Um problema de origem capitalista não pode ter uma solução capitalista

O aquecimento global é causado principalmente por atividades humanas relacionadas ao impulso compulsivo em direção ao crescimento infinito impraticável. A necessidade de ações de mitigação é hoje um fato que o capitalismo soube aproveitar, “evangelizando” para comportamentos virtuosos que incrementem os negócios “verdes”. Basta olhar para as operações de “greenwashing” cada vez maiores promovidas pelas multinacionais e Estados.

Ações “verdes” que, por um lado, contribuem minimamente para a redução dos impactos diretos de alteração climática, mas, por outro, causam efeitos “indiretos” muito mais graves. Portanto, iniciar o decrescimento até que ele seja revertido de forma sustentável é a única solução seriamente adotável, mesmo em conjunto com transições energéticas compartilhadas.

As mudanças climáticas exigem ações claras e planos de mitigação urgentes, aumentando a dissidência em relação aos governos que viram as costas ao problema, relançando a ação autogerida e direta.

ANTICOP30 Belém-Brasil
Contra o mundo do petróleo!
Rebele-se!!

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Um grande silêncio —
Nuvens escuras se acumulam
Sobre a terra seca.


Paulo Franchetti

[Itália]: Fechemos as fábricas da morte.

Turim, 12 de maio

Diversas realidades que se opõem abertamente à militarização da sociedade e à opressão do regime autoritário de Erdogan na Turquia, animaram com intervenções, cantos e danças um barulhento protesto em frente ao Palácio Ceriana Mayneri, sede onde está sendo realizado o Fórum de Negócios Turquia.

O evento – organizado pela Região Piemonte, pela Câmara de Comércio de Turim e pelo Consulado Geral da Turquia em Milão – tem como principal objetivo fortalecer as relações econômicas entre as indústrias piemontesas e turcas em diversos setores. Um dos focos mais importantes é, obviamente, o setor aeroespacial militar, onde a cidade de Turim se destaca. Não é por acaso a participação da TUSAŞ, principal indústria militar da Turquia.

Armamentos, caças, drones de combate, são produzidos a poucos passos de nossas casas e revendidos para países em guerra. Populações como a do Rojava sofrem bombardeios, mortes e devastação ambiental perpetrados justamente graças a armas fabricadas na Itália. A União Europeia paga à Turquia para que bloqueie os refugiados de guerra.

Combater a legitimação dos poderes políticos e econômicos que estão permitindo a continuidade dos conflitos é possível, e começa justamente daqui, dos nossos territórios.

Jogamos areia nos mecanismos do militarismo.

Fechemos as fábricas da morte.

Contra todas as pátrias, por um mundo sem fronteiras!

Assembleia Antimilitarista – Turim

Federação Anarquista Torinese

Tradução > Liberto

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Está chovendo? Não
bichos-da-seda comendo
as folhas, tão ávidos.

Masuda Goga

[Alemanha] Lokal Aberto da FAU em Berlim– Um espaço social para todos!

O Lokal Aberto é um espaço social para membros e curiosos se encontrarem, trocarem ideias e fazerem redes de contatos. Todas as sextas-feiras a partir das 18h. até às 21h. abrimos nossas portas na Grüntaler Str. 24 (Berlim- Wedding) – sinta-se à vontade para trazer amigos e colegas!

  • Comida quente e bebidas geladas
  • Espaço para discussões, trocas e organização conjunta
  • Jogos, biblioteca e material informativo

Você já é membro e quer se tornar mais ativo? Ou você quer apenas dar uma olhada e ver o que a FAU Berlin está fazendo? Não importa se você está procurando uma conversa informal sobre condições de trabalho, perguntas sobre organização sindical ou simplesmente passar uma noite relaxante, você veio ao lugar certo. Às vezes há reuniões de grupo ou eventos, às vezes apenas saímos juntos.

Um lugar para comunidade, ideias e solidariedade. Venha e junte-se a nós!

berlin.fau.org

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sinto um agudo frio:
no embarcadouro ainda resta
um filete de lua

Buson

Ato de dignificação da tumba de Joan García Oliver em Guadalajara – México

Ontem, 11 de maio, no Panteão Colônias do cemitério de Guadalajara, no estado mexicano de Jalisco, se dignificou a tumba do destacado anarcossindicalista Joan García Oliver nascido em Reus em 1902 e falecido no México em 1980. Ao ato foram David Blanco, Secretário de Relações Internacionais e Carmen Arnáiz, Secretária de Ação Social, ambos em representação de toda a CGT. Umas vinte pessoas solidárias e afins ao movimento libertário da zona também estiveram presentes. 45 anos depois de sua morte, a tumba sem nome onde jazia o corpo de uma das mais destacadas figuras do anarcossindicalismo foi restaurada e significada a partir de um processo de busca e localização iniciada pelo companheiro de Memória Libertária da CGT Joan Pinyana em 2010. O ato foi carregado de emotividade e afeto. No encontro foi feita uma revisão sobre sua figura e contou nos momentos finais com a surpreendente presença de seu afilhado Rene Rivial, que falou com emoção das recordações compartilhadas com seu padrinho e sua companheira Pilar, aos quais a família Rivial ofereceu desinteressadamente alojamento durante seu exílio mexicano.

Durante o ato na tumba se colocou uma bandeira da CGT, um lenço em memória das vítimas do nazismo mortas nos campos de concentração e extermínio (algumas delas companheiros libertários de García Oliver), uma bandeira solidária das represaliadas da CNT de “las 6 de la Suiza”, um postal com a imagem histórica da Federação Anarquista Ibérica (FAI) com o lema de “Llibertat” e uma kufiya palestina, para denunciar o atual genocídio em Gaza. Também houve uma coroa de flores enviada pela Generalitat de Catalunya. David Blanco narrou o processo de restauração da tumba empreendida por Memória Libertária e como, por fim, esse processo chegava a seu final, também assinalou a importância que dava a organização anarcossindicalista CGT a não esquecer o passado para construir o futuro. De sua parte, Carmen Arnáiz enfatizou que o ato não era só para recordar a figura de um revolucionário como Joan García Oliver, mas também e com igual de importância a de milhões de pessoas que acreditaram no ideal anarquista e deram a vida para acabar com todo tipo de exploração. Nesse sentido, fez uma menção muito especial ao papel que jogaram as Mujeres Libres nesse processo de mudança revolucionária e estendeu a homenagem ao conjunto do movimento libertário e todas as organizações anarcossindicalistas atuais. O ato terminou com as pessoas participantes cantando “¡A las barricadas!”

cgt.org.es

Tradução > Sol de Abril

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o jornaleiro espantado
que eu queira comprar
o jornal de ontem

André Duhaime

[Canadá] Dia da vingança trans: quebecor destruído, cybertruck destroçado

No espírito do Dia da Vingança Trans e do Dia da Mentira, um grupo de anarquistas trans fez um estardalhaço, tendo como alvo a mídia transfóbica e o carro transfóbico. Por volta das 4h30 da manhã, com raiva da violência policial na manifestação da vingança trans, pessoas trans armadas e mascaradas levaram sua vingança ao Quebecor, empresa controladora do Journal de Montreal, TVA e outros. Esses veículos de mídia têm constantemente vomitado papo-furado transfóbico, intolerante e fascista no fluxo de notícias. Cerca de 5 janelas de sua sede na Square Victoria foram quebradas, tinta rosa clara foi lançada nas janelas e no interior da entrada, e fogos de artifício foram atirados.

Quando estavam se dispersando, o grupo se deparou com um belo cybertruck estacionado. Indignades com a onda transfóbica e fascista de Elon Musk, as bonekas aproveitaram essa oportunidade de ouro. A frase “Fuck Nazis” (Fodam-se os nazistas) foi gravada na traseira em rosa brilhante, a tinta vermelha cobriu as laterais e as janelas dianteiras e os para-brisas foram quebrados em pedacinhos.

Feliz dia da mentira, Elon, vá chupar uma piroca trans

E feliz dia da “visibilidade” trans para todes. Que nossa raiva e vingança sejam visíveis para todos que nos querem mal <3

Fonte: https://mtlcounterinfo.org/trans-day-of-vengeance-w-quebecor-trashed-cybertruck-wrekt/

Tradução > acervo trans-anarquista

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o bambual se encantava
parecia alheio
uma pessoa

Guimarães Rosa

Unidos pela ganância: o petróleo vale mais que a vida?

[Itália] Na morte do papa rei. A máscara populista de um monarca

Roma blindada. Ruas fechadas, praças militarizadas, atiradores de elite nos telhados, sistemas anti-drone ativados, contratorpedeiros posicionados no rio Tibre. Para homenagear um soberano estrangeiro, Jorge Mario Bergoglio, conhecido como “Papa Francisco”, a cidade foi transformada em um teatro de guerra. Os alertas saltavam nos celulares dos cidadãos como uma nova liturgia da ansiedade, enquanto a população inteira, alheia e impotente, se via sequestrada dentro de sua própria cidade. E, claro, como sempre, quem pagou a conta foram os próprios cidadãos italianos — os mesmos que fornecem água de graça ao Vaticano e agora tiveram que bancar também a encenação fúnebre do mais recente monarca de Além-Tevere.

Não apenas repressão física, mas também cultural e simbólica: o governo de Meloni proclamou cinco dias de luto nacional, mascarando sob o luto religioso uma vontade política clara: reduzir, ofuscar e apagar o 25 de abril, Dia da Libertação, data do antifascismo que o governo neofascista nunca engoliu. Na Itália, o morto certo ainda pode ser mais útil do que o vivo que luta.

Diante desse cenário, o desfile hipócrita dos poderosos se completou em todo seu esplendor miserável. Políticos de direita e de “esquerda” compareceram ao funeral, ajoelhando-se diante daquele símbolo de poder. Os ausentes, se é que houve algum, faltaram apenas por oportunismo, não por convicção.

Lembram dele como “o papa dos pobres”, mas Francisco, como destacado na última edição por Daniele Ratti, nunca teve coragem — nem vontade — de apoiar a Teologia da Libertação, aquela que, na América Latina, buscava unir cristianismo e luta contra a opressão. Na verdade, a história nos mostra o oposto: Jorge Bergoglio, na Argentina, sempre se manteve distante — ou mesmo hostil — a essas experiências. Condenou abertamente seus irmãos jesuítas que aderiram aos ideais de Gustavo Gutiérrez, Helder Câmara e Leonardo Boff. Sua visão de “caridade” sempre foi paternalista, longe de ser revolucionária!

Em 2004, definiu como “fascismo” a introdução da educação sexual nas escolas de Buenos Aires. Em 2010, falou em “guerra de Deus” contra o casamento igualitário. Abertura e modernidade? Bergoglio representava a ala mais conservadora da Igreja argentina, aquela que, como destacou o intelectual uruguaio Alberto Methol Ferré, deixou morrer o impulso dos pobres pela libertação por medo de se comprometer politicamente.

Durante a ditadura militar de Videla, como denuncia o jornalista Horacio Verbitsky em seu livro El Silencio, a biografia de Bergoglio esteve ligada à página sombria da “Guarda de Ferro” e ao desaparecimento dos dois jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics. “Papa dos desaparecidos”? Seu silêncio ensurdecedor diante de um regime sanguinário ecoa bem mais alto.

Ratti teve a coragem de dizer sem hipocrisia: um papa continua sendo um papa, ou seja, um reacionário. A mídia ocidental, em seu frenesi por encontrar sempre um “papa bom”, varreu para debaixo do tapete as posições reais de Bergoglio.

Feminismo? Para ele, é “machismo de saia”. Homossexualidade? Algo a “ser tratado pela psiquiatria” se manifestado cedo demais. Já os “lobbies gay” eram uma obsessão a combater, inclusive dentro da Igreja. Mulheres sacerdotes? Um “não” claro e irrevogável. Padres casados? Talvez só em “lugares remotos” como a Amazônia. Aborto? Crime pior que terrorismo: médicos que o praticam são “assassinos de aluguel”.

Sobre a pedofilia clerical, Francisco não foi o purificador que pintaram: protegeu figuras-chave da hierarquia envolvidas em escândalos. Na Argentina, tentou abafar o caso do padre pedófilo Julio César Grassi; como papa, nunca encontrou tempo para se reunir com Jean-Marc Sauvé, autor do relatório sobre abusos na França.

Quando o Charlie Hebdo foi alvo do terrorismo islamista em 2015 (ataque que matou 17 pessoas), Francisco “condenou” o atentado… mas logo completou: “Quem insulta a fé alheia deve esperar um soco”. Um jeito elegante de dizer que a liberdade de expressão pode ser sacrificada em nome da religião.

Resumindo: Jorge Bergoglio não mudou a Igreja. Apenas atualizou o marketing. Um iPad na mão, gestos populistas, milhões de seguidores no X (ex-Twitter, agora controlado por Elon Musk) e toneladas de retórica sobre os pobres — retórica nunca traduzida em ações reais contra a opressão sistêmica que a própria Igreja historicamente sustentou.

Francisco não foi um “progressista”. Foi um conservador sorridente, o rosto humano de uma instituição podre, que só se salva graças a truques de comunicação. Lutou contra todas as formas reais de libertação, da América Latina à Europa, e defendeu até o fim o sistema patriarcal, autoritário e violento chamado Igreja Católica.

Por isso, hoje, enquanto os poderosos se curvam diante de seu caixão, nós seguimos nos curvando apenas diante de quem luta para libertar o mundo.

‘gnazio Fatina

Fonte: https://umanitanova.org/in-morte-del-papa-re-la-maschera-populista-di-un-monarca/

Tradução > Liberto

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Um sol transparente
e um mar azulão
brilhando na areia quente

Winston

[Espanha] A menor biblioteca do mundo

Michel Ende, em seu romance MOMO, nos convida a dar uma olhada em um mundo onde é impossível “perder tempo”. Onde o bar de sempre vira um fast food e o simples contato humano de uma interação é anulado. Parecia loucura, mas nesta Barcelona gentrificada, o pesadelo virou rotina.

A grande conquista da compra d’EL LOKAL, graças ao APOIO MÚTUO, à SOLIDARIEDADE e à AÇÃO DIRETA, é um freio nas lógicas extrativistas da cultura. EL LOKAL, como espaço de encontro, permite conversas intermináveis que tentam mudar o mundo, mas, acima de tudo, convida a brincar, a imaginar. Essa qualidade exclusiva da humanidade que, nestes tempos de IA, parece que estamos entregando às máquinas. Como bons CRONÓPIOS que somos nós, os “lokaleros”, você sempre vai encontrar coisas espalhadas por aí — um martelo (da vez que consertaram aquela prateleira) ou uma camiseta que alguém experimentou e esquecemos de devolver ao lugar.

Talvez seja por isso que não suportamos espaços livres ou vazios desperdiçados. Então imagina a nossa surpresa ao puxar um cartaz velho e encontrar um cubo de dez centímetros de lado na parede — cheio de NADA. Isso não podia ficar assim e, como uma travessura a mais, criamos a menor biblioteca do mundo. Você pode se perguntar: “Mas os livros são funcionais?” E é aí que respondemos: sim e não. Dá pra abri-los, e mesmo que as páginas estejam em branco, isso é só uma pequena armadilha que preparamos pra você exercitar sua imaginação.

Pense nas crianças que ainda não sabem ler, mas abrem um livro ao acaso e contam a melhor das histórias. E é aí que a gente fala sobre brincar. Nem tudo precisa ter uma finalidade ou ser feito na correria, como dizia Michel Ende no seu romance. E você, já veio conhecer a menor biblioteca do mundo?

ellokal.org

Tradução > Liberto

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Crisântemos brancos –
Tudo ao redor também
É graça e beleza.

Chora

Nenhum governo nos representa. Nunca representou.

De Vargas a Bolsonaro, de Lula a FHC, de Dilma a Temer, a história do Brasil é uma sequência coreografada de promessas quebradas, palanques ensaiados e a mesma engrenagem moendo o povo, só mudam os nomes na placa da máquina.

Lula? Ascensão operária transformada em braço político da conciliação com os donos de tudo. Fez aliança com banqueiro, empreiteiro, latifundiário e ainda vendeu isso como avanço social. Colocou pobre no avião, mas deixou elite no comando da torre. E quem ousou lutar fora da institucionalidade foi espionado, preso ou silenciado. O PAC asfaltou não só estrada, mas também a passagem da polícia sobre comunidades inteiras.

Bolsonaro? O oposto igual. Prometeu “libertar” o povo, mas entregou armas aos ricos e grilagem aos latifundiários. Transformou o autoritarismo em fetiche e o ódio em programa de governo. Serviu ao mercado com a mesma disciplina de quem sempre foi escravo do capital. Ajudou banqueiro, agronegócio, militar e ainda teve a ousadia de chamar isso de liberdade.

Antes disso? Collor, o caçador de marajás que confiscou a poupança do povo. FHC, o intelectual das privatizações, que vendeu patrimônio público a preço de banana enquanto escrevia crônicas sobre democracia. Sarney, símbolo da transição que manteve tudo igual. Todos com a mesma missão: manter a ordem e o progresso, ou seja, a desigualdade com selo institucional.

Mas nós, os de baixo, sempre soubemos: não há salvação no voto, nem libertação por decreto.

Bakunin já avisava: “a liberdade não se conquista através do Estado, porque o Estado existe para negar a liberdade“.

Emma Goldman dizia que “se votar mudasse alguma coisa, já seria proibido“.

Errico Malatesta lembrava que “a revolução não se faz no papel, mas na prática do dia a dia, nas ruas, nas relações.

E no Brasil, o que chamam de democracia é um balcão de negócios onde o povo entra como moeda e sai como estatística. A esquerda institucional acredita que o problema é o modelo; a direita, que o problema é a gestão. Mas o anarquismo responde: o problema é o poder.

Por isso, não queremos reformar a prisão, queremos derrubá-la.

Não nos basta escolher o capataz, queremos o fim da senzala.

Não nos iludimos com PEC, CPI ou STF, porque quem julga a opressão de dentro da engrenagem é só mais um parafuso.

Se a história do Brasil foi escrita por governos, talvez esteja na hora de escrevermos outra, sem governo nenhum.

O ser humano sente-se atacado por mil males que o escravizam e o tornam miserável, o que impede seu desdobramento natural e livre; ele folheia a história e está convencido de que nenhum governo fez a felicidade do povo.  Reis, imperadores, presidentes, todos foram maus, todos pesaram sobre os ombros do povo como uma laje sepulcral; nenhum governante tem sido o abrigo dos fracos e do flagelo dos fortes; todos os governos têm sido uma mãe carinhosa e amorosa dos poderosos e uma madrasta cruel e arrogante dos humildes. Nenhum homem pode fazer a felicidade do povo quando ele já está à frente do governo.” – Ricardo Flores Magón, 1917

Anarquismo – Liberdade

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outrarte
o ouro esboço
do crepúsculo

Guimarães Rosa

[Uruguai] Juan Pardo, desenhista, gravurista, escultor e oleiro anarquista

No dia 6 de fevereiro de 1969, com 76 anos, morre em Montevidéu o anarquista Juan Pardo. Totalmente desconhecido atualmente, Pardo fez uma propaganda anarquista constante e tenaz, sendo parte dessa rede solidária e anônima da qual fazem parte dezenas e centenas de lutadores sociais. Destacou-se como artista, realizando numerosas xilografias que retratavam os rostos das principais figuras do anarquismo local e internacional nas páginas de diferentes jornais anarquistas, como: Inquietud (1944-1950), Voluntad (1956-1965) ou Solidaridad, órgão da Federação Operária Regional Uruguaia. Seu companheiro e amigo Vladimir Muñoz dizia que “com suas madeiras gravadas, abria sulcos nas mentes dos leitores rumo às concepções libertárias.”

Ele combinava sua arte com a redação de textos de estilo gauchesco, assinados com o pseudônimo “El Jinete L’Azulejo”. Sua extensa produção pode ser facilmente encontrada ao percorrer as páginas da imprensa anarquista local nas décadas intermediárias do século XX.

Tradução > Liberto

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probleminhas terrenos:
quem vive mais
morre menos?

Millôr Fernandes

[Paraguai] Não contem conosco!

Eles querem nossos corpos para serem cúmplices na militarização permanente dos territórios: aterrorizando, assassinando e destruindo em nome de uma falsa segurança que só beneficia o extrativismo e seu ciclo interminável e egoísta de destruição e exploração.
Não contem conosco.

Eles querem nossos corpos para a guerra e o serviço militar, enquanto nas casas e nas ruas nos matam de misoginia e machismo. Já basta!
Não contem conosco!

Querem nos usar como justificativa para os gastos militares estatais, baseados no medo que eles mesmos produzem, junto ao armamentismo desenfreado que enriquece máfias disfarçadas de autoridade. Não faremos parte disso.
Não contem conosco.

Chamamos à ação comunitária e solidária entre os povos contra a indústria armamentista — um negócio de ódio, morte, destruição e discriminação. A segurança promovida pelos Estados e pelo capitalismo é uma ficção que perpetua o monopólio da violência, alimentando permanentemente o negócio das armas, a opressão dos povos e a exploração dos territórios.

Na RAMALC (Rede Antimilitarista da América Latina e do Caribe), acreditamos que a segurança é uma vivência comunitária e empática, construída coletivamente em cada território que habitamos, de forma horizontal, em um diálogo sororo e alegre, como um exercício coletivo de ação direta.

Este e todos os 15 de maio são o Dia Internacional do Direito à Objeção de Consciência ao Serviço Militar — o direito de dizer NÃO a participar de guerras, conflitos, agressões e mortes. Em tempos de militarização e autoritarismo, não colaborar com a violência é um exercício indispensável de liberdade e solidariedade.

Declare-se objetor/a!

ARQUIVOS PARA BAIXAR: https://documentos.imagenacrata.org

ramalc.org

Tradução > Liberto

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caminho mundo…
a treva negra
envolve tudo…

Luís Aranha

[Espanha] Barricada de Papel Nº79: Antiespecismo, uma luta pela vida e a justiça

Neste número de Barricada de Papel, Patricia Gutiérrez, ativista política, feminista e antiespecista, nos convida a questionar uma das opressões mais normalizadas de nosso dia a dia: o especismo. Através de uma reflexão pessoal e honesta, nos aproxima da discriminação sistemática que sofrem os animais não humanos pelo simples fato de não pertencer a nossa espécie.

Desde a exploração na alimentação e a experimentação até as resistências sociais e laborais que enfrenta o movimento antiespecista, Patricia põe sobre a mesa uma verdade incômoda: o sistema capitalista e patriarcal mercantiliza os corpos dos animais e perpetua seu sofrimento, ignorando seus direitos e sua capacidade de sentir.

O artigo nos fala também dos santuários de animais como espaços de resistência, onde se demonstra que outra forma de convivência é possível, baseada no respeito e na liberdade. E nos recorda que ser antiespecista é enfrentar a cada dia um sistema estrutural que legitima o uso e abuso dos demais animais, mas também é uma aposta pela justiça e a coerência em todas as nossas lutas.

Consulta o número completo aqui:

https://cgtandalucia.org/wp-content/uploads/2025/04/Barricada-de-papel-no-79-antiespecismo-1.pdf

Tradução > Sol de Abril

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Dentro do grilo
Um grito verde
Desfolha-se.

Paulo Ciriaco

Sob o governo Lula 3 os bancos nunca viram tanto dinheiro

No primeiro trimestre de 2025, terceiro ano do governo Lula 3, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 5,9 bilhões. Isso mesmo, em três meses quase 6 bilhões de lucro!!!

Bancos batem recordes de lucro

Em 2024, segundo ano do governo Lula 3, os 4 maiores bancos no Brasil (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil) alcançaram um lucro líquido conjunto de R$ 114,1 bilhões.

Em 2023, no primeiro ano do governo Lula 3, os lucros líquidos dos quatro maiores bancos do Brasil totalizaram R$ 96,9 bilhões. 

Lula 3, “mãe dos bancos”?

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o homem que se autoproclama o “pai dos pobres”, mas que, na prática, tem se mostrado a verdadeira “mãe dos bancos”.

Resumindo

Muitos brasileiros ralam, recebem um mísero salário-mínimo de R$ 1.518,00, o que, para muitos, não é suficiente para cobrir as despesas básicas, como alimentação, moradia e transporte. E OS BANCOS FE$$$TEJAM!

CONTRA O ESTADO E O CAPITAL!

agência de notícias anarquistas-ana

Parada do trem –
Com o vendedor de flores
Vêm as borboletas.

Sôshi Nakajima

Quando o pensamento vira prisão: crítica anarquista à academização da vida

Sim, a teoria importa. Pensar é urgente. Mas pensar não é empilhar citações nem sacralizar bibliografias. Não é repetir jargões da cultura acadêmica para parecer inteligente. E, mais ainda: pensar nunca foi — nem deveria ser — privilégio da academia. A reflexão nasce do mundo, não das atas. A teoria se escreve com suor, tropeço e experimento. E, quando esquecemos isso, até o anarquismo se torna burocrático.

Há uma distorção em curso — e ela é grave: até o anarquismo tem supervalorizado a escolarização. Como se só fosse legítimo aquilo que já foi validado pela universidade. Como se só fosse anarquista quem fala difícil. Isso é o oposto do que se busca. Para ser anarquista, não é preciso ter diploma — é preciso ter disposição para viver sem amos. É preciso sentir na pele, e não apenas citar autores brilhantes. Quem constrói luta coletiva pode ser anarquista, mesmo sem nunca ter lido Bakunin.

A racionalidade acadêmica ocupou até os espaços libertários. Hoje, há quem exija referência para a raiva e bibliografia para a solidariedade. Teoriza-se tanto a prática que ela simplesmente não acontece. Fala-se de ação direta com vocabulário de defesa de tese. O que era para ser um corpo em movimento virou ritual de discurso e postura acadêmica.

É preciso dizer em alto e bom som: a teoria viva nasce da prática. Da tentativa, da contradição, da urgência de viver com coerência. E, sinceramente, está fazendo falta mais livro escrito por quem vive. Por quem tenta e erra. Por quem faz da vida seu laboratório. Queremos mais textos com calo, com gíria, com vísceras. Menos relatório, mais relato. Menos citação, mais chão.

A cultura acadêmica se tornou um problema sério. Já tem acadêmico que conceituou isso como “paralisia reflexiva”. Tem gente que fala tanto sobre mudar o mundo que não tem tempo de pegar numa enxada, reciclar numa feira, colar um lambe. Essa cultura em que as palavras não precisam ter conexão com as ações não nos serve. Não é antiautoritária — é decorativa.

Saberes não legitimados pela academia continuam sendo saberes. As sabedorias ancestrais e populares, muitas vezes oralizadas, pensam o mundo com o corpo. Negar isso é erguer muros onde caberiam fogueiras. É esquecer que há pensamento na ação de viver e na palavra que não precisa de assinatura. É cultuar um conhecimento moldado por estruturas hierárquicas, que só ganha valor se passar por bancas ou pelo crivo de avaliadores de revistas.

O anarquismo não precisa de papers. Precisa de corpo, de ação, de erro. Precisa de gente que arrisque, que escute o mundo fora dos muros acadêmicos. Pensar, sim — mas pensar como quem anda. Como quem dança. Como quem cai e levanta. Como quem não pede permissão para criar.

Se não rompemos com essa lógica, se não descolonizamos o pensamento anarquista da cultura acadêmica que o aprisiona, corremos o risco de nos tornar aquilo que juramos combater: uma elite do saber que fala de liberdade enquanto vive trancada em seminários.

O pensamento deve ser ferramenta, não ornamento. E o anarquismo, nunca precisou — nem precisa — da validação da cultura autoritária para existir. Antes de ser discurso, ele é vida em estado de insubmissão.

— Sementes Insubmissas

Sementes Insubmissas é um coletivo sem donxs, fronteiras ou chancela. Nasce do desejo de aprender além dos muros das instituições escolarizadoras, afirmando que saber não precisa de diploma para existir. Aqui, a teoria brota da prática, do corpo em movimento, do erro, do cuidado e da partilha.

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lá se vão as garças
vão pairando sobre o rio
vão cheias de graça

Gustavo Felicíssimo

“Este Lula afirmando hoje no encontro com o Putin que precisa se unir na luta contra o terrorismo internacional. Se unir com quem? Com um regime neofascista?”

Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitando à Rússia, com reunião bilateral com Putin agendada para os próximos dias, resolvemos divulgar trechos de uma entrevista com a anarquista russa-brasileira Kristina Dunaeva bem antiga (foi realizada em novembro de 2004), mas que continua atual em diversos aspectos. Confira a seguir…
 
Agência de Notícias Anarquistas > Recentemente a Revista Exame soltou uma nota indicando que a Rússia é o 3° país com o maior número de bilionários do mundo, por outro lado, é um dos países mais corruptos do planeta. Curioso, não?
 
Kristina Dunaeva < Curiosíssimo!!! O que se passa agora na Rússia é a consolidação do monopólio de todos os poderes no Estado, ou seja, para um grupo restrito de pessoas, para a turma de Putin, que vem da ex-KGB – polícia secreta da URSS –, e que está reestruturando o poder ao redor de si. Assim, antigos membros da KGB se engajaram nas novas estruturas de poder de livre mercado criadas após a implosão do capitalismo de Estado soviético, ocupando altos cargos executivos de multinacionais, por exemplo. Recentemente, muitos bilionários vazaram do país, após acordos com o governo, com certeza. Um deles, que era dono de único canal da TV não federal, insistiu em ficar e agora está preso.
 
ANA > Vladimir Putin está no Brasil, se tivesse a oportunidade de falar com ele, o que falaria?
 
Kristina < Perguntaria, qual o objetivo da visita para o Brasil? Quais serão as negociatas? Putin vem para o Brasil negociar a venda de aviões caças militares Sukhoi. A aquisição será negociada pelo Ministério de Defesa brasileiro, representado pelo vice-presidente José Alencar que, antes de virar o ministro de defesa, visitou a Rússia. O vendedor, Ministério de Forças Armadas da Rússia, há 10 anos promove a guerra na Chechênia, é causador de genocídios, de atos de terrorismo estatal e mantém no poder o governo fascista do Putin. O Brasil, por sua vez, mensalmente fornece aos cidadãos russos toneladas de diferentes tipos de carne, devido ao nível precário da produção industrial de tal produto na Rússia e à hiperprodução e crescimento da indústria pecuária brasileira (curiosamente, o presidente da Sadia é ministro de Desenvolvimento do governo Lula).
 
Enquanto isso na Rússia: à custa dos povos da Chechênia e da Ingushetia, que estão sendo exterminados pelo exército russo com a cumplicidade silenciosa da maioria de pessoas da Rússia, Putin, alto membro da ex-KGB e atual FSB, foi “eleito” para governar mais quatro anos pelo povo rapidamente empobrecido, graças ao discurso nacionalista e totalitário e com o apoio da indústria bélica e petrolífera.
 
À primeira eleição de 1999 precederam as explosões de prédios residenciais em Moscou, o que serviu de pretexto para uma nova onda de genocídio na Chechênia. À última eleição de 2004 – a explosão no metrô de Moscou. Putin ganhou esta eleição no primeiro turno. Curiosamente, com os recordes de votação na Chechênia (89,65% e 92,6% dos votos em apoio) e na Ingushetia (91,09%). Enquanto isto na Sibéria, nas regiões de Krasnoiarsk e de Irkutsk, as eleições não rolaram (na Rússia voto não é obrigatório).
 
Putin ganhou a eleição prometendo que o governo russo realizará um programa social concreto e positivo em troca de apoio silencioso ao regime totalitário.
 
Em vez disso, o governo do Putin, junto ao Parlamento, completamente obediente, assinaram um pacote de leis antissociais que prevê a anulação de transporte gratuito para os aposentados, o cancelamento de distribuição gratuita de remédios para os doentes crônicos (por exemplo, para aqueles que sofrem de diabetes), a anulação de dotações estatais para os antigos presos  políticos, para os deficientes, inclusive para aqueles que sofreram de radiação em consequência da catástrofe de Chernobyl, a anulação de indexação de salários para aqueles que trabalham na região Setentrional da Rússia (costa do Oceano do Norte), a anulação de bolsas para os estudantes etc. Em alguns casos serão pagas dotações em dinheiro, só que se este dinheiro deverá sair dos orçamentos regionais que estão vazios, sem conseguir pagar os salários dos professores, médicos, funcionários estatais.
 
Outras medidas que prenunciam a consolidação do totalitarismo: a anulação das eleições diretas dos governadores (agora é o Putin que nomeia) e perseguição dos grandes partidos de “oposição” (comunista, por exemplo). Sou contra as eleições, muito mais contra o totalitarismo, e estas medidas servirão para que não rolem protestos e obstáculos durante as reformas do governo deste FDPutin!
 
ANA > É muito curiosa essa negociata belicosa e armamentista entre o governo brasileiro e russo. Mas não surpreende, já que uma das políticas do governo Lula é modernizar as Forças Armadas, e isso passa pela aquisição de armas, que eles dizem que é para defender a paz, a soberania nacional… uma grande hipocrisia!
 
Kristina < Tá foda. Este Lula afirmando hoje no encontro com o Putin que precisa se unir na luta contra o terrorismo internacional. Se unir com quem? Com um regime neofascista? Com os milicos, policiais?
 
ANA > Em que ponto está agora às mobilizações contra a guerra na Tchetchênia? Fale um pouco deste conflito…
 
Kristina < A cada semana em Moscou, São Petersburgo e algumas outras cidades acontecem os piquetes antimilitaristas. Quem organiza são as ONG’s de direitos humanos – que trabalham com presos políticos, vítimas do regime soviético e refugiados, anarquistas, indivíduos conscientes. Participei de alguns em Moscou, logo após a explosão da escola em Beslan. Numa das principais praças da cidade, no fim da tarde, foram acesas as velas, abertas as faixas com as inscrições contra a guerra, contra o genocídio dos chechenos promovido pelo exército russo e pelo Putin, contra o imperialismo, contra o terrorismo estatal que causou morte de centenas de crianças. Foram distribuídos panfletos e os participantes trocaram ideias com as pessoas que passavam na praça. Muitos passavam reto, sem levantar os olhos – o medo e a tensão em Moscou, capital do império russo, estão generalizados, muitos recusavam receber os panfletos, mas muitos conversavam.
 
Em Moscou, com as mesmas pessoas, participei da manifestação ultranazista organizada pelo governo e fiquei bem assustada. Fomos pra lá para ser uma gota contra no oceano da massa obediente – os participantes foram trazidos obrigatoriamente pelos sindicatos e universidades, e também pelos discursos dos governantes e figuras populares através das telas azuis dominadas pelo governo. Rapidamente distribuímos os panfletos no meio de bandeiras dos fascistas, das faixas com as citações de Putin, no meio dos carecas, de discursos que os notáveis gritavam do palco – que o inimigo está do lado de cada um, pode ser um vizinho, pode ser um amigo, quem não é russo é o inimigo, etc., – e aí estendemos uma faixa que estava escrito: “Todos somos reféns do terrorismo estatal”, aí nem passou 10 minutos – colaram os polícias falando que esta é uma manifestação em apoio ao governo, e não contra, e que não existe nenhum terrorismo estatal… Tudo isto no meio de vários provocadores, de pessoas surtando, nos acusando das recentes mortes de crianças; rasgaram a faixa, prenderam um companheiro e nós tivemos que sair juntos e ir bem longe para se dispersar e cada um pegar o metrô para seu lado.
 
Esta guerra é um mecanismo que o governo aciona assim que precisa justificar qualquer medida, qualquer passo, quando precisa eleger alguém como Putin. Na Rússia as informações sobre esta guerra são censuradas e ela serve de pretexto para a instalação de um regime fascista. O que acontece lá é o genocídio.
 
ANA > Você acha que hoje a “velha KGB” se confunde com a máfia russa, que é muito poderosa?
 
Kristina < É uma turma só que está no poder: que elegeu Putin, que faz a guerra, que apela a combater o terrorismo e explode a escola, os prédios, os metrôs…
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz
 
Guimarães Rosa

Putin, o tiraninho queridinho da esquerda, da direita…

Vladimir Putin, o tiraninho autocrata que é o queridinho da esquerda, da direita e dos bilionários oligarcas europeus.

Bug mental na militância pro Putin, afinal seria Putin de esquerda ou de direita, para saber se apoio ou não? Se você se perguntou sobre isso, não entendeu porra nenhuma.

O Putin apenas faz o jogo que lhe interessa. Ele não é puramente ideológico, ele abraça Trump/Orbán/Bolsonaro e ao mesmo tempo Maduro/Ortega/Lula, e ainda dá propulsão nos sonhos imperialistas da população invadindo os países vizinhos.

É um mestre da política, se perpetua no poder com os métodos stalinistas, e se mantém no luxo e na riqueza capitalista abraçado com os bilionários oligarcas, seus fieis sócios na partilha do Estado russo. Um verdadeiro malabarista, o melhor de todos os tempos.

agência de notícias anarquistas-ana

Outono
Empoleirado num ramo seco
um corvo

Matsuo Bashô