No sábado, 19 de março, aconteceu a 1ª Feira de Livros Anarquistas, em Charlottesville, no espaço Random Row. É a primeira ocorrida na história do estado da Virgínia. Havia cerca de 17 organizações representadas, incluindo AK Press, CrimethInc, e muitos grupos regionais com foco no trabalho, anti-polícia, anti-prisão, homossexual, etc. e trazendo muitos textos de teoria e prática anarquista.
Parte da feira contou com oficinas de solidariedade com prisioneiros, a história contemporânea radical da Virgínia e dois filmes: “A Face da Dignidade”, sobre o Movimento de Trabalhadores Desempregados de Solano, Argentina, e “Abrigo: Um Squatumentário”, um documentário sobre as ocupações na Bay Área, na Califórnia do Norte. Tudo terminou com um show de música e uma festa para arrecadação de fundos para o Centro Wayside de Educação Popular.
Ao todo, participaram cerca de 150 pessoas ou mais. O mais notável foi a vasta gama de conhecimentos e identidades que estavam presentes, desde punks, a estudantes, pais, anarquistas jovens e velhos, e uma mistura de locais e pessoas que viajaram até 400 km para vir. E semanas antes de seu início, as notícias foram divulgadas o suficiente para chamar a atenção do departamento de polícia, que visitou o espaço Random Row uma semana antes da feira. Mas, felizmente, nenhum policial foi visto durante o evento. Talvez eles estivessem com medo com tantos anarquistas em um só lugar.
Após o workshop solidariedade aos prisioneiros, surgiu um grupo de residentes de Charlottesville que está começando a se organizar, focando o sistema prisional. Também Random Row (e Charlottesville em geral) receberam uma boa dose de anarquismo, que tem sido demonstrado em esforços para fazer um grupo de livros e correspondência para prisioneiros (políticos ou não), a construção do site “cvilleanarchism.org”, e a misteriosa aparição de adesivos e pichações no centro da cidade. Esperamos que todo esse momento converta-se em algo consistente, sem se perder pela absorção das políticas estatais. Porque isso é o mais importante de eventos como este: o que as pessoas escolhem fazer depois que acontece.
Para todos os outros anarquistas que vivem em cidades mais ou menos pequenas e dispostos a dar uma dose anti-autoritária, nós, organizadores e organizadoras da feira, recomendamos muito entusiasmados que organizem feiras ou outras atividades semelhantes para atrair anarquistas na área e atrair outras pessoas que são simplesmente curiosas. O que queremos dizer é que não se limitem a qualquer subcultura, abram o acesso à feira (quer lingüística, física, moralmente, etc.). E não se concentrem em formalidade ou na rigidez de que tudo ocorra “perfeitamente”. Sejamos anarquistas por um minuto, não? Destaquem o que é informal e orgânico: fazer amigos, compartilhar histórias, pedir/dar ajuda voluntária, etc. E, acima de tudo, fazer um ambiente divertido! Não se preocupem muito em fazer aquelas apresentações chatas de acadêmicos, discutindo 20 horas sobre o mesmo assunto. Faça uma feira anarquista.
Saudações e solidariedade,
Anarquistas de Charlottesville e Virginia
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!