo movido pela Hellenic Train. Sim, você leu certo, a Hellenic Train, responsável entre outras coisas pelo crime de Tempe, teve a audácia de nos processar. O teatro do absurdo continuou com a extensão da nossa detenção até terça-feira, quando seremos julgados.

A extensão da nossa detenção está, naturalmente, também ligada ao novo código penal — o aborto — e faz parte de uma tática mais ampla das autoridades judiciais que não levantam a detenção em uma infinidade de processos judiciais, casos de natureza contravencional.

Concluindo, apelamos ao mundo da luta, à base social, para que continue a lutar por justiça no caso do crime de Tempe.

ATÉ O FIM

Ρουβίκωνα – Rouvikonas

02/03/2025″

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agência de notícias anarquistas-ana

Saudades da amada —
Caem flores de cerejeira
às primeiras luzes.

Kaya Shirao

[Grécia] Solidariedade aos presos durante a Greve Geral e a intervenção do Rouvikonas na Hellenic Train

O dia da maior greve geral já realizada no país foi acompanhado por uma orgia de repressão estatal. Desde o início da manhã, a conhecida tática das chamadas “prisões preventivas” começou em Atenas. Ou seja, centenas de sequestros pela polícia de pessoas que não tinham feito absolutamente nada e foram detidas por até 11 horas depois de serem trazidas.

O governo, agora definitivamente deslegitimado socialmente e em pânico total, optou por responder à raiva social com força bruta e prisões. Um total de 73 pessoas foram presas em Atenas e um menor de 14 anos em Tessalônica, que foi acusado de crimes, como foi o caso de dezenas de pessoas presas em Atenas.

25 dos presos em Atenas são membros do Rouvikonas, que no momento da manifestação interveio com faixas no teto da Hellenic Train. Depois de passar 7 horas no Tribunal como acusados, a Hellenic Train apresentou uma queixa contra eles por perturbação da paz. A empresa que é cúmplice do assassinato de 57 pessoas em Tempe teve a audácia de abrir um processo contra pessoas que estão lutando para impedir que suas responsabilidades sejam encobertas.

Mas a audácia decorre do conluio de todas as partes do sistema que assassinou as 57 pessoas e está encobrindo, inclusive o judiciário podre. Os companheiros do Rouvikonas passaram por uma autópsia no sábado, 1º de março, quando conseguiram um adiamento do julgamento para terça-feira, 4 de março. Mas, em vez de libertá-los, como é de praxe para acusações de contravenção, como perturbação da paz, o tribunal perguntou aos réus se eles eram donos de suas próprias casas (porque, aparentemente, apenas os proprietários têm direitos neste país) e, por fim, ordenou que continuassem detidos até o julgamento.

Devemos informar ao governo, às empresas e aos juízes que eles não estão mais assustando ninguém. Pelo contrário, a cada movimento que fazem, eles inflamam a raiva da sociedade, que agora vê claramente seu pânico, sua interconexão e seus métodos mafiosos. Uma interconexão que não é apenas uma questão de indivíduos, mas uma característica estrutural do sistema. A sociedade em luta irá até o fim e fará justiça de uma forma ou de outra.

SOLIDARIEDADE A TODOS OS PRESOS NA GREVE GERAL

ASSASSINOS NAS MÃOS DOS MILITANTES

Iniciativa Libertária de Tessalônica

lib_thess@hotmail.com

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agência de notícias anarquistas-ana

A serra em chuva
Sob o sol poente –
Como não agradecer?

Paulo Franchetti

8 de Março: Luta Feminista e Anarquismo de Mãos Dadas pela Liberdade

No dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, a Federação Anarquista Capixaba (FACA) reafirma seu compromisso com a luta contra todas as formas de opressão e exploração que atingem as mulheres, especialmente aquelas que também enfrentam o racismo, a LGBTQfobia, a precarização do trabalho e a violência institucional.

O patriarcado, sustentado pelo Estado e pelo capitalismo, é uma ferramenta central de dominação que subordina as mulheres, invisibiliza suas contribuições e reprime suas vozes. Por isso, entendemos que a emancipação feminista só será plena quando estiver conectada à luta anticapitalista e antiautoritária, construindo um mundo baseado na igualdade, na solidariedade e no respeito mútuo.

Neste dia, não recordamos ou celebramos conquistas superficiais ou discursos vazios promovidos por governos e corporações que continuam lucrando com a desigualdade. Celebramos, sim, a resistência histórica das mulheres que, desde os primórdios da organização anarquista, têm sido protagonistas nas lutas por justiça social. Reconhecemos o papel fundamental das mulheres trabalhadoras, camponesas, indígenas, negras e periféricas que, mesmo sob múltiplas camadas de opressão, seguem erguendo barricadas contra o sistema. A FACA convoca todas as mulheres exploradas e oprimidas a se somarem à construção de espaços autônomos, horizontais e combativos, onde possamos nos organizar sem hierarquias nem tutelas.

A luta das mulheres é parte essencial da luta anarquista, pois sabemos que a transformação social só será possível com a participação ativa de todas as pessoas em sua diversidade. Contra o patriarcado, o capitalismo e o Estado autoritário, reivindicamos um futuro onde ninguém seja dominado ou explorado!

Este 8 de março é mais um chamado à união e à ação direta: juntas, vamos construir as bases para uma sociedade livre, igualitária e verdadeiramente humana. Prostitutas, trabalhadoras domésticas, mães solo, estudantes, operárias – todas são fundamentais nessa jornada.

Organizemo-nas! A revolução será feminista ou não será.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

Vermelho céu manchado
Sombras em seus lugares
Lua aparece.

Chang Yi Wei

[Grécia] Libertação imediata de todas as pessoas presas nas ações de greve de 28 de fevereiro

A magnífica manifestação de 28 de fevereiro foi uma continuação da manifestação de 26 de janeiro. Na sexta-feira, 28 de fevereiro, dois anos após o crime em Tempe, centenas de milhares de pessoas participaram de manifestações de greve em toda a Grécia. A maior greve e as maiores manifestações das últimas décadas. Nessas mobilizações, um mosaico de resistência se espalhou por todas as cidades, enviando a mensagem de que o crime nos trens não será esquecido, que a arrogância do poder não ficará impune.

Centenas de milhares de manifestantes encheram as ruas, cada um à sua maneira, enviando uma mensagem de resistência ao regime… dos ensurdecedores momentos de silêncio em memória dos mortos ao slogan “assassinos” que vibrava no ar, das lágrimas nos olhos do gás lacrimogêneo às barricadas, e dos incêndios aos confrontos com as forças repressivas, a mensagem era de que “não há paz sem justiça”. Apesar dos ataques assassinos das forças policiais com gás lacrimogêneo, cassetetes, prisões e contra o terrorismo e a difamação da mídia, as mulheres manifestantes permaneceram nas ruas por horas, tentando repetidamente se aproximar da Praça Sintagma.

O regime, por meio da repressão das manifestações e em combinação com a difamação da mídia, tentou e continua tentando aterrorizar a sociedade na tentativa de conter a onda de indignação e raiva contra ele. Para isso, ele efetuou dezenas de prisões antes e durante as manifestações.

Seu maior terror são nossas lutas coletivas… é na rua que nascem as consciências.

Nos trens, nas fronteiras e nos hospitais, o Estado e o capital cometem assassinatos.

Contra a pobreza, a opressão, a exploração, a submissão e a morte, organização popular e luta de classes.

Manifestações, greves, confrontos, ocupações…

Libertação imediata de todos os presos nas ações de greve de 28 de fevereiro.

Assembleia aberta dos moradores de Petralona-Thiseio-Koukaki

Todos os domingos, às 18h, na ocupação da antiga PIKPA, Timodimou e Antoniadou, Ano Petralona

Blog: askpthk.espivblogs.net

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agência de notícias anarquistas-ana

Chuva de verão—
Às margens do grande rio
apenas duas casas

Yosa Buson

[Grécia] Reunião em Evelpidon para as pessoas presas nos dias 28/02, 4-5-6 de março, às 9 horas

Em 28/02, vivenciamos uma das maiores manifestações de greve das últimas décadas, convocada contra o assassinato e o acobertamento do caso Tempe. Apesar da violência incessante (o que é comum nessas situações) que o Estado usou, muitas pessoas tentaram permanecer nas ruas reagindo. Os tumultos se espalharam pela periferia do centro, enquanto, paralelamente, até a noite, as pessoas tentavam se reagrupar em Sintagma após cada ataque dos policiais. Essa situação nos dá ainda mais esperança para o futuro e é uma luz brilhante na história do nosso movimento. Acreditamos que é importante que a solidariedade que uma parte das pessoas demonstrou nas ruas se torne um muro de proteção e solidariedade para aqueles que estão sendo processados e para possíveis processos no futuro. É por isso que estamos convocando reuniões para todos os três dias, 4, 5 e 6 de março, em que as pessoas estão sendo levadas ao Tribunal.

FORÇA E SOLIDARIEDADE A TODAS AS PESSOAS PRESAS

NINGUÉM ESTÁ SOZINHO NAS MÃOS DO ESTADO

Centro Social Ocupado Zizania

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A serra em chuva
Sob o sol poente –
Como não agradecer?

Paulo Franchetti

[Grécia] Sobre o ataque ao escritório político do deputado H. Theocharis

Na noite de 26 de fevereiro, dois dias antes da greve geral, realizamos a ação mínima de atacar com tinta o escritório do deputado do partido Nova Democracia (ND) e ex-ministro [da economia] H. Theocharis na praça do metrô em Daphne.

Bairros populares como Daphne não têm espaço para papagaios políticos que apoiam e passam pano para crimes capitalistas de Estado.

O que se seguiu dois dias depois, com milhares de pessoas atacando as corjas estatais da polícia de choque-Delta que estavam protegendo o antro de criminosos chamado Parlamento, evidenciou novamente as ruas da metrópole como um campo de conflito social, destruindo a narrativa do governo da “lei e ordem”.

SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES-ANARQUISTAS PRESOS DE 28 DE FEVEREIRO

AUMENTAR OS ATAQUES AO REGIME POR TODOS OS MEIOS

É NAS RUAS QUE A JUSTIÇA SERÁ FEITA

A n a r q u i s t a s

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agência de notícias anarquistas-ana

Os banhos agora
Num dia sim, noutro não –
Canto dos insetos.

Konishi Raizan

CCLA lança sua banquinha libertária virtual

O Centro de Cultura Libertária da Amazônia (CCLA) acaba de lançar a sua banquinha virtual. Destacamos a edição do livro “10 Perguntas sobre o Anarquismo” (R$ 52,00). A apresentação do livro diz:

O primeiro lançamento de um livro realizado pelo CCLA (em parceria fundamental com a Editora Monstro dos Mares) aconteceu há pouco.

As “10 Perguntas sobre o Anarquismo” são um livro muito didático sobre a nossa práxis de luta e defende uma visão realmente internacionalista (e não euro-centrada) do nosso movimento.

Se trata da tradução da obra do companheiro francês da UCL, Guillaume Davranche, publicada pela editora francesa Libertalia e que vendeu mais de 12.000 cópias até agora.

Ou seja, é um dos livros sobre o anarquismo mais lidos na França no período atual e desde seu lançamento em 2019.

Escrevendo para diversos públicos, Davranche apresenta perspectiva detalhada das diferentes abordagens do anarquismo sobre temas fundamentais como economia, ecologia, feminismos, democracia, organização e ação. Além disso, fornece um panorama sobre perfis de militantes ao redor do mundo da Coreia ao México, da Argélia à Espanha. Ao resgatar a história de figuras que ajudaram a moldar o movimento anarquista ao longo do tempo, ampliam-se as compreensões das estratégias e impactos do anarquismo em diversos contextos revolucionários.

O texto da edição que apresentamos vem diretamente do original em francês intitulado “Dix questions sur l’anarchisme”, cujos direitos foram gentil e generosamente cedidos ao Centro de Cultura Libertária da Amazônia e à Monstro dos Mares. Desejamos que este livro se torne mais uma ferramenta de expansão do conhecimento político não apenas entre iniciantes com o intuito da autoinstrução, mas também entre quem se dedica à prática de educações abertas às dissidências.

>> Confira a banquinha libertária virtual aqui:

cclamazonia.com.br

agência de notícias anarquistas-ana

Preso na cascata
um instante:
o verão

Matsuo Bashô

Lula é um burguês!

[Espanha] 8M. Dia da mulher trabalhadora. Criadoras de um mundo novo.

A mulher trabalhadora está sendo, mais uma vez, a grande esquecida da agenda política e dos meios de comunicação. O desemprego feminino aumentou neste janeiro em 32.000 mulheres, um percentual que duplica o dos homens, enquanto seguimos condenadas à parcialidade e à temporalidade dos contratos, sem que, ao que parece, nada disso torne necessário dedicarmos um único desses anúncios de medidas estrela com os quais o governo ocupa os holofotes. Enquanto isso, o sindicalismo e os movimentos sociais continuam sofrendo diariamente a repressão, como no caso de nossas companheiras das seis da Suíça, que enfrentam penas de prisão por fazerem sindicalismo.

Para a CNT, a luta sindical é indissociável da luta feminista, da mesma forma que o sistema capitalista é indissociável do patriarcado. A lógica capitalista faz com que as mulheres sejam destinadas a trabalhos imprescindíveis (limpeza, cuidados…), que atendem necessidades humanas, mas que devem ser realizados de forma não remunerada dentro do âmbito familiar ou em condições de exploração laboral doméstica e que não gozam de nenhum prestígio. Por outro lado, muitos empregos e atividades sem utilidade social ou diretamente antissociais (indústria militar, especulação financeira…) fortemente masculinizados, são realizados com alta remuneração e gozam de grande prestígio social.

Nesse marco capitalista e patriarcal, chega-se até a tentar convencer as mulheres de que a prostituição é uma atividade laboral como qualquer outra e que o proxeneta deve ser considerado um empresário, tentando até disfarçar isso como uma reivindicação sindical. A CNT considera que, em nenhum caso, a exploração do corpo da mulher pode ser considerada um trabalho, mas sim uma forma de violência sexual que, além disso, sustenta uma masculinidade hegemônica onde o desejo dos homens está no topo das relações sociais.

Este “mundo ao contrário” é o que a mulher trabalhadora enfrenta diariamente, sendo capaz de se reivindicar e se defender em um sistema profundamente misógino e tendo que lidar também, em muitas ocasiões, com o desprezo e a desvalorização por parte de seus próprios companheiros. A análise feminista reivindica um conceito de trabalho no qual o valor não se coloca na rentabilidade que uma atividade possa ter para o mercado capitalista, mas sim na importância que essa atividade tem para a manutenção da vida e a satisfação das necessidades humanas.

A mulher trabalhadora está criando um mundo novo neste instante, frente a um sistema que se devora a si mesmo. Na CNT, trabalhamos diariamente para ser uma ferramenta útil na luta contra o capitalismo e o patriarcado, contribuindo assim para as legítimas aspirações de emancipação feminina.

VIVA O 8 DE MARÇO

VIVA A LUTA DA MULHER TRABALHADORA

cnt.es

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

O grito do grilo
serra ao meio
a manhã.

Yeda Prates Bernis

[Espanha] Jordi Gonzalbo, com valentia e alegria ao pé do canhão até o final

Um entristecido Tomás Ibáñez, Barcelona dezembro 2024

Na quinta-feira, 26 de dezembro [de 2024], quando só faltava uma semana para completar 95 anos, faleceu em Perpiñán [França] Jordi Gonzalbo. Sua figura é um claro exemplo desses companheiros que, desde a modéstia própria de quem evita figurar, sempre está na primeira linha quando o requer a luta libertária.

Havia nascido em 1930 no popular bairro gótico de Barcelona, em um entorno familiar que se caracterizou pelo repetido encarceramento tanto de seu pai como de sua mãe devido a sua militância cenetista. Em 1938 passou a França com sua mãe que se estabeleceu em Perpiñán, a poucos quilômetros da fronteira espanhola. Alguns anos mais tarde Jordi, que havia aprendido um ofício no ramo da construção, se integrou na Federação Ibérica de Juventudes Libertárias (FIJL) e, junto com outros jovens, constituíram um grupo autenticamente de afinidade que denominaram “o grupo de Perpiñán”.

Em 1962, quando a FIJL passou a ser o principal sustentáculo da luta frontal empreendida por Defesa Interior (D.I.) contra a ditadura franquista, a proximidade da fronteira espanhola e o dinamismo do grupo de Perpiñán fizeram que este se constituísse como um dos principais canais de introdução de propaganda libertária na Espanha, e de contatos com o “interior”, assim como de recepção dos companheiros fugidos da Espanha.

Em particular, Jordi e sua companheira Jeanine Lalet empreenderam com certa frequência o que no título de um de seus livros este qualificou como “Itinerários Barcelona-Perpiñán”. Uns itinerários nos quais espreitavam importantes perigos. Foi assim, a simples título de exemplo anedótico, como Jordi e Jeanine interviram na passagem clandestina à França de quem, faz algo mais de meio século, foi ministro de universidades, o sociólogo Manuel Castells.

Mas o perigo não só ameaçava no território espanhol, foi na França onde em 1963 Jordi foi detido pela polícia francesa no marco de um amplo ataque. Esta atuação do Governo francês estava encaminhada a neutralizar a FIJL e os companheiros mais veteranos, tais como Cipriano Mera por sua luta frontal contra o franquismo. Agora bem, essa onda repressiva não fez Jordi desistir da luta contra Franco, assim que o grupo de Perpiñán manteve seu ativismo durante toda a década dos sessenta e recrudesceu a intensa atividade de apoio à reconstrução do tecido libertário no “interior” em princípios dos setenta e durante os primeiros anos da transição.

Um traço que caracterizou Jordi Gonzalbo e que, lamentavelmente, não era muito frequente no exílio libertário espanhol, foi sua participação no movimento libertário galês integrando-se nas fileiras dos “Jeunes Libertaires”.

Outra de suas peculiaridades foi sua assídua colaboração na imprensa francesa nutrindo durante uns quinze anos a coluna do “Correo de los lectores” do jornal L’Indépendant com uns pequenos artigos belamente escritos e não desprovidos de humor.

Adentrado já na casa dos 90 anos, Jordi seguiu apoiando as atividades libertárias indo aos atos culturais e às manifestações reivindicativas, e nunca faltou, por exemplo, ao encontro festivo anual organizado pela CNT francesa em Perpiñán.

Somos muitos e muitas que sentiremos sua falta.

Fonte: https://redeslibertarias.com/2025/01/02/jordi-gonzalbo-con-valentia-y-alegria-al-pie-del-canon-hasta-el-final/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

entre os vinte cimos nevados
nada movia a não ser
o olho do pássaro preto

Wallace Stevens

[Espanha] Gaza e Ucrânia, mortes paralelas

Por Rafael Cid

<<Putin invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, o mesmo dia e mês em que, em 1920, Hitler fundou o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (nazista)>>

Quando Vladimir Putin agrediu militarmente a que foi a segunda república da antiga URSS (a “Pequena Rússia”), justificou-se dizendo que era para “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia, um discurso que, desde o início, foi ecoado por amplos setores da esquerda. O chocante é que esse alinhamento com o discurso do líder russo agora se complementa com um Donald Trump orgulhoso do proselitismo descaradamente filonazista de seus colaboradores mais próximos. Primeiro foi seu oligarca de confiança, Elon Musk, e depois seu antigo Rasputin, Steve Bannon. Além disso, começa a ser frequente que os trumpistas mais fervorosos encerrem seus comícios com a saudação fascista. “Heil Trump! Heil Putin!”, tanto faz. Uma estranha dialética compensada por uma origem comum homofóbica, xenófoba e teocrática. Como Putin, o presidente americano se considera “escolhido por Deus para tornar seu país grande novamente” e acabar com as políticas de gênero que atentam contra a tradição (“só existem dois sexos: homem e mulher”).

Sobre algumas dessas questões tratava o artigo O Mein Kampf de Putin é uma cruzada de gênero, publicado neste veículo em 3 de abril de 2022, que reproduzo em sua essência a seguir. A propósito, aquele texto era precedido por uma citação de George W. Bush sobre Putin que encerrava uma visão de futuro: “Olhei em seus olhos e vi a alma de um homem direto e sincero”. Daqueles ventos…

[Em análises anteriores sobre a invasão da Ucrânia, destacamos as coincidências entre a campanha das tropas alemãs do Terceiro Reich e a atual ofensiva bélica desencadeada pelo Kremlin. Nesse sentido, enfatizamos a teoria dos “grandes espaços” (Lebensraum), proposta pelo politólogo nazista Carl Schmitt (hoje valorizada por pensadores pós-comunistas como Alain Badiou, Slavoj Žižek, Ernesto Laclau ou Chantal Mouffe, e pós-fascistas como Alain de Benoist). Fórmula usada por Hitler para justificar a anexão forçada dos Sudetos e da Áustria por conter “comunidades de língua alemã oprimidas”, e por Vladimir Putin para recuperar a Crimeia e engolir Lugansk e Donetsk na região do Donbass.

Mas foram necessárias duas semanas desde que a tão negada invasão se consumou (uma “reação histérica” do Ocidente, segundo Moscou e os partidos de esquerda nostálgicos do “socialismo real” panóptico, que viam o único risco na agressividade passiva da OTAN) para que esse tandem se complete com outro elemento central. Trata-se de um fator que confere uma dimensão inédita ao paralelismo antes sugerido, mas que serve para apreciar na justa medida a estranha afinidade entre a extrema direita e a extrema esquerda em relação às posições de Putin e sua investida balístico-militar. Falamos de uma dimensão “espiritual” (trascendente e, portanto, dificilmente sujeita a esquemas de racionalidade lógica) que faz com que o que, em um primeiro momento, era a “Guerra de Putin”, se torne a “Cruzada de Putin”.

Precisamente a fé declarada com que o mandatário russo aborda essa contenda (que Donald Trump considerou “a força de paz mais poderosa que já vi”) é o líquido amniótico que envolve e confunde populistas de ambas as heráldicas. A Cruzada do Caudilho Franco era para salvar a católica Espanha da conspiração judaico-maçônica que atentava contra as bases da civilização ocidental. A Cruzada do Czar Putin pretende o mesmo, mas ao contrário: impedir que a ortodoxa Rússia sucumba às mãos da decadente civilização ocidental. Estamos diante de duas “guerras santas” da cristandade pela graça de Deus.

Essa simbiose forneceu uma extraordinária profundidade de campo à refundação geoestratégica da agenda putinista, ungido pela quarta vez como presidente da Federação Russa em 2018 com um esmagador 76,67% dos votos e as bênçãos do patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill. Como lembra Carlos Taibo em um livro de leitura obrigatória, já “em março de 2004, o patriarca Alexis II pediu o ‘voto para o candidato mais justo’, enquanto o metropolita Kirill participava da campanha eleitoral de Putin. Como contrapartida, o presidente – acrescenta – referiu-se frequentemente ao lugar que a ortodoxia representa no processo de construção nacional: ‘Sem a fé ortodoxa, sem a cultura nela fundada, a Rússia não poderia existir'”. (Rússia na era de Putin, pág. 74).

Com esses atributos, meio monge, meio soldado, parece óbvio que a “operação militar especial” com que a máquina de guerra moscovita devasta a Ucrânia por terra, mar e ar também foi planejada como uma missão evangélica. “Para libertar a população do genocídio”, na declaração de Putin diante da multidão que lotou o estádio Luzhniki para comemorar o 8º aniversário da incorporação da Crimeia ao seu medalheiro (cópia e cola escatológica compartilhada pelo escritor Juan Manuel de Prada em sua coluna no ABC em 28 de fevereiro). Metido em seu papel de tele-pregador armado, o mandachuva do Kremlin justificou a carnificina em curso invocando a Bíblia para maior ênfase. Referindo-se às Sagradas Escrituras, afirmou: “Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos”.

A obsessão homofóbica de Putin com as “chamadas liberdades de gênero”, contra o que poderia parecer à primeira vista, não é uma emanação do prurido machista que ele tanto gosta de exibir mostrando suas habilidades de peito aberto no karatê, na caça, no hóquei no gelo e em outros esportes viris. Trata-se, nada mais, nada menos, do devocionário da Grande Rússia que ele pretende erguer por meio de um arsenal baseado em bloqueios mentais e na diplomacia dos mísseis (que podem ser lançados impunemente a 3.000 quilômetros de distância). Ele não é um estadista, nem um político, nem mesmo um guerreiro; é o enviado teocrático do Altíssimo para executar o destino manifesto da Rússia eterna e mostrar à Eurásia uma alternativa à ralé ímpia e materialista do Ocidente. Como previu o patriarca Kirill em 6 de março passado na catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Durante seu sermão, o “pontífice” ortodoxo justificou a invasão militar apoiando o relato de Putin sobre o papel de seu exército de salvação. “Durante anos, tentou-se destruir o que existe no Donbass. E no Donbass há uma rejeição, uma rejeição fundamental aos chamados valores que hoje propõem aqueles que se dizem líderes mundiais. Hoje, há um teste de lealdade a esse poder […] O teste é muito simples e, ao mesmo tempo, aterrador: trata-se de uma parada do orgulho gay”. Já em seu tempo, Eric Voegelin nos alertou sobre o enorme potencial oculto da teologia política em momentos de catarse, e o Mein Kampf do discurso de Putin é uma arenga patriotera e mefistofélica destinada à “necessária e natural autopurificação da sociedade”.

A “pandemia” gay e as políticas de gênero “antinaturais” como o novo ópio do povo. Talvez por isso, comunistas pós-modernos como a vice-presidente do governo PSOE-UP, Yolanda Díaz, e a tropa integrista do Hazte Oírmutatis mutandis, vejam um referencial moral no “Santo Padre”, o Papa Francisco, tão radical contra a interrupção da gravidez (“O aborto é um homicídio e quem o pratica mata”) e tão indiferente diante da invasão de Putin. Uma pinça semelhante ocorre na França entre Le Pen e Mélenchon. Enquanto isso, em outro nível, o Estado confessional militarista de Israel se recusa a apoiar as sanções ao Kremlin pela agressão à Ucrânia. A “operação militar especial” de Putin contra a Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, o mesmo dia e mês de 1920 em que foi fundado o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (desdobramento literal do acrônimo “nazista”). Fim da citação.

Além desses posicionamentos terraplanistas, existe uma dimensão política brutal à qual se incorporou um novo protagonista em Israel. Da mesma forma que a “solução final” proposta para a Ucrânia só foi possível com o retorno de Trump ao poder, a política de extermínio contra Gaza executada impunemente por Netanyahu também não existiria sem a neutralidade cúmplice de Moscou, até pouco tempo militante a favor da causa palestina. Por sua vez, Tel Aviv nunca apoiou as sanções ocidentais contra a Rússia nem forneceu qualquer tipo de armamento a Kiev. Além disso, Netanyahu e Putin estão no radar do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.

Embora conflitos distintos no espaço e no tempo, hoje Gaza e Ucrânia são vasos comunicantes de uma mesma redistribuição geoestratégica de três vias. Putin fica com os territórios ocupados na Ucrânia, Trump com suas terras raras, enquanto Netanyahu arrasa Gaza para que Trump projete sua Riviera do Oriente Médio sobre um imenso ossário. Por isso, o vergonhoso tratamento diferenciado que nossa esquerda dá à solidariedade com os gazatianos e ucranianos, vítimas da mesma opressão criminosa e totalitária, só alimenta sua múltipla barbárie. Significa colocar um semáforo maniqueísta no genocídio. Ao completar o terceiro aniversário do início da invasão russa da Ucrânia, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução exigindo que Moscou retire “imediatamente, completamente e incondicionalmente todas as suas forças militares”, com o voto contra de Putin e Trump. O trumputinismo é a nova espécie invasora que ameaça a humanidade.

Fonte: https://rojoynegro.info/articulo/gaza-y-ucrania-muertes-paralelas/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Quietude –
O barulho do pássaro
Pisando as folhas secas.

Ryushi

“Não nos iludimos com democracias”

O ENIGMA DA MULTIDÃO

.

Odiamos todas as ditaduras,

mas não nos iludimos com democracias,

liberarismos e humanismos.

.

Não acreditamos na lei e na ordem,

no silenciamento das diferenças

pela demagogia barata da união nacional.

.

Nosso caminho é a revolta,

a insurgência dos pobres contra os ricos.

Ousamos imaginar outros mundos possíveis.

Recusamos a indiferença e a impotência

que nos mantém dóceis e conformados.

.

Somos a multidão que transcende a organização,

que ultrapassa todos os movimentos

e clama por revolução.

.

Carlos Pereira Junior

.

NÃO ACREDITE

.

Não acredite em Deus,

partidos, humanismos,

rebanhos ou Estado.

.

Não se submeta a ditaduras,

nem se iluda com democracias.

Nenhum poder honra o povo.

.

Não acredite

em nada que te ultrapasse.

Pois a vida é incerteza e simulacro.

É preciso, sempre, duvidar do mundo,

questionar a realidade,

recusar toda ilusão de verdade.

.

Carlos Pereira Junior

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agência de notícias anarquistas-ana

Imenso jardim,
e sobre flores diversas
enxame de abelhas…

Analice

[EUA] “Obrigada por ajudarem a realizar o sonho de uma menina!”

Hoje (18/02) me sentei com meu pai, ouvindo-o falar sobre as memórias de sua infância… Na CASA DELE, à mesa da COZINHA DELE! Sonhei com isso desde que me lembro… Sou imensamente grata a cada um de vocês que rezou por nós todos os dias. Que orou pela liberdade do meu pai. Obrigada por ajudarem a realizar o sonho de uma menina!

Acima de tudo, quero agradecer ao meu pai – obrigada por permanecer forte! Você me enche de orgulho por ser Lakota/Ojibwe!!! É uma honra chamá-lo de meu pai!!

Tehiya Gli Win Peltier-Shields

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agência de notícias anarquistas-ana

Insetos que cantam
parecem adivinhar
minha solidão…

Teruko Oda

[França] Um quartel da gendarmeria vira fumaça em Vendée

Em sua corrida desenfreada pela segurança, o governo havia prometido criar 200 novas brigadas de gendarmeria em todo o país, especialmente em cidades pequenas. Em um país onde os correios e as estações ferroviárias estão fechando nas áreas rurais e onde há falta de médicos e escolas, o objetivo parecia tão absurdo quanto indecente.

Em Vendée, a comuna de Bois-de-Céné obedeceu às instruções e gastou 400.000 euros para converter uma casa antiga em um quartel da gendarmeria. As instalações de 160 metros quadrados eram novas, o trabalho tinha acabado de ser concluído e 10 gendarmes deveriam se mudar para as novas instalações. Mas no sábado, 22 de fevereiro, a gendarmeria foi completamente incendiada. A polícia acredita que o incêndio foi deliberado.

Nota:

Uma gendarmaria, gendarmeria ou simplesmente guarda é uma força militar, encarregada da realização de funções de polícia no âmbito da população civil. Os seus membros são designados “gendarmes”.

agência de notícias anarquistas-ana

Nem sequer três dias
este mundo vê passar –
Cerejeira em flor!

Ôshima Ryôta