[Aconteceu recentemente em Pittsburg o “Quinto Baile Anual Beneficente Anarquista para os Grupos de Organização de Resistência Steel City Revolt” (Revolta da Cidade de Aço).]
Após se reunir para protestos, um evento social é uma diversão bem-vinda. Do lado de fora do edifício do “Artist Image Resource” (uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é fornecer recursos para artistas e estudantes), na Rua Foreland, Zona Norte, anarquistas começaram a se concentrar durante o crepúsculo. Não se preparavam para protestar, mas sim, para festejar. Diversas mulheres jovens na entrada de luz fluorescente, aceitavam doações de $5 a $10 dólares para o Baile Anarquista Anual. Entre planejamentos de protestos e ensinamentos de estratégias e táticas para manifestações, anarquistas – como todas as pessoas – aproveitam para se divertirem.
“No primeiro ano nós tínhamos 300 pessoas”, relembrou Patrick Young, um estudante da Universidade Cornell. Ele se mudou para Pittsburgh em função de trabalho 5 anos atrás. Young foi introduzido ao grupo através do Piquenique Anarquista. “As festas são um meio mais acessível de entrada para as pessoas e uma maneira de envolvê-las”, disse Young. “A anarquia se aproxima mais de uma filosofia política”.
Não existem governantes na organização, mas o grupo tem regras. “Nós não nos opomos às regras, mas elas são feitas através de acordos e consensualmente”, ele explicou. “As pessoas sempre se surpreendem sobre o quão organizados nós somos”.
O quinto baile anarquista anual foi muito benéfico para as revistas anarquistas dos grupos de organização de Pittsburgh, como a “Steel City Revolt”. Publicadas duas vezes no ano, ela mantém as dezenas de membros informados sobre lutas locais e globais. Na última edição, estavam inclusos temas como “Lutas Trabalhistas”, “Oposição à Marcellus Shale” (uma luta que visa frear os danos ambientais, materiais e morais causados pela extração de gás natural e de minérios na cidade de Butler, pela empresa Marcellus Shale) e “Ideias de Receitas para os Feriados Vegano”.
Os Grupos de Organização de Pittsburgh são os anfitriões do baile, assim como o Piquenique Anarquista, tudo muito convencional com o objetivo de celebrar idéias nada convencionais. “Nos vemos durante os protestos e palestras, então decidimos fazer algo que desse a oportunidade de nos unir e se divertir”, explicou Young, que admitiu já ter sido preso por atos de desobediência civil. “Nós não estamos muito preocupados se o governo acha que o que estamos fazendo é errado”.
O governo dificilmente poderia se opor à esta festa, um ambiente familiar, amigável e sóbreo, onde não era permitido fumar ou consumir bebidas alcoólicas. “Nós gostamos de ser hospitaleiros com todos”, disse Amanda Zeiders. Haviam crianças de colo, crianças pequenas, vários de 20 e poucos anos e alguns símbolos nascidos da geração da explosão populacional (após a segunda guerra mundial). Dois membros da Banda de Marcha Anarquista estava entre eles, Ken Joseph e Sue Small.
Uma mesa no quarto dos fundos foi preparada com copos plásticos, utensílios e pratos plásticos e um pequeno buffet de comida típica de países que recentemente foram palco de grandes revoltas. Um cozido tunisiano, baklava grega, e algum tipo de condimento egípcio.
“O tema de hoje a noite é revolta internacional. Estamos honrando os países que tem experienciado insurreições populares como a Líbia, Tunísia, Egito, Grécia e Wiscosin”, apontou Young. Na parede traseira, havia uma apresentação de slides que mostrava de maneira contínua, imagens dos protestos nestes países, enquanto as crianças chutavam os balões ao redor do estabelecimento, e seus pais, imóveis, apenas conversavam.
O entardecer pode ser muito bem descrito como anarquia organizada com jogos e rifas, música, dança e biscoitos vegan em forma de coração, detalhados com um grande e negro “A”.
Visto que o sistema social anarquista é baseado na cooperação voluntária, não houveram cadeiras especiais ou honorárias do evento, apenas cadeiras de dobradura alinhadas nas paredes de cimento e um cartaz onde era possível ler: “O Futuro Pertence aos Ousados!”. Ao longo do salão, havia um espaço organizado para uma “noite de estúdio aberto”, então os artistas estavam praticando o silk-screen em camisetas e pôsteres, filosofando sobre os significados da atividade que estava acontecendo.
“A Anarquia é demais!”, exclamou a Senhora Zeiders.
Tradução > Malobeo
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!