[O poeta e professor Miguel Angel Fernández preparou o volume número 17 da coleção Os Protagonistas do Paraguai: “Rafael Barrett, escritor e pensador revolucionário”, uma nova biografia do grande espanhol – que deixou pegadas profundas no Paraguai – especialmente preparada para esta série bibliográfica do El Lector e que saiu neste domingo (26), com o exemplar do ABC Color.]
Rafael Barrett é o único integrante não paraguaio da Coleção de Protagonistas da História. A influência deste espanhol de nascimento, mas paraguaio por adoção é altamente significativa, tanto no aspecto literário como no desenvolvimento do pensamento social – destaca o historiador Herib Caballero Campos, diretor da Coleção, no prefácio que escreveu para o livro. Barrett chegou ao Paraguai como jornalista para cobrir os acontecimentos da Revolução de 1904, que enfrentou os liberais e colorados. No final da guerra civil do ano mencionado, recorda o prefaciador – estabeleceu-se em nosso país, casou-se aqui e começou a militar no movimento anarco-sindicalista, para torna-se um destacado expoente intelectual em nosso país.
Miguel Angel Fernández destaca em um trecho de seu livro: “Mas foi em 1908 que se dedica a dar palestras para os trabalhadores e faz a grande denúncia de ‘Lo que son los yerbales’. Esse trabalho, publicado originalmente como uma série de artigos entre 15 e 27 de junho de 1908, custou uma ruptura com as pessoas “respeitáveis” e a opinião negativa de alguns jornais.
Barrett não fundou o sindicalismo paraguaio, mas seus escritos apontaram-lhe as razões da sua existência, a legitimidade de sua ação libertadora.
Nesse sentido, diz Caballero Campos: “acredito que é mais que significativa a contribuição de Miguel Angel Fernández – poeta, crítico literário e um dos maiores estudiosos da obra e do pensamento de Rafael Barrett, não só no Paraguai, mas também internacionalmente”.
Esta biografia tem a peculiaridade de explicar como um aristocrata espanhol torna-se um anarquista no Paraguai. A este respeito, diz Miguel Angel Fernández: “A escolha de Barrett, o foco anarquista para a consideração de questões sociais, foi, a nosso ver, menos uma escolha ideológica que uma postura ética. Barrett era o anarco-sindicalismo, “a extrema esquerda da avalanche emancipadora”, a via direta e rápida para mudar a sociedade humana. Historicamente, o movimento anarquista não alcançou seus objetivos e foi enfraquecendo em sua prática político-social”.
Fonte: Jornal ABC Color
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!