Megaoperação policial contra anarquistas na Itália

A polícia italiana faz desde a madrugada de segunda-feira (17 de outubro) uma vasta operação centrada nos ambientes anarquistas, com registros de residências e centro sociais, controles e apreensão de equipamentos de informática, sem fazer, por enquanto, novas prisões.

A operação repressiva, que envolve centenas de homens das forças de ordem, está afetando todas as regiões da Itália, desde Trentino até Lombardia, de Lazio até a Sicília.

A polícia está à procura dos autores dos incidentes que ocorreram no último sábado, em Roma, onde centenas de manifestantes quebraram as vitrines dos bancos, incendiaram veículos e lançaram bombas contra as forças de ordem em meio ao protesto dos “indignados”.

Para os 12 detidos pelos conflitos de sábado durante a manifestação dos “indignados”, com idades entre 19 e 30 anos, a Procuradoria de Roma pediu a prisão preventiva sob a acusação de resistência às autoridades agravada pelo lançamento de objetos contundentes.

Os detidos podem enfrentar penas de prisão entre três e 15 anos, o que deverá ser decidido por um juiz nas próximas 48 horas, que decretará ou não a prisão preventiva.

Endurecer as leis

Segundo as agências de notícias, o ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, vai propor reviver uma lei dos sangrentos “anos de chumbo” do país para combater protestos violentos.

Maroni disse que concordava com o político da oposição Antonio Di Pietro, um ex-magistrado que sugeriu reviver uma lei dos anos 1970, quando a Itália era assolada por protestos de esquerda e pela violência da guerrilha urbana.

A lei permitia que a polícia usasse armas de fogo e proibia o uso de capacetes ou máscaras durante protestos. Também liberava a detenção preventiva de manifestantes suspeitos de planejar atos violentos.

Outras medidas que estão sendo consideradas incluem a extensão das leis criadas para conter torcedores violentos de futebol a demonstrações públicas e o uso de tinta colorida em mangueiras de alta pressão contra manifestantes, assim como julgamentos acelerados para detidos.

agência de notícias anarquistas-ana

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Alice Ruiz