Sábado, dia 22 de outubro, na Universidade Queen Mary, na zona leste de Londres, aconteceu mais uma edição da Feira do Livro Anarquista de Londres. Com as portas abertas desde as 10 horas da manhã, essa popular e extremamente antecipada feira do livro anual teve mais de oito horas de barracas de livros e materiais, filmes, vivências e criatividade. O ethos anarquista estava presente durante o dia, a entrada por comida por doação, e muitas pessoas dedicando inteiramente seu dia para voluntariar no evento, ajudando na creche ou levantando fundos para pagar os custos da organização da feira.
Com duas grandes bandeiras rubro-negras como boas vindas decorando a entrada, a feira do livro se espalhou por três pisos, sendo o primeiro utilizado para abrigar diversas barracas que vendiam tudo relacionado ao anarquismo, desde panfletos, revistas e jornais, até quadrinhos, camisetas e música. Os visitantes tiveram a oportunidade de checar novos e clássicos textos anarquistas, e também foi possível conversar com os membros de muitas organizações anarquistas e casas de publicação. Como sempre, foi um evento internacional de larga medida, com publicações disponíveis em castelhano, polonês e sueco, simultaneamente à centenas de textos em inglês.
Não tinha apenas barracas anarquistas, mas também algumas montadas por ativistas anticomércio de armas, grupos de direitos animais, grupos vegetarianos, cooperativas de alimentação e abrigos rurais e urbanos e a Cruz Negra Anarquista.
As variedades de barracas refletiram na multiplicidade da multidão e, apesar de ser difícil adivinhar o número do público presente, as mesmas barracas estavam ocupadas de modo crescente durante o dia e a grande maioria dos bate-papos estavam cheios, com pessoas sentando onde queriam/podiam, nos corredores e no chão. Embora os espaços fossem apertados e algumas vezes as pessoas não pudessem acessar as conversas que gostariam de participar, havia um clima de solidariedade e bom-humor que pairou o dia inteiro.
Bate-papos foram agendados para o dia todo, em torno de nove ocorrendo a qualquer hora, começando às 11 horas da manhã e terminando às 6 horas da tarde. Os encontros discutiram uma ampla gama de tópicos, demonstrando a gigantesca relevância do anarquismo no século XXI com conversas sobre a teoria anarquista, o meio ambiente, organizações trabalhistas, história, antimilitarismo, austeridade, literatura, educação e imprensa radical, entre muitos, muitos outros.
Paralelo às conversas havia um espaço dedicado para a exibição de curtas e longas-metragens radicais, e outro espaço com música, comédia e poesia. Na feira do livro havia duas creches abertas para a família deixar suas crianças, uma para crianças até 8 anos, e outra para mais velhos, de 8 – 12, permitindo que todos aproveitassem o dia como quisessem. Ambas as creches também tinham uma organização de atividades ao longo do dia, incluindo pintura de camisetas, jogos de tabuleiro e filmes. As crianças também foram encorajadas a participar de uma filmagem com elas próprias documentando o dia.
O Indymedia e o Dissident Island Radio novamente tiveram um pequeno estúdio e estavam entrevistando pessoas na feira do livro enquanto o Footprints (uma cooperativa de impressão de trabalhadores radicais de Leeds) trouxe sua maquinaria para que os donos das tendas e os ativistas pudessem criar um zine sobre o dia. Na parte de fora do espaço, uma multidão era entretida pela banda francesa anarquista de instrumentos de latão “Les Judas”, fazendo todos dançarem com suas versões de favoritos de outras bandas como Rage Against the Machine e Pink Floyd.
A feira do livro providenciou uma grande oportunidade para organizações anarquistas do Reino Unido e ativistas se encontrarem, e muitos se reuniram após o evento para compartilhar as experiências do dia e notícias de suas regiões. Foi organizada também uma festa após o evento, permitindo aos participantes mais enérgicos continuarem se divertindo madrugada adentro.
Anarchist Federation
Mais infos:
http://anarchistbookfair.org.uk/
agência de notícias anarquistas-ana
Na soleira do sítio
a graúna canta
ao silêncio do sol.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!