[O título do artigo “É o primeiro-ministro apenas um bobalhão? Claro que não”, publicado no blog anarchypress.wordpress.com, faz alusão ao truque do referendo, usado pelo primeiro-ministro grego, Jorgito Papandreu, ontem. A seguir a tradução.]
“Ninguém vai nos proibir de ser feliz”. Esta foi uma das frases proferidas por Jorgito Papandreu, diante do grupo parlamentar do partido governante, Pasok (partido socialista grego). E anunciou um referendo, para meados de janeiro de 2012. Você pode estar satisfeito com os danos causados por ele e pela camarilha dos 153 agentes designados da Soberania, que, juntamente com os 147 restantes, constituem o conhecido Parlamento de cães¹, no entanto, quem ri por último, ri melhor.
Os conselheiros do bobo e de sua quadrilha tentam ganhar tempo e desviar o interesse das pessoas para um referendo a ser realizado dentro de dois meses e meio. É uma tática astuta, mas “nunca se sabe”, pensaram, “pode funcionar”. No entanto, o truque anterior sobre o referendo no outono como anunciado, não funcionou, porque todos queriam primeiramente uma votação sobre o decretaço -coisa que se realizou- e logo jogar sobre a mesa a carta do referendo, uma parte deles, e a carta das eleições os “outros”.
Então, os “outros”, do outro lado do Poder, mantendo o mesmo objetivo, pedem a eleição (o que mais?). Pretende-se apresentar essa suposta luta como um confronto colossal, que terá que chamar a atenção do povo (este é seu objetivo), assim que logo fiquem afastadas em dois pólos, esquecendo que ambos têm colaborado e seguem colaborando e trabalhando em conjunto para realizar o planejamento da Soberania para o território do Estado grego.
O jogo que já começou a ser jogado, entre a conspiração dos 300 deputados que compõem os jogos e os resíduos de partidos dentro (e fora) do Parlamento, é fazer uma prorrogação e desorientar, a fim de acalmar os ânimos das pessoas, especialmente depois do que aconteceu em 28 de outubro, que não foi nada agradável e mostra que as coisas vão de mal a pior apenas para os escravos modernos que são chamados de cidadãos.
Sob o pretexto do referendo, ele economiza tempo e, quando este não trouxer os resultados que esperam, então virão as eleições para garantir a colaboração cúmplice e aberta entre eles, renovada pelas migalhas dos votos que serão recolhidos.
Who cares? (Quem se importa?), como diria Jorgito Papandreu com um sotaque americano impecável.
Se os governantes pensam que podem enganar as pessoas, estão equivocados. Porque, como parece provável, isso é muito difícil agora. Se conseguirem isso novamente, de uma forma ou de outra, então que parem a dança. Porque isso significará que o truque funcionou.
No entanto, queremos que seu truque funcione? Se não, então o caminho do conflito continua com a presença permanente nas ruas, com ou sem referendo, com ou sem eleições, especialmente durante os dias que serão realizados, sempre que ainda estejam em suas cadeiras.
As pessoas têm todos os motivos para quebrar a cara dos governantes, pondo-se difíceis, até que seu colapso final.
[1] No texto original grego é substituído o prefixo κοινο (comum) da palavra Parlamento, pelo prefixo κυνο (cão).
agência de notícias anarquistas-ana
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
Guilherme de Almeida
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!