Durante a madrugada de 1 de janeiro de 2011 um grupo de ativistas pelos direitos dos animais libertou 36 cães de um Biotério (Harlan Interfauna) localizado próximo da cidade catalã de Sant Feliu de Codines, oferecendo neste novo ano uma vida nova a estes animais.
Uma vez no interior do Biotério procedemos a documentar a vida tão miserável a que estes animais tinham sido condenados e preparar a sua transferência. Trancados permanentemente, sem poder correr, brincar, explorar o meio ambiente ou interagir com os outros, muitos deles também tinham o corpo coberto de feridas – como evidenciam as imagens que recolhemos naquela noite – porque tinham que dormir em pleno inverno em contato direto com o chão frio de cimento em cima das suas próprias fezes e urina.
Um dos cães libertados vivia totalmente isolado dos outros, sem qualquer tipo de contato com os outros animais. Isto é uma forma de tortura psicológica para um animal social que necessita da companhia dos outros para poder relacionar-se. Outros estavam tão ansiosos por ter algum contato e estímulo, depois de quase quatro anos trancados. Eles tentavam desesperadamente tocar-nos através das grades e chamar a nossa atenção da maneira que podiam. Quando entramos no recinto em que se encontravam saltavam entusiasmados sobre nós procurando a todo o custo a nossa atenção e carinho. Poucos minutos depois acompanhavam-nos contentes para longe daquele lugar, felizes por dar o primeiro passeio em liberdade em toda sua vida.
Dado o seu estado físico e psicológico, todos os animais libertados foram examinados por veterinários. Alguns precisarão de toda a nossa atenção para ajudá-los a superar o constante medo em que viviam. Todos eles foram levados para lugares seguros onde serão estimados e protegidos. Não sabemos quanto tempo demorarão a confiar de novo nos seres humanos, mas estamos seguros de que o carinho e os cuidados que agora recebem conseguirão abrir caminho até ao seu coração e poderão viver felizes e a salvo o resto das suas vidas.
Após a dura vida nas instalações catalãs da Harlan Interfauna – e como acontece nas de Green Hill, na Itália e nas de Marshall, nos EUA, entre outras – um destino ainda pior aguardava estes animais: serem transferidos para os laboratórios de vivissecção, em que ficariam permanentemente fechados em jaulas, das quais só abandonariam para serem submetidos a experiências. Todos eles tinham nascido com a condenação de converterem-se em vítimas de testes de toxicidade, experiências de investigação biomédica e veterinária, aprendizagem nas faculdades ou experiências militares que acabariam finalmente com suas vidas.
Nós, os ativistas que levamos a cabo esta ação somos vegans e rejeitamos o especismo e todas as formas de exploração animal – como a vivissecção neste caso, o consumo de produtos de origem animal, a sua utilização em espetáculos ou para as nossas roupas – porque acreditamos que o importante na hora de respeitar alguém é sua capacidade de sentir e não a sua espécie, sexo ou raça. Queremos avançar para uma sociedade livre de discriminação em que outros animais não sejam considerados inferiores ou utilizados como recursos à nossa disposição, mas indivíduos que merecem todo o respeito. Continuaremos resgatando animais e denunciando sua exploração até que a última jaula estiver vazia e a vivissecção e outras formas de opressão de animais fizerem parte do passado.
Por último, queremos dedicar esta ação a todo/as o/as ativistas que lutam para acabar com a vivessecção e lembrar a todos os animais que se encontram neste momento nos criadouros e laboratórios.
Ver fotos e vídeo aqui:
› http://directaction4.info/Spain_Harlan_Jan11/index.html
› http://www.youtube.com/watch?v=ZeNT3ZZXjfQ&feature=player_embedded
Tradução > Liberdade à Solta
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!