No dia 20 de maio, por volta das 13 horas, teve início o julgamento de Juliano Aparecido de Freitas, o Dumbão, membro da facção intolerante de skinheads denominada “Carecas do ABC”, que em dezembro de 2003, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, obrigou Cleiton da Silva Leite e Flavio Augusto Nascimento Cordeiro a pularem de um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em movimento, a uma altura de três metros – o que resultou na morte de Cleiton e na amputação do braço direito de Flávio.
Juliano Aparecido de Freitas aguardou pelo julgamento em liberdade durante mais de 7 anos, assim como os outros dois skinheads acusados. Foi condenado pelo júri popular a 24 anos e 6 meses de prisão, porém continuará em liberdade até o fim do processo – e não há previsão de quando o recurso da defesa, que pede anulação do julgamento, será analisado pelo Tribunal de Justiça.
Grupos antifascistas – Coletivo Diversidade, Movimento Anarco Punk de São Paulo e indivíduos – estiveram em frente ao Fórum de Mogi das Cruzes, denunciando as ações de grupos intolerantes de extrema-direita e skinheads. O ato foi realizado em solidariedade à família de Cleiton e Flávio e seus familiares, além de todas as vítimas da intolerância homofóbica, racista e xenófoba destes grupos.
A presença dos familiares no julgamento não foi permitida porque as senhas já haviam sido distribuídas pela manhã, e estes também demonstraram sua indignação do lado de fora do Fórum.
Mesmo após o assassinato de Cleiton, diversas facções skinheads continuam agredindo e matando pessoas, como os casos recentes de ataques a homossexuais, negros/as e moradores/as de rua no centro de São Paulo.
Essa mesma facção de skinheads, os Carecas do ABC, são responsáveis por diversos outros casos de agressões intolerantes, como o assassinato do adestrador de cães Edson Neris, morto em fevereiro de 2000, na Praça da República, em São Paulo, por estar de mãos dadas com seu namorado. Pelo assassinato de Edson, 18 skinheads da facção foram presos, sendo apenas dois condenados, ambos já em liberdade.
Um vídeo produzido durante o ato, com depoimentos de uma das vítimas e seus familiares está disponível em:
› http://www.youtube.com/watch?v=QGK14Pivl9I&feature=player_embedded#at=202
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!