Hoje [22 de agosto], após quatro meses de aprisionamento, nós finalmente ouvimos as acusações contra nossos amigos e companheiros no tribunal da cidade. Os cinco que foram presos no dia 26 de Abril de 2011 foram acusados oficialmente por ter conduzido numerosos ataques incendiários contra duas empresas de pele, uma filial do banco Nordea (o segundo maior banco na Dinamarca), a delegacia central de polícia, a embaixada Grega, uma escola de polícia, e diversos outros bancos em Copenhagen. Enquanto algumas dessas acusações eram esperadas, baseadas em depoimentos anteriores da polícia, a má notícia veio quando a severidade destas acusações aumentou de simples atos incendiários para acusações oficiais de terrorismo sob as leis de terror dinamarquesas de 2002.
Os cinco estão sendo acusados de tentar desestabilizar o Estado Dinamarquês e a polícia através destes supostos ataques. Eles também foram acusados de tentativas de ataques e incêndios (que supostamente também nunca ocorreram visto que estavam encarcerados) contra o prédio do parlamento, contra a guarda real da rainha, contra o prédio do judiciário, e contra uma seita cristã fundamentalista responsável pelo despejo da “Casa da Juventude” (ou “Ungdomshuset”, espaço em Copenhagen que servia como ponto de encontro de grupos autônomos de esquerda e apresentações musicais de cultura marginal) em 2007.
O absurdo das acusações finais enfatiza o quão ridículo é o caso como um todo e mostra que a polícia está utilizando o caso como uma ferramenta política. Pesquisas recentes feitas por grupos antifascistas na Dinamarca, descobriram um grupo secreto de extrema-direita que contém diversas conexões com a própria polícia, com o governo, partidos nazistas, assim como grupos hooligan fascistas. A polícia está fabricando grupos “terroristas de esquerda” para distrair a população destas descobertas recentes, e para amendrotá-los antes das vindouras eleições nacionais. Os cinco continuam a declarar inocência em relação à todas as acusações, especialmente em relação às mais recentes e ridículas alegações.
Nós, enquanto anarquistas que se opõem tanto ás prisões quanto ao Estado, apoiamos nossos companheiros e amigos, visto que lutam contra o Estado. Porque não conseguimos falar com eles em liberdade desde que foram presos, e porque foram impedidos de fazer qualquer pronunciamento público, nosso suporte é total diante da negação da responsabilidade por essas ações, e ao mesmo tempo, também apoiamos as próprias ações que serviram de acusação, como métodos válidos de resistência. Independentemente da culpa ou inocência deles para os olhos do Estado, eles foram forçados à este conflito com o Estado e estão lutando pela sua liberdade. Estamos chamando por solidariedade internacional direta com os prisioneiros.
Após os resultados da audiência no tribunal hoje, os prisioneiros permanecerão sob custódia no mínimo até o próximo mês, e possivelmente até o julgamento de cada um deles. Seus nomes estão sendo mantidos fora de publicações a pedido de seus advogados, mas saiba que são companheiros e amigos de muitas pessoas que lutam em Copenhagen. Você pode escrever cartas para eles através do seguinte email: solidaritetshilsner@gmail.com, e a mensagem será impressa e enviada para um dos cinco. O e-mail deles está sendo controlado em conjunto com suas visitas, então tudo será lido pela polícia. Todos os prisioneiros falam inglês fluente e dinamarquês. Também, todas as expressões de solidariedade são bem-vindas. Ninguém é esquecido na luta contra o capitalismo e contra o Estado!
Anarquistas em Copenhagen
Tradução > Malobeo
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!