Quem somos
Anarquistas Contra o Muro (AATW, sua sigla em inglês) é um grupo de ação direta que nasceu em 2003 como resposta a construção do muro que Israel está levantando em terra Palestina, na Cisjordânia ocupada. O grupo trabalha em cooperação com os Palestinos em uma luta conjunta não-violenta contra a ocupação.
Desde sua formação o grupo participou em centenas de manifestações e ações diretas, contra o muro especificamente e contra a ocupação em geral, por toda Cisjordânia. Todo o trabalho do grupo AATW na Palestina é em coordenação com os comitês populares locais das aldeias e é essencialmente impulsionado por Palestinos.
Por que resistimos
É o dever de todo cidadão israelense se colocar em resistência a políticas e ações imorais realizadas em seu nome. Acreditamos que é possível fazer mais do que se manifestar dentro de Israel ou participar em programas de ajuda humanitária. O apartheid e a ocupação israelense não vão terminar por si só – terminará quando se torne ingovernável e incontrolável. É tempo de opor-se fisicamente aos bulldozers [tratores], ao exército e a ocupação.
História abreviada
Em abril de 2003, aos três anos do início da Segunda Intifada, um pequeno grupo majoritariamente anarquista de ativistas israelenses que já realizavam vários trabalhos políticos nos territórios ocupados criou Anarquistas Contra o Muro. O grupo se formou em torno da criação de um acampamento de protesto na aldeia de Mas´ha, aonde o muro se aproximava e deixaria 96% das terras no lado “israelense”.
O acampamento, formado por ativistas palestinos, israelenses e internacionalistas se compunha de duas tendas nas terras da aldeia que haviam sido programadas para serem confiscadas. Uma presença contínua de palestinos, israelenses e internacionalistas que se estendeu 4 meses. Durante este tempo o acampamento se converteu em um centro para difundir informação e uma base para a tomada de decisões por meio da democracia direta. Um bom número de ações relacionadas com o muro foram planejadas e preparadas no acampamento – como a ação direta na aldeia de Anin de 28 de julho de 2003. Nesta ação palestinos, israelenses e ativistas internacionalistas conseguiram abrir uma entrada no muro apesar de estarem sendo atacados pelo exército.
Aos finais do mês de agosto de 2003, com o muro ao redor de Mas´ha quase completo, o acampamento se mudou ao pátio de uma casa cuja demolição estava prevista. Depois de dois dias de bloqueio aos bulldozers e prisões massivas, o pátio foi demolido e o acampamento terminou, mas o espírito de resistência que simbolizava não foi demolido.
Em 2004, a aldeia de Budrus começou suas lutas contra o muro e AATW se uniu a suas manifestações diárias. Através de sua persistência na mobilização comunitária, luta e resistência popular, a aldeia de Budrud conseguiu vitórias significativas.
Sem apelar aos tribunais israelenses, utilizando somente a resistência popular, a aldeia conseguiu empurrar o traçado do muro quase completamente para fora de sua terra.
O êxito de Budrus inspirou muitas outras aldeias a construir também uma resistência popular. Durante uma boa parte do ano, quase todas as aldeias que a construção do muro alcançava se levantavam contra ele. AATW se uniu a todas as aldeias que lhe chamaram a participar.
Mas recentemente nossas ações tem se centrado em e ao redor de Bil´in, ao noroeste de Ramallah, onde a maior parte da terra cultivável da aldeia vai ser efetivamente confiscada pelo muro e um assentamento em expansão.
Nosso papel na luta
A mera presença de israelenses em ações civis palestinas oferece um certo grau de proteção frente a violência do exército.
O código de conduta do exército israelense é significativamente distinto quando há israelenses presentes e a violência, ainda que continue severa, é significativamente menor. Apesar de que muitos ativistas israelenses têm sido feridos nas mobilizações, alguns gravemente, são os palestinos que tem pagado um maior preço. Até a data de hoje 10 manifestantes palestinos foram mortos em manifestações contra o muro e milhares foram feridos.
O exército e o governo israelenses querem por um fim na resistência popular palestina usando todas as formas de repressão e para dissuadir aos ativistas israelenses de unir-se a esta luta. Sob a lei de ocupação é possível prender pessoas simplesmente por participar em uma manifestação. E no decorrer dos últimos anos, ativistas do grupo AATW tem sido presos centenas de vezes e dezenas de acusação têm sido feitas contra eles.
A repressão legal por parte das autoridades israelenses é somente outra frente na quais estas tratam de romper nossa resistência.
Para manter aos ativistas fora da prisão e continuar a luta o grupo AATW tem enfrentado crescentes gastos para sua defesa diante dos tribunais israelenses. O custo da defesa judicial já superou os 60.000 dólares estadunidenses e sobe de forma constante.
Financiamento
AATW não recebe financiamento de nenhum Estado, governo ou associação. Dependemos de doações de pessoas de todo o mundo que querem ver a continuidade de nossa luta apoiando o povo palestino pela liberdade. Pelas razões acima expostas e para cobrir gastos operacionais como transporte, contas telefônicas, primeiros socorros, panfletos e cartazes AATW está buscando apoio econômico.
Apoio econômico
Estimado/a amigo/a,
Os custos legais acumulados da luta conjunta Palestino-Israelense, e a crescente perseguição legal de ativistas palestinos, nos forçam a enviar esta urgente campanha de arrecadação de fundos. Solicitamos vosso apoio para continuar o trabalho do grupo israelense Anarchists Against the Wall (Anarquistas Contra o Muro), e talvez ainda mais importante, para nos permitir expandir nosso fundo legal em uma tentativa de cobrir os custos legais de nossos companheiros palestinos presos nas manifestações.
Desde 2003, o grupo tem apoiado a luta palestina contra a ocupação israelense e especialmente contra o muro de segregação construído por Israel. Semana após semana AATW se une a resistência popular palestina contra o muro, em diversas áreas de West Bank (zona oeste), incluindo as populações de al-Ma´asara, ao sul de Belém, Beit Ummar, ao norte de Hebrón, Bil´in e recentemente quase diariamente a Ni´ilim, ao oeste de Ramallah. Ali o exército está dando passos extremos para suprimir as manifestações, disparando ocasionalmente munição real, sitiando e impondo o toque de recolher.
Centenas de ativistas têm sido presos e dezenas acusados por sua participação na luta. Afortunadamente o grupo está sendo representado por um dedicado advogado, Gaby Lasky. Lasky tem trabalhado incansavelmente na defesa de ativistas presos em manifestações ou ações diretas no West Bank e em Israel. Sem dúvida e ainda depois da exitosa campanha de apoio econômico do ano passado, AATW ainda deve a Lasky aproximadamente 15.000 dólares. Recentemente estamos constatando um aumento da perseguição legal aos nossos companheiros palestinos. Em solidariedade estamos recolhendo fundos para expandir os fundos legais do grupo AATW para cobrir também aos presos palestinos. Isto se vem a somar a necessidade de saldar a dívida mencionada, e aos gastos operativos como comunicação e transporte. Os sugerimos a ler este artigo de The Nation (http://www.thenation.com/issue/august-4-2008) sobre a luta em Ni´ilin e a fazer donativos que nos permita continuar com ela.
Em agradecimento e solidariedade, AATW.
Para mais informação sobre as atividades do grupo AATW e como fazer depósitos ver:
Contato donativos:
Tradução > Juvei
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!